sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Dia mundial da paz - Santa Maria Mãe de Deus


A paz é um dom de Deus e também uma conquista diária do ser humano. Neste primeiro dia do Novo Ano (2011), quero invocar a bênção de Deus para que você seja uma nova pessoa, com novos sonhos e desejos.
Que tal... COMEÇAR O ANO de 2011, perdoando quem nunca teve coragem de perdoar? Com um OLHAR novo de esperança, sendo construtor de uma sociedade melhor? Cumprir com suas obrigações familiares e profissionais com mais amor e responsabilidade, dando mais atenção a cada pessoa que encontrar, ao longo deste ano, amando mais a cada um, com um novo amor, com o mesmo olhar com que Cristo e Maria nos olham? Para você isso é possível?

Se pensou positivamente, então o próprio Deus quer abençoar você.

"Abençoareis os filhos de Israel assim: O Senhor te abençoe e te proteja! O Senhor volte seu rosto para ti e se compadeça de ti! O Senhor dirija o seu olhar para ti e te conceda a Paz! Assim invocarão o meu nome, e eu os abençoarei..." (Nm 6,22-27)

Que sentido tem pedir a bênção de Deus?

A bênção não é um ato mágico para resolver os problemas. Quem a recebe terá as mesmas dificuldades que os outros. Entretanto, recebe a força necessária para enfrentá-las através da nova luz que procede da nossa fé. É uma maneira de reconhecer a nossa dependência de Deus em todos os dias do novo ano.

A Igreja quer nos lembrar, desde o primeiro dia do ano, que a paz anunciada pelos anjos em Belém, só é possível às pessoas de boa vontade, que se esforçam dia a dia para construir a Paz; paz que é antes de tudo obra de justiça e fruto do amor...

A todos vocês, que seguem este Blog, recebam as bênçãos de Deus e de Maria sua Mãe, e tenham um ano repleto da sua graça. Feliz 2011.

31 de dezembro - data da experiência mística de Pallotti com Maria


Hoje, último dia do ano. Como seria bonito não esquecer esta data, 31 de dezembro de 2010. Para nós palotinos, é uma data comemorativa, pois, há 178 anos, nosso Fundador, São Vicente Pallotti, recebeu uma grande graça, o Esponsalício Espiritual com Maria Santíssima (31/12/1832). Segundo seus escritos, que não podem ser comprovado por nós e nem rejeitado, porque ele foi a única destemunha deste acontecimento tão profundo, no qual Maria, Mãe da Misericórdia, para triunfar com o milagre da misericórdia sobre a ingratidão e inconcebíbel indignidade do mais miserável súdito do seu Reino de Misericórdia, dignou-se fazer misericordiosamente o Esponsalício espiritual com tal súdito, e concedeu-lhe o dote de tudo quanto possui, fez-lhe reconhecer, como seu, o próprio Filho Divino, e sendo Esposa do Espírito Santo, se empenhou para que ele seja inteiramente transformado no Espírito Santo. Ó Misericórdia de Maria, Imaculada Rainha, que piedosamente reza pelo seu sacrílego pecador, que jamais foi e será entre os súditos do seu Império de Misericórdia. Misericórdia! Misericórdia! Misericórdia! O paraíso é repleto da Misericórdia de Maria. Por isso, cantarei eternamente as Misericórdias do Senhor. Cantarei eternamente as Misericórdias de Maria.



[Segue o texto original, tirado das Obras Completas do fundador, enviado pelo Pe. Stanislao Stawicki, para comemorar os 178 anos do Esponsalício Espiritual de Pallotti com Maria, ou seja, uma genuína experiência mística, que jamais se ouviu na história. Temos mais dois casos, mas, o de Pallotti, é mais misterioso de todos].

Oggi, l’ultimo giorno dell’anno. Come sarebbe bello non dimenticare in questo 31 dicembre 2010 quelo che fu arrivato al nostro santo Fondatore 178 anni fa, il 31 dicembre 1832. Infatti, “nel dì ultimo dell’anno 1832 – scrive Pallotti, la gran Madre della Misericordia, per trionfare con un Miracolo di Misericordia sull’ingratitudine e inconcepibile indegnità del più miserabile suddito del suo Regno di Misericordia, si degna di fare misericordiosamente lo Sposalizio spirituale con tale suddito; e gli porta in dote tutto quanto possiede, gli fa riconoscere, come suo, il proprio Figlio Divino, ed essendo Sposa dello Spirito Santo, s’impegna perché egli sia interamente trasformato nello Spirito Santo. Oh Misericordia di Maria, Immacolata Regina, che tanto pietosamente si muove a pregare per il più sacrilego peccatore che mai fu e sarà tra i sudditi del suo Impero della Misericordia. Misericordia! Misericordia! Misericordia! Misericordia! Misericordia! Misericordia! Il Paradiso è pieno delle Misericordie di Maria. Canterò in eterno la Misericordia del Signore. Canterò in eterno le Misericordie di Maria!” (OOCC X, 195-196).

Una pagina semplice e sublime; sublime proprio perché in essa il santo racconta con semplicità un’esperienza mistica. Lo Sposalizio Spirituale di san Vincenzo con la Madre di Dio, come tutte le esperienze di questo tipo, non partì da lui. Questi fatti dipendono solo dalla Misericordia di Dio. È la Madre di Dio che prende l’iniziativa di celebrare il suo sposalizio con don Vincenzo. Non abbiamo alcun mezzo per fare un’analisi storica del fatto. Il santo che lo narra è l’unico testimone; o lo si rifiuta, o lo si prende come giace. Una cosa è certa, quest’ultimo giorno dell’anno 1832 Pallotti, come noi oggi, è stato a Roma.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Votos de Feliz Natal e Ano Novo repleto das bênçãos de Deus

“O Verbo abreviou-se”

(cf. Is. 10,23; Rm. 9,28)



O Senhor compendiou a sua Palavra, abreviou-a!

A Palavra eterna (Logos) fez-se pequena... tão pequena que cabe numa manjedoura.

Fez-se criança, para que a Palavra possa ser compreendida por nós.

Desde então a Palavra já não é apenas audível, não possui somente uma voz.

Agora a Palavra possui um rosto: Jesus de Nazaré.



Exortação Apostólica Pós-Sinodal Verbum Domini/ n. 12 – Santo Padre Bento XVI





A todos os que acessarem este vídeo recebam meus sinceros votos de Feliz Natal e de um Ano Novo repleto das bênçãos de Deus. São os votos de Pe. Valdeci de Almeida, SAC e de toda a Comunidade do Noviciado Sulamericano Palotino.

"Et Verbum caro factum est, et habitavit in nobis". A tutti coloro che vedranno questo video natalizio, tanti Auguri di Natale e un Anno Nuovo pieno dell'amore, della grazia e delle benedizioni del Bambino Gesù e della Sua Madre Maria.
A vous tous, Joyeux Noel et une année plaine d'amour de Dieux.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Jubileu de Prata de Pe Arlindo, Pe. Fadul e Pe. Pedro Ramos

A Clebração jubilar acontreceu no dia 17 de dezembro de 2010, na Paróquia Santa Bibiana, em Martinópolis, SP, Diocese de Presidente Prudente. Estiveram presentes cerca de 20 padres palotinos e diocesanos, o Bispo D. Benedito e o Bispo emérito, D. José Maimone, que por sinal foi reitor dos nossos confrades e também esteve presente na ordenação deles, em Terra Roxa, Pr. Contamos ainda com a presença dos noviços, e seminaristas maiores palotinos de Londrina e de Curitiba. Compareceram também caravanas de outras localidades, amigos dos nossos jubilandos, bem como seus familiares. A esses nossos confrades, as nossas orações e o nosso apoio em seu ministério sacerdotal. PARABÉNS.


segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Jubileu de Prata Sacerdotal

No dia 12 de dezembro de 2010, na Paróquia São Vicente Pallotti, em Arapongas, Pe. Pedro Ramos de Faria, Palotino, celebrou seus 25 anos de ordenação sacerdotal. Estiveram presentes o Senhor Bispo da Diocese de Apucarana, D. Celso Marchiori e vários sacerdotes palotinos e um diocesano, como também os fratres do Teologado Palotino de Londrina, os noviços e seminaristas maiores de Curitiba. Foi uma belíssima festa, com a participação de toda a comunidade paroquial.




sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

6- CINCO FASES DA MÍSTICA


Com este artigo, concluo mais um estudo sobre São Vicente Pallotti místico e apóstolo. Espero que este tema o tenha ajudado a amar, ainda mais, o carisma de São Vicente Pallotti. Como ele buscou e viveu a santidade no seu tempo, assim também você é convidado a ser santo, na realidade em que vive, fazendo tudo por amor e com amor, à maneira de Cristo.

1) Despertar


Toma consciência da Presença Divina. É repentina e muito acentuada. É acompanhada de intensa sensação de alegria e de exaltação. Abre-se a um mundo novo dentro e fora de si. Vê as coisas com um olhar diferente.
Vicente considerava precioso o tempo, por isso, impunha-se o propósito de não perder tempo nas sacristias e de estar sempre unido a Deus. O tempo é precioso, breve e irrepetível. (p. 112)

Teve uma grande idéia de si mesmo. Viu-se e compreendeu-se a si mesmo à luz da revelação divina e da sua comparação com os irmãos e, sobretudo, com Jesus, seu irmão primogênito. Pela fé viu sua origem, seu destino, sua identidade e o sentido da sua vida e da sua morte. (p. 113)

2) Purificação

Descobre sua própria limitação e imperfeição, as ilusões em que se encontrava. O Fundador experimentou a incoerência infinita entre o ideal da vida cristã e as suas realizações concretas. Fez, sobretudo, a experiência da distância que existe entre a criatura e o criador, superável unicamente no mistério da humildade do Homem Deus que, no abandono na cruz, experimenta e, ao mesmo tempo, supera todas as distâncias provocadas pelo pecado humano. A experiência de Deus tem como consequência um sentido mais profundo da própria indignidade. Quanto mais o Santo se aproxima de Deus, maior é o sentido do seu nada e pecado. Não se trata de pecados concretos, mas de uma percepção viva dessa distância entre finito e infinito, de um desejo de participação e de conformidade com o amor infinito. Pallotti expressa esta sua experiência com os termos de “desprezo de si”, “de horror”, mas sempre com o objetivo de ser transformado e de fazer sua a vida de Jesus.

O desprezo de si mesmo, nota característica da vivência espiritual de Pallotti, que aparece nos seus escritos, é a sua reação espontânea no confronto de Deus com a consciência de não poder atribuir a si nenhum mérito. Tudo isto deve ser eliminado com muita renúncia e esforço.

