terça-feira, 4 de junho de 2013

A Igreja San Salvatore in Onda - Roma (Sede dos Palotinos)


A Igreja foi construida no final do século XI e início do século XII. A Igreja é dedicada ao “SS. Salvador” ao qual se acrescenta o nome “in onda”, provavelmente devido às frequentes inundações do Tibre.
A primeira menção histórica da Igreja é atestada em uma “bolla” do Papa Honório II de 1127. Originalmente tinha a forma de uma basílica com três naves. Inocêncio VII (1404 - 1406) concedeu aos monges de S. Paulo eremita que permaneceram até 1445. Por concessão de Eugênio IV (1431-1447), a Igreja com a casa vizinha passou para os Frades Menores Conventuais provenientes de “Santa Maria in Ara Coeli”, que estabeleceram a sede dos procuradores gerais. No dia 14 de Agosto de 1844, Gregório XVI (1831-1846) cedeu a Igreja de “SS. Salvatore in Onda” com a casa ao lado para Vicente Pallotti, sacerdote romano e para a comunidade de sacerdotes e irmãos do Apostolado Católico por ele fundada. Desde aquele tempo prestam serviço, os membros da Sociedade do Apostolado Católico (Palotinos). Em 1845 ele promoveu trabalhos de renovação e em 1846 se transferiu ali junto com a comunidade por ele fundada. Pio IX (1846-1878) com “o breve” de 1847 confirmou a concessão da Igreja para a Sociedade do Apostolado Católico.
Em 1867 iniciaram as restaurações da Igreja com os trabalhos da família Cassetta, sob a direção do arquiteto Luca Carimini. Eles elevaram o nível do piso térreo, conferindo à igreja o atual aspecto. No dia 06 de Agosto de 1878, a Igreja foi reaberta ao culto com a celebração da Santa Missa presidida pelo Mons. Francesco di Paola Cassetta. Os trabalhos mais recentes de restauração datam 1984.
A Igreja possui três naves, divididas por 12 colunas, uma diferente da outra, como também os capitéis. O teto tem o formato de caixa em madeira com diversas cores (século XIX). É iluminada por dez janelas com cristais multicoloridos e uma janela semicircular sobre a fachada com vista para o coro, equipada com um órgão. As estações da Via Sacra são de Domenico Cassarotti. No fundo da Igreja estão dois confessionários feitos a pedido de São Vicente Pallotti.
No fundo da nave central está o altar maior, embaixo do qual está a preciosa urna do escultor Arnaldo Brandizzi que conserva o corpo incorrupto de São Vicente Pallotti, com as vestes sacerdotais, com o rosto e as mãos de prata. No ápice, podemos ver o belíssimo cenário da Transfiguração pintado por Filippo Prosperi. No centro encontra-se a bela imagem de Nossa Senhora com o Menino Jesus e aos lados, os afrescos dos apóstolos Pedro e Paulo e acima deles, em dois pequenos circulos, os Santos João Nepomuceno e Felipe Neri.
No início da nave lateral, à direita está a estátua de “terracota” de Nossa Senhora das Dores, colocada por São Vicente Pallotti. Continuando pela navada se vê a estátua de Santo Antônio e uma grande placa de mármore que contém informações históricas sobre a Igreja. Depois disso chega-se à capela da B.V.M. “Virgo Potens”, construída durante a última restauração da Igreja. Sobre o altar em mármore está a imagem de Maria “Virgo Potens” em tela, doado pela ven. Elisabetta Sanna, uma das primeiras colaboradoras da União do Apostolado Católico. No chão se encontra o túmulo da ven. Elisabetta que morreu em Roma em 1857 e que está em processo de beatificação. As paredes são decoradas com pinturas de Cesare Mariani: “Judite e Olofernes”, “A Imaculada Conceição”, “A Anunciação” (todos os três de 1875), “Ester e Assuero” (1876). No final da nave à direita encontra-se o altar de mármore dedicado a São José e os santos mártires Cosme e Damião. O quadro pintado em tela foi feito por Alessandro Massimiliano Seitz (1811-1888).
Percorrendo a neve à esquerda, vemos a estátua de Jesus de Nazaré em gesso; a estátua do Menino Jesus em “cartapesta” que pertencia a Vicente Pallotti e que ele dava aos fiéis para beijar durante o Oitavário da Epifania; a placa comemorativa que lembra o lugar onde em 1850-1950 foi conservado o corpo de São Vicente Pallotti; uma cópia do quadro de Maria, Rainha dos Apóstolos pintado por Serafino Cesaretti conforme o desenho de Johann Friedrich Overbeck; a placa em memória da visita do Papa João Paulo II na Igreja “SS. Salvatore in Onda” no dia 22 de Junho de 1986 e no fundo, o altar de Santo Alessio em mármore, em alto relevo, colocado a pedido de São Vicente Pallotti.
 
