quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O DESPERTAR DE UM NOVO ANO

ADEUS ANO VELHO, FELIZ ANO NOVO!

Todos os anos, as pessoas do mundo inteiro celebram a passagem do ano com muita festa e esperança. Mas, o que temos de novo para celebrar em 2010? O que será diferente neste ano que se inicia? Será que teremos menos desigualdades sociais? Os países em conflitos deporão suas armas? Os descasos para com a pessoa humana serão eliminados? O nosso mundo será mais humano?

Seguramente, ao longo do novo ano, seremos surpreendidos pelas mesmas e velhas notícias, mesmo assim as pessoas continuarão insistindo em ter no coração o mesmo sentimento de mudança. É por isso que o ser humano é surpreendente. Ele não se rende. Ele luta com todas as suas forças para mudar uma realidade que aparentemente parece ser imutável. O ser humano sonha, deseja, mas nunca deixa de buscar aquilo que é indispensável para todos: a liberdade, a solidariedade e o respeito mútuo.

Durante o ano que passou, vimos que a natureza, como sempre, tem demonstrado sua força viva. Mostrou que tem um grande potencial para resistir aos ataques desenfreados dos seres humanos. Mas, nos últimos tempos, a observamos vulnerável e dependente deste mesmo ser que a devasta impiedosamente. A sua resposta ante a insensibilidade de muitos que apenas querem usufruir de suas riquezas, tem manifestado sua fúria, através de fenômenos naturais devastadores. Quanto sofrimento por toda parte! Quantas mortes inocentes! Quanto sofrimento da mãe terra, que está sendo dilapidada indiscriminadamente. Mesmo assim, ela continua soberana. Ela mostra todo o seu potencial, toda sua exuberância, que levou os mais sensíveis perceberem que não somos inimigos, mas parceiros. Isto fez com que muitos tomem consciência de que somos os únicos responsáveis, dentre todos os seres, para cuidar deste minúsculo planeta azul que flutua no espaço sideral. Ele é tão frágil quanto nós. Se ele morrer, nós também desapareceremos.

No âmbito social, a Campanha da Fraternidade do ano passado dizia: “A paz é fruto da justiça”. Se o mundo não vive em paz e se as pessoas estão clamando por justiça, então encontramos a raiz de tantos sofrimentos vividos pelos povos.

Oxalá, em 2010, todas as pessoas possam fazer um firme propósito de começar a melhorar o seu modo de se relacionar com o mundo e com o outro. Em vez de ficarmos esperando que os governantes mudem de atitudes, que sejam menos corruptos e ávidos pelo poder, que salvem a nossa terra, comecemos a ver, no círculo familiar, como andam as relações de poder. Como está o nosso espírito de acolhida? Como cuidamos do meio ambiente? Como usamos os bens da natureza?

Muita gente já se despertou e tomou consciência de que somos filho da natureza. As pessoas descobriram que, ao cuidar da natureza, proporcionaremos a todos a oportunidade de viver.
A vida é um dom de Deus. Que em 2010, crentes e não crentes possam fazer a experiência de se sentirem mais próximos. Que no ano que começa nos esforcemos mais em sorrir aos desconhecidos, abraçar os amigos, apertar a mão dos que estão ao nosso lado, darmo-nos o direito de descansar, fortalecer os laços de amor e de amizade, ouvir os filhos, confessar nossos medos e apreensões.

Se conseguirmos fazer um pouco disso tudo, seremos mais felizes no ano que começa. Mesmo que não consigamos mudar o mundo, poderemos transformar o nosso mundo interior.
Cada um é convidado a renovar o mundo, a começar do seu interior. Aliás, este é o sonho contido no Apocalipse de S. João (Ap 21,1): “Um novo céu e uma nova terra”.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Natal

Deus, na sua infinita bondade e misericórdia, não querendo mais ver o ser humano humilhado, distante dele por causa do pecado, abaixou-se assumindo a condição humana, exceto o pecado. Esse abaixamento de Deus tomou um realismo espantoso e inimaginável, na noite de Belém.
O teólogo Guilherme de Saint Thierry, certa vez, afirmou: “Deus, a partir de Adão, viu que sua grandeza provocava resistência no coração do homem. O homem se sentiu limitado em seu próprio ser e ameaçado em sua liberdade. Por isso Deus escolheu um caminho novo. Ele quis vir até nós como criança. Ele se tornou dependente e fraco, necessitado de nosso amor. Hoje, com seu nascimento, Deus quer nos dizer: vocês não precisam mais ter medo de mim, pois, de agora em diante, vocês podem somente me amar.
Desejo a você Feliz Natal.
Que o amor de Deus possa ser a fonte de todo o seu agir, hoje, e ao longo do próximo ano.
Pe. Valdeci Antonio de Almeida, SAC

sábado, 5 de dezembro de 2009

Santuário São Vicente Pallotti

No dia 06 de dezembro de 2009, a Capela São Vicente Pallotti, da cidade de Ribeirão Claro - Pr, foi elevada a Santuário pelo Bispo Diocesano de Jacarezinho. Pe. Valdeci presidiu uma missa durante a semana missionária, na qual os seminaristas maiores palotinos estiveram visitando e abençoando as famílias durante o dia, e à noite era celebrada a santa missa.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Ano Sacerdotal





MISSA EM COMEMORAÇÃO AO ANO SACERDOTAL E DE JUBILEU DE PRATA DE ORDENAÇÃO SACERDOTAL DO PE. HELENO ADINALDO DE ARAÚJO


No dia 16 de dezembro de 2009, a Diocese de Cornélio Procópio, com todo seu presbitério, celebrará na Paróquia São Vicente Pallotti o Ano Sacerdotal e os 25 anos de ordenação sacerdotal do Pe. Heleno Adinaldo de Araújo, SAC.
O Ano Sacerdotal convocado pelo Papa Bento XVI no dia 19 de junho de 2009 se estenderá até a mesma data de 2010, por ocasião dos 150 anos da morte de São João Maria Vianney, padroeiro dos párocos.
O humilde pároco de Ars, na França, ignorado por tantos, pelo fato de não gozar de dotes intelectuais e de títulos honoríficos, na sua simplicidade, apegou-se àquele que é o dador de toda ciência, o Divino Pai Eterno. E contemplando o rosto de seu Filho humilhado e desprezado na cruz, descobriu a sua verdadeira sabedoria, a ciência do reino, que não provinha de livros, mas do Espírito de Deus, que o impulsionou a viver a profundidade do seu ministério sacerdotal, vivendo como o Cristo, em favor daqueles que estavam longe de Deus e desprezado pelos homens.
Ao longo de seu ministério sacerdotal, tornou-se um amigo inseparável de Jesus, um pastor fiel, exímio evangelizador e admirável confessor.


Assim o santo dizia ao povo, ao explicar sobre os sacramentos:


“Sem o sacramento da Ordem, não teríamos o Senhor. Quem O colocou ali naquele sacrário? O sacerdote. Quem acolheu a sua alma no ingresso da vida? O sacerdote. Quem a alimenta para lhe dar a força de realizar a sua peregrinação? O sacerdote. Quem a há de preparar para comparecer diante de Deus, lavando-a pela última vez no sangue de Jesus Cristo? O sacerdote, sempre o sacerdote”.


Diante deste tão grande ministério, o Papa quer que o Ano Sacerdotal seja espaço para intensificar e promover a santificação dos sacerdotes e ajudá-los a perceber, cada vez mais, a importância do seu papel e de sua missão na Igreja e na sociedade contemporânea.
Por isso, a Igreja Particular de Cornélio Procópio, atendendo ao apelo do Papa Bento XVI, quis celebrar o Ano Sacerdotal juntamente com o jubileu sacerdotal do Pe. Heleno, para agradecer a Deus por esse dom maravilhoso para a Igreja que é o sacerdócio ministerial. Com isso, a Diocese pretende rezar pelos ministros ordenados e ao mesmo tempo pedir ao Senhor da Messe que envie santos operários para a sua messe, pois o sacerdote é aquele que está “estreitamente unido a Cristo, Sumo Sacerdote”.
Portanto, neste ano em que o Papa decretou o Ano Sacerdotal, iluminados pelo lema “Fidelidade de Cristo, Fidelidade dos Sacerdotes”, queremos meditar, refletir e orar pelos sacerdotes. E convidamos a todos para nos unir em oração, pois não é um ano somente para os presbíteros, mas também para todo o povo de Deus que caminha junto, que sofre junto, que se alegra junto, que se salva junto com todos os homens que Deus escolheu para o ministério presbiteral. Por isso, estamos, todos, envolvidos nesta busca de fidelidade a Cristo.

sábado, 31 de outubro de 2009

Canções palotinas




Ir. Helena lança CD com canções palotinas. Conheça seu trabalho de evangelização (44) 9944-3652.








quarta-feira, 28 de outubro de 2009

NOVINPAL 2009




Os noviços e noviças palotinos da América do Sul participaram do XV NOVINPAL, no Colégio Máximo Palotino, em Santa Maria (RS), entre os dias 13 e 23 de outubro de 2009. Foi um momento muito rico para troca de experiências e aprofundamento do carisma e espiritualidade de São Vicente Pallotti.
Participaram 19 noviços, sendo que 07 eram da Província São Paulo Apóstolo, 05 da província Nossa Senhora Conquistadora, Rio Grande do Sul e 07 da Região Mãe da Misericórdia, do Rio de Janeiro e 04 noviças do Noviciado Inter-Provincial da Congregação das Irmãs do Apostolado Católico. Um fato interessante é que dentre eles havia um noviço natural de Portugal, um da Argentina e uma noviça do Uruguai.
O encontro foi coordenado pelos mestres Pe. Valdeci Almeida, Pe. Ademar Fighera e Irmã Sônia Marchiori. Contamos também com a colaboração de padres e irmãs palotinos que ministraram palestras, proporcionando rico conhecimento da obra de nosso fundador e principalmente a troca de experiências entre as diversas gerações. Mas o que chamou muito a atenção dos participantes foi a visita aos locais que serviram de berço para a obra palotina no Brasil.
Na certeza de que todos, com seus particulares dons, podem sempre contribuir, esperamos continuar colhendo os diversos frutos de tão marcante experiência de união e cooperação.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Encontro dos noviciados palotinos

NOVINPAL: Encontro sulamericano de noviços e noviças palotinos. Este encontro acontece uma vez por ano, em uma de nossas casas de formação, para proporcionar a integração entre formandos e formadores das diversas províncias e regiões, tanto masculina quanto feminina.





segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Seminário Maior Palotino - Curitiba - Pr

O Seminário Maior Mãe do Divino Amor, da Província São Paulo Apóstolo, acolhe jovens que, após ter concluído o postulado e um ano de noviciado, decidem seguir a vida religiosa segundo o carisma de São Vicente Pallotti. O jovem permanece durante sete anos nesta casa, fazendo o curso de filosofia (3 anos) e teologia (4 anos).




quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Uma obra abençoada por Deus



Uma Igreja profundamente ferida

D.: “Todos os fundadores partiram de uma viva e forte percepção das necessidades da humanidade e da Igreja. Pallotti percebeu e sentiu, de modo especial, as grandes necessidades do mundo e da Igreja. Fez isso, iluminado pela fé e pelo conhecimento que ele teve do mundo e da Igreja.

L.: Pallotti constatava que a grande maioria da humanidade desconhecia ainda Jesus Cristo e não acreditava nele e por isso era infiel. Para ele, tais pessoas necessitam urgentemente de ajuda.
T.: Pallotti viu e sentiu as grandes necessidades da Igreja do seu tempo, profundamente ferida pela Revolução Francesa que quis substituir Deus pelo ser humano e criar uma sociedade humana sem Deus e sem Jesus Cristo. Desencadeou uma luta contra a Igreja em todos os campos e perseguiu e matou também muitos cristãos. Procurou desmoralizar a Igreja e tudo aquilo que se referia a Deus.
D.: Como consequência, houve uma grande diminuição das forças missionárias na Igreja e faltaram os operários necessários para evangelizarem o mundo e também para conservarem a fé cristã, onde ela se encontrava.Via também um grande número de fiéis separados do verdadeiro rebanho de Cristo. A presença dos pobres e doentes o entristecia e o comovia, mas o que mais o fazia sofrer, era ver a maior parte da humanidade privada da luz e da presença salvadora de Jesus Cristo.

