quinta-feira, 29 de abril de 2010

Rezar com S. Vicente Pallotti



Sou indigno de rezar a ti, Senhor.

Por mim nada posso, com Deus posso tudo.


D.: Deus meu, sou tão sem juízo! Tantas vezes eu disse: não vou pecar nunca mais. Depois, voltei a pecar. Farei esse ou aquele ato de virtude, esta ou aquela boa obra. E, depois, não fiz nada. Agora, porém, Deus meu, ponho-me em tuas mãos. Por mim, nada posso, contigo posso tudo. A ti infinita glória, honra, amor, reverência; a mim desprezo, desonra, sofrimentos.


T.: Faze-me tomar conhecimento, com toda clareza, de que eu, o mais miserável e o mais pecador de todas as outras criaturas, sou indigníssimo, ao máximo, de rezar a ti.


D.: Ah, meu Deus, imprime no meu espírito para sempre, um elevadíssimo conhecimento da minha miséria e impiedade, pelo qual possa reconhecer com sinceridade, como realmente sou indigníssimo de por meus olhos nas pessoas e de tratar com elas, de vez que, entre elas, haverá muitos grandes santos, inclusive desconhecidos e desprezíveis aos olhos dos seres humanos. Faze, ó Senhor, que tudo isso eu não o diga somente da boca para fora. Eu sou o homem do pecado (2Ts 2,3). Meu Deus, eu sei que eu sou o homem do pecado. Mas não me entendo, não me compreendo, não me confundo, não me arrependo e não me humilho. Não sei suplicar-te, não devo ser atendido; mereço todas as tuas infinitas e eternas maldições. De qualquer forma, não quero desesperar-me: aí está Jesus Cristo.


T.: Ah, meu Deus, lança em mim, agora e sempre, o olhar da tua misericórdia.


D.: Deus meu, destrói, para sempre, também o pecado venial e, na medida do possível, também a imperfeição mais leve, e promove em todas as criaturas a tua glória. E, com tal dor de Jesus, queremos chorar e detestar todos os nossos pecados e os de todos e fazer deles penitência.

T.: Queres-me uma conversão sempre mais perfeita e de tal modo te sentes feliz, quando eu chegue a converter-me de verdade. Eu sou indigno de ter o dom da perseverança. Vês, se eu faço uma promessa e, depois, faço tudo ao contrário, é porque sou o homem do pecado. E Tu mesmo, ó meu Deus, és a minha perseverança. Tu és o meu bem eterno. Tu, o meu tudo.


D.: Confio que, por maior que seja a minha miséria e ingratidão e maldade, tanto mais Tu triunfarás sobre mim, com o teu infinito poder, sabedoria, bondade, clemência, misericórdia e com todos os teus infinitos atributos, no tempo e na eternidade. E creio que Tu me tenhas escolhido como instrumento das obras da tua maior glória e da maior santificação. Segundo o teu beneplácito, porque Deus escolheu o que é loucura no mundo, para confundir os sábios; e o que o mundo julga fraco, Deus escolheu para confundir os fortes (1Cor 1,27-28).


T.: Sou infinitamente indigno, ó meu Jesus, de ter total participação em tua vida humilde, pobre. A vida de Cristo seja a minha vida, agora e para sempre. Por mim, não sou capaz nem de formar um desejo bom. Assim, até o mínimo bom pensamento é também dom teu (Rm 8,26). Assim, eu destruído, sê tudo Tu em mim.


D.: Contra ti, só contra ti pequei, fiz o que é mau aos teus olhos (Sl 50,6).


T.: Ah, Deus meu, destrói toda a minha vida passada, presente e futura. E dá-me a tua vida, a vida do teu Unigênito encarnado. Quão mais generosamente derramaste os teus dons sobre mim, tanto mais fui ingrato para contigo, tanto mais desconheci os dons que me deste e tanto mais desconheci os dons que me deste e tanto mais abusei deles! Oh, quantos vícios, hábitos pecaminosos e pecados veniais e mortais teriam sido destruídos ou impedidos! Ah, meu Deus, quem vai compreender os meus delitos?


D.: Creio que tu me ensinas o que devo fazer, consolas-me em minhas penas, advertes-me e repreendes-me das minhas faltas pela boca do meu padre espiritual, que encarregaste da minha conduta. Agradeço-te, ó meu Deus, pela bondade que tens tido em proporcionar-me um caminho tão útil, seguro e fácil para avançar nas virtudes. Peço-te as luzes necessárias, para conhecer a fundo o meu coração, como queres Tu, de acordo com a tua misericórdia. Esta, meu Deus, é a graça que te peço, juntamente com a de tirar proveito das diretivas que me serão dadas.


D.: Leitura bíblica (Fl 3,8-16). Deus nos faz sentir a miséria da nossa humanidade, para nos enriquecer mais abundantemente com suas misericórdias infinitas. Comentar o texto bíblico e os escritos de Pallotti.


A vida de mortificação


D.: O Santo Fundador é para nós um exemplo. Já em 1816 escrevia: “Sempre e em todas as ações, desejo destruir o meu corpo que se revoltou contra a razão, humilhar e mortificar o espírito que se rebelou contra Deus, fazendo com que as potências da alma, os sentimentos do corpo e todo o meu ser concorram para a glória de Deus...” (OOCC X, 74).


