segunda-feira, 19 de abril de 2010

A vida do noviciado palotino


Primeira etapa do retiro inaciano
Entre os dias 12 a 16 de abril deste ano, nós noviços tivemos a oportunidade de realizar a primeira etapa do Retiro Inaciano. Normalmente o Retiro Inaciano é realizado em uma única etapa de quatro semanas consecutivas, mas os formadores nos sugeriram que dividíssemos em quatro etapas, para proporcionar maior aproveitamento, e nós acatamos a sugestão de bom grado.
Sempre que ouvia falar no Retiro Inaciano ficava apreensivo (ansioso), esperando chegar a minha vez de realizá-lo, pois todos que relatavam suas experiências deixavam transparecer a alegria de ter conseguido fazer um encontro profundo com Deus.
Nesta primeira etapa do Inaciano, fomos convidados a contemplar a beleza da criação e o mal que o pecado provocou no mundo. Levou-nos também a sentir o amor misericordioso de Deus pela criação, ou seja, nosso Deus condena o pecado, mas acolhe e salva o pecador.
Depois de realizada essa primeira etapa do inaciano, tenho a alegria de afirmar que as expectativas foram alcançadas.
(Noviço Valmir Jochem)


Jesus sente compaixão dos famintos (Reflexão inaciana)

(Mc 8, 1-10)

Santo Inácio de Loyola, nos seus Exercícios Espirituais, comenta a narração de Marcos sobre a multiplicação de pães feita por Jesus. Ele sente compaixão da multidão faminta que O acompanhava. Diante deste fato, podemos nos indagar: o que isto ainda tem a me dizer, hoje? Eu estou faminto de quê? Faz sentido, ainda, ir atrás de Jesus?
Para que o pão fosse distribuído, Jesus pede que a multidão se sentassem ao chão. O que significa sentar-se ao chão? Eu também sinto essa necessidade de sentar-me ao chão, para esperar o pão dado por Deus? Ou seja, eu sei reconhecer a minha fome espiritual? A final, eu tenho fome de quê?
Para seguir a Jesus, devo ter a humildade de obedecer as suas ordens. Tenho que me colocar em pé de igualdade com todos, sentando-me ao chão, para receber o alimento de Cristo. Devo sentir-me faminto, juntamente com os famintos, mas de que pão eu necessito para a minha vida? E eu, também tenho alguma coisa para oferecer a Jesus, para que possa partilhar com os outros?
A oferta do pão por Jesus é a oferta dos seus dons e graças para a humanidade. Ele tem compaixão de todos aqueles que O seguem e, cabe a mim, sentar-me ao chão para que Jesus cumpra a sua vontade.
Jesus diz, “tenho compaixão desta multidão, porque já faz três dias que estão comigo e não tem nada para comer” (Mc 8,2).
Essa passagem deixa bem claro que Jesus se compadece dos que caminham com Ele, famintos e sedentos de um alimento sólido, que revigora. Mais que a fome de pão, porém, existe a fome de esperança, de sentido para a vida, de cura das enfermidades.
A multidão já estava três dias sem comer, e eu? Quanto tempo estou com Jesus e continuo faminto? Se Jesus tem compaixão e oferece o pão, por que ainda estou faminto?
É provável que ainda não tive a humildade de sentar ao chão para me alimentar dos pães e dos peixinhos oferecidos por Jesus.
Por isso, suplico a Deus para que me conceda a graça de sempre reconhecer as minhas limitações, meus medos, minhas angústias e minhas fraquezas, para atingir a humildade de sentar-me ao chão com a multidão, e assim ter a alegria de compartilhar (comer) os pães e os peixinhos que Jesus oferece, isto é, sentir a infinitude da compaixão de Jesus perante os meus pecados (minha fome).


Valmir Júnior Jochem. Noviço da Província de Santa Maria.

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