sábado, 24 de abril de 2010

Notícias palotinas da África



Internoviciado Palotino-Schönstatt, em Butare – Ruanda

Aconteceu entre os dias 17 a 22 de janeiro de 2010, em Butare – Ruanda, um encontro entre os noviciados palotinos das Irmãs Missionárias do Apostolado Católico (duas de Ruanda), dos Padres de Schoenstatt (três da República Democrática do Congo e quatro de Burindi) e dos Palotinos (seis de Camarões, cinco de Ruanda, dois do Congo, dois da Nigéria e um da Costa do Marfim). Este período de formação em conjunto foi motivado pelo princípio da colaboração mútua entre os filhos e filhas de São Vicente Pallotti, Fundador da União do Apostolado Católico, e do Pe. José Kentenich, Fundador do Movimento de Schönstatt.
Este encontro foi preparado pelos seguintes formadores: Pe. Felicien Nimbona (Mestre de Noviços dos Padres de Schöntatt, em Bujumbura – Burundi), Ir. Ana Kot (Mestra de Noviças Palotinas Missionárias, em Ruhango, Ruanda), e pelos padres Jean Baptiste Mvukiehe e Romualdo Uzabumwana (formadores do noviciado palotino, em Butare – Ruanda).
Os temas tratados foram: “A vida de São Vicente Pallotti e do Pe. José Kentenich; as espiritualidades palotina e schönstatiana; a história das fundações palotina e schönstatiana, e, por fim, tratou-se sobre a questão da pertinência do carisma palotino e schönstatiano, para o mundo de hoje. Cada tema teve a duração de um dia e foram apresentados pelos mestres de noviços, com a participação dos mesmos.
Como na família de Nazaré, as atividades diárias eram alternadas com momentos de oração (Orações Palotinas; meditação; Eucaristia; três conferências por dia e discussões; esporte: {futebol, vôlei e basquete}; adoração e meditação com pensamentos de Pallotti; noite cultural, conforme as culturas).
O encontro foi concluído com a festa de São Vicente Pallotti, juntamente com palotinos e palotinas, membros do Conselho Local da União (Zona Sul) e alguns vizinhos formadores com quem temos uma estreita colaboração no âmbito formativo em Butare.
A Eucaristia foi presidida pelo Pe. François Harelimana (Reitor Regional da Região Sagrada Família) que, na sua homilia, explicou o sentido do convite feito pelo Pe. Kentenich: “Escavar na profundidade”. No final da missa, o Pe. Felicien Nimbona (Mestre de Noviços de Schönstatt) deu um emocionante testemunho e presenteou o Regional com uma cruz da unidade (cruz de Schönstatt), pedindo que esta experiência continue e que traga muitos frutos, no futuro.
Após a confraternização, os jovens palotinos e schönstatianos alegraram os convidados com seus diversos talentos (cantos, danças, poemas, partidas de vôlei entre os jovens e os mais velhos). Sem dúvida, esta experiência de estarmos juntos foi muito rica. A alegria estava estampada do rosto de cada pessoa e no testemunho de três representantes dos noviços:
a) Como sempre diz nosso formador, não se pode falar de Pe. José Kentenich sem falar de São Vicente Pallotti. Agora conheço aquilo que motivou Pallotti na sua obra do Apostolado Católico, isto é, o desejo de reavivar a fé, reacender a caridade dos cristãos e conduzir todos à unidade em Cristo [...]. Isto me faz pensar no carisma de nosso Movimento de Schönstatt, de formar o homem novo na comunidade nova, vivendo a aliança do amor, em união com Maria Três Vezes Admirável em Schönstatt. Tudo isto mostra, suficientemente, que Pe. Kentenich entendeu muito bem a mensagem de Pallotti (Rafael, em nome dos noviços de Schönstatt).
b) Como noviça, já tinha uma noção e conhecimento a respeito da vida do nosso pai Vicente Pallotti, mas quanto ao Pe. Kentenich, não conhecia nada e não me interessava pela história de Schönstatt, mas, neste encontro, aprendi que sua obra é a fecundidade da obra de São Vicente Pallotti, como tinha confessado Pe. José Kentenich, em 22 de maio de 1916: “Tive uma visão semelhante àquela de São Vicente Pallotti”. Com as conferências, compreendi o que queria dizer São Vicente Pallotti, quando dizia que o apostolado diz respeito hoje aos aspectos da vida, e isto foi realizado pelo Pe. José Kentenich por meio dos diversos grupos que compõem o Movimento Apostólico de Schönstatt [...]. Não posso concluir sem sublinhar os momentos de partilha com os meus colegas noviços, a propósito das suas motivações para servir a Cristo, por causa do amor de Cristo que os impele e pelo testemunho dos coirmãos e coirmãs maiores (Adeline, em nome das noviças palotinas).
c) Antes de tudo, gostaria de agradecer a Deus por nos ter criado e colocado nos corações de São Vicente Pallotti e do Pe. José Kentenich seu destino de amor e de unidade. Iluminados pelo Espírito do Senhor, eles puderam superar as dificuldades sociopolíticas e também familiares do seu tempo. Viveram em seu tempo sem se deixar influenciar pelas ideologias da época. Gostaria também de agradecer a equipe dos formadores. A teoria sem a prática é vazia, e a prática sem a teoria é cega, dizia Kwame Nkrumah [...]. As palavras “unidade”, “colaboração” e “contribuição” não são para mim expressões vãs. Não basta fazer especulações, mas é preciso dar testemunho. Enfim, o meu último agradecimento é para meus colegas noviços. Hoje, tenho orgulho de dizer: nossa união atesta que, de certo modo, começamos a conhecer a Deus. Vocês são para mim presentes, são para mim a Igreja. Como dizia Pe. Kentenich: “Um sacerdote que não ama Maria é um sacerdote perigoso. Eu sempre digo a mim mesmo: “Jerônimo, esteja atento, se não ama Maria pode também se tornar um noviço perigoso. A Ti, Maria, Mãe Três Vezes Admirável e Rainha dos Apóstolos, não tenho nada para dizer-lhe. Permita-me, simplesmente, colocar em seu seio materno a minha pequena cabeça cheia de idéias insanas. E você saberá o que fazer” (Jérôme Styve Djagueu, em nome dos noviços palotinos).