Em 1846, na Regra para a Sociedade dos sacerdotes e irmãos, escrevia: “Para viver sempre na perfeita observância da Lei santa de Deus e da Igreja, das santas Regras e Constituições... devemos empenhar-nos para construir em nós o edifício espiritual com as virtudes santas praticadas por Nosso Senhor Jesus Cristo... por amor a Nosso Senhor Jesus Cristo, nós, desde o primeiro ingresso na Congregação até à morte, com sempre mais renovada e perfeita mortificação de todas as nossas paixões, somos obrigados a viver e morrer, praticando a vida de sacrifício” (OOCC III, 42-43).


T.: Viva numa perpétua desconfiança de si, e de suas forças; no perfeito abandono confiante em Deus e não tenha medo, porque Deus sustentará tudo aquilo que nós fazemos, seguros de que nada podemos sem Deus (OCL II, 56).


D.: Dica para aumentar a confiança em Deus: “Quem confia em Deus, não permanece confuso. Portanto se você está confuso, é sinal que não confia. Contemple Deus, e contemple você mesmo, e nunca encontrará Deus sem misericórdia, nem você sem miséria. Deus é sempre propício com a sua miséria, e a sua miséria é objeto da bondade e da misericórdia de Deus” (OOCC III, 126).


T.: Eu vos vejo em Deus, falo convosco em Deus, abraço-vos em Deus, saúdo-vos em Deus, amo-vos em Deus e em Deus me encontro sempre convosco e em todas as vossas obras.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Noviciados integrados na América do Sul



O processo de aproximação entre as Províncias, Regiões e Delegaturas Palotinas da América do Sul acontece há muito tempo, graças aos encontros da União do Apostolado Católico, da Juventude Palotina, encontro dos noviços e noviças palotinos (Novinpal), dos Superiores Maiores, e, mais recentemente, dos formadores, que culminou na criação de uma Comissão Sul-americana de formadores.

O desejo de unir todas as casas de formação da América Latina partiu do então Reitor Geral, Pe. Seamus Freeman. Mas, infelizmente, no seu governo não foi possível acontecer a tão sonhada unidade de toda a família palotina, porque ainda não estávamos preparados para isto.

A partir de então, muitos encontros e reuniões foram feitos para se tratar deste tão complexo assunto, visto que o Brasil deve ser visto, antes de tudo, como um continente, e não é possível tratar aqui de certas questões pensando apenas na unidade, sem olhar para as diversidades culturais e, principalmente, para as distâncias. Mesmo que no Brasil, todos falem a mesma língua, existem realidades muito diferentes entre o norte e o sul.

O germe da unidade nos ronda há muito tempo, e aos poucos, as comunidades palotinas foram se conhecendo melhor, e novas iniciativas também surgiram. Uma das iniciativas muito enriquecedoras, na formação, se deu com a convivência comunitária entre os noviciados – Novinpal (Uma vez por ano, dez dias de estudo, oração, convivência e partilha entre noviços e noviças palotinos), que há quinze anos acontece alternadamente na Província São Paulo Apóstolo, e em Santa Maria, Província Nossa Senhora Conquistadora.

O Novinpal teve, desde seu início, a intenção de estreitar os laços de unidade entre formandos e formadores, para conhecerem melhor a história da presença palotina na América do Sul. Após esse longo tempo de experiência, demos um novo passo no ano de 2010, a união dos noviciados da Província de Santa Maria, São Paulo e Região São Vicente Pallotti do Uruguai. A Região do Rio de Janeiro não enviou noviços por falta de candidatos ao Período Introdutório. A Delegatura da Colômbia não está participando deste noviciado internacional, isto porque eles não têm nenhum candidato para o noviciado.

O baixo número de vocações, no ano de 2010, motivou os superiores maiores, em consonância com os formadores, a decidirem pela união desta etapa formativa em uma única casa. A Província São Paulo Apóstolo, por ter um quadro de formadores mais conciso, ficou responsável pela realização do Período Introdutório Canônico das várias Unidades Sul-americanas, pois assim, proporcionaríamos uma melhor formação para os nossos candidatos, além de criarmos o espírito de colaboração desde o início da formação palotina.

Ficou decidido também que receberemos, ao longo do ano, a presença de membros das outras Unidades, não somente para visitarem seus seminaristas, mas também, para colaborarem na formação com temas específicos do nosso carisma.

No ano passado, os Superiores Maiores, reunidos no Uruguai, discutiram sobre a possibilidade de unirmos definitivamente os noviciados da América do Sul, porém, deve ser definido se teremos ou não um noviciado de língua espanhola e outro de língua portuguesa. Essa decisão ficou para ser resolvida no mês de julho de 2010, quando os formadores sul-americanos terão um curso de formação de dez dias, com o Pe. Romualdo Uzabumwana – Ruanda e mais uma equipe de psicólogos da Escola de Formadores de Curitiba (dias 20 e 30 de julho – Curitiba). Pe. Jacob Nampudakam e Pe. Gilberto Orsolin estarão representando o Conselho Geral.

Nos dias 20 e 21 de julho, os formadores, os Superiores Maiores e os membros do Conselho Geral decidirão quais serão os rumos desta etapa de formação em nosso continente. No momento, temos: um noviço da Província de Santa Maria, um noviço da Região do Uruguai e três noviços da Província São Paulo. A perspectiva para o ano de 2011 é que tenhamos mais de quinze candidatos para o Período Introdutório.

Desde já, pedimos que toda a Sociedade esteja unida em oração, pedindo a Deus Pai, perseverança a esses jovens que estão dispostos a seguir Cristo, segundo o carisma de São Vicente Pallotti.
A todos, a nossa saudação.

Pe. Valdeci Antonio de Almeida, SAC
Cornélio Procópio – Pr