quarta-feira, 8 de março de 2023

 I Episódio: A história dos Palotinos no Estado do Paraná - Brasil




segunda-feira, 6 de março de 2023

 PARTICIPANTES DA ASSEMBLEIA DA UAC NACIONAL - 2023 


NOVO CONSELHO NACIONAL DA UAC DO BRASIL

Nos dias 03 a 05 de março de 2023, aconteceu em Curitiba, PR, a VII Assembleia Nacional da União do Apostolado Católico – UAC. Estiveram presentes, além dos membros do Conselho Nacional de Coordenação do Brasil, representantes dos Conselhos Locais existentes nas paróquias. Participaram os Superiores Maiores dos padres e irmãos palotinos e das Irmãs palotinas do Brasil.

A Assembleia teve seu início na noite do dia três, com o jantar, seguido da adoração ao Santíssimo Sacramento. No segundo dia, após a oração, o Pe. Valdeci Antonio de Almeida, SAC, fez uma formação com o título: Tema: A sinodalidade a partir do carisma palotino. Lema: Caminhar juntos escutando a Palavra. O Senhor os encontrou no caminho. Houve um momento em grupo para refletir sobre o assunto proposto e plenário.

Na parte da tarde, houve a prestação de contas pelo ecônomo, Leossandro, e em seguida, a senhora Deyse da Conceição fez um resgate histórico das atividades do Conselho Nacional. Dando continuidade ao processo eletivo, Leossandro e o Pe. José Francisco Filho, após uma breve apresentação sobre os procedimentos da votação, deu-se início aos vários escrutínios, para eleger o novo Conselho Nacional da UAC.

Após a eleição, os futuros membros escolhidos passarão pela aprovação do Conselho Geral de Coordenação, que até o momento ainda não recebemos a notificação da aprovação. No último dia, na manhã de domingo, foram aprovadas os Estatutos do Conselho Nacional, para ser posteriormente aprovado pelo Conselho Geral.

Às 11h, na capela interna do seminário palotino, houve a missa de encerramento e o envio dos membros.

No dia 14/03/2023, o Conselho Geral de Coordenação da UAC confirmou a nomeação dos novos membros do Conselho Nacional de Coordenação do Brasil, a saber:

Presidente: Pe. Antônio Júnior Diogo, SAC

Vice presidente: Romário Reis Nascimento Carvalho

Secretária: Cláudia Medianeira da Costa Gomes Athayde

Segunda secretária: Daiane da Paz

Ecônomo: Thiago Silva Rodrigues Legal

CONSELHEIROS:

Zamar Fernandes Garcia

Pe. Francisco José Marques Filho, SAC

Ir. Aneide Resmini, CSAC

Ir. Maria do Espírito Santo da Silva, MSAC

MEMBROS EX OFFICIO:

Pe. Gilberto Antônio Orsolin, SAC

Pe. Valdeci Antonio de Almeida, SAC

Ir. Helena Pimenta, CSAC







ASSEMBLEIA  NACIONAL DA UNIÃO DO APOSTOLADO CATÓLICO - UAC 

Curitiba, 03 a 05 de março de 2023.

Pe. Valdeci Antônio de Almeida, SAC.

 

Tema: A sinodalidade a partir do carisma palotino

Lema: Caminhar juntos escutando a Palavra. O Senhor os encontrou no caminho

 

Estamos vivendo um momento muito importante para a nossa Igreja que é o sínodo, convocado pelo Papa Francisco, e hoje veremos o que é um sínodo e em que isso pode influenciar nos trabalhos a serem realizados pelos membros da UAC.

A etimologia da palavra: 

“Sínodo” é uma palavra antiga utilizada pela Tradição da Igreja, cujo significado recorda os conteúdos mais profundos da Revelação. […] Indica o caminho que os membros do Povo de Deus percorrem juntos. Remete, portanto, para o Senhor Jesus que se apresenta a si mesmo como “o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6), e para o fato de os cristãos, seguindo Jesus, serem chamados nas origens “os discípulos do caminho” (cf. At 9,2; 19,9.23; 22,4; 24,14.22).

O dia 11 de outubro de 2022 marcou o 60º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II pelo Papa S. João XXIII. Nós, na União do Apostolado Católico, sabemos bem que um mês após o encerramento da primeira sessão do Concílio, este mesmo papa canonizou São Vicente Pallotti. Os ensinamentos do Concílio Vaticano II articulam, claramente, o apelo universal à santidade e a missão de todos os batizados como apóstolos de Cristo. Como sabemos, mais de um século antes, Pallotti promoveu ideias semelhantes.

Sinodalidade: é caminhada que cada membro da Igreja deve fazer, para juntos vivermos o espírito do Vaticano II.