Seja destruído tudo o que está em mim e esteja em mim tudo o que está em Ti!” (OOCC X, p. 169); “Em mim não existe humildade; mas a humildade de Cristo seja a minha humildade” (OOCC X, p. 176); “Quisera morrer de dor, porque não sirvo a Deus com aquela humildade e amor que lhe devo” (OOCC X, p. 613).

A humildade de Jesus permite a Pallotti encontrá-lo em todos os aspectos da sua vida: “Procurai Deus em todas as coisas e sempre O encontrareis”.
Ao ler os escritos de Pallotti, pode-se afirmar que a imitação de Cristo é a espinha dorsal da sua ascética e o início daquela transformação em Jesus Cristo, que é a meta última do seu caminhar terreno.

3) Iluminação
Pela purificação desapega-se das coisas sensoriais, reforça as virtudes, retorna a consciência alegre da Presença e da ordem transcendental. Na iluminação inclui a contemplação, visões, êxtases, locuções, etc.

4) Noite escura
É uma profunda e completa purificação da pessoa: morte mística, sentimento de ausência e de abandono.

5) União

É a verdadeira meta de toda a busca mística.
No dia 12 de maio de 1849, ao recordar os 55 anos de sua vida, escreveu: "Apesar de eu ser o homem de pecado e causa de todos os males e impedimento de todos os bens, Vós vos dignais fazer-me viver e, em cada momento, vos quereis comunicar todo a mim com todo Vós mesmo, Uno na essência, Trino nas pessoas, infinito nos atributos e com todas as vossas perfeições infinitas, a fim de transforma-me todo em Vós mesmo, para tornar-me uma só coisa convosco, Pai, Filho e Espírito Santo".
"Ah, meu Deus, pelo que eu sou e pelo que sois Vós sou forçado a dizer que vos afasteis de mim porque sou um homem pecador, mas, ao mesmo tempo, devo pedir-vos que não tardei a vir, Senhor, porque não posso estar um momento sequer sem Vós. Mas, ao mesmo tempo, não posso deixar de ter compaixão de Vós, visto que o amor infinito com que deste toda a eternidade livremente e misericordiosamente me amais vos obriga a vir a mim, a estar comigo e a fazer de mim uma só coisa convosco.
Meu Deus, o amor vos obriga aos excessos. Mas o excesso do vosso amor infinito para comigo é infinitamente maior que todos os excessos juntos do vosso amor, que fizestes e fareis em todas as outras criaturas que existiram, existem e existirão e são possíveis de existirem, porque, em cada momento, os meus pecados, as minhas ingratidões, a minha imundície é infinitamente maior daquela de todas as criaturas existentes e possíveis".

A pessoa a sente como comunhão, união transformante.
"Vem, meu amado, vem depressa, não demores. Uma só coisa me consola, neste vosso excesso sempre antigo e sempre novo de todos os momentos da minha vida, e é esta coisa que me consola que por toda a eternidade será por este vosso excesso glorificado o vosso amor infinito assim infinitamente misericordioso para comigo.
Ah, meu Deus, como poderei corresponder ao excesso do vosso amor que, a cada momento, com amor infinito operais em mim"?

Assim a humildade gera a magnanimidade, o desejo de imitação, de transformação total e os propósitos mais sublimes e impossíveis.
O sentimento de dependência total de Deus é a convicção de receber tudo d’Ele, tanto a vida como a santidade, de não poder atribuir-se mérito algum, exceto o nosso nada e pecado, e de esperar de Deus, como um pobre, tudo o que falta e do que se tem necessidade.
É um estado de equilíbrio, de paz e de alegria, de capacidade insólita, de intensa certeza.
"Ah, meu Deus, por mim mesmo não posso seguir isto... por isso, pelos merecimentos e intercessão da Beatíssima Virgem Maria, de seu Esposo São José, e de todos os anjos e santos e pelos merecimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo e pela vossa misericórdia infinita seja destruída toda a minha vida e a vida da beatíssima Virgem Maria, de São José e de todos os anjos e santos e a vida do mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo e por meio dele e com Ele, estejam todas as ações internas e externas de todo e qualquer momento da vida presente e da eternidade. Meu Deus e tudo". (OOCC X, 277-279 – Horizontes II, p. 90)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

5- EXPERIÊNCIA DE AMOR

Caro leitor do Blog, após apresentar outras matérias de interesse da nossa província, voltei a postar sobre o tema de Pallotti Místico e Apóstolo. Agradeço a sua assiduidade em acompanhar este blog. Agradeço ainda as mensagens deixadas, porque elas ajudam a melhorar ainda mais este modo de divulgar o carisma e a obra apostólica de S. Vicente Pallotti. Continue mandando sua mensagem. Obrigado e que Deus derrame, em você, suas bênçãos.
O místico tem a incapacidade de exprimir, em palavras, toda sua experiência de amor. Por isso, usa linguagem simbólica e paradoxal.

Santa Teresa D'Ávila diz: "Prefiro fazer compreender parte do que sinto servindo-me de figuras, comparações e semelhanças e da bonança do Espírito que espalha os secretos mistérios".
Nas orações e às vezes só no fato de ler, sentia invadir improvisamente um sentimento vivo da presença de Deus, que não podia duvidar de maneira alguma, que Ele estava dentro dela e ela toda imersa nele.
A transformação do sujeito é a parte e a garantia da autêntica comunicação mística.
Não se trata de uma experiência introspectiva ou reflexiva, mas de fé que vem de Deus. Trata-se de uma iluminação e de uma percepção superior que lhe faz desejar, ainda mais ardentemente, ser transformado em Deus.

Pallotti, por sua vez, dizia: "Quero que cada pensamento meu, palavra, ação, também de todas as criaturas passadas, presentes e futuras e possíveis, seja regulamentado pela obediência de Jesus Cristo; quero que a obediência de Jesus Cristo seja a obediência de todos e que tudo seja transformado na obediência de Jesus Cristo".

Ele descobriu o abismo existente entre a infidelidade no pecado e o amor de Deus. Por isso, no seu grito de tomada de consciência da sua pobreza espiritual, da sua infidelidade e dos inumeráveis pecados, ecoa o grito de Jesus na cruz, no momento em que ele, como homem, experimentou a força brutal do mal e a distância de Deus que ele provoca. A humildade implica a consciência não somente dos próprios limites, mas também da imperfeição e da pequenez diante de Deus que, em Pallotti se expressa com as palavras - às vezes julgadas exageradas – “nada” e “pecado”.

Pallotti exclama: “Oh minha miséria! Oh minha indignidade! Oh meus pecados! Oh meus sacrilégios! Oh minha impureza! Oh minha obscenidade! Oh minha ingratidão! Oh minha estupidez! Oh triunfo da divina misericórdia infinita.
O seu relacionamento com Deus transforma seu modo de ser, de viver e de agir. Começa com um novo amor vivo de Deus. Configura todo o seu modo de ver, compreender, amar: a Deus, as coisas e pessoas. (Exemplo: S. Francisco)

"Deus-nos as trevas da noite que nos favorecessem o repouso, após as fadigas do dia. Deu-nos os odores para que nos voltemos para a suavidade eterna de Deus. Deu-nos a variedade dons sons e dos cantos para que nos enamoremos dos cantos eternos de glória... Ah, meu Deus, meu Pai, criastes as coisas visíveis e me destes o uso das mesmas para que me aproveite delas para conhecer a Vós, que sois criador onipotente de todas as coisas..." (Horizontes II, p. 109).

"Mas usei de tudo isso para pecar. Abusei da luz para fitar objetos pecaminosos. Abusei das trevas para pecar e para fazer pecar mais ousadamente. Abusei dos sons e cantos para estimular minhas malvadas paixões. Abusei do alimento e bebida. Abusei da roupa para vaidade. Abusei das riquezas de todo objeto criado para alimentar todos os vícios e todas as paixões brutais".

"Mereci que não houvesse mais para mim alimento e bebida de espécie alguma! Mereci que fossem tiradas todas as coisas criadas por Vós para prover todas as nossas necessidades temporais para todos os fins de vosso amor e de vossa misericórdia infinita. Mas, em vez disso, Vós as conservais também para mim, ingrato e pecador". (Horizontes II, p. 110).
Vicente Pallotti afirma que Jesus Cristo nos mostrou como podemos e devemos fazer bom uso das coisas materiais para chegar a Deus e para expressar o amor ao próximo necessitado. (Horizontes, p. 111)

(Fil 3,8.12 – Por causa de Cristo, perdi tudo... Eu fui conquistado por Cristo); (1Pd 2,1 – Despojai-vos de toda maldade, hipocrisia, inveja, calúnia...)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Encontro de noviças e noviços palotinos - NOVINPAL


Do dia 15 a 19 de novembro, os noviços e noviças palotinos estiveram reunidos em Cornélio Procópio - Pr, para mais um momento de formação em conjunto (NOVINPAL). Eram cinco noviços e duas noviças, mais a formadora Ir. Ivete Garlet, Pe. Valentin Pizzolato, como orientador e o mestre de noviços Pe. Valdeci. Esse vídeo faz parte do encontro, pois fomos conhecer os locais do início da fundação da Província S. Paulo Apóstolo. Visitamos também o primeiro Santuário em honra a S. V. Pallotti, em Ribeirão Claro - Pr.


Notícias Palotinas de Roma


O grupo de padres e irmãs palotinos, que fazem um curso de um ano em Roma, para aprofundar sobre temas palotinos e da vida consagrada, nos comunica que as atividades continuam. Eis a mensagem enviada pelo Pe. Elmar Neri Rubira, da Província São Paulo Apóstolo:
Para a continuidade do curso sobre Psicopedagogia da pesonalidade e antropologia Palotina, iniciado pela Ir. Ignes Burin, CSAC, contamos com a presença de nosso Reitor Geral, Pe. Jacob Nampudakam – SAC. Antes de dar continuidade ao tema, apresentou-nos, de maneira clara e objetiva, a finalidade deste curso para formadores(as) palotinos.
Este curso é fruto de uma longa reflexão de todo o governo geral. A partir de 1998, a Sociedade do Apostolado Católico (SAC) começou a fazer experiências na tentativa de desenvolver uma cultura propriamente palotina. Durante algumas visitas a diversos países, constatou-se que muitos de nossos confrades desenvolvem um bom trabalho apostólico, mas, às vezes, o desenvolvem como padres diocesanos e não como palotinos, faltando maior conhecimento de São Vicente Pallotti, sua fundação, espiritualidade e carisma.
Diante disso, o Conselho Geral procurou responder a esse desafio proporcionando diversos cursos, promovidos pelo Secretariado para formação da SAC, em Roma.

