sexta-feira, 14 de maio de 2010

1º Dia do Tríduo à Rainha dos Apóstolos


A família Palotina celebra no dia 22 de maio a Festa da Padroeira da União do Apostolado Católico, Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos. Para que as comunidades possam celebrar bem esta festa, disponibilizo no meu Blog orações tiradas das obras Completas do Nosso Santo Fundador São vicente Pallotti. O tríduo, na nossa tradição católica, tem a finalidade de ajudar os fieis a viver com mais intensidade as solenidades a serem celebradas. Que todos nós possamos também viver unidos no Cenáculo, juntamente com Maria.

Comentarista: A família Palotina se prepara para celebrar a festa da Padroeira da União do Apostolado Católico, a Rainha dos Apóstolos. Com muita fé e devoção, coloquemo-nos em oração, pedindo a intercessão da Mãe de Deus a todos aqueles que participam desta obra apostólica: padres, irmãos, irmãs, e todos os batizados que se sentem atraídos pelo amor de Deus e pela ternura de Sua Mãe Santíssima. Que o testemunho do sim, dado pela humilde serva de Nazaré seja, para todos nós, modelo de obediência à voz do Bom Pastor, pois também somos chamados a participar da sua obra divina, para seguir os ensinamentos do Filho Amado, o Apóstolo do Eterno Pai. Rezemos ainda ao divino Espírito Santo, que, em Pentecostes, iluminou a comunidade dos discípulos, reunida no Cenáculo, juntamente com Maria. E que nós, ao participarmos deste Cenáculo, possamos receber as luzes necessárias, para que sejamos sempre zelosos e ardorosos apóstolos de Jesus, sob o olhar carinhoso de Maria, Rainha dos Apóstolos.
Canto: Brilhou no céu da Igreja...
Sinal da cruz
D: Vem Espírito Santo.
T: Enche os corações dos teus fiéis e acende neles o fogo do teu amor.
D: Envia o teu Espírito e tudo será recriado.
T: E renovarás a face da terra.

D: - Desde a primeira menção, em 1816, até a época em que Pallotti redige seu “Testamento Espiritual”, em 1840, subsiste uma ligação contínua à Maria, Rainha dos Apóstolos. No testamento que deixa a seus coirmãos afirma ter reconhecido nitidamente no exemplo de Maria e dos apóstolos, que, após a vinda do Espírito Santo, se puseram a anunciar o Evangelho em todo o mundo, e esta é a peculiaridade e o caráter próprios de toda a Sociedade do Apostolado Católico. Por esta época ou pouco depois, Pallotti encarrega o pintor Cesaretti de retratar, segundo um esboço de Overbeck, a imagem do Cenáculo: Maria junto aos apóstolos, implorando a vinda do Espírito Santo. Imbuído por este espírito, Pallotti eleva a Deus sua oração, e esta é um grito ao infinito, sempre pela intercessão de Maria:
T: - “Meu Deus, minha misericórdia infinita, pela mesma vossa misericórdia infinita, pelos merecimentos e intercessão de Maria Santíssima e de todos os anjos e santos, por todos os merecimentos de toda a Igreja de Jesus Cristo, creio firmemente que o infinito merecimento da infância, adolescência e juventude de Jesus Cristo e as virtudes desta mesma infância, adolescência e juventude destroem em mim, desde o presente momento e para sempre: toda a deformidade, todos os vícios, todas as obras, palavras e pensamentos maus, todas as omissões de minha infância, adolescência e juventude e todas as consequências de tal deformidade e de tais vícios e ações, palavras, pensamentos, omissões, e me comunicam o mérito e as virtudes da mesma infância, adolescência e juventude de Jesus Cristo”. (Propósitos e aspirações, n. 373)
L: - A imagem predileta da Mãe de Deus, na visão de Igreja e de apostolado de São Vicente Pallotti, era Maria no Cenáculo, cercada pelos apóstolos e pelas mulheres. Na mente de nosso Fundador, ela é a inspiradora de toda a organização e de todo o trabalho apostólico. Ele colocou Maria, Rainha dos Apóstolos, como Padroeira de sua Obra, porque ela é a formadora dos Apóstolos e Mãe da Igreja.
T.: O Cenáculo é o lugar predileto de preparação, da animação, do fortalecimento e do envio para a missão. No Cenáculo com Maria, os Apóstolos se sentem fortes, ousados e corajosos pra enfrentar a evangelização. Sem isto não há missão, não há apóstolos hoje.
L: - É preciso cultivar a mística do Cenáculo, para se chegar à mística da missão. Embora nossas casas sejam centros de atividades apostólicas, devem transformar-se em cenáculos, casas de oração, ao menos em alguns momentos durante o dia. Ouvir a Palavra e comungar o Cristo eucarístico, é a parte essencial de todo apostolado.
