sexta-feira, 12 de março de 2010

Deus sempre escuta nossos clamores

DEUS É MISERICÓRDIA - (Lc 15,11-32)

A quaresma é um tempo forte para olharmos para a nossa vida e a partir dela encontrarmos a nossa verdadeira motivação para o seguimento radical de Cristo. Dando continuidade à reflexão sobre a penitência interior, hoje queremos refletir de uma maneira um pouco mais aprofundada a respeito da atitude do filho pródigo e da acolhida de seu pai.
Quando um filho pede sua herança para o pai, a partir daquele momento ele matou o pai, e falar com alguém que esteja morto não tem mais sentido. Podemos pegar três ponto significativos do filho jovem: 1- juventude; 2- dinheiro; 3- liberdade.
O mundo era dele e não precisava pensar mais em nada. Tinha tudo. Mas nem por isso poderia esbanjar tudo. Até àquele momento estava fora de si, vislumbrado pelo fascínio da vida e das propostas de felicidade apresentadas pelo mundo. Foi um sonho, um engano. Ele se acreditava livre e agora se sente só. Tudo o que sonhara era uma loucura. A fome, o sofrimento ajudou-o a cair em si, a sair do sonho (v. 17).
Ele reconheceu o erro que cometeu. É preciso ser grande para reconhecer o próprio erro. Porém, reconhecer-se culpado não é perder a dignidade. É assumir com responsabilidade o que se é. É ser alegre, é ser comunitário.
Por que o filho voltou? Só por causa da comida? Ele que saíra orgulhoso e seguro, agora volta humilde, pisando no chão. Saíra jovem, agora traz no rosto a experiência. Saíra como filho, agora como não filho, “escravo”. Saíra livre do pai, agora livre de si mesmo, do seu orgulho. Ele perdeu tudo, esbanjou tudo, mas ganhou algo maior, a capacidade de apreciar a casa do pai. Tem a capacidade de pensar em si próprio e não nas suas pseudos possibilidades e capacidades, longe do pai. Volta com a esperança de que o pai o aceitaria, pois conhecia o coração do pai. Este coração nos desconcerta diante das coisas que vemos. É um coração surpreendente, sempre aberto e disponível para dar mais uma chance. Tudo isso foi sendo descoberto na medida em que ia tomando consciência do pecado. Pio XII diz que “o maior pecado do ser humano é de ter perdido o senso do pecado”.
Devemos ter compaixão, como o pai teve do filho. Ele vai além da simples justiça. Tudo isso é consequência do amor. Não tem limites, chega a ser um absurdo. Daí a atitude de correr ao encontro do filho para abraçá-lo e cobri-lo de beijos.
(v.22) Pai, pequei contra Deus e contra ti, não mereço ser considerado seu filho. O mais importante não é a palavra do pai, mas o crescimento do filho. Quando saiu, o pai era considerado morto, agora ele está vivo. Para o pai, isto basta. O filho entendeu na mensagem secreta do pai. Educar é também esperar. É confiar no crescimento.
(v. 25) O mais velho nunca mereceu uma repreensão, fez tudo o que o pai mandava. Mas será que por causa disso tinha o direito de causar divisão na família? Tanto o filho mais novo como o filho mais velho tinham a necessidade de conhecer o pai, pois, para conhecê-lo seria preciso conhecer também o irmão e descobrir o irmão é descobrir o pai e vice-versa.
Na oração e na missa devemos aprender a fazer esta troca, pois quando descobrimos nossos irmãos, estamos descobrindo o amor do pai.
A conversão do mais novo é mais fácil do que a do mais velho. O mais velho se revelou quando fora convidado para festejar junto. Nunca se sentiu filho, família, comunidade. Toma também uma atitude reivindicatória. Também achava que tudo era dele. Se sentiu lesado, porque não fora consultado antes. Este homem não era alegre e precisava de se converter. O pai pede que se converta para a comunhão. É mais fácil ser perdoado do que perdoar. É mais fácil ser acolhido do que acolher. É mais fácil ser tratado com compaixão do que ter compaixão. Que saibamos ter misericórdia com os irmãos. “Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso”.

Textos: Mt 5,7; Lc 6,27-36; 10, 29-37; Heb 2,17; Sl 50.