Pe. Jacob apresentou-nos a finalidade do curso para Formadores(as) palotinos:

1. Formação palotina - conhecer profundamente São Vicente Pallotti, sua espiritualidade, carisma e missão;
2. Formação cultural – experiência de internacionalidade. Descobrir o valor de ser uma verdadeira família constituída de padres, irmãos e irmãs. Uma família fundada pelo mesmo Pai espiritual, São Vicente Pallotti. Devemos aprender a conviver com o outro, descobrindo o seu valor. Não podemos estar limitados a dimensão territorial, devemos buscar a universalidade, a abertura aos outros, necessitamos estar sempre com a mente aberta para novas realidades;
3. Formação humana (maturidade): sem esta formação humana não podemos ser formadores. O ponto central a ser trabalhado é a capacidade de amar a Deus, ao próximo e a si mesmo. A maturidade conduz a pessoa humana a viver sempre em liberdade e harmonia interior; quem é maduro será capaz de superar todo tipo de problema e dificuldade;
4. Formação Espiritual – maturidade espiritual: crescer na fé como consagrado palotino. Manter um relacionamento profundo com “Jesus Cristo Apóstolo do Eterno Pai”. Fundamentar a própria fé de acordo com a espiritualidade palotina.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

4. EXPERIÊNCIA TRANSFORMANTE

Sentimento da profunda presença de Deus que desperta para algo novo.

Cheio de estupor sobre a infinita difusão de Deus, Pallotti rezava:
Perdoai-me se por força da expressão atrevo-me a dizer, sois louco de Amor e Misericórdia por mim, pois, a cada momento e sempre, desde toda a Eternidade pensais em mim, e derramais sobre mim infinitos dilúvios de graças, de favores, de dons e de misericórdias, de todos os vossos infinitos atributos infinitamente misericordiosos, e sempre, ó Pai, ó Filho, ó Espírito Santo me nutris, e me alimentais com toda a vossa substância, essência, propriedade, operações divinas e com todos os vossos infinitos atributos, e sempre mais me nutris e me aniquilais no meu ser perverso, e me transformais todo em Vós mesmo, e todas estas indústrias de vosso amor, e de vossa misericórdia as operais sempre de dia e de noite quer eu vigie ou durma, coma ou beba, esteja eu pensando em vós ou não. (OOCC X, 235-236 – Horizontes II, 498)

Desperta a capacidade heróica de amar e servir.

Em 1816, escrevia a respeito dos irmãos que sofrem: Ao ver ou ao pensar nos pobres, procurarei socorrê-los, como me for possível e como exige a glória de Deus. Procurarei conceber uma elevada compaixão do seu estado miserável e por isso quisera que todas as partes do meu corpo e a minha própria alma exalassem compaixão e misericórdia. Quisera torna-me alimento, bebida, licor, vestuário, bens, etc., para socorrer sempre as suas misérias. Quisera ser transformado em luz para os cegos, em voz para os mudos, em saúde para os enfermos. (OOCC X, 15-16 – Horizontes II, p. 105-106)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

3. Quem sou eu diante de vós?

Quem poderia imaginar que um Deus eterno, que não tem necessidade do ser humano ou criasse à sua imagem? Que a nossa alma fosse uma imagem viva de si mesmo e não uma imagem de pedra, madeira, etc. Ó inefável invenção do Amor Infinito.

Maria Imaculada, orai e intercedei por mim, para que comece a conhecer o Amor Infinito.
Com sentimento de objetividade e de certeza íntima, a pessoa se vê sem mérito. “Oh meu Deus, que monstro horrível de oposição a vós sou eu! Ah meu Deus, pelos méritos de Jesus Cristo seja destruída a minha vida e a vida de Jesus Cristo, meu Senhor, seja a minha vida” (OOCC X, p. 646 e 370).
“Vós sabeis quanto eu abusei vivendo tudo e contrariamente ao que Vós tendes feito e sofrido para ser meu Modelo; e, por isso, todos os pecados que eu cometi, eu os cometi porque não imitei a vós na vida humilde, pobre, sofrida, laboriosa, obediente e de submissão e de abnegação. Ah meu Deus, é verdade que mereço que agora me abandoneis, mas creio que jamais me abandonareis; ao contrário, pela vossa infinita Misericórdia Vós vos dignais ajudar-me” (OOCC XIII, p. 130).

“Ao voltar da escola, procurarei reconhecer que os outros alunos tiraram das lições um proveito para mim incompreensível, graças à sua atenção, devoção e humildade, ao passo que eu tirei delas pouco proveito, por causa da minha soberba” (OOCCX, p. 128).

“Todos os outros são humílimos, eu não só não sou humilde, mas, por soberba, estou adiante de todos os demônios: eu sou a soberba em pessoa” (OOCC X, p. 145).

“Não posso duvidar que a minha mais pequena e infinitésima ingratidão pelos benefícios que a Divina Majestade derramou sobre mim contém uma malícia incompreensivelmente maior do que aquela de qualquer outra criatura” (OOCCX, p. 132).

A comunicação de Deus é absolutamente gratuita. Nada podemos fazer para merecê-la, mas a misericórdia de Deus supera tudo.

sábado, 6 de novembro de 2010

2. Enamorado por Deus


São Vicente Pallotti, diante da grandeza, da bondade e da misericórdia infinita de Deus Uno e Trino, descobriu sua pequenez, o seu nada, pois tudo o que ele é vem de Deus, e, de si mesmo, nada tem.

A criatura é totalmente obra de Deus, vem do nada de si mesma, e tudo o que ela é e pode, vem de Deus criador. O que deve, pois, fazer a criatura, quando se descobre que não tem nada de próprio e que tudo lhe vem de Deus? Agradecer a Deus pelo dom recebido e fazer bom uso deste, fazendo-o frutificar, isto é, procurar tornar-se sempre mais semelhante a Deus, pois Deus se alegra e compraz ao contemplar suas criaturas perfeitas (Gn 1,31).

Para Pallotti, o pecado é o mau uso da liberdade ou o abuso dos dons recebidos de Deus. O bom uso da liberdade consiste em fazer bom uso dos dons divinos, dos dons da natureza e da graça. Para Pallotti, pecar é servir-se dos dons de Deus e de todas as coisas criadas para pecar e, por isso, para ofender a Deus e ultrajá-lo. Não tirar proveito desses dons é ingratidão para com Deus, ao passo que a gratidão é o bom uso dos dons divinos e das coisas criadas, para alcançar o fim último que é o próprio Deus.

Deus me deu o livre arbítrio, dom necessário para poder merecer; ao fazer o bem, devo aproveitar o dom do livre arbítrio... “Meu Deus, vós me destes o dom do livre-arbítrio, para que, em toda minha vida, com todos os pensamentos da mente, com todos os afetos do coração, com todas as palavras da língua e com todas as obras, também as mínimas, chegue a aperfeiçoar meritoriamente a minha alma.

O nada e o pecado é toda a minha vida. Ele se vê nada e pecado, porque ao confrontar-se com Deus, percebe que de fato ele é nada. Mas por outra parte vê que esse nada, que é ele mesmo, pode revoltar-se contra Deus, pode separar-se de Deus, pode pecar. Por isso firma que a única coisa que é própria dele, não de Deus, é o pecado.

Portanto, cada vez que nos aproximamos de Deus, o contraste entre o que Ele é e o que nós somos torna-se tremendamente claro. Não é a constante atenção aos seus pecados que torna os santos conscientes da sua pecaminosidade, mas a visão da santidade de Deus. (Horizontes II, p. 117- 118)

Pallotti viu-se e compreendeu-se a si mesmo como criatura especial de Deus, santificada por Ele e alvo de seu amor infinito. Mais que criatura, é também filho, irmão de Jesus, filho de Maria.

O sentido da sua vida é cumprir a vontade de Deus. Deus o quer imitador de Cristo, irmão primogênito. Por isso, quer que a vida de Cristo seja sua vida. Sua maior alegria era sentir-se amado loucamente por Deus. "Ah, meu Deus, que farei à vista de tão inefável amor e de vossa inefável misericórdia?"

A participação na vida da graça faz com que a natureza humana vá tomando novas dimensões. O corpo vai se tornando repleto de luz e com o evoluir das experiências com inefável, o ser humano, marcado pelo pecado, começa a conhecer o que Deus pode realizar com sua graça. A luz parece ser intensa demais para quem ainda vive sob os influxos da matéria corruptível. O místico, depois de uma profunda experiência do amor misericordioso de Deus, sente-se como que envolto nesta grande luz, e vai percebendo na própria vida a transformação que Deus vai realizando, sem mesmo merecer tão grande bondade. (Apóstolo e místico, p. 35)

"Pelos merecimentos de nosso Senhor Jesus Cristo e pela sua infinita misericórdia, cantarei para sempre as misericórdias do Senhor".

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

São Vicente Pallotti, místico e apóstolo



Olá seguidores do Blog. Com o intuito de ampliar ainda mais o seu amor pelo carisma palotino, preparei para você uma breve apresentação de Pallotti como místico e apóstolo. Os temas serão colocados aos poucos, com a numeração decrescente. Desde já, muito obrigado por seguir este Blog. Fico feliz por saber que estamos percorrendo a mesma estrada. Boa leitura.



1. A EXPERIÊNCIA MÍSTICA

A mística cristã indica a amorosa e misteriosa comunhão do cristão com Deus, que causa na alma uma espécie de conhecimento intuitivo.


Este conhecimento novo se baseia na certeza da fé experimentada e saboreada. Esse conhecimento e experiência supõem um verdadeiro contato com o absoluto, por isso se torna uma experiência transcendental. Somente a alma pode perceber isto, porque nela existe uma consciência reflexiva capaz de detectar um objeto imateral, um valor, um absoluto, ou seja, o próprio Deus. (Apostolo e místico, p. 34)
Todos os cristãos são chamados à vida mística como elemento necessário para a santidade cristã, mas nem todos à contemplação infusa. O estado interior é o coração da experiência mística. “Não direi nada que não tenha longamente experimentado” (Apostolo e místico p. 31).


Nas várias circunstâncias do dia, antes de dar começo às obras, devemos considerar quais seriam nesse caso os pensamentos da mente santíssima de Nosso Senhor Jesus Cristo, quais os afetos do seu Coração divino: assim, tendo que falar, devemos considerar quais palavras de humildade, de mansidão, de caridade, de paciência, de prudência diria Nosso Senhor Jesus Cristo, e refluamos sobre quão medidas teriam sido suas santíssimas, nem muitas nem demasiado poucas: e no uso da comida, da bebida, das roupas e de qualquer outra coisa criada necessária para a vida; devemos considerar qual terá sido a pureza de intenção e a moderação usada por Nosso Senhor Jesus Cristo: faça o mesmo quando tomar o repouso noturno e na necessária recreação: numa palavra, em tudo devemos imaginar, ver Nosso Senhor Jesus Cristo, e reavivando a fé devemos recordar” (Opere Complete III, p. 35-36).