Dos escritos de Pallotti:
D: - A Pia Sociedade milita sob a proteção da Imaculada Mãe de Deus, Rainha dos Apóstolos, por dois motivos:
1- Para obter todas as graças e dons, a fim de que esteja sempre presente na Igreja com a abundância de frutos e se propague na proporção das necessidades, em qualquer parte do mundo.
2- Para que todos: leigos, sacerdotes, religiosos de qualquer ordem, estado, condição, tenham, em Maria, Rainha dos Apóstolos, depois de Jesus, o mais perfeito modelo de verdadeiro zelo apostólico e de perfeita caridade. (OOCC I, 6-7)
T: - Um verdadeiro devoto de Maria será um grande santo, dediquemo-nos com empenho a propagar as glórias de Maria e a insinuar no coração de todos um amor, se possível fosse, infinitamente terno à nossa mais que enamoradíssima Mãe.
L: - São Vicente Pallotti atribui a Maria, Rainha dos Apóstolos, a tarefa de Padroeira de sua Obra e modelo de vida e apostolado para seus seguidores, porque ela, mesmo sem possuir nenhum cargo eclesiástico, foi maior em dignidade do que todos os apóstolos.
T.: A santíssima Virgem, sem ter pregado o Evangelho, gozou do título e da recompensa de Rainha dos Apóstolos, sustentou a coragem dos pregadores e fez superar suas fadigas.
L: - Nosso Fundador via o Cenáculo como o lugar da espera, da unidade, da oração, da acolhida do Espírito Santo, é o lugar do envio da comunidade cristã, o ponto de partida da comunidade animada e movida pelo mesmo Espírito.
T - Em qualquer lugar em que eu estiver, procurarei imaginar que eu mesmo e todas as criaturas estamos no Cenáculo de Jerusalém, onde os apóstolos receberam o Espírito Santo; e esse pensamento eu renovarei frequentemente.
L: - Como os apóstolos lá estavam juntamente com Maria Santíssima, assim eu também imaginarei estar junto com a minha mais que encantadora mãe Maria e com o mais que amado esposo de minha alma Jesus, os quais eu tenho certeza de que, como meus particularíssimos advogados, farão descer sobre mim e os outros a abundância do Espírito Santo; e como desejo que essa abundância do Espírito do Senhor aumente em mim e em todas as criaturas, cada uma delas infinitamente multiplicada em cada momento infinitésimo, quero permanecer sempre no Cenáculo junto com todas as criaturas.
T: - Assim, o mais frequentemente possível, imaginarei que, estando eu e as outras criaturas no Cenáculo, desça sobre nós a abundância, a plenitude do Espírito Santo, pretendendo tirar dessa plenitude os copiosos frutos que tiraram os santos todos, os apóstolos e Maria, sempre supondo ter recebido com perfeição a plenitude do Espírito.
L: - Humilhar-me-ei confessando a minha pobreza, mas ao mesmo tempo não deixarei de rezar aos santos, aos anjos, a Maria e a Jesus, para que tal abundância do Espírito Santo venha sobre mim, os ordenandos e todas as criaturas. Por isso, quero oferecer e ofereço os merecimentos de todas as criaturas, de Maria e de Jesus, e desejo que eu e todas as criaturas tributemos a Deus, simultaneamente, toda a glória que com tal abundância de graça, cada criatura daria a Deus em separado (OO CC X, 86-87 [Propósitos e aspirações, n. 82]).
Leitura bíblica (Rm 8,5-9.14-17; 1Jo 4, 12-16; At 1, 1-9; 2,1-4)
Reflexão – preces espontâneas
L: - Senhor, necessito do teu Espírito! Daquela força divina que transforma tantas personalidades humanas, tornando-as capazes de gestos extraordinários. Dá-me esse Espírito que, vindo de Ti e indo a Ti, Santidade infinita, é um Espírito Santo.
T. Dá-me aquele Espírito que tudo perscruta, tudo sugere e tudo ensina: Ele me fortalecerá para suportar o que ainda não posso suportar. Aquele Espírito que transformou os débeis pescadores da Galileia em colunas da tua igreja e em apóstolos que deram com o holocausto da vida, o supremo testemunho de seu amor aos irmãos.