Tirado do Boletim mensal da União do Apostolado Católico - Roma.


O desafio da fé

Este texto foi publicado na Revista Rainha dos Apóstolos de Porto Alegre, mês de junho de 2013.

“Quem nos separará do amor de Cristo”? Esta frase de São Paulo deve, ainda hoje, ecoar dentro de nós, para que possamos responder a Deus o verdadeiro motivo pelo qual acreditamos nele e o seguimos.
 
Muitos se perguntam, porque crer em Deus? Ainda existe a necessidade de seguir uma religião, porque sem Deus e longe da Igreja evita-se criar vínculos com alguém que pode interferir na minha liberdade. Em nome da liberdade, muitos se bastam a si mesmos e a consequência de tudo isso é o agravamento de uma pobreza espiritual. Segundo o Papa Francisco, esse tipo de pensar coloca em risco a convivência entre as pessoas, pois “não pode haver paz verdadeira se cada um é a medida de si mesmo, se cada um pode reivindicar sempre e somente o direito próprio, sem se importar ao mesmo tempo pelo bem dos outros, de todos, começando pela natureza que é comum a todos os seres humanos sobre esta terra”, pois a religião cria espaços reais de autêntica fraternidade. Não se podem viver verdadeiros laços com Deus, ignorando os outros.
A religião, normalmente, cria pessoas capazes de enfrentar qualquer desafio com a força da fé. O homem, quando se encontra com Deus, torna-se um perigo para um sistema injusto, pois ele passa a amar mais e a condenar as injustiças. Afastando-se de Deus ele pode ficar hostil consigo mesmo e com os outros, porque o individual acaba sufocando a alteridade. Quando a presença de Deus é ofuscada, a figura humana começa a ocupar o seu lugar e tudo passa a ser permitido, ocorre a desumanização. O outro passa a ser visto apenas como objeto a ser desfrutado segundo interesses pessoais ou de grupos.
Portanto, qual é a razão de nossa fé? Por que acreditamos em Deus? Muitas pessoas ainda não creem, porque estão confusas diante das propostas oferecidas pelo mundo secular. Pois, para crer, é preciso que antes se faça uma profunda experiência de quem é Deus em nossa vida. Mas, meditando a Palavra se pode encontrar a razão do por que cremos.
No tempo dos apóstolos, após a ressurreição de Cristo e com a pregação de Pedro, muitos se perguntavam: “E nós, o que devemos fazer?" Pedro Respondia: "convertei-vos e creiam no Evangelho”. Acreditamos, porque Cristo nos revelou o amor do Pai a todos nós. Os nossos antepassados experimentaram Deus, na pessoa de Jesus, de maneira muito próxima. Por meio da palavra e do testemunho de vida de Jesus. Somente aqueles que estavam fechados às antigas leis e tradições não conseguiram enxergar nele o enviado do Pai. Talvez, o medo de perder privilégios levou-os a apegarem-se às coisas antigas e fecharem-se para os novos tempos e a novas realidades, porque Deus é dinâmico, Ele sempre se apresenta de maneira nova e fascinante. Somente quem é livre interiormente reconhece Deus com mais facilidade e sem preconceito. Que o Evangelho de Jesus seja sua inspiração para viver bem sua vida, levando amor, alegria, paz e esperança por onde passar.

Pe. Valdeci Antonio de Almeida, SAC