É uma experiência imediata de Deus e das coisas divinas por via do conhecimento e amor, devido ao especial influxo do Espírito Santo.
Este contato nao é fruto de um processo pessoal de interiorização. É simplesmente dom gratuito.


Para imitar Nosso Senhor Jesus Cristo, havemos de ter acima de tudo seu Espírito. Todas as operações interiores de nossa alma deverão ser semelhantes às do mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo, a fim de que o imitemos sinceramente também nas ações exteriores, que devem ser expressão verdadeira das interiores. Assim, quanto nos seja possível, iluminados pela fé, fiados na graça e desconfiados de nós mesmos, a cada dia, seguidamente, havemos de considerar e recordar Nosso Senhor Jesus Cristo nas principais operações interiores e exteriores de toda sua vida santíssima. (Documentos da Fundação, p. 325-325).

Causa na alma uma transformação de amor. Gera um profundo e misterioso sentimento de comunhão. Quando Deus começa a fazer parte da vida da pessoa, inicia-se aí um profundo clima de amizade e aos poucos ela vai-se desprendendo de si mesma e de seus projetos pessoais. Na medida em que o amor cresce, a pessoa vai sendo como que invadida pela graça de Deus e as suas resistências interiores vão se tornando tênues. (Apostolo e místico, p. 35)


Se não tivesse havido pecado no mundo, Deus seria simplesmente amor. Mas, como houve pecado no mundo, o amor de Deus transformou-se em misericórdia e misericórdia infinita. A misericórdia é o amor feito perdão.
A misericórdia de Deus manifestou-se em não ter abandonado o homem pecador, mas em tê-lo salvado. A misericórdia de Deus manifestou-se no envio de seu Filho salvador do mundo (Jo 3,16s).


“No uso dos sentidos e das coisas sensíveis, quero humilhar-me conforme quer e ordenou Deus; quero glorificá-lo como o glorificava Jesus Cristo, quando era visível sobre esta terra, tanto antes da morte como depois da Ressurreição, nas diversas aparições feitas à sua Mãe, a Madalena e aos Discípulos” (Opere Complete X, p. 155).

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Palotinos na Polônia: uma visão por diversos ângulos

O Secretariado Geral para a Formação reuniu-se, na Polônia, em fevereiro de 2010. Nosso Secretariado homenageia o então Secretário Geral, agora Reitor Geral dos Palotinos, Pe. Jacob Nampudakam. A ele a nossa gratidão pelos trabalhos realizados durante longa data. Que Deus o ilumine nesta nova missão como sucessor de S. Vicente Pallotti, como garante da União do Apostolado Católico.

Caro Padre Generale, P. Jacob Nampudakam, questo video è un omaggio del nostro Segretariato per la Fomazione, ringraziando al Signore per la vostra elezione come sucessore di San Vincenzo Pallotti. Tanti auguri Padre e che Dio vi benedica oggi e sempre. Amen.


sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Boletim Belém - mês outubro



Curso de formação para os responsáveis da União do Apostolado Católico


O Centro de Formação Cenáculo, em Roma, Via G. Ferrari 1, realizou o primeiro curso de verão para os responsáveis pela formação palotina inicial e permanente, aos membros da União, nos dias 15 a 22 de julho de 2010.

O encontro foi programado de acordo com o artigo 11º do Estatuto Geral da União do Apostolado Católico, que estabelece um Assistente Eclesiástico da UAC, para o território de cada Coordenação do Conselho Nacional, nomeado com o consentimento do Conselho Geral de Coordenação, para que trabalhe em estreita colaboração com ele, assegurando aos membros União, formação palotina inicial e permanente. O papel e as funções dos responsáveis foram apresentados em 2009, em um comentário do Estatuto Geral, mas achou-se conveniente fazer também uma reunião com os responsáveis. Onze pessoas participaram da reunião, representando o Conselho Nacional de Coordenação da Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Índia, Irlanda, Itália, Polônia, Ruanda, Congo, Estados Unidos e Uruguai. Os líderes de Belize, Alemanha e Suíça não puderam comparecer. Participaram: Pe Fritz Kretz SAC, Assistente Eclesiástico da UAC e o Presidente da União, Pe. Derry Murphy SAC e a Ir. Ignes Burin, CSAC, Vigária Geral da Congregação das Irmãs do Apostolado Católico e a Ir. Stella Holisz SAC, Conselheira Geral da Congregação das Irmãs Missionárias do Apostolado Católico, Pe. Hubert Socha SAC, assessor jurídico do Conselho Geral de Coordenação; e outros membros do Secretariado Geral da UAC. Neste encontro, estavam representados todas as vocações e estados de vida presentes na UAC, a saber: padres, irmãs e leigos de ambos os sexos.

A convocação do encontro partiu do então Reitor Geral da SAC, Pe. Fritz Kretz, juntamente com o presidente da UAC, Pe. Derry Murphy e o Conselho de Coordenação Geral, com o objetivo de esclarecer a natureza e a função que os membros devem desempenhar, como fazer programas de treinamentos nos territórios de cada Conselho Nacional de Coordenação e um plano para ulterior desenvolvimento no campo da formação. Este encargo foi delegado para garantir a formação inicial e permanente de todos os membros da UAC. É um serviço a ser prestado à União. Os Artigos 41 a 45 do Estatuto Geral referem-se ao tema “Formação da União” e estabelece que a responsabilidade pela formação, em primeiro lugar, é de cada pessoa individualmente, e as comunidades da União para seus membros. A formação, normalmente acontece através da Coordenação dos Conselhos Locais. O Conselho Nacional de Coordenação é responsável pela formulação de linhas metodológicas e programas de formação, para favorecer o desenvolvimento e fornecer ferramentas para tal finalidade, enfim, o Conselho Geral de Coordenação estabelece os princípios fundamentais da formação para a unidade de toda a União.

Todos os objetivos da reunião acima referidos foram feitos em clima de abertura e de fraternidade palotina. Os participantes apresentaram de maneira viva e dinâmica, o modo de apresentar o conteúdo formativo nos respectivos países, e apresentaram o programa formativo a ser executado, levando em conta os desafios que fazem parte deste serviço apostólico. Várias pessoas apresentaram palestras e debates sobre temas selecionados: Pe. H. Socha: “O papel do Assistente Eclesiástico e o papel do responsável pela formação de Palotina, em cada país”; “A formação espiritual na UAC, Pe Stanislaw Stawicki; “Formação para a cooperação na UAC”, Pe. Socha e Irmã Bernadetta Turecka, SAC; “Formação pastoral e apostólica na UAC”, Claudia Donnini e Donatella Acerbi. O encontro com os membros leigos italianos da UAC foi muito comovente. Eles partilharam as suas expectativas a respeito da formação e deram um forte impulso aos participantes, para que ofereçam às pessoas toda a riqueza da vida palotina.

O programa da reunião ofereceu aos participantes, a oportunidade de visitar os lugares percorridos por São Vicente Pallotti, de celebrar a missa na capela dos Irlandeses dedicada a São Columbano, na Basílica de São Pedro e de participar da Missa na Igreja de São Salvatore in Onda, dia 17 de Julho, às 18h30, com a participação de um coral da Sardenha, que vieram para a missa mensal, em homenagem à venerável Elizabeta Sanna.

Durante o encontro, decidiu-se encontrar um nome apropriado para descrever aqueles que exercem esse papel. Foram dadas várias opções, e finalmente optou-se pelo termo “promotor da formação”. A escolha do termo foi baseada nos escritos de Pallotti que sempre utilizava a palavra “promotor”, quando referia-se à promoção da fé, do amor e da caridade, etc. Estes termos têm outros significados para São Vicente: incentivar, dar oportunidades para as pessoas, ajudandá-las na experiência e animar, etc.

A função deve ser exercida “em estreita cooperação com” o Assistente Eclesiástico e com o Conselho Nacional de Coordenação (cf. artigo 11, Estatuto Geral). Os participantes eram da opinião de que o promotor da formação deve participar das reuniões do Conselho Nacional de Coordenação da UAC, quando se referir à questões relativas aos aspectos da formação.

Sugeriu-se também que o promotor da formação seja convidado a participar dos encontros da Comunidade da UAC, quando for tratado especificamente sobre aspectos da formação dos membros. O Estatuto Geral não estabelece a duração desta função, por isso, foi decidido que, para garantir a continuidade da formação na UAC, a nomeação deve durar de quatro a cinco anos. Mas, se por qualquer motivo, o promotor vier a falhar e não puder mais cumprir a sua tarefa, então o CdCN proporá outros candidatos, em conformidade com o artigo 11 § 3 º do Estatuto Geral.

Decidiu-se também que o promotor preparará e apresentará, periodicamente, um relatório ao Assistente Eclesiástico e ao Conselho de Coordenação Geral.

Pe. Derry Murphy SAC
Roma

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Província São Paulo Apóstolo


A Província São Paulo Apóstolo recebe com alegria a reeleição do seu Provincial, Pe. Júlio Endi Akamine e seu novo Conselho. O mandato inicia em janeiro de 2011 a dezembro de 2013. A eles a nossa prece e oração.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Os delegados da Assembleia Geral visitam Subiaco

Os participantes da XX Assembleia fizeram um passeio em Subiaco, lugar importante para o nascimento de nossa civilização e para o Cristianismo Ocidental. Eles visitaram a cidade de Subiaco e a Santa Gruta, na qual São Bento de Núrsia viveu o silêncio monástico, em uma época decadente, rumorosa e que sucumbia às invasões bárbaras. Naquele lugar nasceram doze pequenas comunidades, de onde surgiu, depois de algum tempo, um mosteiro, dedicado hoje à Santa Escolástica - irmã gêmea de São Bento. Num primeiro momento, o mosteiro foi dedicado a São Silvestre.


Escola de Formadores (as) - Roma - 2010/2011


Escola Anual para Formadores e Formadoras Palotinos

Iniciamos, em outubro de 2010, na via Giuseppe Ferrari, em Roma, o curso anual para formadores e formadoras palotinos. Somos um grupo de onze Palotinos e seis palotinas, provenientes do Brasil, da índia, da África e da Colômbia. Para nosso primeiro Curso sobre a Dinâmica de Grupo, comunicação e Vida fraterna, contamos com a presença do Pe. Romualdo Uzabumwana, SAC, que entre os dias 6-9 orientou-nos com profundidade e riqueza de exemplos os aspectos psicopedagógicos do caminho vocacional, as dinâmicas de Grupo e da Vida Comunitária e a Pertença à Comunidade. Este conteúdo ajudou-nos a aumentar nossa percepção para a importância fundamental da mediação formativa no processo vocacional e a influência da comunidade na vida e no desenvolvimento do chamado de Deus. Percebemos quão grande é o desafio no campo formativo, especialmente em deixar-nos consumir por amor aos que Deus escolheu, a sermos instrumentos de mediação entre o Senhor que chama e o ser humano que responde ao Chamado. Contamos também com a presença da Ir. Ignes Burin, Vigária Geral das Irmãs Palotinas Romanas.
No dia 12, iniciamos, na Pontifia Universtità Lateranense “Claretianum” – Istituto di Teologia della Vita Consacrata, o curso com o Pe. J.M. Alday: Formador: identidade e missão. Esperamos confiantes que as orientações do Pe. Alday nos ajude a corresponder mais eficazmente à missão que nos foi confiada.