Comentarista: - Estamos chegando ao fim da nossa oração comunitária. Formamos um cenáculo, pois estamos sempre, como peregrinos, esperando de Deus os dons necessários para continuarmos a nossa missão apostólica. Muitos poderiam se perguntar: não poderia Deus fazer tudo? Não seria tudo mais fácil, pois ele sabe das nossas reais necessidades. Não poderia Deus, de própria iniciativa, instantaneamente, reavivar a fé e reacender a caridade entre os católicos e fazer-se conhecido de quantos outros existam em todo o mundo? Sim, mediante ato onipotente de sua vontade, poderia fazê-lo. Mas, no curso ordinário de sua providência, na ordem da graça, ele não costuma agir deste modo. Mas, por que, então? Por motivo digno de sua infinita bondade ou por qualquer outro motivo, a nós desconhecido, sempre digno, entretanto, de sua infinita sabedoria (OOCC IV, 307).
D: - Diante deste mistério insondável de Deus, concluamos este nosso encontro, rezando a oração à RAINHA DOS APÓSTOLOS DE SÃO VICENTE PALLOTTI:
Ò Maria Santíssima, Rainha dos Apóstolos e advogada do gênero humano, nós, humildemente, suplicamos: intercede junto ao teu Unigênito Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, para que, na força do Espírito Santo, estejamos sempre dispostos a trabalhar por aumentar, defender e propagar a fé e a caridade. Ouve, com a benignidade de sempre, as nossas orações. Aceita, com todo carinho, as nossas súplicas. Tem a bondade de alcançar-nos a graça, para que combatamos o bom combate, cheguemos ao final da carreira, conservemos a fé. Assim, entre as fileiras dos santos Apóstolos, possamos receber a coroa da justiça. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.
D: Façamos também a nossa consagração ao Espírito Santo.
Espírito Santo, Espírito divino de luz e de amor, a ti consagro a inteligência, o coração, a vontade e toda a minha pessoa, no tempo e na eternidade. A minha Inteligência siga sempre as celestes inspirações e a doutrina da Igreja católica, da qual és guia infalível; a minha vontade concorde sempre com a vontade divina e toda a minha vida seja uma fiel imitação da vida e das virtudes do Senhor e Salvador nosso Senhor Jesus Cristo, ao qual juntamente com o Pai Eterno e contigo seja a honra e glória por toda eternidade. Amém.
Oração final
Oremos: Ó Deus, que enviaste o Espírito Santo aos teus Apóstolos, enquanto rezavam em companhia de Maria, Mãe de Jesus, concede-nos, por intercessão dela, a graça de te servir fielmente e difundir, com a palavra e o exemplo, a glória do teu nome. Por Nosso Senhor, Jesus Cristo. Amém.
Bênção final
Canto

2° Dia do Tríduo à Rainha dos Apóstolos




Comentarista: Neste segundo dia do tríduo em preparação para Festa da Rainha dos Apóstolos, queremos meditar sobre a busca incessante que Pallotti tinha de Deus e de Maria. Ele queria viver as realidades do céu, já aqui neste mundo. Por isso depois de Deus, venerava Maria. E desde o raiar do dia, colocava todo o seu trabalho diário a seu serviço e implorava a sua assistência maternal. À tarde, agradecia-lhe por isso, e renovava suas orações, seu oferecimento e consagração.
Costumava não dar um passo sequer, sem antes pedir que Maria o abençoasse. Pedia sempre também a bênção da Mãe de Deus, para a sua Obra, o Apostolado Católico. Como Maria implorava a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos, no Cenáculo, assim também esperava Vicente Pallotti que a Virgem, em oração, no centro dos membros do Apostolado Católico lhes implorasse o zelo apostólico e a coragem missionária. Por isso confiou-lhe toda sua obra ao patrocínio da Mãe, Rainha dos Apóstolos.
Canto: Brilhou no céu da Igreja...
Sinal da cruz
D: Vem Espírito Santo.
T: Enche os corações dos teus fiéis e acende neles o fogo do teu amor.
D: Envia o teu Espírito e tudo será recriado.
T: E renovarás a face da terra.
D: - A entrega da Sociedade do Apostolado Católico aos cuidados de Maria, Rainha dos Apóstolos, era, portanto, algo bem definido para Vicente Pallotti já desde o início da sua fundação. Com persistência admirável ele descobre motivos para honrá-la sob este título até o fim de sua vida, e incentiva os membros da Sociedade a invocar Maria como Rainha dos Apóstolos, diariamente, em todo lugar e a toda hora, se possível. Assim rezava:
T: - Ó piíssima Virgem Maria, Rainha dos Apóstolos e advogada do gênero humano, nós, humildemente, suplicamos: intercede junto do teu Unigênito Filho Nosso Senhor Jesus Cristo, para que, na força do Espírito Santo, estejamos sempre dispostos a trabalhar por aumentar, defender e propagar a fé e a caridade. Ouve, com benignidade de sempre, as nossas orações. Aceita, com todo carinho, as nossas súplicas. Tem a bondade de alcançar-nos a graça, para que combatamos o bom combate, cheguemos ao final da carreira, conservemos a fé. Assim, entre as fileiras dos santos Apóstolos possamos receber a coroa da justiça. (Faller, n. 73)
L: - A imagem da Rainha dos Apóstolos sugere-nos, de imediato, a comunidade dos discípulos reunida em oração, antes de Pentecostes. Os discípulos reunidos em torno a Maria, a Mãe do Senhor, aguardavam a vinda do Espírito Santo. Esta figura lembra a promessa de Jesus de que o Pai enviaria o seu Espírito, para que os discípulos recordassem tudo quanto Ele havia dito e feito (Jo 14,26).