Pe. Romualdo Uzabumwana, SAC
Butare – Ruanda

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Festa do nascimento de São Vicente Pallotti



Dia 21 de abril, celebramos os 215 anos de nascimento de São Vicente Pallotti, em Roma. Ele viveu incansavelmente o amor misericordioso de Deus. Procurou, com seu testemunho de vida, ajudar a todos encontrarem o caminho da salvação, que vem de Deus. Confiar no perdão e na misericórdia divina foi a sua marca ao longo de sua existência. Por isso diz:

"Quanto mais uma alma deseja a própria santificação, tanto mais a recebe da torrente da divindade, e... se não te tornares santo, isto estará acontecendo somente porque não desejas sinceramente a tua santificação".

"Desejo buscar logo a santificação, sem esperar o sacerdócio ou uma idade avançada. Corresponder com prontidão, humildade e gratidão a todo o bem que me faz o Senhor, Pai amorosíssimo. Remover os obstáculos, que possam impedir a santificação: o grande obstáculo em mim é a soberba".
Que São Vicente Pallotti nos ensive a viver a verdadeira santidade de vida.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

A vida do noviciado palotino


Primeira etapa do retiro inaciano
Entre os dias 12 a 16 de abril deste ano, nós noviços tivemos a oportunidade de realizar a primeira etapa do Retiro Inaciano. Normalmente o Retiro Inaciano é realizado em uma única etapa de quatro semanas consecutivas, mas os formadores nos sugeriram que dividíssemos em quatro etapas, para proporcionar maior aproveitamento, e nós acatamos a sugestão de bom grado.
Sempre que ouvia falar no Retiro Inaciano ficava apreensivo (ansioso), esperando chegar a minha vez de realizá-lo, pois todos que relatavam suas experiências deixavam transparecer a alegria de ter conseguido fazer um encontro profundo com Deus.
Nesta primeira etapa do Inaciano, fomos convidados a contemplar a beleza da criação e o mal que o pecado provocou no mundo. Levou-nos também a sentir o amor misericordioso de Deus pela criação, ou seja, nosso Deus condena o pecado, mas acolhe e salva o pecador.
Depois de realizada essa primeira etapa do inaciano, tenho a alegria de afirmar que as expectativas foram alcançadas.
(Noviço Valmir Jochem)


Jesus sente compaixão dos famintos (Reflexão inaciana)

(Mc 8, 1-10)

Santo Inácio de Loyola, nos seus Exercícios Espirituais, comenta a narração de Marcos sobre a multiplicação de pães feita por Jesus. Ele sente compaixão da multidão faminta que O acompanhava. Diante deste fato, podemos nos indagar: o que isto ainda tem a me dizer, hoje? Eu estou faminto de quê? Faz sentido, ainda, ir atrás de Jesus?
Para que o pão fosse distribuído, Jesus pede que a multidão se sentassem ao chão. O que significa sentar-se ao chão? Eu também sinto essa necessidade de sentar-me ao chão, para esperar o pão dado por Deus? Ou seja, eu sei reconhecer a minha fome espiritual? A final, eu tenho fome de quê?
Para seguir a Jesus, devo ter a humildade de obedecer as suas ordens. Tenho que me colocar em pé de igualdade com todos, sentando-me ao chão, para receber o alimento de Cristo. Devo sentir-me faminto, juntamente com os famintos, mas de que pão eu necessito para a minha vida? E eu, também tenho alguma coisa para oferecer a Jesus, para que possa partilhar com os outros?
A oferta do pão por Jesus é a oferta dos seus dons e graças para a humanidade. Ele tem compaixão de todos aqueles que O seguem e, cabe a mim, sentar-me ao chão para que Jesus cumpra a sua vontade.
Jesus diz, “tenho compaixão desta multidão, porque já faz três dias que estão comigo e não tem nada para comer” (Mc 8,2).
Essa passagem deixa bem claro que Jesus se compadece dos que caminham com Ele, famintos e sedentos de um alimento sólido, que revigora. Mais que a fome de pão, porém, existe a fome de esperança, de sentido para a vida, de cura das enfermidades.
A multidão já estava três dias sem comer, e eu? Quanto tempo estou com Jesus e continuo faminto? Se Jesus tem compaixão e oferece o pão, por que ainda estou faminto?
É provável que ainda não tive a humildade de sentar ao chão para me alimentar dos pães e dos peixinhos oferecidos por Jesus.
Por isso, suplico a Deus para que me conceda a graça de sempre reconhecer as minhas limitações, meus medos, minhas angústias e minhas fraquezas, para atingir a humildade de sentar-me ao chão com a multidão, e assim ter a alegria de compartilhar (comer) os pães e os peixinhos que Jesus oferece, isto é, sentir a infinitude da compaixão de Jesus perante os meus pecados (minha fome).


Valmir Júnior Jochem. Noviço da Província de Santa Maria.