sábado, 29 de outubro de 2022

 

                                         CONHEÇA O CARISMA PALOTINO - PARTE IV


UM SANTO DE ROMA

                                                            Pe. Valdeci Antonio de Almeida, SAC

Vicente Luis Francisco Pallotti nasceu dia 21 de abril de 1795, na via del Pellegrino, número 130. Foi batizado no dia seguinte, após o seu nacimento. Vicente é filho de Pietro Paolo Pallotti e de Maria Madalena de Rossi. O casal teve 10 filhos.

Vicente teve pais exemplares que ensinaram a amar a Deus e que o conduziram a uma devoção mariana. Seu pai, Pietro, rezava todos os dias: meia hora antes de nascer o sol, após o almoço adorava o santíssimo sacramento em alguma das Igrejas de Roma, participava de celebrações eucarísticas e recitava o terço em família. A sua mãe, Maria Madalena, mulher simples, desde muito jovem, jejuava às sextas-feiras da quaresma. Enquanto Pietro ficava cuidando da mercearia, onde trabalhava, Maria educava os filhos e cuidava dos afazeres domésticos. Desde pequena, tinha devoção Mariana e procurava educar seus filhos de acordo com o exemplo da família de Nazaré.

Pallotti viveu em um período bastante conturbado politicamente, devido a ocupação napoleônica de Roma. Toda Itália era dominada por estrangeiros e Roma foi saqueada pelos franceses. A Igreja passava por um período de crise, onde algumas correntes infundiam um pensamento laico, em que colocavam o reino, revelado por Jesus Cristo, como nada mais do que uma ética natural. Falava-se de religião em um nível de piedade natural, afastando as pessoas dos sacramentos da Igreja. O movimento político instalado queria tirar o poder temporal do papa Pio VI, que estava no exílio. Com o falecimento do referido papa, elegeu-se o seu sucesso com o nome de Pio VII, para homenagear o seu antecessor.

Apesar de todas essas dificuldades na Igreja, desde muito jovem, Vicente demonstrava sinais de santidade. Aos três anos de idade, já rezava na frente de nossa Senhora, com nove anos de idade dormia piedosamente no chão e sua brincadeira preferida era construir altarzinhos de madeira. Em 1801, ele foi crismado e em 1810 recebeu a sua primeira comunhão, e com isso é concedido a ele a possibilidade de comungar todos os dias, devido ao seu bom comportamento. Aos 12 anos de idade, Vicente escolheu o padre Bernardino Fazzini, para ser seu confessor e confessava uma vez por semana.

Durante as suas férias, Vicente Pallotti ia para Frascati, na casa de sua tia, onde demonstrou mais sinais de santidade. Certa vez, ao levar comida aos camponeses, montado em um burrinho, sentiu-se mal por não ter ido a pé e pede para que um garoto o flagele. Outra vez, sua tia o vê chegando descalço, pois tinha dado os seus sapatos a um pobre. Ele também aproveitava os seus dias de descanso, em Frascati, para ensinar cantos e catequese aos filhos dos camponeses.

Nos estudos, era um menino muito esforçado, mas não conseguia aprender muita coisa, até que um dia sua mãe propõe-lhe que fizesse uma novena ao Espírito Santo. Após fazê-la, sentiu a sua mente aberta e, a partir de então, começou a tirar boas notas e ensinar os seus amiguinhos com mais dificuldades no aprendizado. Depois de estudar nas Escolas Pias, Pallotti passou a estudar no Colégio Romano, onde ganhava muitos prêmios, por causa do seu empenho e pelo bom comportamento.

No ano de 1809 a 1814, Vicente frequentou o oratório dedicado à Nossa Senhora. No oratório, os jovens participavam da catequese, missas e recitação do Ofício de Nossa Senhora. Os jovens eram chamados de filhos de Maria.

Vicente, aos dezesseis anos de idade, demonstrou o desejo de ser padre. Ele queria entrar para a Ordem dos Capuchinhos, mas o seu diretor espiritual o aconselhou a ingressar nos padres seculares (diocesanos de Roma), pelo fato de ter uma saúde frágil, e os capuchinhos tinham uma vida muito rigorosa. Mesmo Vicente tendo entrado para os padres seculares, ele continuou gostando da ordem dos capuchinhos. Por isso, teve autorização de usar o hábito franciscano para dormir.

No dia 15 de abril de 1811, com dezesseis anos, Pallotti recebeu a tonsura, com isso se sentia mais preparado espiritualmente para exercer o trabalho que recebeu nas ordens menores – ostiariato, leitorado, exorcista e acolitato.

A santidade faz parte da vida de todo o cristão, por isso somos chamados a viver o nosso batismo de maneira exemplar e Pallotti é, para todos nós, modelo de virtude e de seguimento de Cristo.

 

 


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