L: - Pallotti, convencido de que é preciso todo dia, novamente, ir à escola de Jesus e pedir-lhe: Senhor ensina-nos a rezar, levou a efeito a aplicação prática deste princípio: Com a mais viva confiança de que Nosso Senhor Jesus Cristo, no santíssimo Sacramento, está num trono de graças, esperando-nos com amor infinito, para no-las comunicar todas, a todo instante. Por isso digamos com amor e humildade.
T: - Ó Sagrado convívio em que se recebe a Cristo, renova-se a memória de sua paixão, a alma se enche de graça e se nos dá o penhor da futura glória.
L: - A espiritualidade de Pallotti parecia centrar-se no aspecto contemplativo da vocação sacerdotal. “Faço a intenção de que eu e todas as outras criaturas estejam perpetuamente ocupados em uma profundíssima veneração da Santíssima Trindade, que está conosco em todo o lugar, em uma altíssima adoração de Jesus Sacramentado, em todos os lugares onde ele se encontra, cada um porém infinitamente, em uma muito obsequiosa e muito afetuosa veneração de Maria Santíssima, nossa comum Mãe, que é toda a nossa esperança depois de Jesus Cristo, em um afetuosa e reverencial veneração dos Anjos e dos Santos (...) e faço a intenção, eu, com todas as criaturas, de fazer na terra o que fazem os Beatos no céu” (OOCC X, 77).
T: - Faço a intenção de estar sempre em profundíssima adoração da Santíssima Trindade, de Jesus Sacramentado, em todos os lugares onde se encontra em altíssima veneração da minha mais que enamoradíssima Mãe Maria, e gradativamente dos Anjos, dos Santos e das almas que são agradáveis aos olhos de Deus (OO CC X, 526).
Em silêncio, adoremos o Senhor em espírito e verdade
L: - Deste-lhe pão do céu.
T: - Que, em si, contém toda doçura.
D: - Ó Deus, sob as espécies deste admirável sacramento, deixaste-nos o memorial da tua paixão. Concede-nos venerar os santos mistérios do teu Corpo e Sangue, a fim de que possamos colher sempre em nós os frutos da tua redenção. Tu que vives e reinas nos séculos dos séculos. Amém.
Vós sois a luz do mundo
L: - A Sagrada Escritura afirma que fazer brilhar a nossa luz é fundamental para nós que somos chamados a ser cristãos: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha” (Mt 5, 14). “Porque o Senhor assim no-lo mandou: ‘Eu te estabeleci para seres luz das nações, e levares a salvação até os confins da terra” ( At 13, 47). “Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas” (1Tes 5, 5).
L: - No seu tratado sobre o ‘Espírito Santo’, São Basílio Magno explica como a presença do Espírito ajuda a iluminar esta luz que está dentro de nós: “O Espírito é fonte de santificação e luz inteligível. Oferece a toda criatura inteligente a si mesmo e através de si mesmo luz e ajuda para buscar a verdade… do mesmo modo, dos raios de sol, do qual os benefícios são sentidos por cada um como se resplandecesse somente para ele… assim também o Espírito Santo …infunde em todos uma graça suficiente e total…
Leitura bíblica e momento de reflexão (1Jo 4, 12-16)
Preces espontâneas
L: - Senhor, necessito do teu Espírito! Daquela força divina que transforma tantas personalidades humanas, tornando-as capazes de gestos extraordinários. Dá-me esse Espírito que, vindo de Ti e indo a Ti, Santidade infinita, é um Espírito Santo.
T. Dá-me aquele Espírito que tudo perscruta, tudo sugere e tudo ensina: Ele me fortalecerá para suportar o que ainda não posso suportar. Aquele Espírito que transformou os débeis pescadores da Galileia em colunas da tua Igreja e em apóstolos que deram com o holocausto da vida, o supremo testemunho de seu amor aos irmãos.