Pe. Elmar Neri Rubira, SAC
Roma – outubro de 2010.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Eleição do Conselho Geral


Foram eleitos, hoje, dia 07 de outubro, os novos conselheiros gerais da Sociedade do Apostolado Católico - Palotinos.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Eleição do novo Geral dos Palotinos

O Dia 4 de outubro será uma data marcante na historia da Sociedade do Apostolado Católico. Neste dia, os Delegados da XX Assembléia Geral escolheram, pela primeira vez em sua história, uma pessoa da Índia como sucessor do Fundador, São Vicente Pallotti. Exatamente às 09h 30min, realizou-se a eleição histórica, e a Assembléia escolheu o Pe. Jacob Nampudakam como o novo Superior Geral da Sociedade. Este é um momento muito alegre para a história dos Palotinos na Índia, que começou no ano de 1951, com a chegada dos primeiros missionários da província do Coração de Jesus (Friedberg) da Alemanha. Vale a pena lembrar que os Palotinos criaram uma província na Índia em 1989. Em 2010, essa província foi transformada em três Unidades, com sede em Nagpur, Bangalore e Raipur.

Pe. Jacob Nampudakam nasceu no dia 10 de agosto 1955, em Ayyampara, Kerala, Índia. É membro da Província Epifania do Senhor, em Nagpur. Sua Ordenação sacerdotal foi em 1981, depois de terminar os estudos teológicos no seminário St. Charles em Nagpur, Índia. Depois da ordenação, Pe. Jacob trabalhou como diretor espiritual, mestre dos novicios, diretor do Centro de Animação Palotina, Secretário Geral e Conselheiro Geral. Nos últimos 12 anos foi também Secretário Geral para Formação. Pe. Jacob Nampudakam é mestre em filosofia e espiritualidade, estudou psicologia na Universidade Gregoriana, em Roma.



(Tirado do site da Assembleia Geral).







sexta-feira, 24 de setembro de 2010

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

XX Assembleia Geral Palotina - Ariccia - Roma

Os Padres e Irmãos Palotinos estão em Assembleia Geral desde o dia 20 de setembro. Nesta Assembleia será eleito o novo Geral e seu Conselho. Aguardemos...
Acompanhe as notícias da Assembleia Geral: http://www.sac.info/2010/


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A EUCARISTIA NA VIDA DE SÃO VICENTE PALLOTTI


Pallotti sempre foi fascinado pela Eucaristia. Nela, ele contempla Deus que se torna alimento das almas das pessoas. O alimento eucarístico dos fieis não está circunscrito à materialidade do corpo de Cristo, pois ele é Deus e o fiel é alimentado pelo Cristo total: corpo, sangue, alma e divindade. (Gaynor, p. 133-134)

A celebração eucarística ocupou sempre o lugar central na vida de nosso fundador. Ele descobre que nela não está somente a pessoa do Verbo encarnado, mas está presente também o Pai e o Espírito Santo.

No dia 09 de janeiro de 1835, após a santa missa, recebeu a grande inspiração de fundar a União do Apostolado Católico – UAC. Ele tem plena consciência da sua pobreza, miséria e inutilidade, do seu nada e pecado. Reconhece ainda sua incapacidade de receber tão grandioso dom.

Ele aclama a Eucaristia como imagem incompreensível e infinita do amor e da misericórdia de Cristo, e reconhece a sua indignidade diante de tão grande mistério. Por isso reconhece-se como nada a ser preenchido pelo tudo que é Deus em sua compaixão, e intitula-se como prodígio da misericórdia.

Propósitos
Ao reconhecer sua limitação diante do infinito amor de Deus, Pallotti faz alguns propósitos capazes de viabilizar sua relação com Cristo Eucarístico:

a) comungar todos os dias até o fim de sua vida
b) fixar sua atenção na eucaristia;
c) aumentar os adoradores e os que participam da Eucaristia;
d) viver permanentemente em preparação, busca e ação de graças, participando nos infinitos mistérios da Eucaristia;
e) desejava que a eucaristia operasse nele.

A vivência do mistério eucarístico o leva a uma configuração a Cristo: sua vida, suas atitudes, seu apostolado (Gal 2,20). Essa perfeição, porém, só pode ser encontrada no Cenáculo.

Pelo seu exemplo, Pallotti nos impulsiona a nutrirmos um profundo amor pela Eucaristia, fonte de graças e de bênçãos para o apostolado.

“Somos marcados nas mãos de Deus” (Is 49,16). “Antes do nascimento já te havia consagrado” (Jer 1,5). Pallotti também tinha plena consciência de que fora marcado e conduzido por Deus.

O seu grande desejo era de praticar as virtudes que Maria praticou, e como ela as praticou. “Expresso o desejo do meu coração de partilhar solidário, com Jesus e Maria, todas as dores mentais e sensíveis de toda e tão sofrida vida deles”. (Faller, p. 139)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Giornale di Roma - 1850