L.: Pallotti percebeu que o mundo precisava ser evangelizado, para ser salvo por Jesus Cristo e ter a vida eterna. Como não há evangelização sem evangelizadores, e estes eram muito escassos, era preciso multiplicá-los e qualificá-los, isto é, formá-los, habilitá-los e enchê-los do espírito de Cristo.

T.: Pallotti não percebeu apenas o lado negativo da realidade. Percebeu e sentiu as coisas boas e positivas que aconteciam. Percebeu uma grande necessidade de fé em toda parte e inclusive nos povos que não eram cristãos, nos quais viu boas disposições para abraçarem a religião católica.
D.: Com muito, pesar Vicente Pallotti notava e sentia o esmorecimento da fé e o esfriamento da caridade cristã. Lamentava que muitos cristãos já não eram animados pelo espírito que animava os primeiros cristãos. O jovem padre Vicente Pallotti queria, portanto, reavivar em todos os fiéis o “espírito fervoroso dos primitivos cristãos”.

T.: Reavivar a fé e reacender a caridade tornou-se um refrão na palavra e nos escritos de Pallotti.

L.: Quais foram os sentimentos e as reações de São Vicente Pallotti diante das enormes necessidades do mundo e da Igreja?
D.: Nele aparecem os mesmos sentimentos de Cristo, Apóstolo do Pai eterno. O Espírito Santo fez com que ele penetrasse profundamente no coração do Cristo e fizesse seus os sentimentos do próprio Cristo, Apóstolo e bom Pastor. A exemplo de Cristo, tomado de compaixão à vista das pessoas enfraquecidas e abatidas, como ovelhas sem pastor e sujeitas a muitíssimas fraquezas (Mt 9,35s), São Vicente Pallotti era incapaz de olhar com indiferença para tantos irmãos ameaçados de se perderem para sempre, mas era impelido pela caridade de Cristo a rezar e a socorrer com as obras, o mundo necessitado de salvação. Desejava ardentemente que todo o mundo fosse reconduzido a um só rebanho e a um só pastor. A exemplo de Cristo que ordenou pedir ao Pai a multiplicação dos operários evangélicos, Pallotti desencadeou um movimento de oração na Igreja, em favor da multiplicação dos operários evangélicos e da sua formação e sustento.

L.: Guiado pelo Espírito Santo, Pallotti compreendeu os sentimentos de Cristo e penetrou no sentido mais profundo da palavra de Deus e entendeu que toda a Igreja e todos os seus membros são chamados a se empenharem na continuação do apostolado de Jesus Cristo ou na prolongação da sua missão no mundo. Pallotti compreendeu que Deus quer que o ser humano coopere ativamente na salvação eterna do seu próximo. Não apenas os ministros ordenados, mas também todos os cristãos estão chamados a cooperarem eficazmente na propagação da fé no mundo inteiro e a ajudarem o próximo a conseguir a sua felicidade eterna.

T.: Para Pallotti, portanto, todos os homens e mulheres, pelo fato de serem imagem e semelhança de Deus, devem empenhar-se em ajudar o próximo. A obrigação de contribuir para a salvação eterna do próximo é vista por ele no mandamento de amar o próximo como a nós mesmos.

D.: Na sua mente e coração, foi amadurecendo a idéia de despertar em todos os cristãos o espírito apostólico ou missionário de Jesus Cristo e de motivar toda a comunidade cristã a engajar-se na propagação da fé no mundo inteiro, pois a propagação da fé ou a evangelização de todos os povos ou a reunião de todos os seres humanos no mesmo rebanho de Cristo é a obra mais própria da comunidade cristã, a mais necessária para a humanidade, a mais agradável a Deus e a mais meritória para todos os fiéis.

L.: Guiado e também estimulado pelos pedidos de ajuda material e espiritual, que continuamente chegavam a ele e aos seus companheiros, e também pela resposta generosa de tantos cristãos em favor dos irmãos necessitados, junto com seus companheiros São Vicente Pallotti quis fundar uma associação de fiéis que, unidos entre si pela caridade de Cristo e movidos por esta mesma caridade, procurassem multiplicar todos os meios espirituais e materiais necessários e oportunos para reavivar a fé e reacender a caridade entre os católicos e para propagá-la no mundo inteiro, a fim de que, quanto antes, houvesse um só rebanho e um só pastor.

T.: Mas qual é mesmo o carisma de São Vicente Pallotti?

D.: Podemos dizer que é o resgate e a promoção do apostolado católico na Igreja, isto é, do apostolado que corresponde a todos e a cada um dos fiéis. Ele foi o grande batalhador do apostolado universal, o apostolado de todos e de cada um. Ele fundou uma comunidade eclesial apostólica a serviço do apostolado universal.
Para refletir: o que São Vicente Pallotti apresentou como diferente para a Igreja de seu tempo? O que ele me inspira a fazer, segundo o seu desejo, em minha comunidade?
Oração para obter misericórdia.

Meu Jesus, minha infinita, imensa, incompreensível misericórdia.
Vós me dais a vossa própria misericórdia e me transformais em vossa misericórdia e fazeis que a minha vida seja uma vida toda de obras de misericórdia corporal e espiritual, em benefício de todos. E onde eu não posso chegar por meio dos meus esforços, fazei-o Vós com a plenitude da vossa própria misericórdia, para chegar a infundir a vossa misericórdia em todo o mundo, por todo o tempo e por toda a eternidade. Amém.

São Vicente Pallotti, rogai por nós.
Do livro: Itinerário espiritual palotino - Meditação 5

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Seminário São Vicente Pallotti

Esta casa pertence à Província São Paulo Apóstolo e há décadas tem cumprido sua missão de formar os futuros palotinos. É um centro de formação também para leigos. Duas vezes ao ano, os padres e irmãos palotinos realizam, neste local, seu encontro provincial e também seu retiro espiritual. A nossa missão é de formar novos APÓSTOLOS E MISSIONÁRIOS para a Igreja de Cristo. Todos são chamados a experimentar plenamente o amor que Deus tem para com cada um de nós. Participe também você da UNIÃO DO APOSTOLADO CATÓLICO (UAC). Para saber mais, entre em contato conosco. Temos a satisfação de receber seu e-mail. Escreva para:[valdecialmeida33@gmail.com]



sábado, 12 de setembro de 2009

Espiritualidade Palotina: Memória Prática Cotidiana

Elaborado por:
Fr. Bruno Cézar Damasceno, SAC
- A partir do momento em que nos encontramos com Cristo, nossa vida já não pode mais ser a mesma. Ele nos convida a sermos uma “nova criatura” n’Ele, isso significa que as mudanças que devem acontecer em nós não dependem apenas de nossos esforços, mas acima de tudo da Graça de Deus, que é derramada em nossos corações, quando assim a desejarmos (Rm 5,5).

- Pallotti tem um método muito prático para aqueles que desejam seguir o Evangelho de Cristo. A memória Prática Cotidiana é uma forma de configurarmos a nossa vida à de Jesus, para assim cumprirmos com o mandato de Cristo, “sede santos, como o vosso Pai do céu é Santo” (Lv 19,2; 20,7-8; 11,44; 1Pd 1,16). Jesus, sendo homem e Deus, vivenciou todas as dificuldades pelas quais passamos; venceu muitos desafios, sendo fiel a Deus, honrando-O em todas as suas ações. Jesus procurava Deus em tudo e sempre, e O encontrava em tudo e sempre.

A oração da Memória Prática Cotidiana é a seguinte:

“A vida de nosso Senhor Jesus Cristo é a regra fundamental para todos os palotinos. Assim, antes de iniciar qualquer atividade, somos obrigados a perguntar-nos, em cada uma das circunstâncias do dia, como pensaria, como falaria ou como agiria nosso Senhor Jesus Cristo. De qualquer forma, em tudo e sempre, devemos esforçar-nos pelo que seja mais perfeito. (OOCC III, 42; Documentos da fundação, p. 302)
Para refletir:
- Um jovem católico tem as mesmas atitudes que um jovem do “mundo”?
- Quais são as atitudes de um jovem do mundo?
- E as atitudes de um Jovem Católico?
- Compare e faça uma revisão de vida e aponte para as discrepâncias, para aquilo que vai contra o Evangelho e se proponha metas para mudar suas atitudes através da Memória Prática Cotidiana.
“Como é que pode um jovem levar uma vida pura? Guardando tua Palavra” (Sl 119, 9s).
- O que será guardar a sua palavra, senão encarná-la em sua própria vida, em suas atitudes diárias.
- Devemos nos esforçar diariamente por imitar nosso Senhor Jesus Cristo, portanto é um exercício, e todo exercício exige esforço e disciplina.

O nome “Memória Prática Cotidiana” tem um significado bem específico:

Memória: porque devemos recordar sempre a obrigação que temos de imitar a nosso Senhor (utilizar meios que nos façam recordar o propósito de imitá-lo, ex: bilhetes em locais visíveis, etc.)

Prática: porque obrigação tão preciosa deve ser cumprida de fato, no pensar, no falar, no agir e principalmente na moderação dos afetos do coração.

Cotidiana: porque tão santa obrigação não é de um dia só, nem de um só mês, nem de um só ano, nem só em retiros, mas de cada dia, até a hora da morte, com perfeição e fervor crescente, à medida que esta hora vá se acolher.

- Pallotti diz que a alma que crê em Jesus Cristo e que se esforça com humildade de confiança por imitá-lo alcança que ele destrua nela todas as deformidades e todas as faltas. Entra e opera nesta alma Jesus Cristo e continua sua vida nela. Ele vive nela e lhe aplica o mérito de suas ações santíssimas. E, assim também o diz Jesus: “Quem crê em mim, fará as obras que eu faço e fará ainda maiores que estas” (Jo 14, 12). Também é verdade, porque é Jesus que em nós faz tudo. Por isso, Paulo dizia: “Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).
- Não poderemos jamais imitá-Lo se não estivermos repletos do Espírito Santo, se tivermos cheios de outras coisas, que não seja o Espírito Santo, jamais teremos nossas atitudes e pensamentos transformados em Cristo. Por isso, é necessário a oração contínua; temos que rezar para sermos fiéis.
- Neste caminho jamais estaremos sozinhos. Pallotti nos deixou como grande companheira, Maria, Rainha dos Apóstolos, terna Mãe, que cuida com amor dos filhos. Nós, Filhos da Rainha, temos de estar armados com as mesmas armas usadas pela nossa Rainha, a oração, o silêncio diante das adversidades, a união, a humildade e o amor a Jesus Cristo. Assim venceremos!
- Pallotti recomenda: “Imaginar que temos diante dos olhos Nosso Senhor Jesus Cristo e imaginar como seriam suas palavras e atitudes...” Para conhecermos mais a Jesus, devemos nos deixar tocar profundamente pela sua palavra no Evangelho. Ouvindo sua voz, podemos amá-lo de todo coração, podemos segui-lo com mais confiança e assim configuramos nossa vida com a dele.