Enamorado por Maria
D: - Vicente Pallotti fez um voto de sempre atribuir os títulos mais sublimes à Mãe de Deus. “Sou indigno de amar Maria, mas pela misericórdia de Deus e pelos merecimentos de Jesus Cristo, quero pedir a graça de amá-la, propondo-me amá-la com o amor com que Deus a ama.
Resposta de Maria a seu servo fiel
L: - No último dia do ano de 1832, a grande Mãe da Misericórdia, para triunfar com o Milagre de Misericórdia sobre a ingratidão e inconcebível indignidade do mais miserável que jamais se viu ou possa existir entre os súditos do seu Reino de Misericórdia, se dignou misericordiosissimamente fazer o matrimônio espiritual com tal súdito e lhe dá como dote quanto possui e lhe faz reconhecer o próprio Filho divino e, sendo ela Esposa do Espírito Santo, se empenha para que seja todo internamente transformado no Espírito Santo.
D: - Consagração a Jesus por Maria, de S. Vicente Pallotti.
T: - Imaculada Mãe de Deus Rainha do céu, Mãe de Misericórdia, advogada e refúgio dos pecadores, iluminado e confortado pelas graças que a tua materna benevolência me conseguiu do tesouro divino, quero entregar, agora e sempre, o meu coração em tuas mãos, para que o consagres a Jesus. Sim, ó Maria, perante os anjos e santos eu te entrego e tu, em meu nome, o consagras a Jesus. Pela confiança filial que deposito em ti, sei com certeza, que haverás de fazer, agora e sempre, quanto puderes para que o meu coração seja todo de Jesus, à imitação dos santos, em especial de são José, teu castíssimo esposo. Amém!
D: - Façamos também a nossa consagração ao Espírito Santo.
CONSAGRAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO
T: - Espírito Santo, Espírito divino de luz e de amor, a ti consagro a inteligência, o coração, a vontade e toda a minha pessoa, no tempo e na eternidade. A minha Inteligência siga sempre as celestes inspirações e a doutrina da Igreja católica, da qual és guia infalível; a minha vontade concorde sempre com a vontade divina e toda a minha vida seja uma fiel imitação da vida e das virtudes do Senhor e Salvador nosso Senhor Jesus Cristo, ao qual juntamente com o Pai Eterno e contigo seja a honra e glória por toda eternidade. Amém.
Oração final
Oremos: Ó Deus, que enviaste o Espírito Santo aos teus Apóstolos, enquanto rezavam em companhia de Maria, Mãe de Jesus, concede-nos, por intercessão dela, a graça de te servir fielmente e difundir, com a palavra e o exemplo, a glória do teu nome. Por Nosso Senhor, Jesus Cristo. Amém.
Bênção final
Canto

3° Dia do Tríduo à Rainha dos Apóstolos




Comentarista: Neste terceiro dia do tríduo em preparação para Festa da Rainha dos Apóstolos, Padroeira da União do Apostolado Católico, veremos que Pallotti procurou sempre adorar a Jesus no Santíssimo Sacramento e adorou o Deus Uno e Trino. Como cristão, adorou e contemplou Deus fundado na rocha de Cristo. Ele sempre colocava sua alma no lado aberto de Jesus Cristo e no seio de sua mais que enamoradíssima Imaculada, Humilíssima Mãe Maria, e colocava os sentidos do seu corpo nas chagas do mais que enamoradíssimo Esposo de sua alma, Jesus (cf. OO CC X, 526). “Imaginarei estar eu no Seio de Deus, nas chagas de Jesus, onde recebo abundância grandíssima de graças para a santificação, e imaginarei estar ainda no seio de Maria Santíssima, minha mais que enamoradíssima Mãe, que tais graças, estou certo, me impetrará”.
Que o exemplo do Cenáculo, deixado pelo nosso Fundador, seja para nós o motivo de estarmos reunidos aqui, hoje, para melhor servirmos o Senhor. Coloquemos a vida da nossa comunidade e as nossas atividades apostólicas no coração de Jesus e de Maria, para que, iluminados por eles, sejamos fieis anunciadores do Reino.
Canto: Brilhou no céu da Igreja...
Sinal da cruz
D: Vem Espírito Santo.
T: Enche os corações dos teus fiéis e acende neles o fogo do teu amor.
D: Envia o teu Espírito e tudo será recriado.
T: E renovarás a face da terra.
D: - Para vivermos o espírito do Cenáculo, proposto por nosso santo fundador Vicente Pallotti, é preciso entender o que ele representou, no passado, e como podemos experimentá-lo no presente. Cenáculo significa a sala da ceia, da refeição. (Lc 22, 8-13).