HOMENAGENS FÚNEBRES AO PE. VICENTE PALLOTTI, FUNDADOR DA CONGREGAÇÃO E PIA SOCIEDADE DO APOSTOLADO CATÓLICO

Francesco Fabi Montani
Roma, 1850

Nota do Editor

Publicamos abaixo o texto sobre o funeral de Pe. Vicente Pallotti, escrito por Francesco Fabi Montani. Este texto foi publicado no “Giornale di Roma”, n. 25, do dia 30 de janeiro de 1850, p. 100. Arquivo do Instituto S. Vincente Pallotti – Roma (M/0006-36) mantém-se um excerto do texto impresso de seis páginas, tamanho 14x20 centímetros. A composição deste elogio de Francesco Fabi Montani serviu-se das notícias enviadas pelo fiel colaborador de Pallotti, Francesco Maria Vaccari. O texto de Vaccari foi publicado na Acta SAC (cf. Documentum contemporaneum da morte de Vicente Pallotti – Relatório da morte e funeral de São Vicente Pallotti, escrito por F. M. Vaccari e enviados pelo mesmo a Fabi Montana para o Jornal, no dia 24 de janeiro de 1850, editado por H. Schulte SAC, na Acta SAC IV, No. 11 (1960), Societas Apostolatus Catholici, Gráfrica de Roma, 1961, pp. 611-616).
O texto que publicamos foi assinado por Fr. Fabi Montani. Mas, quem foi Fabi
Montani? As informações obtidas de várias fontes dizem que ele nasceu em Sangemini, no ano de 1800 (Terni) e morreu em Roma, em outubro de 1870. Foi ordenado sacerdote em 1849, e nomeado canônico da Basílica Santa Maria Maggiore. Ele era um escritor conhecido, e
abordava diversos assuntos em seus textos (literários, artísticos, históricos, etc.), mas tornou-se conhecido pelo fato de abordar acuradas biografias de personagens eclesiásticas e leigas do século XIX. A vida e as atividades de Vicente Pallotti não eram desconhecidas de Fabi Montani. Se no “momento da pesquisa não temos vestígios documentais do seu contato com o Santo, mas sabemos que tinha laços de amizade com o Pe. Domenico Santucci , que no dia 14 de julho de 1835 foi secretário da primeira reunião da União do Apostolado Católico .
Nós, seguidores de São Vicente Pallotti, ficamos honrados de termos posse de um texto que descreve a vida e os funerais de Vicente Pallotti. O texto que segue está na íntegra, apenas com alguns retoques linguísticos, para facilitar a leitura.
O Texto do extrato
O corpo de Vicente Pallotti, paramentado com vestes sacerdotais, foi velado, às 5h 30 min, do dia 23 de janeiro, na capela interna, dia da festa do Esponsalício de Maria Santíssima, e depois transladado pelos seus confrades para a Igreja de São Salvador in Onda, onde mais tarde foi recitado o Ofício dos Defuntos. A missa de réquiem foi solenemente cantada com belíssimas orações feitas pelo Pe. Bernardino di Ferentino, leitor dos Menores Observantes, que bastaram poucas horas para preparar-se e distribuir abundantes cópias do seu piedoso discurso.
Apesar de Pallotti nunca ter gostado de pompas, o piedoso sacerdote recebeu em seus funerais grandes homenagens. Foi algo grandioso, comovente e digno de ser recordado. O tempo não trajava luto, não portava fachos luminosos, nem brasões, nem epígrafos. O caixão apenas jazia sobre uma humilde caixa, e apenas duas velas o circundavam. As exéquias foram modestíssimas, mas tocavam profundamente ao coração de todos.
Na manhã seguinte, o Monsenhor Giuseppe Angelini, Oficial Civil do Exmo. Vigário celebrou uma solene missa e Pe. Francesco Virili, sacerdote da Congregação do Preciosíssimo Sangue, filho espiritual do Servo de Deus, após o Evangelho, voltou a recordar as virtudes de Vicente Pallotti.
Finalmente, no terceiro dia, os alunos do Albergue Apostólico de São Miguel chegaram bem de manhazinha, e recitaram o Ofício Divino, participaram da missa, acompanhada da devota e comovente música cantada por eles mesmos. Mais tarde, o Prepósito da Doutrina Cristã pediu que, novamente, cantassem em outra celebração, na qual o Pe. Angelini, da Companhia de Jesus, professor de oratória no Colégio Romano, enalteceu mais uma vez a piedade e o zelo do ilustre defunto.
Nestes três dias, de boca em boca se difundia a triste notícia de sua morte, e crescia o número daqueles que queria celebrar a santa missa. Houve uma disputa entre o clero religioso e secular para irem àquela Igreja e prestar sua última homenagem ao Pe. Vicente Pallotti; à tarde e na maior parte da manhã houve uma contínua e espontânea recitação dos Salmos, pelos eclesiásticos religiosos e seculares. Isto sem falar de uma multidão de pessoas, de ambos os sexos, que foram alimentados com o Pão dos Anjos, se uniam reverentes sobre os restos mortais de Pe. Vicente. Insatisfeitos de olhá-lo e de tocá-lo com lenços e terços, abraçavam seus restos mortais com muita devoção. Foram distribuídos milhares de pedacinhos de suas roupas, outros raptados. Compareceram inúmeros Bispos, prelados, príncipes e militares. Acorreram ainda até São Salvador in Onda as meninas abandonadas da Pia Casa de Caridade, próximo ao Borgo de Santa Ágata, onde demonstrou seu zelo apostólico, e o Conservatório Carolino do Sagrado Coração perto de Santo Onofre, Janículo, servido singularmente por ele. Aos prantos e soluços beijavam sua gélida mão, que os havia libertado de mil perigos e que lhes dera socorro. As ruas contíguas à Igreja estavam repletas de pessoas, que em coro lamentavam a grande perda, recordando sua grande generosidade, seu exemplo de vida e de caridade evangélica.
No dia 25, sexta-feira, por volta da meia noite, o Pe. Francisco Maria Vaccari, Reitor da Casa, na presença do Revmo. Senhor Canônico Annivitti, promotor fiscal do Vicariato, do notário Monti, que lavrou o ato, e de outros notáveis, que não conseguiam desviar os olhos daquele amável rosto, fez as últimas indulgências diante do féretro, que tinha seus membros flexíveis, e não parecia estar morto, mas imerso em um profundíssimo sono. Pallotti foi depositado em três caixões e se podia vê-lo com os mesmos paramentos que usava na Igreja. Um dos caixões era de zinco e dentro de um tubo foi colocado uma breve inscrição em latim. Foi sepultado em um lugar de destaque, em uma nave perto do altar de São Salvador.
Vários pintores compareceram para retratá-lo em artes plásticas o seu rosto, o qual será recordado para sempre como um sacerdote benemérito de sua pátria, que se empenhou pelo bem-estar do próximo.
Era, verdadeiramente, conhecido por todos pelo seu talento filosófico e teológico. Foi professor suplente na Universidade Romana e, ao mesmo tempo, dava nome à Academia Teológica, da qual foi também censor. Como um bom eclesiástico, tornou-se conhecido como um hábil orador. Pouco tempo depois, o santo sacerdote abandonou a vida acadêmica para dedicar-se à evangelização, trabalhando com ardor desde o primeiro dia.
A sua caridade foi sincera, benéfica, universal; o seu zelo aceso, reto, incapaz de ser impedido por qualquer obstáculo humano. Diuturnamente, com fome e com sono, corria alegre em direção de qualquer um que necessitasse de seu consolo espiritual e temporal. Consumido pela penitência, extenuado pela doença, de temperamento fino, caminhava sempre às pressas a dar inveja a qualquer rapaz à flor da idade. Livrou muitas moças do mau caminho, foi pai dos órfãos, dirigiu locais de devoção, frequentou hospitais, conservatórios, mosteiros femininos, atendeu os encarcerados, confortou os condenados à morte e se infiltrou em meio aos soldados, a quem deu sempre uma atenção muito especial, pregou missões populares, retiros dentro e fora de Roma, foi um incansável pregador da Palavra de Deus. Bem visto pelas autoridades; raras vezes deixou de ser ouvido quando pediu recursos para ajudar os infelizes. Os ricos sempre, em sua consciência, acolhiam seus pedidos para partilhar suas riquezas em prol dos desvalidos. Embora recebesse grandes quantias, viveu pobre, sem possuir nada, desapegado de tudo.
O seu coração estava aberto aos enfermos e moribundos, dos quais pouquíssimos deixaram de ser visitados ou assistidos por ele, ou deram seu último suspiro. Passava horas no confessionário; embora vestido com o hábito dos capuchinhos, repousava apenas quatro horas por noite. O difícil era entender como conseguia fazer tantas coisas num mesmo dia. A sua humildade era profundíssima. Caminhava quase sempre de cabeça inclinada e descoberta, porém antecipava sempre a saudação às pessoas. Não gostava de revelar suas inúmeras qualidades agraciadas por Deus, mas se sentia sempre como o menor de todos e se considerava indigno de viver na Congregação, por ele fundada, e que escrevera as regras por iluminação divina.
A Congregação era composta de padres e estava sob o patrocínio de Maria Rainha dos Apóstolos. Era responsável também por promover a outra pia Sociedade, composta de homens e mulheres do Apostolado Católico, cuja missão era defender, propagar o aumento da fé e da piedade em toda a Igreja. Pe. Vicente a reconhece como sendo uma obra abençoada por Deus. O próprio Papa Gregório XVI, de saudosa memória, a via com bons olhos e por isso o presenteou a Igreja e o convento (Igreja São Salvador e algumas dependências da casa contígua a Igreja, hoje Casa Geral). Favorecido pelo Papa Pio IX, que, em 1847, aprovou e permitiu que os sacerdotes pudessem ser missionários, dando-lhes o mesmo privilégio concedido a todas as ordens regulares, e, finalmente, Pallotti conseguiu com extraordinário esforço abrir uma casa em Londres.
Promoveu a oração com muitos frutos, através do Oitavário da Epifania do Senhor . Compunha e difundia livros de devoção e de ascese a todas as famílias, alguns dos quais, o Mês de Maio, a oração semanal tirada do saltério de São Boaventura, a fim de pedir uma boa morte, e as Máximas Eternas de Santo Afonso tiveram inúmeras edições e milhares de cópias, e foram traduzidas em diversas línguas.
Difundiu o amor de Deus, da Virgem Maria Imaculada e dos Santos. De consciência pura, não menos de duas ou três vezes ao dia, prostrava-se aos pés de um sacerdote, implorando a reconciliação com Deus pela confissão. Jamais deixou de celebrar a missa, e na sua última enfermidade teve a graça de receber várias vezes o Santíssimo Viático. Durante toda sua vida, teve um apreço especial pela obediência, que nem mesmo queria morrer sem os méritos dela, encontrando-se em um doce respeito contrastado entre Deus que o convidava para estar diante de si, e o diretor espiritual que o assistia e recomendava a oração, enquanto estivesse neste mundo. Sendo assim, suas últimas palavras foram: “Peço-lhe, por favor, deixa-me ir para onde Deus me chama: amanhã, no céu, acontecerá uma grande festa” . O que mais se pode falar de sua vida!
Não poderia deixar de dizer que, o motivo da sua doença, foi devido ao excesso de trabalho por causa do já mencionado Oitavário da Epifania, que, por três dias consecutivos, parecia duplicar seu zelo, semelhante a uma chama acesa que brilhava até se consumir. Deitado, porém, em sua cama, acometido por uma pleurite, no dia 16 de janeiro, repetindo a todos que fosse feita a vontade de Deus, dando sinais de que sabia que não receberia a cura de sua enfermidade, por mais que contasse com pessoas entendidas na arte da cura, elevando sempre a Deus ardentes orações.
Poderíamos acrescentar ainda muitas outras coisas que ele fez antes da proximidade de sua passagem desta vida, mas, sem mais delongas, queremos apenas dizer que padre Vicente Pallotti teve o espírito de Jesus Cristo. Foi um perfeito modelo de sacerdote, um verdadeiro apóstolo de Roma. E seríamos ainda mais felizes se ele permanecesse por mais tempo em nosso meio. Preparado para ser ceifado e para receber a recompensa, o Senhor se antecipou em poupá-lo do sofrimento e do vale de lágrimas.

Fr. Fabi Montani
Texto traduzido da Revista Apostolato Universale, n. 23/2010, p. 8-12. Pe. Valdeci Antonio de Almeida, SAC.

Boletim Belém - Setembro de 2010, n. 53






ENCONTRO DE FORMADORES E SUPERIORES MAIORES EM CURITIBA - BRASIL

Tempo de graça e cooperação

Os Superiores Maiores e os Formadores da América do Sul estiveram reunidos, em Curitiba – Brasil, no dia 20 e 21 de julho de 2010, até o meio dia, no Seminário Maior Mãe do Divino Amor.
A finalidade deste encontro foi definir as estratégias para uma colaboração mais estreita entre as diversas Unidades Sul-americanas, a respeito da formação do futuro consagrado palotino.
Em um clima de muita fraternidade e no espírito de São Vicente Pallotti, tanto Formadores como Superiores Maiores decidiram unir os noviciados em uma única casa de formação. Depois de muita reflexão chegou-se a um acordo de que a Província São Paulo Apóstolo receberá, em 2011, os candidatos ao Período Introdutório Canônico de todas as Unidades Palotinas Sul-americanas: (Delegatura Irlandesa – Argentina, Região Argentina, Região Uruguaia, Província de Santa Maria, Província São Paulo Apóstolo e Região do Rio de Janeiro), no Noviciado Rainha da Paz, que, de agora em diante, será chamado de Noviciado Sul-americano Rainha da Paz, na cidade de Cornélio Procópio – Pr, que, desde 1967, funciona como noviciado da Província São Paulo Apóstolo. O intuito desta união não está diretamente ligado ao número de candidatos que, nos últimos tempos, vem diminuindo, mas para colocar em prática aquilo que a Ratio Institutionis ensina: devemos viver, como palotinos, em um clima de fraternidade e cooperação. Colômbia e Venezuela não se fizeram presentes neste encontro e continuarão com seu noviciado em língua castelhana.
As Unidades Sul-americanas não apenas uniram os noviciados, mas se comprometeram em colaborar de maneira mais estreita, enviando formadores ao longo do ano, para ministrarem cursos referentes ao nosso carisma e espiritualidade, para que assim possamos enriquecer a formação no sentido de apresentarmos aos noviços as diversas tradições das Unidades e a maneira como cada uma delas vive o seu apostolado.
Quanto ao método e ao programa, estes devem ter como base a Ratio Institutionis e que contemplem elementos das realidades sul-americanas. Quanto ao Diretor do Período Introdutório, este deve ter a aprovação dos Superiores Maiores e que permaneça no cargo num período de no mínimo cinco anos, e que seja de Unidades diferentes. Cada Unidade se comprometeu em formar novos membros a médio prazo, para que possam assumir esse trabalho formativo no espírito de perfeita colaboração, utilizando inclusive uma linguagem comum. Para o próximo triênio, foi aceito o atual Mestre da Província São Paulo, Pe. Valdeci Antonio de Almeida, como Diretor do Período Introdutório Sul-americano e será nomeado também um Diretor Espiritual da Província de Santa Maria.
A programação do noviciado comum passará por uma reformulação, para que assim possamos contemplar outros elementos importantes para uma boa formação que leve os nossos jovens a assumirem um espírito novo de colaboração e de unidade. Por isso, criou-se uma comissão de formadores das diversas Unidades, para que juntos pudessem elaborar um novo projeto formativo comum. Essa comissão é formada pelos padres: Néstor Wálter Morón (Delegatura Irlandesa, Argentina), Pe. Rubén Fuhr (Região Argentina), Pe. Francisco José Filho (Região do Rio de Janeiro), Pe. Margarito Valiente (Região Uruguaia), Pe. Valdeci Antonio de Almeida (Província São Paulo), Pe. Egídio Trevisan (Província de Santa Maria); contamos também com a presença do Pe. Jacob Nampudakam do Conselho Geral e Secretário Geral Para a Formação, Pe. Gilberto Orsolin do Conselho Geral e Secretário Geral para as Missões. Tivemos ainda a presença do Pe. Romualdo Uzabumwana, Diretor do Período Introdutório de Ruanda, África. Durante o encontro, na noite do dia 20, Pe. Valdeci apresentou o programa e a dinâmica do noviciado da Província São Paulo Apóstolo. Após a leitura do mesmo, os confrades apresentaram propostas para a adaptação da programação comum das Unidades. Até o final de agosto, cada membro apresentará por escrito, ao Pe. Valdeci, que ficará responsável pela elaboração final do texto, que será posteriormente enviada aos Superiores Maiores para sua apreciação e aprovação.
Na tarde do dia 21, enquanto os Superiores Maiores continuaram o seu encontro, os Formadores fizeram uma partilha dos trabalhos realizados em nossas casas de formação.
Do dia 22 a 27 de julho, os Formadores deram continuidade ao encontro para aprofundar os temas: acolher, discernir, acompanhar e viver em comunidade, com o Pe. Romualdo Uzabumwana, Diretor do Período Introdutório da Região Sagrada Família, Ruanda – África.
Dia 28 a 30 até ao meio dia, tivemos palestra com o psicólogo Agostinho Capeletti Busato sobre sexualidade e afetividade. Todos estes dias de encontro foram muito ricos em partilha, convivência e principalmente no enriquecimento da formação dos formadores sul-americanos. Neste último dia, participaram também a Provincial das Irmãs Palotinas Romanas, Ir. Inês Casarin e Ir. Gilda Dal Santo.