- O que Jesus pensa? Com o que se preocupa?
- Qual os sentido que ele vê em fazer suas coisas? (Lc. 12, 22-32; Mt. 7, 7-11)
- Como era o olhar de Jesus? (Passagens de Zaqueu e de Pedro, depois da traição)
- A quem e o que Ele olha? (Lc. 22, 60-62; Jo. 1, 41-42)
- O que está no Coração de Jesus?
- Que sentimentos têm, vive, ama?
- O que o entristece? O que o alegra?
- Quais as palavras que Jesus mais pronunciou?

terça-feira, 8 de setembro de 2009

DO DIÁRIO DO PAPA JOÃO XXIII



Uma oração muito confiante e muito especial te queremos apresentar, a ti, nosso São Vicente Pallotti, glória do clero romano, que resplandeces hoje em todo encanto das tuas virtudes. Digna-te interceder por este humilde Bispo de Roma, a cujo espírito a tua glorificação traz tanta alegria; interceder pelos seus colaboradores da cúria e do vicariato, por todos os sacerdotes, particularmente pela congregação do apostolado católico que de ti recebe uma luz de viva glória. Tu que foste apóstolo incansável, diretor de consciências, dinamizador de santos entusiasmos, magnífico, nas múltiplas empresas, incendeia com um novo fervor todos os ministros do Senhor e estes preciosos colaboradores do Apostolado Católico; torna-os prontos e disponíveis a cada chamamento dos seus irmãos. Sempre e em toda parte "sal da terra e luz do mundo" (Mt 5, 13-14), para a difusão do "bom odor de Cristo" (2Cor 2, 15). Sejam apóstolos de verdade, de caridade, de misericórdia, sejam educadores de cristãos exemplares, consoladores dos humildes e dos pobres, na luz que irradia de Jesus, Bom Pastor, salvador das almas e dos povos. Amém. Amém.

Da homilia para a canonização de São Vicente Pallotti publicada no L’Osservatore Romano de 21-22 de Janeiro de 1963.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Conheça nosso seminário

O vídeo, "Um giro pelo noviciado palotino", tem a finalidade de mostrar como é uma casa religiosa. O ambiente formativo para a vida consagrada deve ajudar o jovem a fazer uma profunda experiência com Deus. Aqui, durante um ano, o seminarista vai discernir se é esse mesmo o caminho para o qual Deus o chamou para viver a santidade. Portanto, você também é convidado a responder aos apelos que Deus faz no seu coração, na realidade na qual você está inserido como batizado. Seja um cristão autêntico!




quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Em busca da unidade


Um sacerdote exemplar

D.: Vicente Pallotti, desde o início de sua ordenação sacerdotal, destacou-se no meio clerical por sua forte espiritualidade e pelo serviço prestado às pessoas necessitadas. Estava sempre atento a tudo o que acontecia ao seu redor. Nunca deixou de responder aos desafios do seu tempo. Por isso, a sua atividade como sacerdote não se resumia apenas celebrar piedosamente a missa e a ministrar os sacramentos. Percebeu que, com a força do seu ministério, podia fazer muito mais que simplesmente atuar como homem do culto. Intuitivamente, convidou leigos fervorosos para juntos formarem uma legião de evangelizadores e assim propagar o evangelho de Jesus a tantas pessoas que ainda não tinham tido a oportunidade de experimentá-lo pela fé.
No seu trabalho apostólico, descobriu que a ajuda do leigo na evangelização é indispensável para que a Palavra de Deus chegue, o mais depressa possível, em muitos ambientes onde só existem trevas. Para ele, o cristão, pela força de seu batismo, deve não somente estar preocupado com a salvação da sua alma, mas de todos. O batismo não leva o indivíduo a apenas fazer parte de uma comunidade orante, mas o credencia a continuar a obra evangelizadora de Cristo em todo mundo. Não importa o seu estado de vida. Todos são convocados por Cristo para anunciarem que o Reino de Deus está no meio de nós. Até mesmo o enfermo, no seu leito de dor, pode ser um apóstolo, oferecendo suas orações e seus sacrifícios para a redenção da humanidade.
Texto bíblico: Pallotti tinha plena consciência daquilo que disse São Paulo: “Em Cristo, somos uma nova criatura”. Ler o texto (2Cor 5,13-21).

D.: meditar o texto bíblico e ver as semelhanças com o ensinamento de Pallotti. O que aprendi com os ensinamentos de hoje? Como devo agir de agora em diante?

Oração
D.: A experiência de Deus feita por São Paulo ajudou Pallotti a descobrir o quanto Deus é bom e ama as pessoas. Assim afirma o apóstolo: “Os que de antemão conheceu, também os predestinou a serem conformes à imagem de seu Filho” (Rm 8,29), para dizer que Deus deu seu Filho para imitá-Lo e para sermos, quanto possível, semelhantes a ele. E, no seu divino Filho, falou-nos com as obras e a doutrina dele.

T.: Pela desobediência de Adão, a nossa alma tornou-se toda chagada pela ignorância do intelecto, pela malícia da vontade, pela fraqueza das forças do espírito e pela inclinação ao desafogo de todas as más paixões, assim nosso Senhor Jesus Cristo, para combater tudo isso e para nos dar a graça de imitá-Lo, quis humilhar-se infinitamente, não só no mistério da encarnação, mas também nascendo no sofrimento e na humildade do presépio e levando uma vida toda humilde, pobre, difícil e obediente.

D.: Deus meu, Jesus meu, Redentor da minha alma, meu divino modelo, quem chegará a compreender o amor infinito e a infinita misericórdia com que, por mim, nasceste numa estrebaria e levaste uma vida humilde, penosa, pobre, laboriosa e desprezada? Quem poderá compreender a minha monstruosa ingratidão ao teu amor e à tua misericórdia infinita?

T.: Ah, meu Deus, é verdade que, por minha ingratidão, não mais mereço que me favoreças com qualquer de Teus dons. Pela tua mesma infinita misericórdia, por teus infinitos méritos e intercessão de Maria santíssima e de todos os anjos e santos, tenho firme confiança e creio com certeza que, sem demora, vais conceder-me a perfeita contrição dos meus pecados e o dom de imitar-Te sempre, na tua vida humilde, pobre, penosa e obediente, a fim de aperfeiçoar meritoriamente a minha alma, viva imagem Tua e do Pai e do Espírito Santo.

D.: Agradecidos a Deus pela presença de todos, desejamos que ele continue conosco nessa caminhada comunitária e familiar. Na certeza de que Ele nunca nos abandona e não leva em conta as nossas inúmeras faltas, supliquemos a sua misericórdia.

O testemunho de um jovem


Somos todos de Cristo.
Vicente Pallotti viveu como qualquer outro jovem de sua idade. Passou sua infância no centro de Roma. Participava da vida social em meio aos trabalhos cotidianos da família, convivendo com pessoas de todas as classes sociais que frequentavam a mercearia de seu pai. Naquele ambiente, aprendeu a observar as pessoas e a sentir as suas reais necessidades. Ele percebeu que elas buscavam alimento para nutrir o corpo, mas algo lhe dizia que precisavam também de saciar a alma.
No confronto com cada uma delas, viu que, independente da sua história pessoal, estava diante de um ser humano, feito à imagem e semelhança de Deus, que precisava ser amado e respeitado. À medida que crescia, tal sentimento aumentou e, ao mesmo tempo, despertou nele a necessidade de partilhar com todos a experiência que fizera do amor misericordioso de Deus.
No seu dia-a-dia, encontrou pessoas insatisfeitas com a vida, outras à beira do desespero devido a tantos sofrimentos. Foi insuportável para ele presenciar tudo isso. Diante de Deus tomou a firme resolução de oferecer aquilo que possuía para amenizar os sofrimentos de tantos irmãos. Muitas vezes, deixou de tomar o seu lanche, para doá-lo a quem tinha fome, doou seus sapatos a um pobre e sua cama a um enfermo que dormia desconfortavelmente.
A sua fé em Jesus Cristo foi quem o motivou a sair de seu conforto para ajudar àqueles que eram penalizados pela vida.

Leitura bíblica: O cristão deve entender a extensão do amor de Cristo (Ef 3,8-21).

Refletir: que ensinamento podemos tirar para nossa vida do texto de Pallotti e da leitura de Paulo?

Rezemos com São Vicente Pallotti.

D. À luz da fé, lembro que Deus, ao se dispor, de acordo com os sapientíssimos projetos do seu amor infinito e da sua infinita misericórdia, ao criar o homem, disse: “Façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança” (Gn 1,26).
T.: Ah, meu Deus, amor infinito, amor inefável, amor incompreensível, é de fé que minha alma foi criada à imagem e semelhança vossa!
D.: Não se trata da imagem pintada em tela, nem de imagem de madeira, de pedra, de metal. Minha alma é imagem de Deus, pelo natural caráter distintivo de sua criação, como substância vivente racional, espiritual.
T.: Ah, meu Deus! Vós sois eterno, infinito, imenso, incompreensível! Portanto, é de fé que a minha alma, imagem vossa, é também viva imagem do eterno, do infinito, do imenso, do incompreensível. Mas só Vós, meu Deus, sois trino nas pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo, por isso é de fé que a minha alma é viva imagem de vós.
D.: Vós, meu Deus, sois poder infinito, sabedoria infinita, bondade infinita, justiça, misericórdia e pureza por essência, por isso é de fé que a minha alma é viva imagem das vossas virtudes.
T.: Meu Deus, a fé me faz lembrar que Vós sois perfeição e santidade por essência, por isso é também de fé que a minha alma é viva imagem de todo vós mesmo, de todas as vossas infinitas perfeições e de todos os vossos atributos, infinitos, eternos, imensos, incompreensíveis.
D.: Ah, meu Deus, ao criar a nossa alma desse modo, até onde levastes vosso amor! E dizer que Vós, na vossa imensa sabedoria, desde toda eternidade, tínheis conhecimento de quão poucos, e esses, com quanta mesquinhez, teriam valorizado a própria alma e de quantos menos teriam sido gratos a tão incompreensível benefício!
T.: Ah, meu Deus, eu sei que o vosso amor infinito é também infinitamente misericordioso. Assim, nem a minha ingratidão pode impedir-vos de executar o projeto de criar a nossa alma à imagem e semelhança de todo vós mesmo.
D.: Ah, meu Deus, quem poderá compreender, por um lado, esse vosso amor infinito e essa vossa infinita misericórdia e, por outro, o meu desconhecimento e ingratidão, quando não dei à minha alma o valor que lhe deveria dar.
Conclusão: Estamos agradecidos pela presença de todos e, com certeza, o que refletimos e rezamos hoje servirá para nós de estímulo para buscarmos sempre mais a Deus. Por isso, vamos rezar juntos a oração de São Vicente Pallotti.


Oração para obter misericórdia.
Meu Jesus, minha infinita, imensa, incompreensível misericórdia.
Vós me dais a vossa própria misericórdia e me transformais em vossa misericórdia e fazeis que a minha vida seja uma vida toda de obras de misericórdia corporal e espiritual, em benefício de todos. E onde eu não posso chegar por meio dos meus esforços, fazei-o Vós com a plenitude da vossa própria misericórdia, para chegar a infundir a vossa misericórdia em todo o mundo, por todo o tempo e por toda a eternidade. Amém.

São Vicente Pallotti, rogai por nós.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Quem foi São Vicente Pallotti


Apóstolo de Roma

D.: Hoje vamos conhecer a história de São Vicente Pallotti. Ele foi padre diocesano na cidade de Roma; nasceu no dia 21 de abril de 1795. Ainda muito jovem, demonstrou profundo amor à Eucaristia e à Maria Santíssima. Seus pais, Pedro Paulo e Maria Madalena, com sua fé contagiante, despertaram no menino o desejo de viver só para Deus. Todos os dias, a família reunia-se para rezar o santo rosário. Festejavam também, com muito carinho, as solenidades de nossa Senhora. Sua mãe, mulher santa e piedosa, tinha o costume de todas as tardes visitar o Santíssimo Sacramento e os altares dedicados a Nossa Senhora, nas Igrejas próximas de sua casa, no centro de Roma, e levava consigo o pequeno Vicente.
O frequente contato com a vida de oração e a escuta da Palavra de Deus, levou-o a ter um profundo zelo pelas coisas de Deus. Criou nele também, grande amor pela Igreja e pelos irmãos mais pobres e sofredores.
Ainda muito pequeno, quis dedicar sua vida ao serviço de Cristo, por meio da vida consagrada. Desejava ser franciscano, mas, por ser muito fraquinho, e pelo fato de os franciscanos fazerem muita penitência, foi aconselhado pelo seu diretor espiritual, Pe. Fazzini, a não ingressar na ordem franciscana. Por causa disso, aos 15 anos de idade, começou a receber formação para a vida diocesana. Em 1818, foi ordenado sacerdote na Basílica São João de Latrão.

