sábado, 11 de fevereiro de 2012

5. O pensamento de Pallotti sobre a formação sacerdotal


Vicente Pallotti lembra, frequentemente, em seus escritos, que o eclesiástico deve esforçar-se pessoalmente, para buscar seu crescimento durante toda sua vida. Ele estava convencido de que há uma intrínseca união entre o crescimento espiritual, o estudo e o apostolado. Sobre isto, merece destaque o texto sobre a obrigação de todos no espírito de santidade e de instrução (OOCC II, 81-86; III, p. 47-48). Este texto vem precedido da referência sobre a vida de Jesus Cristo: “O menino crescia e se fortificava, cheio de sabedoria e da graça de Deus; após três dias o encontraram no Templo, sentado entre os doutores, enquanto os escutava e os interrogava” (Lc 2,40-46). Pallotti, assim, pensava: da mesma forma que Jesus crescia e se fortificava cheio de sabedoria, escutando e interrogando os mestres, mesmo sendo a verdadeira Sabedoria, com maior razão, devemos também nós buscar a verdadeira instrução.
Escreve ainda: “devemos mais amar que buscar as instruções, e devemos procurá-las com afinco e ávidos de manifestar aos outros a nossa ignorância; e, por esta via de humildade, Deus nos recompensará com grande e saudável capacidade” (OOCC III, 48). Pallotti, por sua vez, enumerava os pontos que mereciam maior atenção e aprofundamento, a saber: a Sagrada Escritura, a história da Igreja, a teologia fundamental e dogmática, os sacramentos, a liturgia e a teologia moral. Ele expressa, ainda, a razão de se ter um contínuo aprendizado: “para que jamais regrida na mais perfeita imitação da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo e, assim, cooperar eficazmente no engrandecimento da sua glória, para a santificação das almas” (OOCC VII, 63-64).

domingo, 5 de fevereiro de 2012

4. As iniciativas de Pallotti a respeito da formação sacerdotal

Continuaçao do texto sobre a formação sacerdotal de Pallotti.

A necessidade da formação sacerdotal

São Vicente Pallotti conhecia, profundamente, a vida sacerdotal. Estava convencido de que a santidade dos sacerdotes, como também seu desempenho pastoral, dependem de uma boa formação. Para ele, não basta apenas o clero ser santo, é preciso que também seja douto (OOCC I, 171). Dizia mais: “Se a vida de todos os cristãos deve ser uma contínua imitação da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, (...) com quanto maior perfeição não deveria ser a daqueles que chegaram ao sacerdócio e que devem agir em nome de Cristo”! (OOCC I, 157).
Por isso, desde o início das atividades sacerdotais se nota um grande apreço de Pallotti pela contínua renovação da vida do clero. Isto se confirma pelo texto escrito entre os anos 1823 a 1829, período do pontificado do Papa Leão XII, intitulado: “Vários pontos para a reforma do clero” (OOCC V, 544 a 557). Este texto traz as propostas para a renovação da vida sacerdotal, e Pallotti é solícito em promover tudo aquilo que pode contribuir para a formação dos perfeitos servos de Cristo. Os sacerdotes e confessores, além de serem bem preparados, devem ter uma vida de santidade. Os pregadores devem distinguir-se tanto pela doutrina quanto pela sua integridade moral. Da santidade, da ciência e da vigilância dos pastores dependem, em grande parte, a paz da cristandade e salvação eterna das almas.
A partir de 1827, Pallotti foi nomeado diretor espiritual do Seminário Romano, Colégio Inglês e Irlandês. Em 1833, deu início também ao Colégio Urbano da Propagação da Fé. O exercício da direção espiritual levou-o a ter ainda mais convicção da necessidade de uma profunda formação sacerdotal, sobretudo, missionária. Qual fosse o teor da sua formação espiritual, afirma: “Para ajudar os alunos a serem verdadeiros missionários, entre os infieis, é necessário formá-los na prática indicada pelo próprio Cristo: ‘Se alguém quiser vir atrás de mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e me siga’” (Mt 16,24). (OOCC XI, 449)