Refletindo e caminhando juntos, os membros da Igreja poderão aprender com as experiências e perspectivas uns dos outros, guiados pelo Espírito Santo. Iluminados pela Palavra de Deus e unidos em oração, seremos capazes de discernir os processos para procurar a vontade de Deus e dar seguimento aos caminhos para os quais Deus nos chama – rumo a uma comunhão mais profunda, a uma participação mais plena e a uma maior abertura ao cumprimento da nossa missão no mundo.

Em outras palavras, a sinodalidade permite que todo o povo de Deus caminhe em unidade, escutando o Espírito Santo e a Palavra de Deus, para participar na missão da Igreja, na comunhão que Cristo estabelece entre nós.

Em última análise, o caminho a ser percorrido é a forma mais eficaz de manifestar e pôr em prática a natureza da Igreja como povo peregrino e missionário de Deus que, pelo batismo, tem em comum a mesma dignidade e a mesma vocação. Por meio dele, todos somos chamados a ser participantes ativos na vida da Igreja.

Nas paróquias, nas pequenas comunidades cristãs, nos movimentos leigos, nas comunidades religiosas e noutras formas de comunhão, mulheres e homens, jovens e idosos, somos todos convidados a escutar-nos uns aos outros para ouvirmos os murmúrios do Espírito Santo, que vem guiar os nossos esforços humanos, exalando sobre a Igreja um sopro de vida e de vitalidade e conduzindo-nos a uma comunhão mais profunda para a nossa missão no mundo.

À medida que a Igreja embarca neste caminho sinodal, devemos esforçar-nos por nos basearmos em experiências de escuta e discernimento autênticos no caminho de nos tornarmos a Igreja que Deus nos chama a ser. Essa é uma grande oportunidade que temos, para melhor discernirmos os passos que deveremos dar juntos.

O Concílio Vaticano II revigorou a sensação de que todos os batizados, tanto a hierarquia como os leigos, são chamados a ser participantes ativos na missão salvífica da Igreja (LG 32-33). Os fiéis receberam o Espírito Santo no batismo e na confirmação e estão dotados de diferentes dons e carismas para a renovação e edificação da Igreja, como membros do Corpo de Cristo. 

Como se dá esse caminhar juntos?

O primeiro passo para caminharmos juntos é escutar o outro, para ouvirmos o que o Espírito Santo tem a dizer à Igreja, escutando juntos a Palavra de Deus na Sagrada Escritura e na Tradição viva da Igreja e, depois, escutando-nos uns aos outros e especialmente aos que estão à margem, discernindo os sinais dos tempos. De fato, todo o processo sinodal visa promover uma experiência vivida de discernimento, de participação e de corresponsabilidade, onde se reúne uma diversidade de dons para a missão da Igreja no mundo.

Destina-se a inspirar as pessoas a sonhar com a Igreja que somos chamados a ser, a fazer florescer as esperanças das pessoas, a estimular a confiança, a curar as feridas, a tecer relações novas e mais profundas, a aprender uns com os outros, a construir pontes, a iluminar mentes, a aquecer corações, para assim termos uma motivação maior nos trabalhos apostólicos.

Em outras palavras, o objetivo do processo sinodal não é apenas para fazer uma série de exercícios que começam e param, mas um caminho de crescimento autêntico rumo à comunhão e à missão que Deus chama a Igreja a viver no terceiro milênio.

A Igreja existe para evangelizar. Nunca podemos estar centrados em nós mesmos. A nossa missão é testemunhar o amor de Deus no meio de toda a família humana. Este processo sinodal tem uma dimensão profundamente missionária. Destina-se a deixar que a Igreja testemunhe melhor o Evangelho, especialmente com aqueles que vivem nas periferias espirituais, sociais, econômicas, políticas, geográficas e existenciais do nosso mundo. Deste modo, a sinodalidade é um caminho pelo qual a Igreja pode cumprir mais frutuosamente a sua missão de evangelização no mundo, como fermento ao serviço da vinda do Reino de Deus.

Qual a contribuição do Sínodo para os que vivem o carisma palotino? 

O carisma é sempre impulsionado pela força do Espírito Santo na vida de uma pessoa ou de uma comunidade. Os palotinos nasceram pela experiência da descoberta do infinito amor de Deus para conosco. Os carismas surgem conforme às necessidades da Igreja. Pallotti recebeu de Deus e nos transmitiu essa sua experiência como um dom para todos. Ele se tornou um canal, para que os batizados tomassem consciência da sua missão no mundo. Não somos meros expectadores, mas podemos participar ativamente da obra da salvação, instaurada por Cristo neste mundo. Portanto, o sínodo, além de confirmar aquilo que a União realiza no mundo, traz mais estímulo para empenharmos ainda mais o que fazemos, com a certeza de que agimos segundo a ação do Espírito Santo na Igreja.

Assim entendemos o carisma de Pallotti em seus três aspectos: 

1.      Íntima experiência de fé.