D.: Pallotti sente Deus como alimento da sua alma e força para a missão:
T.: “Ah, meu Deus, então Vós sois o alimento da minha Alma! Assim, o Pai é o alimento da minha Alma, o Filho é o alimento da minha Alma, o Espírito Santo é o Alimento da minha Alma e DEUS todo é alimento da Alma... e todo Vós, meu Deus, eterno, infinito, imenso, incompreensível, sois o alimento da minha alma, e o sois sempre, de noite e de dia, a todo instante, e quereis que abramos sempre mais a boca da nossa alma, para alimentar-nos sempre mais” (OOCC XIII, 117).

D.: No seu contato com Deus através da oração e da meditação, descobriu que Deus é infinitamente misericordioso. Ele “realiza a obra da criação para comunicar todo a si mesmo às suas criaturas”. Por isso exclama: “Meu Deus, Misericórdia minha infinita. Eterno, Imenso, Incompreensível, só e único infinito, infinitamente Comunicável” (OOCC X, 513). Esta comunicabilidade divina constitui uma força explosiva na espiritualidade do Fundador.
T.: O desejo de estar com Deus é o que moveu toda sua existência, santidade pessoal e o modo de compreender e viver a Igreja.

D.: Extasiado diante do amor infinito de Deus, rezava: “Deus meu, não o intelecto, mas Deus... Deus em tudo e sempre” (OOCC X, 247-248). Este olhar se estende também aos outros: “Eu vos olho em Deus, trato convosco em Deus, abraço-vos e saúdo-vos em Deus, amo-vos em Deus e em Deus encontro-me sempre convosco unido em todas as vossas obras, para estarmos todos juntos reunidos em Deus, no Reino dos céus, para cantar eternamente as divinas misericórdias” (OCL III, 245).
Leitura bíblica: Ler a experiência de Deus dos profetas Isaías (6,1-13) ou Jeremias (1,4-10) e confrontá-las com a de Pallotti.
Oração para pedir mais operários para a vinha do Senhor.

D.: Pai Eterno, pela vossa infinita misericórdia e pelos merecimentos infinitos de Jesus Cristo, vosso Filho, fazei que todos os seres humanos Vos conheçam e vos amem, pois quereis que todos se salvem. Pelos sacrossantos mistérios da redenção humana:
T.: Mandai, Senhor, operários para a vossa messe e tende piedade de vosso povo.

D.: Eterno Verbo Encarnado, Redentor da humanidade, convertei os seres humanos todos a vós. Pela salvação deles, fostes obediente ate à morte na cruz. Pelos merecimentos e intercessão de vossa Mãe Santíssima e de todos anjos e santos:
T: Mandai, Senhor, operários para a vossa messe e tende piedade de vosso povo.

D: Espírito Divino, pelos merecimentos infinitos da paixão e morte de Jesus, difundi em todos os corações vossa ardentíssima caridade, assim haverá um só rebanho e um só Pastor. Rainha dos Apóstolos e vós todos os anjos e santos, rogai ao Senhor da seara:
T: que mande operários para a sua messe e tenha piedade de seu povo. Para que todos possamos gozar com Ele, o Pai e o Espírito Santo, por todos os séculos. Amém.

Oração para obter misericórdia.
Meu Jesus, minha infinita, imensa, incompreensível misericórdia.
Vós me dais a vossa própria misericórdia e me transformais em vossa misericórdia e fazei que a minha vida seja uma vida toda de obras de misericórdia corporal e espiritual, em benefício de todos. E onde eu não posso chegar por meio dos meus esforços, fazei-o Vós com a plenitude da vossa própria misericórdia, para chegar a infundir a vossa misericórdia em todo o mundo, por todo o tempo e por toda a eternidade. Amém.

São Vicente Pallotti, rogai por nós.

domingo, 26 de julho de 2009

Rezar com o jeito de Pallotti.


Queremos, nesta reflexão, descobrir a ação de Deus em nossa vida.
Cantar: Deus está aqui, aleluia, tão certo como o ar que eu respiro. Tão certo como o amanhã que se levanta. Tão certo como eu te falo e Tu podes me ouvir.
D.: A experiência de Deus feita pelos nossos antepassados levou-os a perceberem que Ele se interessa pelo seu povo, não importando à qual nação ele pertença (At 10,34-36). O Antigo Testamento, ao falar do servo sofredor, ou seja, do enviado de Deus ao mundo para transformar as realidades onde não há luz, mas trevas, mostra-nos que Deus sempre se preocupa com as pessoas. Ainda hoje, Ele se preocupa com a minha vida e a da minha família, pois fomos feitos à sua imagem e semelhança. A imagem de Deus não pode ser deformada:
T.: Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão. Eu te formei e te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, para abrires os olhos aos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas (Is 42,6-7).
D.: Isaías continua refletindo sobre o que agrada a Deus e o que leva o ser humano a progredir na fé. Para o profeta, é na simplicidade da vida do dia-a-dia que Deus se manifesta a nós. Junto dele, podemos experimentar o seu amor misericordioso para conosco. Portanto, o que mais agrada a Deus é o nosso gesto de abertura a ele e também quando partilhamos o que temos, com nossos irmãos, principalmente aos que estão mais necessitados.
Leitura bíblica: Ouçamos o que Isaías diz a respeito das orações e jejuns que agradam a Deus (Is 58,5-11).
Partilha da Palavra de Deus: O que aprendi com a leitura? Como posso aplicar isso no meu dia-a-dia? Eu rezo em família? Eu tenho costume de ajudar as pessoas necessitadas?
São Vicente Pallotti descobriu Deus.
D.: Muitas pessoas pensam que os santos já nasceram canonizados. Aliás, a santidade não é privilégio para poucos, mas para todos aqueles que vivem os ensinamentos de Jesus. São Pedro, lembrando a passagem de Levítico, diz: “Sede santos, porque Eu sou santo” (1Pd 1,15-16). Se somos a imagem de Deus; se fomos batizados; se comungamos a eucaristia; se participamos da Igreja de Cristo, então a santidade já faz parte da nossa vida. Somos santos, quando fazemos o bem e quando transmitimos coisas boas para as pessoas e quando fugimos da tentação do pecado. Vivendo assim, nos tornamos sinais da presença de Deus no meio do povo e uma bênção para a família e para a comunidade. São Paulo, quando se dirigia para as comunidades por ele fundadas, dizia: “à comunidade dos santos” (1Ts 3,13; 2Cor 1,1).
D.: Pallotti sempre pediu a graça de ser santo, porém a santidade só foi conquistada, ouvindo a Palavra de Deus e contemplando a cruz de Cristo. Foi contemplando o Cristo ultrajado e ofendido, abandonado por nós, que viu a grandeza de Deus que não se esqueceu de nós, mesmo com as nossas misérias. Ele, ao assumir o rosto humano, tornou-se nosso irmão e nos fez herdeiros das suas riquezas.
T.: Diante da grandeza de Deus, Pallotti dizia: Meu Deus, amor infinito, como podeis enamorar-vos por mim? Meu Deus, perdoai-me por vos dizer isso. Vós vos enamorastes da miséria. Sim, Senhor, a vossa misericórdia olhou a nossa miséria, e para destruí-la, destes a verdadeira riqueza, o Senhor Jesus Cristo.
D.: O amor infinito deu-nos Cristo como irmão primogênito. Então não somos só imagens vivas de Deus. Somos seus filhos legítimos e herdeiros. A nossa herança é Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Por isso, alegremo-nos com ele (Jesus), nossa manifestação da glória.
T.: Senhor da glória, vós viestes para morar conosco, em nossos corações e em nossas famílias e comunidades. Ajudai-nos a ser perseverantes na fé e no desejo de ouvir a vossa Palavra, principalmente na comunidade, porque sois vós quem nos sustentais e nos animais nos momentos de fragilidades. Por isso, nos comprometemos em não vos abandonar, mas para isso precisamos da vossa graça e da vossa misericórdia. Amém.
D.: Estamos felizes, porque vocês vieram refletir a Palavra que Deus nos deixou para orientar nossas vidas e nossos caminhos. Somos fracos e sozinhos podemos desanimar com o peso da vida, e as dificuldades podem enfraquecer a nossa fé; mas juntos, em comunidade, podemos rezar uns pelos outros e, desta forma, implorar a Deus a sua clemência e a sua misericórdia. Por isso, vamos rezar a oração de São Vicente Pallotti, pedindo a misericórdia de Deus sobre nós e nossas famílias e para todas as pessoas do mundo que imploram pela paz.
Oração para obter misericórdia.
Meu Jesus, minha infinita, imensa, incompreensível misericórdia.
Vós me dais a vossa própria misericórdia e me transformais em vossa misericórdia e fazeis que a minha vida seja uma vida toda de obras de misericórdia corporal e espiritual, em benefício de todos. E onde eu não posso chegar por meio dos meus esforços, fazei-o Vós com a plenitude da vossa própria misericórdia, para chegar a infundir a vossa misericórdia em todo o mundo, por todo o tempo e por toda a eternidade. Amém.


São Vicente Pallotti, rogai por nós.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Mensagem do Arcebispo de Londrina

Dom Orlando Brandes
VANTAGENS DO PERDÃO

Perdoar não é fácil, mas é o caminho mais eficaz para a convivência humana saudável e feliz. Nosso viver e conviver sobrevivem graças ao perdão que e uma atitude de amor incondicional, de compreensão, de misericórdia e de alta sabedoria.
Quem não perdoa é um perdedor. Perde de dois a zero porque frustra o relacionamento humano e carrega dentro de si o lixo da mágoa e amargura. Quem perdoa alcança o zero a zero, ou seja, restabelece a comunhão e expulsa o veneno do ressentimento. Terá saúde física, psicológica, social e espiritual. O perdão é remédio, cura, excelente terapia.
Quem não perdoa, não esquece o mal e sofre a doença da “compulsão da repetição”; vive sempre lembrando, repetindo, desabafando a dor interna. Por não perdoar irá sempre culpar alguém e vingar-se. Isso tudo aumenta o sofrimento e o desgaste físico. Perdoar é tirar a raiz da amargura.
Perdoar é compreender, desistir de julgar e de culpar os outros. Isto é possível quando reconhecemos que somos barro. Ninguém e infalível. Quando aceitamos nosso barro e o dos outros, conseguimos perdoar. Com o perdão conseguimos dar um novo significado ao fato que nos magoou, temos nova compreensão, novo olhar, novo sentimento sobre fatos e pessoas. O perdão muda a realidade porque é encontro com a verdade.
Perdoar é reatar o relacionamento rompido, e colocar-se nas mãos do outro, abdicar do julgamento pessoal. É um gesto de gratuidade no qual fazemos o dom de nós mesmos. Sem o perdão somos pesados, doentes, depressivos, agressivos, desumanos. Perdoar é reumanização de si.
A falta de perdão torna falsa e estéril a oração. O rancor, a mágoa, a ressentimento impedem a ação da graça. O sentimento negativo é uma energia venenosa que se transforma em doença, insônia, agressividade, imoralidade, alcoolismo, barulho, farra, etc. Muitos problemas da vida têm sua raiz na falta de perdão.
A magoa, o ressentimento, a amargura, são energias e sentimentos destrutivos.
Assim, quem não perdoa odeia a verdade, carrega veneno na alma, destrói o bem, afasta-se da caridade, vive no azedume e crítica, fere o coração, morre aos poucos, sente-se perdido. Só resta o vazio, a solidão e a algazarra para abafar o mal-estar interior.
As consequências negativas da falta de perdão são tão perigosas e destruidoras que a Bíblia aconselha a perdoar antes do par do sol. Não deixar para amanhã. Não ir dormir com raiva: “Não se ponha o sol sobre vossa ira” (Ef 4,26). Igualmente Jesus manda perdoar setenta vezes sete, isto é, sempre, imediatamente e de todo coração.O perdão é tão benéfico que deve ser dado incondicionalmente, totalmente, incansavelmente. Na oração do Pai Nosso, o perdão está ao lado do pão de cada dia. O perdão também é pão da vida, porque é o amor sem medidas, amor de mãe, amor misericordioso. É o perdão que possibilita a fraternidade e a boa qualidade do relacionamento humano.


