sábado, 12 de setembro de 2009

Espiritualidade Palotina: Memória Prática Cotidiana

Elaborado por:
Fr. Bruno Cézar Damasceno, SAC
- A partir do momento em que nos encontramos com Cristo, nossa vida já não pode mais ser a mesma. Ele nos convida a sermos uma “nova criatura” n’Ele, isso significa que as mudanças que devem acontecer em nós não dependem apenas de nossos esforços, mas acima de tudo da Graça de Deus, que é derramada em nossos corações, quando assim a desejarmos (Rm 5,5).

- Pallotti tem um método muito prático para aqueles que desejam seguir o Evangelho de Cristo. A memória Prática Cotidiana é uma forma de configurarmos a nossa vida à de Jesus, para assim cumprirmos com o mandato de Cristo, “sede santos, como o vosso Pai do céu é Santo” (Lv 19,2; 20,7-8; 11,44; 1Pd 1,16). Jesus, sendo homem e Deus, vivenciou todas as dificuldades pelas quais passamos; venceu muitos desafios, sendo fiel a Deus, honrando-O em todas as suas ações. Jesus procurava Deus em tudo e sempre, e O encontrava em tudo e sempre.

A oração da Memória Prática Cotidiana é a seguinte:

“A vida de nosso Senhor Jesus Cristo é a regra fundamental para todos os palotinos. Assim, antes de iniciar qualquer atividade, somos obrigados a perguntar-nos, em cada uma das circunstâncias do dia, como pensaria, como falaria ou como agiria nosso Senhor Jesus Cristo. De qualquer forma, em tudo e sempre, devemos esforçar-nos pelo que seja mais perfeito. (OOCC III, 42; Documentos da fundação, p. 302)
Para refletir:
- Um jovem católico tem as mesmas atitudes que um jovem do “mundo”?
- Quais são as atitudes de um jovem do mundo?
- E as atitudes de um Jovem Católico?
- Compare e faça uma revisão de vida e aponte para as discrepâncias, para aquilo que vai contra o Evangelho e se proponha metas para mudar suas atitudes através da Memória Prática Cotidiana.
“Como é que pode um jovem levar uma vida pura? Guardando tua Palavra” (Sl 119, 9s).
- O que será guardar a sua palavra, senão encarná-la em sua própria vida, em suas atitudes diárias.
- Devemos nos esforçar diariamente por imitar nosso Senhor Jesus Cristo, portanto é um exercício, e todo exercício exige esforço e disciplina.

O nome “Memória Prática Cotidiana” tem um significado bem específico:

Memória: porque devemos recordar sempre a obrigação que temos de imitar a nosso Senhor (utilizar meios que nos façam recordar o propósito de imitá-lo, ex: bilhetes em locais visíveis, etc.)

Prática: porque obrigação tão preciosa deve ser cumprida de fato, no pensar, no falar, no agir e principalmente na moderação dos afetos do coração.

Cotidiana: porque tão santa obrigação não é de um dia só, nem de um só mês, nem de um só ano, nem só em retiros, mas de cada dia, até a hora da morte, com perfeição e fervor crescente, à medida que esta hora vá se acolher.

- Pallotti diz que a alma que crê em Jesus Cristo e que se esforça com humildade de confiança por imitá-lo alcança que ele destrua nela todas as deformidades e todas as faltas. Entra e opera nesta alma Jesus Cristo e continua sua vida nela. Ele vive nela e lhe aplica o mérito de suas ações santíssimas. E, assim também o diz Jesus: “Quem crê em mim, fará as obras que eu faço e fará ainda maiores que estas” (Jo 14, 12). Também é verdade, porque é Jesus que em nós faz tudo. Por isso, Paulo dizia: “Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).
- Não poderemos jamais imitá-Lo se não estivermos repletos do Espírito Santo, se tivermos cheios de outras coisas, que não seja o Espírito Santo, jamais teremos nossas atitudes e pensamentos transformados em Cristo. Por isso, é necessário a oração contínua; temos que rezar para sermos fiéis.
- Neste caminho jamais estaremos sozinhos. Pallotti nos deixou como grande companheira, Maria, Rainha dos Apóstolos, terna Mãe, que cuida com amor dos filhos. Nós, Filhos da Rainha, temos de estar armados com as mesmas armas usadas pela nossa Rainha, a oração, o silêncio diante das adversidades, a união, a humildade e o amor a Jesus Cristo. Assim venceremos!
- Pallotti recomenda: “Imaginar que temos diante dos olhos Nosso Senhor Jesus Cristo e imaginar como seriam suas palavras e atitudes...” Para conhecermos mais a Jesus, devemos nos deixar tocar profundamente pela sua palavra no Evangelho. Ouvindo sua voz, podemos amá-lo de todo coração, podemos segui-lo com mais confiança e assim configuramos nossa vida com a dele.

- O que Jesus pensa? Com o que se preocupa?
- Qual os sentido que ele vê em fazer suas coisas? (Lc. 12, 22-32; Mt. 7, 7-11)
- Como era o olhar de Jesus? (Passagens de Zaqueu e de Pedro, depois da traição)
- A quem e o que Ele olha? (Lc. 22, 60-62; Jo. 1, 41-42)
- O que está no Coração de Jesus?
- Que sentimentos têm, vive, ama?
- O que o entristece? O que o alegra?
- Quais as palavras que Jesus mais pronunciou?

terça-feira, 8 de setembro de 2009

DO DIÁRIO DO PAPA JOÃO XXIII



Uma oração muito confiante e muito especial te queremos apresentar, a ti, nosso São Vicente Pallotti, glória do clero romano, que resplandeces hoje em todo encanto das tuas virtudes. Digna-te interceder por este humilde Bispo de Roma, a cujo espírito a tua glorificação traz tanta alegria; interceder pelos seus colaboradores da cúria e do vicariato, por todos os sacerdotes, particularmente pela congregação do apostolado católico que de ti recebe uma luz de viva glória. Tu que foste apóstolo incansável, diretor de consciências, dinamizador de santos entusiasmos, magnífico, nas múltiplas empresas, incendeia com um novo fervor todos os ministros do Senhor e estes preciosos colaboradores do Apostolado Católico; torna-os prontos e disponíveis a cada chamamento dos seus irmãos. Sempre e em toda parte "sal da terra e luz do mundo" (Mt 5, 13-14), para a difusão do "bom odor de Cristo" (2Cor 2, 15). Sejam apóstolos de verdade, de caridade, de misericórdia, sejam educadores de cristãos exemplares, consoladores dos humildes e dos pobres, na luz que irradia de Jesus, Bom Pastor, salvador das almas e dos povos. Amém. Amém.

Da homilia para a canonização de São Vicente Pallotti publicada no L’Osservatore Romano de 21-22 de Janeiro de 1963.