T: - O Cenáculo, além de ser o lugar da Ceia, foi também o local em que a Igreja teve o seu início, pela ação do Espírito Santo.
L: - O cenáculo pode ser visto também como o lugar do testemunho de quem conviveu com Jesus. Ali a Igreja nasceu pela força do Espírito que os enviou em missão. Ali adquiriram uma fé mais lúcida e madura, fortemente marcada pelos ensinamentos do Filho de Deus. O clima era de oração e de busca de conhecimento da verdade revelada, pois neles ainda pairavam muitas dúvidas.
T: - A lição deixada pelo Cenáculo é que todos recebem o mesmo Espírito e cada um, conforme as suas habilidades, desenvolverá a sua missão. O trabalho missionário não se encerra quando as pessoas abraçam a fé.
L: - Pallotti se entusiasmou com a experiência do Cenáculo, porque percebeu que ainda hoje o Espírito continua a se manifestar nas comunidades, enquanto permanece unida em torno de um objetivo comum.
T: - O ambiente do Cenáculo proporcionou, aos participantes, a unidade e o encorajamento mútuo. Lá não era somente um lugar de oração, mas um lugar onde se partilhavam as experiências. Todos ouviam e meditavam a Palavra, para descobrir os apelos de Deus feitos à humanidade. Lá, eles puderam interpretar as Escrituras.
L: - No Cenáculo, criou-se uma nova espiritualidade, a espiritualidade do amor, amor que transbordou em Pentecostes e que os encorajou para assumirem a missão até as últimas consequências.
T: - O Cenáculo dá mostras de que quem estava ali tinha uma missão a cumprir, e aguardava ansioso por um conhecimento mais profundo das realidades divinas. Tinha consciência da missão recebida, mas não sabia como concretizá-la, nem força para realizá-la.
L: - No Cenáculo, temos representantes de todos os segmentos da Igreja. Estavam presentes os apóstolos, Maria, a mãe do Senhor, algumas mulheres que acompanhavam e serviam Jesus e os discípulos (Lc 8, 1b-3).
D: - Com São Vicente Pallotti não foi diferente. Ele sempre viu a figura do Cenáculo como lugar de encontro com Deus à espera de uma missão.
L: - A cena do Cenáculo foi tão marcante na vida dele, que pediu para que fosse pintado um quadro de Maria, juntamente com os apóstolos e algumas mulheres, pois, para ele Maria era a Rainha dos Apóstolos.
T: - O Cenáculo se tornou um lugar de rever a história, a caminhada feita com o salvador, os acontecimentos presenciados pelos apóstolos. Ali eles aprenderam a ler, a interpretar as Escrituras e a conhecer-se melhor. Puderam compreender melhor a missão que o Senhor lhes confiara.
L: - O evangelho não fala muita coisa da Mãe de Jesus. Uma das poucas coisas que diz, além do maravilhoso anúncio feito pelo anjo Gabriel de que seria a Mãe do salvador, é que ela guardava todos os acontecimentos em seu coração. Maria transformava tudo em oração. Portanto, a sua presença no Cenáculo deve ter sido de incessante intercessão, para que o Paráclito prometido viesse iluminar a todos, o mais rápido possível. Ela recordava de tudo com muito carinho e fé, pois nela jamais houve qualquer dúvida a respeito da manifestação de Deus em favor de seu povo, porque o poderoso fez nela maravilhas (Lc 1,49).
T: - A comunidade dos discípulos que participou da escola do Mestre de Nazaré, no Cenáculo, teve a assistência de uma grande pedagoga, Maria. Ela foi quem, por primeiro, experimentou a força do altíssimo. Por isso, nela não havia espaço para dúvidas angustiantes, mas a certeza da concretização do Reino, ainda que não fosse de maneira muito clara.
L: - A experiência que os discípulos fizeram no Cenáculo levou-os a ter uma nova postura diante das pessoas. Homens e mulheres anunciavam destemidamente aquilo que viram e ouviram de Jesus (1Jo 1,3; Jo 3, 11). O testemunho que davam da ressurreição de Cristo contagiava a todos, e até mesmo os pagãos abraçavam a fé (At 10,44-48; 11,19-21). Cada um que recebia o batismo se sentia impelido a levar adiante o anúncio feito pelos apóstolos. Colocavam também à disposição os dons recebidos de Deus. Todos os batizados se sentiam missionários (1Cor 12,27-31).