Pe. Valdeci Antonio de Almeida, SAC
Cornélio Procópio – Brasil

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Exumação do corpo de Pallotti

Veja como foi a abertura do túmulo do então venerável Vicente Pallotti, antes da sua beatificação.


Relato sobre a abertura do túmulo e urna do venerável servo de Deus Vicente Pallotti- Roma, 2-12-1949. Pe. Walkenbach.

Durante a manhã foi preparado um lugar contíguo ao quarto e à sala de trabalho de Vicente Pallotti (cujas janelas dão para o Tibre, hoje habitação do Pe. Geral) para a colocação do féretro e para os devidos exames. No meio, uma mesa, de cujas bordas pendiam panos vermelhos, toda recoberta de branco. Na Igreja (San Salvatore in Onda), os bancos se alinhavam no sentido do túmulo. A primeira fila, toda revestida de vermelho. Diante do túmulo estendia-se um tapete. O muro que selava a pedra sepulcral fora já removido.
Após o meio dia a Igreja ficou repleta. Da Família Palotina viam-se presentes: o Generalado das Palotinas Romanas com Irmãs, noviças e postulantes, acompanhadas das órfãs de Santa Águeda; os alunos do nosso Colégio Romano; os sacerdotes, clérigos e irmãos das províncias italiana e irlandesa; do Generalado e do Colégio Internacional, do Latrão e das Casas de fora de Roma, Castel Gandolfo, Rocca Priora e Óstia. Entre os amigos e admiradores de Pallotti e de sua Obra, notavam-se, entre outros, o Exmo. Sr. Bispo, D. Gawlina, Mons. Wynen, o Geral e o Procurador Geral da Congregação do Preciosíssimo Sangue, bem como outras altas personalidades eclesiásticas e civis e os seminaristas do Seminário Romano.
Pouco depois das 16hs, chegaram os plenipotenciários da S.R.C. : Mons. Salvatore Natucci, Promotor Fidei (Promotor da fé, "Advogado do diabo"), seu suplente, Mons. Sílvio Romani, Mons. Horácio Cocchetti, Chanceler da S.R.C., e o médico da mesma, o prof. Lourenço Sympa.
O ingresso à Igreja fez-se festivamente. À testa do séquito vinha um grupo, formado de representantes de quase todas as Províncias e Regiões, revestidos todos de sobrepeliz. Seguia-os o Generalado. Fechavam o cortejo as autoridades eclesiásticas e o Postulador Geral do Processo de Beatificação, Pe. Ranocchini. Após curta oração diante do Santíssimo, teve início tão extraordinário ato.
Leu, primeiramente, o Chanceler da S.R.C. o decreto de abertura do túmulo. Iniciaram, então, os pedreiros o trabalho de remoção do monumento. Pedaço por pedaço iam desfazendo o monumento que velava o túmulo: o capitel, a tampa, as lousas frontais e laterais, até que surgiu nítida a urna do venerável.
Tinha ela a forma costumeira. Um simples caixão, recoberto de zinco, alargando-se um tanto na cabeceira. Era o mesmo ataúde, no qual, aproximadamente, há 100 anos atrás, fora colocado o corpo de Vicente Pallotti.
Em 1906 foram restaurados apenas o fundo e (a traseira) os pés. A urna achava-se aproximadamente 11 cm. acima do piso da Igreja, descansado sobre barras de mármore. O interior do túmulo mede - arredondando -180 cm. de comprimento, 70 cm. de largura, dos quais quase 30 cm. se embutiam na parede da Igreja, e 50 cm. de altura. Na parede vê-se ainda a pintura antiga da tumulação de 1906, ocultada pelo monumento.
Aproximam-se, então, os representantes da Congregação e examina a massa e os sinetes de chumbo da urna, confrontando-os com o relato da abertura de 1906, e confirmam que realmente é a urna com os restos mortais do venerável Vicente Pallotti, tais quais, há já 40 anos, foram reconhecidos e novamente tumulados.
Por ordem do Postulador Geral apenas aos clérigos (revestidos de sobrepeliz) foi permitido acompanhar a transladação da urna para a sala superior, preparada para as investigações prescritas. Todos os demais deviam aguardar, pacientemente, na Igreja, a abertura da urna.
Organiza-se o préstito. Encabeçam-no dois clérigos e dois irmãos. Vinham em seguida os sacerdotes de todas as Províncias, o Ad. Revmo. Geral Pe. Turowski, o Revmo. Pe. Vice-Geral, Pe. Hoffmann, os Revmos. ex Gerais Pe. Cardi e Pe. Resh, o Revmo. ex-postulador, Pe. Hettenkofer. Todos traziam na mão uma vela. Carregavam o féretro os Revmos. Consultores Gerais, Pe. Fechtig, Pe. Felici, Pe. Ryan, o Procurador Geral, Pe. Weber, o Secretário Geral, Pe. Michellotti, e, como representante das missões, o Pe. Hunoldo. Atrás do esquife vinham os monsenhores da S.R.C., o Postulador Geral, Pe. Ranocchini, e o Prof. Sympa. Fechando o cortejo, vinham os operários para a abertura da urna.
Chegados que foram à sala superior, o funileiro rompeu o zinco da urna. Procedeu-se, então, novamente o reconhecimento dos sigilos do ataúde de madeira. Isto feito, o carpinteiro removeu a tampa. O corpo do venerável estava todo recoberto de um pano de linho, em que fora envolvido após a última exumação. Descobriram o rosto e a cabeça. Oh! feliz e grata surpresa, para todos. Intacto e incorrupto conservou-se-nos o corpo de Pallotti.
Leu o Chanceler da S.R.C. o decreto de exumação, segundo o qual, todos os que retirassem alguma coisa do corpo do venerável ou acrescentassem algo ao mesmo, incorreriam em excomunhão especialíssimo modo reservada ao Santo Padre.
Após a leitura do decreto foi permitido aproximar-se do féretro. Desfilaram todos diante do mesmo, saudando a veneranda cabeça de nosso Pai e Fundador e rendendo a Deus graças pela sua próxima exaltação.
O desfile obedeceu a seguinte ordem: as irmãs, cuja família ele mesmo fundara, as órfãs, das quais se fizera o provedor material, seus filhos espirituais, que difundem sua obra, clérigos e leigos, dos quais ele se tornou, no apostolado, o Guia e o Vanguardeiro. Todos se moviam profundamente comovidos, silenciosos, recolhidos, reverentes, em cujo semblante se estampava um coração mergulhado em doce surpresa e inundado de vivo agradecimento.
Ecoou, então, o severo "exeant omnes". Todos, exceto o muito digno Generalado, retiraram-se. O corpo do Venerável foi, então, retirado da urna também interiormente revestida de zinco e colocado sobre um colchão. Do colchão foi pôsto sobre a mesa, anteriormente preparada. Retirou-se o pano que envolvia todo o corpo, deixando-o assim todo descoberto. Retiraram a estola e o crucifixo. Acompanhava eu o desenrolar do ato através da fresta da porta entreaberta, que fui alargando até me permitir introduzir a cabeça. Por força estranha e irresistível me achei enfim dentro. Preparei assim a venturosa oportunidade para ver de perto o corpo de Pallotti, estudando-o atentamente. O estado do corpo, quase 100 anos após sua morte, pode ser resumido ao seguinte:
A cabeça um tanto inclinada para a direita. Sua estrutura é dolicocéfala (alongada), com a parte posterior bem desenvolvida, não contudo excessivamente. A testa não apresenta salientes protuberâncias, mas larga e lisa, ergue-se abobadada. Apenas a parte anterior da cabeça é calva, tendo as faces parietais recobertas de cabelo de cor loira-clara esbatida. O rosto é estreito e de forma oval aguda. O queixo, afilado. Os ossos molares são notavelmente visíveis e as faces sumidas. A raiz do nariz não é encovada. A ponta, porém, apresenta-se achatada (desde 1906). O olho esquerdo acha-se um tanto encovado, enquanto que o direito apresenta-se normal. As meninas dos olhos são perceptíveis. A boca levemente aberta, os lábios algo ressecados, ocasionando assim a vistas dos dentes (incisivos). Toda a dentadura se conserva. Os dentes são alvos brilhantes. As orelhas de tamanho normal, delgadas e um tanto coladas a cabeça.
O corpo é de estatura pequena, franzina, porém, nobre (esbelta). O peito e o ventre, devido o ressecamento, estão recolhidos. Os ombros, por causa da posição na urna, acham-se um tanto encolhidos. O braço esquerdo descansa sobre o corpo, ao passo que o direito se estende ao longo do corpo (desde 1906 enfaixado, quebrado (?). As mãos são pequenas, tenras e delicadas. O pé esquerdo um tanto torcido para dentro. Apresenta estragos nos dedos (desde 1906). Também se acha quebrada a falangeta da mão direita (Talvez desde 1906). Todo o corpo está ressecado, apresentando um aspecto mumiforme. A pele conserva-se toda, em parte flexível. A cor vai do pardo escuro ao preto.