Dom Orlando Brandes



A ARTE DA ORAÇÃO

Rezar é um ato natural, um capítulo da antropologia, exatamente porque o ser humano tem uma abertura congênita para o transcendente, o divino. Rezar é também um ato de justiça para com nossa alma, pois a oração é expressão do espírito, da alma, do coração. É também um ato de justiça em relação a Deus. “Nele somos, vivemos e existimos” (At 17,28).
A oração é antes de tudo terapêutica porque pacifica, unifica, ordena a vida, os pensamentos e os afetos. “Os efeitos da oração em nossa pessoa são mais visíveis que os das glândulas de secreção interna”, diz o prêmio Nobel da medicina (1922), Dr. Alexis Carrel, ateu convertido.
A arte da oração consiste em que o orante se comunica com Deus, com os outros e consigo mesmo e assim faz grandes descobertas, encontra soluções, recebe iluminações e muita força interior. K. Jung e V. Frankl são psicólogos que exaltam a importância e a eficácia da oração, sem a qual, as pessoas não se curam de suas neuroses. Eles sabem muito bem que a pessoa orante entra no nível alfa, freqüência profunda do cérebro humano.
Quem não reza está numa situação muito desconfortável e até incômoda, porque irá buscar alívio e sedativo no álcool, farras, drogas e sempre permanece vítima do vazio existencial e da solidão. Sempre justificará seus erros e fugas, tendo necessidade espontânea de ridicularizar quem reza, como se a oração fosse o “catecismo dos fracos e perdedores”. De fato, só os humildes e autênticos rezam:
É preciso rezar com fé. Acreditar no poder da oração. Rezar é estar com Deus e com os outros. Normalmente a oração verdadeira e profunda leva à compaixão, ao perdão, à solidariedade. O amor é fruto da oração. Rezar é um ato de amor e o amor é conseqüência da oração. Os santos, os místicos são sempre pessoas de paz, de fraternidade e de ação em favor dos pobres e pecadores. A oração é amor de amizade com Deus que nos leva ao amor-serviço para com os outros.
A oração é uma “alavanca que move o mundo” (Sta. Terezinha). De fato, quantas pessoas são vitoriosas frente a doenças, mágoas, decepções, injúrias. A oração as salvou. Quem reza se salva. A oração é uma ponte. A pessoa orante é fabricadora de pontes, é pontífice. Abatem-se os muros, constroem-se pontes, com a sabedoria da oração. Esta ponte, a oração, vai da terra ao céu e do coração do orante aos irmãos. A escalada da oração é exigente, requer perseverança. É um combate. A oração é muralha, é escudo, é proteção, é abrigo, é segurança. Quem reza está imunizado contra muitos males. A oração nos protege das tentações. Sem oração caímos na murmuração e abraçamos a tentação.
A oração é escola. O mestre interior é o Espírito Santo. Na escola da oração aprendemos a prática do bem, a beleza do perdão, a alegria da convivência, a esperança nas decepções. A oração nos faz discípulos, iluminados, sábios, humanos e verdadeiros. Moisés tinha o rosto iluminado após a oração. Irradiava o fulgor de Deus!
A oração enche o orante de audácia e coragem, de força e tenacidade, de luz e compaixão. Jesus não somente reza, mas, ensina a rezar, principalmente a perseverança na oração. Os primeiros cristãos eram “assíduos na oração” (At 2, 42). De fato, a oração é inspiração de cada momento, recolhimento do coração, recordação das maravilhas de Deus, é força para a luta cotidiana. Eis a arte da oração.
A oração é uma rendição diante de nossa insuficiência e da paternidade de Deus. A oração é a fala entre filhos(as) e Pai. Portanto, oração é questão de amizade; é encontro de duas consciências, duas intimidades, duas existências. Na oração acontece uma troca de olhares, de confidências, de interioridades. Rezar é um ato de amor, um ato afetivo que inflama o orante de amor a Deus e ao próximo.

Dom Orlando Brandes

A HUMILDADE DE DEUS

Deus é infinito, absoluto, perfeito e santo. Deus é amor. Por isso é humilde.
Sua primeira humildade está no ato da criação do homem. Permite existir um outro que em sua liberdade pode contrariá-lo, ofendê-lo, e dele discordar. Deus se contrai, se autolimita para que suas criaturas possam existir. É humildade de Deus acolher em seu mistério o outro diferente e livre. Deus aceita limitar o seu poder. Aceira ser ofendido, não correspondido, não amado.
É humildade de Deus, criar as coisas imperfeitas e aceitar a colaboração do homem como concriador, administrador e aperfeiçoador de sua obra. Deus mesmo obedece as leis da criação que são imperfeitas e incompletas, quase a depor contra Ele. Mas, prefere se autolimitar, autocontrair, sofrer as limitações das criaturas para deixá-las existir e permitir que o homem as conduza e explore. Quanto sofrimento e humildade de Deus, num terremoto, numa catástrofe natural, numa doença cuja cura ele sabe qual é, mas em sua humildade, espera a descoberta deste remédio pela inteligência humana. Deus não faz o que o homem pode e deve fazer. Em sua humildade Deus confia e espera no homem. Humilha-se para que as criaturas existam e possam seguir sua evolução natural. Tão humilde e sofredor é Deus, que não vive interferindo nas criaturas, como que fazendo milagre a todo instante. Em sua humildade, adapta-se aos estágios da evolução e em sua providência conduz a vida, a natureza, a história sem tirar-lhes a liberdade, a autonomia, o livre arbítrio.
Deus é humilde, sua paciência e misericórdia com o homem livre e pecador, não destruindo o mal, mas esperando na capacidade humana de ouvir a consciência e mudar de vida. Deus não destrói nem castiga o pecador, mas permite provações que serão benéficas no contexto. Deus é humilde ao escolher representantes seus, como é o caso de padres, bispos, religiosas, cheios de limitações e imperfeições. Ele não se envergonha de nossa fraqueza, ao lidar com pessoas defeituosas, limitadas, pecadoras. Deus é humilde, porque podia tudo resolver à força de milagres e com um sopro de sua boca, mas prefere adaptar-se as demoras das criaturas, respeitar as leis naturais e sofrer com os que sofrem porque os ama. Deus pode tudo mas não quer nos salvar contra nossa liberdade. O Onipotente, o Infinito aceita limitar seu poder. A virtude mais profunda da divindade é a humildade. Deus se abaixa, se inclina, é servidor do homem. Em sua humildade, ele bate à nossa porta e espera a resposta. Não arromba nem invade. Deus é mendigo do homem.
A humildade de Deus nós vemos estampada em Jesus, frágil da manjedoura.
Do mais alto céu, desceu ao lugar mais baixo, mais imundo. Da glória à estrebaria. Deus é humilde em Jesus pobre e peregrino, em Jesus no lava-pés e na cruz. Grande e o mistério da humildade de Deus. Porque é humilde, Deus é compassivo, misericordioso, benevolente, clemente, paciente. Na sua humildade reside sua majestade.
Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Conhecendo Roma

Roma, cidade natal do nosso santo. Nela nasceu, cresceu e exerceu seu apostolado.


quinta-feira, 4 de junho de 2009

Igreja San Salvatore in Onda - Roma - Itália

Secretariado Geral para a Formação

O Secretariado Geral para a Formação é um órgão auxiliar do Regime Geral. Este secretariado foi instituído pela Assembléia Geral de 1998 como resposta aos apelos da Santa Sé de iniciar nas comunidades de vida consagrada a experiência de elaborar um programa sistemático de formação para as pessoas que fazem parte da comunidade ou que virão pertencer à mesma
Após as experiências feitas e, em estreita relação com os escritos de São Vicente Pallotti, o Secretariado publicou a “Ratio Institutionis”, que contém um programa detalhado de formação e auto-educação para todos os candidatos e membros da Sociedade.
O Secretariado Geral para a Formação elabora e publica regularmente um boletim interno com o título de “Betlemme” no qual apresenta aspectos da espiritualidade palotina e subsídios para os encontros dos formadores.


Noviciado Internacional Palotino - Itália

Noviciado Internacional - Grottaferrata


domingo, 17 de maio de 2009

Este vídeo tem a finalidade de mostrar o ambiente em que viveu nosso santo Fundador, São Vicente Pallotti.


sexta-feira, 15 de maio de 2009

Do livro: Itinerário espiritual palotino - orações





Eucaristia: imagem incompreensível da misericórdia de Deus


D.: Pallotti sempre foi fascinado pela Eucaristia. Nela, ele contempla Deus que se torna alimento das almas das pessoas. O alimento eucarístico dos fiéis não está circunscrito à materialidade do corpo de Cristo, pois Ele é Deus, e o fiel é alimentado pelo Cristo total: corpo, sangue, alma e divindade.
A celebração Eucarística ocupou sempre o lugar central na vida de nosso fundador. Ele descobriu que nela não está somente a pessoa do Verbo encarnado, mas está presente também o Pai e o Espírito Santo.
No dia 09 de janeiro de 1835, após a santa missa, recebeu a grande inspiração de fundar a UAC. Ele tem plena consciência da sua pobreza, miséria e inutilidade, do seu nada e pecado. Reconhece ainda que é incapaz de receber tão grandioso dom.
Ele aclama a eucaristia como imagem incompreensível e infinita do amor e da misericórdia de Cristo e reconhece a sua indignidade diante de tão grande mistério. Por isso, reconhece-se como nada a ser preenchido pelo tudo que é Deus em sua compaixão e intitula-se como prodígio da misericórdia.

Propósitos
D.: Ao reconhecer sua limitação diante do infinito amor de Deus, Pallotti faz alguns propósitos capazes de viabilizar sua relação com Cristo eucarístico: comungar todos os dias até o fim da sua vida; fixar sua atenção na Eucaristia; aumentar os adoradores e os que participam da Eucaristia;
viver permanentemente em preparação, busca e ação de graças, participando nos infinitos mistérios da Eucaristia; desejar que a eucaristia opere nele.

D.: A vivência do mistério eucarístico o leva a uma configuração com Cristo, onde sua vida, suas atitudes, seu apostolado fosse a vida do próprio Cristo (Gl 2,20). Porém, essa perfeição só pode ser encontrada no Cenáculo.

T.: Através de seu exemplo, Pallotti impulsiona-nos a nutrir um profundo amor pela Eucaristia, fonte de graças e de bênçãos para todo apostolado.

D.: “Somos marcados nas mãos de Deus” (Is 49,16). “Antes do nascimento, já te havia consagrado” (Jr 1,5). Pallotti também tinha plena consciência de que fora marcado e conduzido por Deus.

T.: Marcado pela ação divina, Pallotti tinha dentro de si um grande desejo de praticar as virtudes próprias dos assinalados por Deus, por isso queria viver a obediência e a fidelidade vivida por Maria Santíssima, a Serva fiel.

D.: Dizia ele: “Expresso o desejo do meu coração de partilhar solidário, com Jesus e Maria, todas as dores mentais e sensíveis de toda e tão sofrida vida deles”.

Entrega do coração a Jesus por Maria.
D.: Imaculada Mãe de Deus, Rainha do céu, Mãe de misericórdia, advogada e refúgio dos pobres pecadores, eis-me aqui, iluminado e confortado pelas graças que tu, com carinho materno, copiosamente, me alcançaste do tesouro da divindade.

T.: Eu tomei a decisão de depositar em tuas mãos o meu coração, por agora e para sempre, para consagrá-lo totalmente a Jesus. E tu, em meu nome, consagra-o a Jesus. Estou certo de que tu, agora e sempre farás quanto puderes, para que o meu coração seja sempre todo de Jesus, na mais perfeita imitação dos santos, especialmente do teu esposo são José.