T: - Olhando para o Cenáculo, Pallotti descobriu que, somente unido pela oração, a comunidade pode prosperar. Percebeu ainda que os apóstolos, sem a confirmação do Espírito, permaneciam amedrontados e não conseguiam olhar para um novo horizonte. Mas a espera confiante do Paráclito prometido, com a presença de Maria, tomou uma nova dimensão. Saíram de lá restaurados e com uma coragem jamais vista antes. Muitos se perguntavam de onde vinha tanta sabedoria. Percebeu-se, ainda, que a presença da Mãe foi indispensável para manter unida a comunidade. Por isso quis que a Mãe de Deus protegesse a União do Apostolado Católico.
L: - Maria é a cheia de graça, a filha predileta do eterno Pai, a Mãe que Deus Filho escolheu entre todas as mulheres para tornar-se homem, a Esposa única na qual o Espírito Santo infundiu a mais pura virgindade e exuberante maternidade. Nenhuma criatura, pela sua pessoal excelência, pode ser amada e honrada como foi amada e honrada Maria, porque ela foi infinitamente amada e honrada por Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Deus criou o homem à sua imagem e Maria, Mãe de Jesus, fez Deus à sua imagem. Não existe uma criatura comparável à Maria, porque sua beleza é irrepetível. Por esta admirável excelência, Maria merece admiração, louvor, amor, mais do que todas as coisas criadas. Maria é também a corredentora.

Em silêncio, adoremos o Senhor em espírito e verdade
L: - Deste-lhe pão do céu.
T: - Que, em si, contém toda doçura.
D: - Ó Deus, sob as espécies deste admirável sacramento, deixaste-nos o memorial da tua paixão. Concede-nos venerar os santos mistérios do teu Corpo e Sangue, a fim de que possamos colher sempre em nós os frutos da tua redenção. Tu que vives e reinas nos séculos dos séculos. Amém.
Leitura bíblica e momento de reflexão (Lc 22, 8-13).
L: - Maria não ocupou nenhum cargo e, no entanto, superou, em méritos, todos os Papas, Bispos e sacerdotes. Maria cooperou na propagação da santa Fé mais que os apóstolos. Ela sustentou, com sua oração, o ânimo dos apóstolos e fez com que superassem as suas fadigas. Assim escreve Pallotti: “A santa Igreja, não por um simples título de honra, mas por motivo de plenitude de méritos, saúda Maria com o augusto título de Rainha dos Apóstolos e, com isto, todos, sacerdotes e leigos, todos, de ambos os sexos, de todo estado, posição e condição social, se animarão a imitar a nossa Imaculada Mãe Maria Santíssima, em todos os empreendimentos da maior glória de Deus e em todas as obras de misericórdia corporal e espiritual para o bem dos próximos”.
D: - Consagração a Jesus por Maria, de S. Vicente Pallotti.
T: - Imaculada Mãe de Deus Rainha do céu, Mãe de Misericórdia, advogada e refúgio dos pecadores, iluminado e confortado pelas graças que a tua materna benevolência me conseguiu do tesouro divino, quero entregar, agora e sempre, o meu coração em tuas mãos, para que o consagres a Jesus. Sim, ó Maria, perante os anjos e santos eu te entrego e tu, em meu nome, o consagras a Jesus. Pela confiança filial que deposito em ti, sei com certeza, que haverás de fazer, agora e sempre, quanto puderes para que o meu coração seja todo de Jesus, à imitação dos santos, em especial de são José, teu castíssimo esposo. Amém!
D: - Façamos também a nossa consagração ao Espírito Santo.
CONSAGRAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO
T: - Espírito Santo, Espírito divino de luz e de amor, a ti consagro a inteligência, o coração, a vontade e toda a minha pessoa, no tempo e na eternidade. A minha Inteligência siga sempre as celestes inspirações e a doutrina da Igreja católica, da qual és guia infalível; a minha vontade concorde sempre com a vontade divina e toda a minha vida seja uma fiel imitação da vida e das virtudes do Senhor e Salvador nosso Senhor Jesus Cristo, ao qual juntamente com o Pai Eterno e contigo seja a honra e glória por toda eternidade. Amém.
Oração final
Oremos: Ó Deus, que enviaste o Espírito Santo aos teus Apóstolos, enquanto rezavam em companhia de Maria, Mãe de Jesus, concede-nos, por intercessão dela, a graça de te servir fielmente e difundir, com a palavra e o exemplo, a glória do teu nome. Por Nosso Senhor, Jesus Cristo. Amém.
Bênção final
Canto


Traços da espiritualidade de Pallotti
1- Trabalhemos infinitamente: A orientação contemplativa da espiritualidade de Pallotti não era uma via de mão única. A outra direção foi certamente o trabalho incansável. As duas orientações brotavam e confluíam no amor. “Procuremos fazer todo o bem possível para a glória de Deus Uno e Trino, de Jesus, de Maria”. “Sejamos criativos para agir em todos os modos”. “Façamos todo o bem possível, acendamos no coração dos fiéis de N. S. J. C., o amor puro.