O Silêncio que restaura


Nunca aproveitei do silêncio e nem da oração. Jesus meu, com os méritos do vosso silêncio e da vossa oração, destruí todo o mal que eu fiz, e o vosso retiro será o meu retiro, o vosso silêncio será o meu silêncio e as vossas orações serão as minhas orações . (S. V. Pallotti)

Toda caminhada, seja ela espiritual ou para um lazer, deve ser precedida por uma boa preparação. O atleta nunca começa a competir sem antes ter tido um bom treinamento para que seus músculos fiquem fortes e resistentes. Da mesma forma deve acontecer com aqueles que querem iniciar uma caminhada espiritual.

Para que a pessoa possa atingir o seu objetivo, ela deve seguir alguns passos, que são essenciais para seu desenvolvimento natural e sem precipitações. Nenhuma pessoa se torna santa ou mística da noite para o dia, mas é fruto de uma longa trajetória de descoberta do amor misericordioso Deus. Para descobri-lo é preciso muita ascese e busca incessante.

Uma das exigências para que alguém possa fazer uma experiência profunda de oração, recomenda-se igualmente um profundo silêncio interior. O silêncio na vida religiosa educa o religioso a aceitar o Deus que parece inexistente à natureza, entretanto sabe que Deus concede ao espírito atento e purificado o dom de alcançar o além da palavra e das idéias. O silêncio dos religiosos, sobretudo dos contemplativos, quer conduzir novamente o homem à fonte divina na qual tem origem as forças que impulsionam o mundo para frente e para compreender à esta luz os grandes desígnios de Deus sobre o homem.

A participação do religioso no silêncio de Cristo é a base de toda a prática externa de ausência da palavra, de solidão, de separação do mundo; e a motivação não pode ser senão o desejo crescente de Deus, do amor fraterno. A condição de peregrino, a instabilidade da vida assumida também pelo religioso e posto de manifesto diante dele pela sociedade, revela-lhe o silêncio inerente a esta condição. O peregrino anda calado; concentrado na meta, atravessa o desconhecido, passa através sem entrar em diálogo com o que lhe sai ao encontro; tem apenas um olhar fixo na meta. Quem sai de sua casa, para se dirigir à meta, ao absoluto, converte o silêncio em sua pátria. O silêncio conduz o cristão, e o religioso em concreto, por caminho de kénosis, até o silêncio da morte em comunhão com a morte redentora de Cristo.

Escutar alguém é entender a sua voz, é escutar no silêncio interior uma palavra que vem do outro. Falar é lançar o próprio discurso interior no espaço interior do outro; gerar do meu silêncio a palavra que entra no silêncio do outro a quem se endereça.
Comunicar é visitar o outro, sem nunca deixar de se auto-vigiar, ou seja, de fazer silêncio, de atender o dom da resposta do outro. O silêncio ajuda a acolher a palavra do outro.

Da mesma forma acontece em relação a Deus. O ser humano deve ter essa capacidade de silenciar-se para que o Absoluto também fale dentro dele e assim possa abrir-se à verdade que está além da sua realidade sensível. O silêncio é amor e desejo do homem em relação a Deus, caminho em direção à interioridade, é lembrança e esperança.

O caminho do silêncio permite a pessoa tomar posse de si mesma. O silêncio coloca tudo no seu devido lugar. A escolha do silêncio é uma espécie de jejum voluntário. Em particular permite ao homem de reencontrar a via da interioridade afim de que a alma descubra aquela realidade mais íntima de si mesma.

O santo silêncio, por sua vez, nos dispõe para a santa oração. O santo silêncio nos conduz também à íntima união com Deus. Quem não ama o silêncio e a oração, por isso não quer a íntima união com Deus”. “No amor à solidão, à qual seguidamente devemos aspirar. É por isso que nossas casas são chamadas retiros. Por isso, de modo especial, devemos tirar proveitos dos dias de solidão prescritos pelas constituições. (S. V. Pallotti)

O silêncio, como o entendemos, não é só um momento ou uma atitude passageira; é um estado harmônico das faculdades humanas, um estilo interior e constante. “O verdadeiro silêncio é a conquista, a busca e o repouso de Deus”.
É como uma parte entre a alma e Deus. A alma enamorada de Deus tende para Ele através desta ponte e assim acha a Luz e o calor para as trevas do próprio espírito. Assim, o verdadeiro silêncio é um silêncio interior.

O “silêncio” supõe o conhecimento do Senhor e se baseia na fé. Supõe conhecer a meta e desejá-la com todo o ser. São meios privilegiados para viver a virtude, e apelam a todo o homem, pois “Todo EU – hei de viver o silêncio”.

Trata-se de um caminho que exige esforço e confiança no Senhor. “O perfeito Silêncio nunca pode estabelecer-se perfeitamente num indivíduo sem grandes esforços. Sem dúvida que a graça contribuirá para isso, mas não opera nunca onde não há vontade submissa, posta por inteiro à sua disposição. O caminho da Salvação supõe a colaboração do homem com Deus. O Senhor dá a graça, mas espera que nós a acolhamos e vivamos. O ser humano não deve, e, além do mais, não pode renunciar a sua estrutura natural; deve cooperar pondo o que lhe corresponde. Desde sua liberdade, mediante uma opção fundamental por Deus e sua obra, o ser humano deve lutar por favorecer o plano de Deus, e logicamente combater em si todos os obstáculos que se lhe opõe; “Converte-te ao Senhor e deixa teus pecados, suplica ante sua face e tira os obstáculos” (Eclo 17,25).

O silêncio, que queremos alcançar, não deve ser considerado como uma mera ausência de ruído, senão como uma presença de paz, de harmonia, de equilíbrio exterior. O silêncio nos faz, em primeiro lugar, presentes a nós mesmos; e nos faz logo presentes a Deus, fazendo-nos atentos à sua presença. O silêncio interior é, pois, não tanto uma carência de ruído e movimentos, senão a orientação positiva da pessoa toda – espírito, psique e corpo – a Deus, cumprindo seu Divino Plano.

Do livro: Itinerário espiritual palotino. Pe. Valdeci Antonio de Almeida, SAC. Biblos Editora.

domingo, 1 de agosto de 2010

ENCONTRO SUL-AMERICANO DE FORMADORES E SUPERIORES MAIORES

Formadores Sul-americanos

Superiores Maiores e Formadores Sul-americanos




Pe. Jacob Nampudakam dando palestra para os formadores






Pe. Valdeci e Romualdo Uzabumwana, Ruanda - África


Pe. Valdeci e Pe. Gilberto - Conselheiro e Secretário Geral para as Missões - Roma



Pe. Valdeci e Pe. Jacob Nampudakam - Conselheiro e Secretario Geral para a Formação - Roma







SUPERIORES MAIORES E FORMADORES SUL-AMERICANOS SE ENCONTRAM EM CURITIBA

Os Superiores Maiores e os Formadores da América do Sul estiveram reunidos, em Curitiba, no dia 20 e 21 de julho até o meio dia, no Seminário Maior Mãe do Divino Amor.
Neste encontro foi discutido sobre a formação na América do Sul e principalmente sobre a união dos noviciados. Depois de muita discussão chegou-se a um acordo de que teremos, a partir de 2011, um único noviciado na América do Sul, exceto Colômbia e Venezuela que não participaram do Encontro dos Superiores Maiores e Formadores. Eles terão um noviciado em língua castelhana. As demais Unidades Sul-americanas se comprometeram em colaborar, enviando formadores ao longo do período do noviciado canônico, para que assim possamos enriquecer a formação no sentido de apresentarmos aos noviços as diversas tradições das Unidades e a maneira como cada uma delas vive o seu apostolado.
Quanto ao método e programa devem ter como base a Ratio Institutionis e que contemplem elementos das realidades sul-americanas. Quanto ao Diretor do Período Introdutório deve ter a aprovação dos Superiores Maiores e que permaneça no cargo num período de cinco anos e que seja de Unidades diferentes.
A programação do noviciado comum passará por uma reformulação, para que assim possamos contemplar outros elementos importantes para uma boa formação que leve os nossos jovens a assumirem um espírito novo de colaboração e de unidade. Por isso criou-se uma comissão de formadores das diversas Unidades, para que juntos pudessem elaborar um novo projeto formativo comum. Essa comissão é formada pelos padres: Néstor Wálter Morón (Delegatura Irlandesa, Argentina), Pe. Rubén Fuhr (Região Argentina), Pe. Francisco José Filho (Região do Rio de Janeiro), Pe. Margarito Valiente (Região Uruguai), Pe. Valdeci Antonio de Almeida (Província São Paulo), Pe. Egídio Trevisan (Província de Santa Maria); contamos também com a presença do Pe. Jacob Nampudakam do Conselho Geral e Secretário Geral Para a Formação, Pe. Gilberto Orsolin do Conselho Geral e Secretário Geral para as Missões. Tivemos ainda a presença do Pe. Romualdo Uzabumwana, Diretor do Período Introdutório de Ruanda, África. Durante o encontro, Pe. Valdeci apresentou o programa e a dinâmica do noviciado da Província São Paulo. Após a leitura do mesmo, os confrades apresentaram propostas para a adaptação da programação comum das Unidades. Até o final de agosto, cada membro apresentará por escrito ao Pe. Valdeci, que ficará responsável para a elaboração do texto final e assim enviará para cada Superior Maior para a devida aprovação.
Decidiu-se também que o noviciado comum será em Cornélio Procópio – Pr, na Província São Paulo Apóstolo, porém receberá no início do próximo ano a presença de um diretor espiritual a ser ainda nomeado pela Província Nossa Senhora Conquistadora, Santa Maria. E durante o ano, as Unidades deverão enviar pessoas para ministrar pequenos cursos referentes ao nosso carisma, espiritualidade e modo de ser de cada Unidade. O Pe. Valdeci Antonio de Almeida SAC, permanecerá como Diretor do período Introdutório, porém as Unidades devem começar a preparar novos formadores para que, num futuro próximo, possam assumir a direção do noviciado com um mesmo grau de formação e experiência comum, para que assim possamos crescer no espírito de colaboração.
Na tarde do dia 21, enquanto os Superiores Maiores continuaram o seu encontro, os Formadores fizeram uma partilha dos trabalhos realizados em nossas casas de formação.
Do dia 22 a 27 de julho, os Formadores deram continuidade ao encontro para refletir com o Pe. Romualdo Uzabumwana sobre os temas: acolher, discernir, acompanhar e viver em comunidade.
Dia 28 a 30 até ao meio dia, tivemos palestras com o psicólogo Agostinho Capeletti Busato sobre sexualidade e afetividade. Todos estes dias de encontro foram muito ricos em partilha, convivência e principalmente no enriquecimento na formação dos formadores sul-americanos.