sexta-feira, 12 de março de 2010

O chamado de Deus



No Antigo Testamento encontramos várias passagens que mostram Deus escolhendo pessoas do meio do povo para uma função específica. A missão aparece de improviso. A pessoa fica surpresa diante de Deus. (At 9,1-22; 22,4-16; 26,9-18)

O chamado feito por ele tem sempre um objetivo muito claro, anunciar o amor, a verdade e a justiça. Em nenhum momento da história foi para proporcionar qualquer tipo de satisfação egoísta às pessoas. (Gal 1,13-16)

A missão sempre foi árdua, mas reforçada com a promessa de que ele não nos deixará sós. Por isso, encontramos, em inúmeras passagens, Deus revelando-se como alguém que caminha à nossa frente e dá-nos a devida inspiração, para suportarmos os desafios. “Tu és meu servo, eu te escolhi, e não te rejeitei; nada temas, porque estou contigo, não lances olhares desesperados, pois eu sou teu Deus; eu te fortaleço e venho em teu socorro, eu te amparo com minha destra vitoriosa. Pois eu, o Senhor, teu Deus, eu te seguro pela mão e te digo: Nada temas, eu venho em teu auxílio” (Is 41,9-13).

“Porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te amo, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti. Fica tranquilo, pois estou contigo” (Is 43,4-5).
Deus se revela a seu povo de diferentes modos. Muitos o descobrem nos momentos celebrativos da comunidade. O profeta Isaías sente o chamado profético, provavelmente ouvindo o Salmo 99,3.5.9 que proclama Deus o Santo (Is 6,1-2a.3-8). Faz a experiência de um Deus absoluto na história. A realeza de Javé é maior que a imensidão do infinito. O Deus transcendente é o Deus presente no meio do povo.
Isaías viu a glória de Deus, antes de ser chamado em missão. Os apóstolos tiveram que ver o corpo do Cristo ressuscitado, antes de percorrer o mundo. Os doze, impressionados com a pesca milagrosa, abandonaram as redes, para se tornarem pescadores de pessoas.

No novo testamento, Deus se revela e chama por meio de seu Filho Jesus que se dirige às pessoas. Depois de ressuscitado, nos lábios de Jesus, o chamado assume o verdadeiro significado. Jesus chama para que o sigam. É nele que os homens atingem a condição de filhos e são libertados do pecado (Sl 103,3-4) “É ele quem perdoa todas as tuas culpas, que cura todas as tuas doenças, te coroa com a sua bondade e sua misericórdia”.

Nele, os seres humanos tornam-se colaboradores de Deus, na obra da salvação. Em torno dele, como pedra angular, organiza-se o êxito da aventura humana.
Por isso, mais do que nunca, o chamado divino está ligado a uma missão. Mas toda missão, confiada por Deus, está unida à missão pessoal de Jesus, e só nessa encontra seu verdadeiro sentido. “Sem mim, nada podeis fazer” (Jo15,5).

Conforme são Paulo, os discípulos do Senhor devem estar convictos de terem sido chamados por Deus em Cristo. Chamados para um serviço, uma tarefa a desempenhar na edificação do Reino. As funções são diversas, mas quem chama e o fim para o qual chama é único. Entre o chamado de Deus e a missão está a livre resposta da pessoa. “Aspirai aos dons mais elevados. Eu vou mostrar-vos ainda um caminho incomparavelmente superior” (1Cor 12,31).

O chamado é uma livre proposta de Deus feita a pessoas livres. “Conduzi-vos como pessoas livres, mas sem usar a liberdade como pretexto para o mal” (1Ped 2,16).
A revelação, o chamado e a missão não são, na Igreja, privilégio de alguns, mas um dom feito a todos. Assim, a missão não se dirige só a algumas pessoas, mas a todos. “Ninguém será capaz de dizer: Jesus é Senhor, a não ser sob a influência do Espírito Santo” (1Cor 12,3-11).

Reflitamos hoje sobre o chamado que Deus fez diretamente a cada um de nós. Para quê Deus me chamou? O que ele espera de mim? (1Sm 3,3b-10.19; Jo 1,35-42)
Pela oração é que podemos discernir, qual é a vontade de Deus e obter a perseverança, para cumpri-la (Rm 12,2; Ef 5,17; Heb 10,36).

O que para ele constituía título de glória, tornou-se esterco (Fil 3,7-8).
Quais são os meus temores: (Is 6,1-8; Jer 1,4-5.17-19; 1Cor 12,31-13,13; 1Cor 15,1-11; Lc 5,1-11; 1Ped 5,12,16; 2Ped 1,5-11.16-21).

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