Em 22 de agosto de 1818, escreveu a Bucciarelli: “Pelo amor de Deus honremos Deus, amemos Maria, salvemos as almas feitas à imagem de Deus, redimidas pelo Preciosíssimo Sangue de Jesus Cristo, e criadas para serem habitantes do céu; salvemo-las, portanto, por caridade, por caridade salvemo-las” (OCL I, 44).
2- Insaciabilidade: Vicente desejava ardentemente amar Deus infinitamente. Foi esse um dos seus temas preferidos. Queria multiplicar infinitamente todas as ações para dar glória a Deus e multiplicar ao infinito as criaturas para o mesmo objetivo. Ao infinito do Criador somente podia corresponder o infinito de sua glorificação por parte da criação. O jovem Pallotti sabia muito bem que nenhuma criatura poderia dar glória infinita a Deus. Ele o reconhece explicitamente em uma nota aos propósitos de 1816: “Quando digo infinitamente, infinito a respeito das criaturas, sublinho sempre se fosse possível” (OOCC X,32).
O infinito aplicado às ações exprime o desejo subjetivo insaciável de Vicente. Ele nunca se tranqüilizou; tudo lhe pareceu pequeno e gostaria de multiplicar infinitamente o amor e a glorificação de Deus.
3- Mística e voluntarismo: Um outro traço da espiritualidade de Pallotti era a imperiosidade insaciável do seu amor e a intensidade mística que ele lentamente adquiriu. Pallotti teve, de fato, experiências fora do comum. Mas ele foi muito reservado em relação a elas. Talvez o ambiente espiritual de sua época não tenha favorecido uma maior partilha, pois a atenção do sujeito se centrava no esforço ascético. Por esse motivo adquire significado particular a sua confissão, escrita no dia 24 de outubro de 1819, em relação a uma doença: “essa minha miséria (de estômago) é um justo castigo. Peço ao meu Deus e a toda a Corte Celeste que ela se manifeste infinitamente para a maior glória de Deus, já que o benevolíssimo Pai não deixa de difundir no meu pobre e ingratíssimo coração, abundantes graças.
4- Cristo, Maria e a Cruz: O mundo interior de Pallotti foi fortemente teocêntrico: Deus em tudo, e sempre. Seu Deus, porém, era o Deus da revelação cristã, e ele experimentou uma intensa e terna devoção pela humanidade de Jesus. À exemplo de Agostinho e de Boaventura, Vicente buscou a presença da Trindade em todas as coisas. Procurou e adorou Jesus na eucaristia. Propagou, portanto, as visitas a Cristo, prisioneiro do amor no Santíssimo Sacramento (Santo Afonso), e a adoração perpétua. Recordou continuamente a paixão de Jesus, praticando o relógio, ou seja, comemorando a cada hora o evento que se presumia ter acontecido naquele momento, pedindo a Deus que imprimisse “profundamente no seu coração a Paixão dolorosíssima de Jesus”, e repetindo uma jaculatória em sua honra (cf. OOCC X, 12.13). Jesus foi para ele objeto de imitação amorosa, em todas as suas ações. Disso derivou a sua atenção pelas bem-aventuranças, dedicando a elas vários propósitos em 1816: queria viver a pobreza de espírito de Jesus, inspirar-se na sua humildade e mansidão, chorar e possui a paz interior própria dos filhos de Deus (cf. OOCC X, 6-8).
Depois de Jesus, não faltou jamais a devoção à mais que enamoradíssima Mãe Maria. Enamoradíssima de quem? “Enamoradíssima de nós”, respondeu em uma ocasião (OOCC X, 22). Sabemos que a mãe incutiu em Vicente uma grande devoção à Imaculada Conceição, mistério que se propôs crer sob obrigação de voto e difundir quando ainda não era definido dogmaticamente pela Igreja. Os seus escritos juvenis revelam também partícipe da compaixão de Nossa Senhora das dores.
As chagas, o sangue e o coração: Pallotti cultivou devoções antigas, mas difundiu somente as mais recentes. No Elenco das boas obras a serem propagadas (cf. OOCC V, 422-423), citou duas em um parágrafo à parte. Primeira de todas as outras, citou as devoções dos Corações de Jesus e de Maria e do Sangue de Cristo. A elas acrescentou a devoção às Chagas.
Nos seus escritos, podemos perceber como o coração de Pallotti vibrava com a contemplação das Chagas do Senhor, manifestando assim uma devoção própria dos místicos. Ele se serviu dos místicos na direção espiritual.