D.: Estou certo de que me alcançarás todas as graças para imitar a ti e a teu Filho Jesus. E, como demonstração da minha confiança, agora e sempre e de toda forma possível que agrade a Santíssima Trindade.

T.: Meu Deus, sou indigno de ter o dom de um amor perfeito para com a Imaculada Mãe Maria, mas tu mo concedes pelos méritos de Jesus e de Maria (amor de Filho e mãe). Quero amá-la com o amor com que amas Tu, ó divino Filho, com o amor com que amas Tu, ó Espírito Santo (amor de esposo e esposa). Tudo isto, por todos os fins possíveis que agradem a ti, meu Deus.

D.: Maria é o caminho para chegar a Jesus, porém toda sua vida foi dedicada ao apostolado de Jesus, o apóstolo do Pai.

Propósitos e aspirações - (n. 34)
D.: Eles não têm mais vinho (Jo 2,3). Pallotti viu o vinho da esperança e da alegria. Olha para a humanidade com olhar terno de quem não perde a esperança e a confiança em Deus.

L.: Vejo ou ouço falar em pessoas aflitas, angustiadas, atribuladas, cansadas, carregadas de pesos e fadigas, como, por exemplo, os fazedores de chaves, lavradores, carroceiros, pedreiros, carpinteiros, pobres mulheres aflitas por causa dos filhos, pelas noites em que não dormem porque, eles mesmos estão doentes ou inquietos, devendo então velar por eles, amamentá-los, fazê-los dormir. Conheço as grandes aflições por que passam tantas pobres famílias, as discórdias entre os esposos, as brigas entre irmãos e irmãs, entre parentes, entre empregados e amigos, a opressão de tantas pobres moças expostas ao perigo de perderem a santa honestidade, a opressão das crianças, das viúvas desoladas e de tantas misérias que afligem a humanidade, se eu mesmo ou uma outra pessoa pudesse penetrar em todos os ângulos da terra e enxergar de uma só vez as misérias que atribulam a pobre humanidade. Acredito firmemente que o coração humano não suportaria semelhante visão, mas todos morreríamos de dor. Considerando isso tudo, procurarei levar-me a uma viva compaixão com essas criaturas e dar-lhes auxílio, segundo a norma da piedade cristã e da santa prudência. Procurarei consolá-las em suas aflições, exortá-las à paciência e resignação, fazendo com que vejam que é curto o sofrimento e eterna a alegria. Mas visto que por causa da minha miséria muito aumentada pela minha impiedade é impossível que eu consiga realizar tudo o que desejo, colocarei a causa nas mãos de nossa comum advogada e Mãe Maria Santíssima que a todos nós inspira amor, e, nas mãos dos nossos protetores, os anjos e os santos; tenho certeza de que o Senhor fará suceder o que for bom para a sua maior e verdadeira glória e para benefício das almas.

D.: Leitura bíblica: (Ex 3,1-14). O olhar e a oração de Pallotti é sempre universal. Ele reza pela humanidade e com a humanidade. Sabe que suas forças são limitadas e por isso pede a Maria que interceda pelas necessidades do mundo. Diante dessa realidade, lança-se, sem medo, com um projeto de vida para toda a humanidade. Ele tem o desafio de não se cansar nunca, por isso conta com a colaboração de todos. Cada um deve fazer um pouquinho, e o pouco com Deus pode transformar o mundo.

D.: Refletir: comparar a leitura bíblica com o texto de Pallotti.

Oração para obter misericórdia
Meu Jesus, minha infinita, imensa, incompreensível misericórdia.
Vós me dais a vossa própria misericórdia e me transformais em vossa misericórdia e fazeis que a minha vida seja uma vida toda de obras de misericórdia corporal e espiritual, em benefício de todos. E onde eu não posso chegar por meio dos meus esforços, fazei-o Vós com a plenitude da vossa própria misericórdia, para chegar a infundir a vossa misericórdia em todo o mundo, por todo o tempo e por toda a eternidade. Amém.

São Vicente Pallotti, rogai por nós.

D.: Bendigamos ao Senhor. T.: Graças a Deus.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Do livro: Itinerário espiritual palotino - Orações




Maria guardava tudo em seu coração.
Coloque a sua inenção pessoal.


“Ave, cheia de Graça”.

D.: Maria foi preparada por Deus, para ser a Mãe do seu Filho. Como Eva foi seduzida pela conversa de um anjo decaído e afastou-se de Deus, desobedecendo à sua palavra, Maria recebeu a boa-nova pela anunciação de outro anjo celeste e mereceu trazer Deus em seu seio, obedecendo à sua palavra.


L1.: Quando chegou à plenitude dos tempos, fixada pelos insondáveis desígnios divinos, o Filho de Deus assumiu a natureza humana para reconciliá-la com o seu Criador, de modo que o demônio, autor da morte, fosse vencido pela mesma natureza que antes vencera.


L2. Quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma Lei, a fim de remir os que estavam sob a Lei, para que recebêssemos a sua adoção. A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Abba, Pai! Portanto já não és escravo, mas filho. E, se és filho, então também herdeiro por Deus (Gl 4,4-7).


T.: Vicente Pallotti, ao falar da maternidade de Maria, diz: “A minha boa Mãe foi abençoada e enriquecida por Deus, inclusive com atrozes sofrimentos que parecia viver crucifixa. Ela que sempre venerou as chagas de Jesus, no final de sua vida, parece ter tido sempre mais a graça da crucifixão” (OOCC XIII, 929).


L3.: Eis porque, no nascimento do Senhor, os anjos cantam jubilosos: Glória a Deus nas alturas, e anunciam: Paz na terra aos seres humanos de boa vontade (Lc 2,14).
T.: Demos graças a Deus Pai, por seu Filho, no Espírito Santo, pois, na imensa misericórdia com que nos amou, compadeceu-se de nós. E, quando estávamos mortos por causa das nossas faltas, Ele nos deu a vida com Cristo (Ef 2,5), para que fôssemos Nele uma nova criação, nova obra de suas mãos.


D.: Maria ocupa um lugar muito importante na obra e na doutrina de Vicente Pallotti. Para ele, Maria é a cheia de Graça, a filha predileta do Eterno Pai, a Mãe que Deus Filho escolheu entre todas as mulheres, para tornar-se homem, a Esposa única na qual o Espírito Santo infundiu a mais pura virgindade e exuberante maternidade. Nenhuma criatura, pela sua pessoal excelência, pode ser amada e honrada como foi amada e honrada Maria, porque ela foi infinitamente amada e honrada por Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Deus criou o ser humano à sua imagem e Maria, Mãe de Jesus, fez Deus à sua imagem. Não existe uma criatura comparável a ela, porque sua beleza é irrepetível. Por esta admirável excelência, Maria merece admiração, louvor, amor, mais do que todas as coisas criadas. Maria é também a corredentora[1].


T.: O sangue derramado de Cristo é o sangue de Maria; a carne de Jesus, flagelada e coroada de espinhos, seus membros perfurados pelos pregos e lança, são a carne de Maria. Maria aceitou a profecia de Simeão que anunciou tais sofrimentos com o símbolo da espada que traspassou seu coração. Esta Senhora bendita foi constituída por Jesus, no momento mais solene da redenção, Mãe do novo povo de Deus[2].


L4.: Pallotti queria também que seus seguidores tivessem um profundo amor e devoção à Mãe de Deus, que todos fossem fervorosíssimos apóstolos de Maria, transformados em Maria, de sorte que, depois de Jesus Cristo, o seu coração, os seus movimentos internos, as suas palavras e os seus olhares, seus passos e ações fossem de Maria, porque um verdadeiro devoto de Maria não só se salvará, como se tornará grande santo (OOCC V, 447).


T.: Gostaria que todas as criaturas respeitassem e venerassem profundamente os nomes de Jesus e de Maria (OOCC X, 99).
Reflexão bíblica: (Lc 2,16-21) – Todos os que ouviram os pastores, ficaram maravilhados com aquilo que contavam. Maria guardava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu coração.


D.: Continuemos nossa oração, ouvindo os conselhos de Maria, conforme os escritos de Pallotti, no seu livro Mês de maio para leigos.


L5.: Filho, é do teu agrado ser chamado filho de Deus, eterno, imenso, amor infinito? Ou preferes renunciar esta filiação? Sabe que, cada vez que pecaste e foste rebelde ao Pai Celeste, renegaste a paternidade divina.


L6.: Com afeto materno, peço-te para refletires que ser chamado filho de Deus te dá o direito de herdeiro. É verdadeiro direito e tem tanta força que, mesmo sendo Onipotente, Deus não pode tirar esse direito, se tu não o renuncias por um ato livre da tua vontade que se denomina pecado, pois assim determinou Deus misericordioso em seus decretos, motivado pelo amor infinito que tem para com as pessoas redimidas pelo sangue do Cordeiro Imaculado.


D.: Mas, se queres consolar tua Mãe, filho, contempla o meu divino Filho. Eis Jesus Cristo: “Santo, Inocente, Imaculado, segregado dos pecadores e elevado acima dos céus” (Hb 7,26), figura e imagem viva e perfeita da substância do Pai. Quero saber se desejas tê-Lo por teu irmão primogênito (Rm 8,29), de modo a poderes dizer com toda fé: Creio em Jesus, Verbo Encarnado, Redentor do mundo. Filho de Maria é meu irmão! Gostarias de ter Jesus como teu irmão primogênito? E ser com Ele herdeiro de Deus Pai? Pois sabe, para teu consolo e salvação, que o título de filho de Deus comunica não apenas o direito de possuir Deus, mas te faz coerdeiro de meu divino Filho, Jesus Cristo (Rm 8,17). Logo, como filho de Deus, és também elevado à sublime honra de irmão do divino Verbo Encarnado, com o qual poderás gozar por toda a eternidade da suprema herança: Deus[3].


Pai-Nosso, Ave-Maria


Oração
Ó Deus, que, pela virgindade fecunda de Maria, destes à humanidade a salvação eterna, dai-nos contar sempre com a sua intercessão, pois ela nos trouxe o autor da vida. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém.
Bênção final
Que o Senhor nos abençoe, guarde-nos de todo mal e conduza-nos à vida eterna. Amém.
[1] DE ALMEIDA, Valdeci Antonio, op. cit., p. 135.
[2] Ibidem, p. 135. OOCC XIII, 725.
[3] PALLOTTI, Vicente. Mês de maio para leigos. Santa Maria: Biblos, 2ª Edição, 2008, p. 57-58.