2.      Experiência da vontade de Deus, através dos sinais dos tempos.

3.      Como impulso do Espírito Santo.

Como um palotino atua na realidade em que se encontra?

O palotino se destaca com a promoção do leigo, para que ele tome consciência, da missão recebida no batismo. O cristão não é um a mais dentre os batizados, ele também é responsável pela salvação das almas. O palotino contribui com o apostolado da Igreja, como missionário anunciando o amor de Deus para todos.

Por isso, o nosso compromisso com a Igreja está na formação e na preparação dos leigos, para o apostolado e, assim, oferecer um modelo de cooperação deles na ação apostólica. Isso deve ser considerado por nós como uma tarefa urgente a ser executada, para correspondermos com as necessidades do nosso tempo. É nossa missão ajudar o leigo a descobrir o seu lugar na Igreja e no mundo, no qual eles vivem. Por isso, devemos estimulá-los e prepará-los para que participem na vida das comunidades eclesiais de maneira ativa nas organizações da Igreja; nos conselhos pastorais, em nível paroquial e diocesano, nos ministérios leigos, nos serviços especializados com tempo integral.

Na execução desta sua missão, a Igreja dirige particular interesse aos pobres, aos sofredores, aos menos afortunados na sociedade humana, aos humildes e aos simples, que, muitas vezes, são obrigados a viver em condições desumanas.

O nosso olhar deve estar voltado para Jesus, o Apóstolo do Pai, que veio a este mundo resgatar os que estavam perdidos. No meio da estrada, o ressuscitado acompanhou os passos dos discípulos que estavam confusos e angustiados por terem perdido o Senhor das suas vidas. A melhor imagem que temos no evangelho que mostra essa realidade é a dos discípulos de Emaús.

Os discípulos de Emaús sabiam o que queriam: permanecer com Cristo, mas Ele morreu tragicamente. Este era o motivo da desolação e da frustração. Por isso, ficaram confusos. Escutando-os, Jesus tira deles o que os perturbava tanto. Foi dando feedbacks, falando das Escrituras. Ele falava de algo que eles já conheciam. Somente fez reverberar dentro deles aquilo que estava amortecido pela dor da perda, as certezas da vitória final, a ressurreição. Ele tinha que sofrer, mas venceu a morte. Ele utilizou de imagens, para que eles próprios tirassem as suas conclusões. No diálogo, ao longo do caminho, Ele foi esclarecendo aquilo que eles não tinham compreendido. A empatia foi perfeita, tanto que pediram para que permanecesse com eles. “Ficai conosco, Senhor, pois já é tarde”. A confusão mental os cegava e os impedia de perceber a realidade que os circundava. Por isso, devemos estar unido na escuta da Palavra e em oração comunitária, para podermos sentir a presença do Senhor em nossas vidas e, assim, receber dele o envio em missão. 

O processo sinodal a exemplo dos discípulos de Emaús

 Observar a realidade:

1.      Como caminhavam = desolados (pensamentos limitantes, negativos, frustração);

2.      Como Jesus os abordou? (Lentamente participa da vida deles – pôs-se no meio deles);

3.      Como conduziu a conversa? (Lc 24,17 – Pergunta sobre o assunto da conversa deles. Se interessa por eles);

4.      Como eles caminhavam? (Repetindo o negativo – os últimos acontecimentos);

5.      Quais eram os seus sentimentos? (confusão mental, tristeza, desesperança, dúvidas, sem perspectiva de futuro);

6.      Quais foram os passos dados por Jesus? (usa da empatia, ouve para depois explicar tudo);

7.      Ouviu-os para depois atualizar os acontecimentos passados, com uma nova perspectiva;

8.      Qual foi a resposta deles, após ter mais clareza dos fatos? (entusiasmo, alegria, desejo de recomeçar, sair anunciar o que ouviram e viram); “Fica conosco...” e saíram avisar a comunidade = ação concreta.

 Qual a atitude tomada por Jesus depois de dar o seu recado e esclarecer as dúvidas? Ele faz menção de seguir o seu caminho; não os infantiliza, mas os quer maduros na fé. Deixa-os descobrir por si só o que é melhor para eles, a melhor opção de vida; não é diretivo, deixa que eles próprios tomem iniciativa. Foram avisar a Igreja, na pessoa de Pedro: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão” (Lc 24,34).

Descobriram o fio condutor de toda a experiência de vida, após ouvir as Escrituras e confrontar com a realidade, por mais dura que fosse. Os sinais foram importantes: escuta da Palavra, estar com Jesus e o partir o pão. Tudo isso gera uma ação imediata. Houve uma mudança radical de vida e de atitude. Eles souberam retomar a caminhada. Eles descobriram o que, realmente, precisavam para ter uma vida cheia de sentido.