O chamado de Deus



No Antigo Testamento encontramos várias passagens que mostram Deus escolhendo pessoas do meio do povo para uma função específica. A missão aparece de improviso. A pessoa fica surpresa diante de Deus. (At 9,1-22; 22,4-16; 26,9-18)

O chamado feito por ele tem sempre um objetivo muito claro, anunciar o amor, a verdade e a justiça. Em nenhum momento da história foi para proporcionar qualquer tipo de satisfação egoísta às pessoas. (Gal 1,13-16)

A missão sempre foi árdua, mas reforçada com a promessa de que ele não nos deixará sós. Por isso, encontramos, em inúmeras passagens, Deus revelando-se como alguém que caminha à nossa frente e dá-nos a devida inspiração, para suportarmos os desafios. “Tu és meu servo, eu te escolhi, e não te rejeitei; nada temas, porque estou contigo, não lances olhares desesperados, pois eu sou teu Deus; eu te fortaleço e venho em teu socorro, eu te amparo com minha destra vitoriosa. Pois eu, o Senhor, teu Deus, eu te seguro pela mão e te digo: Nada temas, eu venho em teu auxílio” (Is 41,9-13).

“Porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te amo, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti. Fica tranquilo, pois estou contigo” (Is 43,4-5).
Deus se revela a seu povo de diferentes modos. Muitos o descobrem nos momentos celebrativos da comunidade. O profeta Isaías sente o chamado profético, provavelmente ouvindo o Salmo 99,3.5.9 que proclama Deus o Santo (Is 6,1-2a.3-8). Faz a experiência de um Deus absoluto na história. A realeza de Javé é maior que a imensidão do infinito. O Deus transcendente é o Deus presente no meio do povo.
Isaías viu a glória de Deus, antes de ser chamado em missão. Os apóstolos tiveram que ver o corpo do Cristo ressuscitado, antes de percorrer o mundo. Os doze, impressionados com a pesca milagrosa, abandonaram as redes, para se tornarem pescadores de pessoas.

No novo testamento, Deus se revela e chama por meio de seu Filho Jesus que se dirige às pessoas. Depois de ressuscitado, nos lábios de Jesus, o chamado assume o verdadeiro significado. Jesus chama para que o sigam. É nele que os homens atingem a condição de filhos e são libertados do pecado (Sl 103,3-4) “É ele quem perdoa todas as tuas culpas, que cura todas as tuas doenças, te coroa com a sua bondade e sua misericórdia”.

Nele, os seres humanos tornam-se colaboradores de Deus, na obra da salvação. Em torno dele, como pedra angular, organiza-se o êxito da aventura humana.
Por isso, mais do que nunca, o chamado divino está ligado a uma missão. Mas toda missão, confiada por Deus, está unida à missão pessoal de Jesus, e só nessa encontra seu verdadeiro sentido. “Sem mim, nada podeis fazer” (Jo15,5).

Conforme são Paulo, os discípulos do Senhor devem estar convictos de terem sido chamados por Deus em Cristo. Chamados para um serviço, uma tarefa a desempenhar na edificação do Reino. As funções são diversas, mas quem chama e o fim para o qual chama é único. Entre o chamado de Deus e a missão está a livre resposta da pessoa. “Aspirai aos dons mais elevados. Eu vou mostrar-vos ainda um caminho incomparavelmente superior” (1Cor 12,31).

O chamado é uma livre proposta de Deus feita a pessoas livres. “Conduzi-vos como pessoas livres, mas sem usar a liberdade como pretexto para o mal” (1Ped 2,16).
A revelação, o chamado e a missão não são, na Igreja, privilégio de alguns, mas um dom feito a todos. Assim, a missão não se dirige só a algumas pessoas, mas a todos. “Ninguém será capaz de dizer: Jesus é Senhor, a não ser sob a influência do Espírito Santo” (1Cor 12,3-11).

Reflitamos hoje sobre o chamado que Deus fez diretamente a cada um de nós. Para quê Deus me chamou? O que ele espera de mim? (1Sm 3,3b-10.19; Jo 1,35-42)
Pela oração é que podemos discernir, qual é a vontade de Deus e obter a perseverança, para cumpri-la (Rm 12,2; Ef 5,17; Heb 10,36).

O que para ele constituía título de glória, tornou-se esterco (Fil 3,7-8).
Quais são os meus temores: (Is 6,1-8; Jer 1,4-5.17-19; 1Cor 12,31-13,13; 1Cor 15,1-11; Lc 5,1-11; 1Ped 5,12,16; 2Ped 1,5-11.16-21).

quarta-feira, 10 de março de 2010

80° aniversário de Pe. Schneider

Dia 08 de março, Pe Francisco Schneider, pároco da paróquia N. Sra. de Nazaré - Londrina, celebrou seus 80 anos de vida. D. Albano Cavallin, representando o Arcebispo D. Orlando Brandes, leu uma belíssima mensagem deixada pelo Arcebispo. Vários padres diocesanos e palotinos participaram de uma recepção oferecida pelo aniversariante. Estiveram presentes também noviços e teólogos palotinos. Ao Pe. Francisco, nossas congratulações pelo seu aniversário.