Da Revista: Apostolato Cattolico - Roma



SÃO PAULO APÓSTOLO NOS ESCRITOS DE SÃO VICENTE PALLOTTI

Jan Kupka SAC
Diretor do Instituto São Vincente Pallotti, Roma
Roma, 7 fevereiro de 2008


PREMISSA

São Paulo foi um grande missionário. O Senhor o escolheu para levar o Evangelho até os confins da terra, para pregar a boa notícia da salvação a todas as pessoas. A vocação de Saulo e a vida de Paulo representam uma graça para a Igreja. Até hoje está nas mãos de Deus, um instrumento de salvação para todos os seres humanos, segundo as palavras do Senhor dirigidas a Ananias, em Damasco: “Este homem é um instrumento que eu escolhi para anunciar o meu nome aos pagãos, aos reis e ao povo de Israel” (At 9, 15). Os dotes humanos e espirituais de são Paulo tornaram-se fontes de inspiração para toda atividade missionária e apostólica.
São Vicente Pallotti tinha muito orgulho de viver na cidade de Roma, porque, nela, o apóstolo Paulo pregou o Evangelho da Salvação. Os relatos sobre a vida e o martírio sofrido por Paulo em Roma, juntamente com tantos homens e mulheres, durante a perseguição ocorrida entre os anos 60 e 70 do primeiro século da era cristã, permaneceram sempre vivos na história romana, como no coração de são Vicente Pallotti. Isso pode ser confirmado por alguns fatos, sobretudo pelos escritos do nosso Santo, como veremos ao longo desta reflexão.
1. São Paulo na vida de Pallotti
Uma pesquisa sobre a biografia de são Vicente Pallotti descobriu elementos em sua vida que contribuíram para o seu fascínio à figura espiritual de são Paulo apóstolo. Isso leva a crer que alguns acontecimentos de seu tempo colocaram uma forte evidência à pessoa de são Paulo. Podem-se elencar os seguintes fatos:
1.1 A festa de São Paulo
Havia em Roma uma longa tradição de celebrar duas festas dedicadas a são Paulo apóstolo. A primeira era a Comemoração de são Paulo, celebrada no dia 30 de junho. Foi instituída pelo Papa são Gregório I, em 590, separando-a da festa comum dos santos apóstolos Pedro e Paulo, que se celebrava no dia anterior, 29 de junho. A razão dessa divisão foi porque havia duas Basílicas um tanto distantes uma da outra.
A segunda festa era a Conversão de são Paulo, celebrada no dia 25 de janeiro, criada pelo Papa Inocêncio III, em 1198, para agradecer a Deus pela prodigiosa conversão do apóstolo e para propor aos fiéis um exemplo da eficácia da graça de Jesus Cristo.
Ao longo dos séculos, porém, a festa da Comemoração de são Paulo ficou unida àquela do dia 29 de junho, na qual se celebra os santos Pedro e Paulo, príncipe dos apóstolos e modelo de vida cristã. O costume de celebrar juntos os dois grandes apóstolos Pedro e Paulo, no dia 29 de junho, foi divulgado desde o tempo de Gregório XVI.
No tempo de Pallotti existia também a tradição de venerar são Paulo com duas festas, 25 de janeiro a Conversão de são Paulo e 30 de junho a comemoração de são Paulo apóstolo. Estas duas festas eram, sem dúvida, a ocasião propícia para meditar sobre a vida do grande apóstolo dos gentios e sobre sua atividade apostólica.
Os textos de Pallotti deixam transparecer a sua predileção pela festa da Conversão de são Paulo, celebrada no dia 25 de janeiro. “No regulamento da Pia Casa de Caridade de Roma”, Pallotti estabeleceu que, no dia da Conversão de são Paulo, o presidente dos procuradores devia convidá-los todos para uma conferência, para despertar neles o espírito de caridade e de zelo, como também para torná-los mais ativos.
Isto pode ser confirmado por uma carta, escrita no dia 25 de janeiro de 1848, a um religioso de Piacenza, Giovanni Battista, com os seguintes dizeres: “Roma, Santos Retiros de São Salvador in Onda, 25 de janeiro de 1848, dia da Conversão de são Paulo apóstolo. Reze pela minha conversão e do mundo inteiro.
Pallotti menciona também, em seus escritos, a festa da Comemoração de são Paulo, celebrada no dia 30 de junho. No texto “Na minha morte”, escreve: “No dia da festa dos gloriosos Príncipes dos Apóstolos, após ter confessado ao longo da manhã da dita solenidade, ao sair de casa para realizar a uma obra de caridade, por várias vezes, escarrei sangue; o mesmo aconteceu no dia seguinte, na Comemoração do Apóstolo dos Gentios, são Paulo, era um domingo”.
Neste breve texto, Pallotti fala da sua doença e, ao mesmo tempo, sublinha que o fato aconteceu no dia da Comemoração de são Paulo (domingo, 30 de junho de 1839). De fato, conferindo o calendário do referido ano e mês, as informações correspondem: Domingo 30 de junho de 1839, dia da Comemoração de são Paulo e também em 1840, terça-feira, 30 de junho, Comemoração de são Paulo apóstolo.
1.1 A Basílica de são Paulo fora dos muros
A figura de são Paulo, apóstolo dos gentios, era conhecida de Pallotti por meio da Basílica de são Paulo fora dos muros. Nela, tudo fala de são Paulo, tudo concorre para a glorificação da sua prodigiosa vida e atividade missionária e apostólica.
Alguns acontecimentos, no tempo de Pallotti, despertaram nas pessoas um grande interesse pela Basílica de são Paulo. Primeiro foi o grande incêndio ocorrido na noite entre 15 e 16 de julho de 1823, que suscitou uma grande consternação, não somente ao povo romano, mas em todo o mundo cristão. Pallotti não podia estar alheio à mobilização de todos para a reconstrução daquela esplendida Basílica.
O Papa Leão XIII, em 1825, por ocasião do Ano Santo, convocou o mundo católico para ajudar na reconstrução da mesma. Gregório XVI, em 1840, reabriu uma das naves da Basílica para o culto e, em 1854, o Papa Pio IX consagrou-a novamente.
O vínculo de Pallotti, com a Basílica de são Paulo, fica evidenciado pelos contatos com os monges beneditinos daquele tempo. Isso pode ser confirmado pela avaliação do opúsculo de Pallotti sobre o apostolado católico, escrito em 1836, pelo Procurador Geral dos beneditinos, Vicenzo Bini. O próprio Pallotti o menciona expressamente na súplica aos cardeais da Propaganda Fide.
1.2 Pia União de São Paulo
O conhecimento da figura de são Paulo apóstolo contribuiu para que Pallotti tivesse contato e participasse das atividades da Pia União de São Paulo Apóstolo, iniciada em Roma em 1790, canonicamente aprovada no dia 17 de maio de 1797. A Pia União de São Paulo promovia a formação espiritual do clero romano e organizava as atividades apostólicas e pastorais.
Vicente Pallotti conheceu as atividades da Pia União de São Paulo, quando era estudante na Universidade Sapienza, já que o atendimento espiritual dos estudantes era da responsabilidade dos sacerdotes da referida União. Tornando-se membro desta Pia União, podia participar das conferências sobre moral, que acontecia a cada quinze dias, na Igreja de Santa Maria da Paz, na Igreja da Universidade Romana e na Igreja de Santo Apolinário.
Os sacerdotes membros da Pia União de São Paulo distinguiam-se, em Roma, pela sua espiritualidade e empenho apostólico. O próprio Vicente Pallotti entusiasmou-se com aquela espiritualidade, encontrando nela seu impulso e zelo apostólico nas muitas obras de caridade cristã. Procurou envolver também seus colaboradores nesta obra e tornou-se seu divulgador.
Entre os livros conservados no quarto de são Vicente Pallotti, encontra-se um opúsculo intitulado: “Pia União de São Paulo Apóstolo, ou seja, Congregação dos Operários Evangélicos que, sob a invocação do glorioso são Paulo e sob a proteção de Maria Santíssima, Rainha dos Apóstolos, instituiu-se na Diocese de Senigallia, no ano de 1844”.
É interessante notar, no título, a típica expressão de Pallotti: “Sob a proteção de Maria Santíssima, Rainha dos Apóstolos”.
Nos outros opúsculos impressos por esta Pia União, não se encontra esta invocação. O pensamento paulino aparece fortemente nos artigos 16 deste opúsculo, no qual se fala do espírito dos operários evangélicos. Eles devem estar unidos por meio de uma caridade doce, paciente e universal, procurando sempre e unicamente a glória de Deus e a salvação das almas.
2. A literatura sobre são Paulo, no tempo de Pallotti
2.1 Os textos bíblicos e patrísticos
Uma pesquisa não aprofundada dos escritos de Pallotti mostra o uso frequente de textos bíblicos. Isso faz acreditar que Pallotti tinha bastante familiaridade com a Sagrada Escritura, desde o início dos seus estudos teológicos. Normalmente as citações bíblicas encontradas em seus escritos são da Bíblia Vulgata, em latim.
Nos seus apontamentos espirituais de 1816, nos seus propósitos antes do sacerdócio, existem oito citações dos Evangelhos: cinco de Mateus, três de Lucas, duas de são Paulo, uma dos Salmos e uma do Cântico dos Cânticos. O texto que segue nota-se que é de são Paulo: “Tudo posso naquele que me conforta” (Fl 4,13).
O responsável pelos escritos de são Vicente Pallotti, na edição das Obras Completas, Pe. Francesco Moccia SAC, faz a seguinte indagação: “Quais foram os livros bíblicos que Pallotti mais gostava”? e ele próprio responde: “basta olhar no índice analítico os nomes dos escritores sagrados, frequentemente citados por ele. É claro que essas citações são importantes para os católicos de todos os tempos”.
Nas obras Completas de Vicente Pallotti encontram-se mais de duzentos textos de são Paulo apóstolo. Pallotti além de comentar alguns textos paulinos, ele os utiliza para seu caminho espiritual e para a orientação espiritual das pessoas. Em seus escritos faz sempre referência às cartas de Paulo, com a seguinte expressão: “como diz são Paulo apóstolo”.
Dentre as citações bíblicas apresentadas, os textos de são Paulo ocupam um lugar privilegiado. Para exemplificar melhor, gostaria de evidenciar dois fatores que levaram Pallotti a dar muita importância aos ensinamentos paulinos.
O primeiro são as indicações de Pallotti sobre as regras e o método a ser observado nos congressos e nas consultas. Toda reunião deverá começar, segundo ele, com a oração ao Espírito Santo e à Maria Rainha dos Apóstolos. Em seguida, ao toque da campainha, todos devem ficar de pé, em silêncio e com muita devoção, como se escutassem o Apóstolo são Paulo, ler-se-á o capítulo 13 da Primeira Carta aos Coríntios, traduzida na própria língua e que contenha as necessidades da caridade”. Para maior compreensão, Pallotti pede que seja lido o texto em italiano (nel nostro volgare), não em latim, mas no italiano corrente.
Outro exemplo para mostrar a importância dos textos de Paulo, é a recomendação feita por Pallotti aos seminaristas da Congregação: “No início do primeiro ano de filosofia até todo o curso da sagrada teologia devem decorar das Epístolas de são Paulo cerca de vinte e cinco versículos por semana, e os recitarão na sala de aula, expondo a história do Antigo e do Novo Testamento”.
Seria possível, hoje, decorar todas as Cartas de são Paulo? Seria conveniente essa recomendação em nossos dias? Provavelmente Pallotti conhecia de cor, em latim, os textos de são Paulo, porque suas citações, nem sempre são precisas, em seus escritos.
Além da referência da Sagrada Escritura, com seus comentários, Pallotti mostra grande conhecimento da patrística em suas citações. Isso significa que ele conhecia bem os padres da Igreja e as obras publicadas em sua época. A prova disso está no texto em que Pallotti expõe o significado das palavras de são Paulo na Carta aos Romanos: “Eu gostaria de ser amaldiçoado e separado de Cristo em favor dos meus irmãos de raça e de sangue” (Rm 9,3). Após essa citação, Pallotti escreve: “Cornelio van den Steen, no capítulo 9 da carta aos Romanos nos refere que Teodoreto, Ecumenio, Anselmo, Teofilatto, Soto, Catarino, Cassiano e João Crisóstomo explicam o subdividido passo do dito Apóstolo, fazendo ver que são Paulo não queria nem a maldição de Deus, nem a sua inimizade, mas que o submetesse a qualquer pena ou sofrimento, ainda que sofresse eternamente no inferno, sem, porém, perder por sua própria culpa a amizade de Deus, para salvar os seus irmãos”.
Neste breve texto, é possível ver referência de vários autores, porém o preferido do santo para descrever o retrato espiritual de são Paulo é são João Crisóstomo: “São João Crióstomo, falando do espírito de são Paulo, desejoso também dos sofrimentos por amor de Jesus Cristo, diz: como uma chuva de granizo que cai sobre ele, é como se estivesse no paraíso”.
Diante disso, quero acrescentar que são João Crisóstomo distinguiu-se pela sua entusiástica admiração pelo apóstolo Paulo, do qual comentou todo o epistolário, quase sempre sob a forma de homilia.
2.2 Os livros históricos e teológicos

No tempo de são Vicente Pallotti, recomendava-se muito a leitura espiritual, e ele tirou proveito dos livros para a sua formação no campo espiritual. Folhando seus escritos, nota-se muitas referências bibliográficas de santos, documentos eclesiásticos, livros filosóficos e teológicos. As obras mais citadas eram os dicionários históricos e teológicos. E sobre são Paulo apóstolo, merece destaque dois dicionários.
O primeiro dicionário é de Gaetano Moroni, autor do famoso dicionário de erudição histórica, em 103 volumes, publicados entre os anos 1840 a1861. Gaetano Moroni nasceu em 1802, em Roma, na paróquia de santo Apolinário. Em 1831, o Papa Gregório XVI nomeou-o seu primeiro colaborador. Morreu em Roma, em 1883, e foi sepultado no Campo Verano, na capela da Arquiconfraria do Preciosíssimo Sangue. Segundo dados históricos, confirmam-se que Pallotti conhecia-o pessoalmente, pois, no arquivo do Instituto São Vicente Pallotti, conservam-se duas cartas escritas a Gaetano Moroni. Por isso, podemos dizer que Pallotti conhecia seu pensamento historiográfico.
No volume 51 do seu dicionário, Gaetano Moroni inseriu um artigo sobre são Paulo apóstolo, a quem dedicou dez páginas. Ele fez uma descrição detalhada da vida e do apostolado de são Paulo, com referências dos padres da Igreja e pesquisas daquele tempo. Entre tantas coisas, lemos: “São Paulo, como Barnabé e Matias, embora não tivessem feito parte dos doze apóstolos, escolhidos por Jesus, receberam este título e foram agregados ao Colégio Apostólico, porque o próprio Jesus Cristo chamou-os de modo particular, por terem propagado o cristianismo como os demais apóstolos.
Outro dicionário é o do famoso teólogo francês Nicolau Silvestre Bergier (1765-1791), autor do dicionário enciclopédico de teologia e da história da Igreja, publicado em língua italiana, em 17 volumes, nos anos de 1820 a 1822. Ele era teólogo de vanguarda naquele tempo, e pertencia ao grupo de teólogos progressistas. Pallotti também conhecia esse dicionário, pois faz referência dele em seus escritos, quando explica seu conceito de apostolado.
A curiosidade nos leva a ver o que Bergier escreveu sobre são Paulo em seu dicionário. Vejamos: “São Paulo não era uma pessoa emocionalmente fraca, nem um visionário. Os escritos e as reflexões sobre ele, sobre sua conduta provam o contrário; nem mesmo seus opositores tiveram a coragem de negar sua capacidade, estudo e talentos. Por qual aspecto você olhar, deve admitir, nele, uma miraculosa mudança”.
O livro espiritual favorito de são Vicente Pallotti era a Mística Cidade de Deus, da mística espanhola Maria de Agreda. Nos seus escritos encontram-se referências do livro desde 1816 a 1849. Ele queria que este livro fosse colocado na mesa, no momento de sua morte. A predileção de Pallotti pela conversão de são Paulo e pela sua atividade apostólica, parece ter sido tirada deste livro.
Maria de Agreda descreve que Maria Santíssima, ao ver Paulo perseguir a Igreja, rezou insistentemente a Deus para sua conversão. O Senhor disse-lhe: “Minha Mãe, eleita entre todas as criaturas, faça-se a sua vontade sem demora, eu farei com Saulo tudo aquilo que pedir, e farei que ele, de imediato, torne-se defensor da minha Igreja, a qual persegue e o farei dele pregador da minha glória e do meu santo Nome. Eis que o receberei amigavelmente com a minha graça”. Estas palavras parecem tocar profundamente Pallotti, conhecendo sua devoção à Maria.
3. O retrato espiritual de são Paulo nos escritos de Pallotti

As notícias sobre são Paulo apóstolo, na história de Roma, e na literatura no tempo de são Vicente Pallotti, permitem compreender melhor o retrato espiritual deste grande apóstolo que emerge dos escritos do nosso santo. Daí surgem as perguntas: Que imagem Pallotti tinha, diante de si, do apóstolo Paulo? Que aspectos espirituais de são Paulo emergem dos seus escritos? Uma pesquisa dos textos de Pallotti permite individuar os seguintes pontos da figura de são Paulo:

3.1 São Paulo, homem que conhece a si mesmo

São Vicente Pallotti via são Paulo como homem que conhecia bem a si mesmo. São Paulo afirma frequentemente, em suas cartas, que foi um grande pecador, porque perseguia com firmeza os discípulos de Cristo e a sua Igreja. Confessava com humildade as suas debilidades e suas enfermidades. Pallotti discorria sobre o traço espiritual de são Paulo, usando as palavras do próprio Apóstolo: “Quanto a esse homem, eu me gabarei; mas quanto a mim, só vou gabar-me das minhas fraquezas. Ele, porém, respondeu-me: Para você basta a minha graça, pois é na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder. Portanto, com muito gosto, prefiro gabar-me de minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim” (2Cor 12,5.9). São Paulo considerava o conhecimento do próprio limite e da própria enfermidade como fraqueza da natureza, por isso deixava agir em si a graça de Deus.
Pallotti utilizava este aspecto espiritual de são Paulo para analisar seus próprios defeitos e dos outros. A isso damos o nome, hoje, de correção fraterna. Pallotti escreve: “Aquele que for advertido, assim que ouvir seu nome, deve colocar-se de joelhos, com grande humildade, e recordando que são Paulo alegrava-se porque conhecia suas fraquezas. Essa condição lhe era útil para, cada vez mais, humilhar-se para estar sempre cheio da virtude de Jesus Cristo”.
3.2 São Paulo amava a Deus e às pessoas
São Vicente Pallotti admirava em são Paulo o seu amor apaixonado por Deus e pelas pessoas. Após a sua conversão, Paulo não perdeu seu caráter violento e impetuoso, mas colocou tudo à serviço de Cristo e do Evangelho. Ele procurava uma só coisa, o amor de Jesus. O amor de Cristo para ele era a única força que o impulsionava a dedicar-se aos outros.
Pallotti exaltava, em são Paulo, a caridade apostólica e acolhia com coração aberto as suas palavras: “Vivam no amor, assim como Cristo nos amou e se entregou a Deus por nós, como oferta e vítima, como perfume agradável” (Ef 5,2).
Para Pallotti, Paulo foi um exemplo de caridade, pois amou até seus perseguidores. Grande também era sua solicitude pastoral junto aos pagãos, ainda que fossem pecadores e necessitados de correção. Tornou-se verdadeiro pai para todas as pessoas, como mostra a carta aos Gálatas: “Meus filhos, sofro novamente como dores de parto, até que Cristo esteja formado em vocês” (Gal 4,19).
3.3 São Paulo, homem de grande zelo e coragem
São Vicente Pallotti admirava, em são Paulo, seu ardor apostólico e a coragem com que enfrentou todo tipo de prova e os inúmeros perigos em suas viagens apostólicas. Ele nunca deixou-se desencorajar pelas situações difíceis, não somente físicas, como morais, demonstrando possuir uma força interior imbatível. Isto, porém, não o impediu de manifestar sua humanidade.
Por isso, Pallotti recomenda aos seus procuradores que o imitem no seu zelo e coragem. Ele escreve: “Como o apóstolo são Paulo, cheio de zelo, cuidava e tinha a mais viva solicitude por todas as Igrejas, assim o Procurador Designado, que tem seu ofício sob a especial proteção deste grande Apóstolo, deve competir no zelo, na caridade, com a prática da mais ativa solicitude de todas as atividades comuns”. Pallotti fala de zelo universal de são Paulo, isto é, não agia com o espírito de parcialidade, mas acolhia e dirigia-se a todos.
3.4 São Paulo, apóstolo dos gentios
São Vicente Pallotti via são Paulo como o grande apóstolo dos gentios. Esta expressão, apóstolo dos gentios, aparece frequentemente nos escritos de Pallotti. Para ele, Paulo merecia este título porque se preocupava com todas as Igrejas: “A minha preocupação cotidiana, a atenção que tenho por todas as Igrejas” (2Cor 11,28). Por isso Pallotti coloca são Paulo como modelo para todos os procuradores, escrevendo: “O Apóstolo dos gentios, são Paulo, ao promover, por todos os modos possíveis a maior glória de Deus e de sua Santíssima Mãe Imaculada, e a maior santificação da cidade, nação ou diocese”. Pallotti, tendo em mente a visão universal de são Paulo, assegura-lhe um lugar privilegiado entre os procuradores: “Cada um dos Procuradores Primários é nomeado para cooperar com uma parte do mundo, visto que o mundo foi dividido em doze partes. Teria ainda outra procuradoria, a décima terceira, que seria a alma de todas as outras, cuja imitação do Apóstolo são Paulo lembrava a solicitude por todas as Igrejas, por isso, não deveria ter uma parte determinada do mundo, mas deve acolher todas em seu coração”.
4. São Vicente Pallotti, imitador de são Paulo e anunciador de sua doutrina
São Vicente Pallotti desejava imitar são Paulo, conforme o convite do próprio Apóstolo: “Dou-lhes um conselho, sejam meus imitadores” (1Cor 4,16). Este propósito encontra-se no seu escrito que diz: “Pretendo pedir perdão com a dor de todas as criaturas, imaginando estar prostrado com a face por terra, na estrada de Damasco, pedindo perdão juntamente com Paulo”. Diante disto, podemos dizer que encontramos, na vida de Pallotti, muitos traços espirituais de são Paulo. Mas não é só isso, Pallotti faz-se anunciador do ensinamento de são Paulo. As palavras do grande Apóstolo ecoam em tantos momentos de seus escritos. Eis alguns exemplos, quando ele fala das pessoas consagradas: “Mas uma alma, quando chega ser chamada filha de Deus, sabe de quem é herdeira. Isso foi dito por são Paulo, Apóstolo do Filho Deus: ‘Se somos filhos, somos também herdeiros: herdeiros de Deus, herdeiros junto com Cristo, uma vez que, tendo participado dos seus sofrimentos, também participaremos da sua glória’ (Rm 8,17). É herdeiro de Deus. Mas o que significa ser herdeiro de Deus? Quer dizer, o próprio Deus é a Herança. Diga-me, você gostaria de tomar posse dessa herança? Indico-lhe que possua a Santíssima Trindade, para poder dizer: o Pai é meu, o Filho é meu, o Espírito Santo é meu, a Potência de Deus é minha, a Sabedoria de Deus é minha, a Bondade de Deus é minha, a Pureza de Deus é minha, o Amor infinito de Deus é meu, a Misericórdia de Deus é minha, Todo Deus é meu”?
Na Regra da Congregação do Apostolado Católico, explicando a prática da modéstia, diz: “Como disse são Paulo: ‘Glorifiquem a Deus no corpo de vocês’ (1Cor 6,20). Esse ensinamento quer ensinar-nos que devemos viver com o coração e com a mente unidos e voltados para Deus e que todas as nossas obras externas sejam reguladas pelo Espírito de Deus, do qual todos devem estar repletos”.
Pallotti evoca o ensinamento de são Paulo, até mesmo para as coisas do dia a dia: “Todos os membros da Congregação da Pia Sociedade devem nutrir-se suficientemente e com moderação, e evitem todo tipo de estravagância e escândalo no uso dos alimentos e bebidas, a fim de que, observando a devida temperança, observem o preceito do Apóstolo são Paulo, que diz: ‘Quem come de tudo, o faz em honra do Senhor, porque agradece a Deus. E quem não come, não come em honra do Senhor, e também agradece a Deus’” (Rm 14,6).
Conclusão
Esta pesquisa quis dar apenas uma visão geral do tema proposto. Uma leitura mais aprofundada dos escritos de Pallotti poderá suscitar outros aspectos espirituais de são Paulo. Parece que Pallotti deu mais preferência àqueles traços espirituais que lhe serviam para ajudar os cristãos a serem pessoas espirituais e apostólicas, em consonância com sua espiritualidade. As suas citações evidenciam mais a conformidade com Jesus Cristo e a transformação em Cristo, por isso sublinha o amor e o ardor apostólico de são Paulo.