CONHEÇA O CARISMA PALOTINO – PARTE V
O SACERDOTE VICENTE PALLOTTI: O MÉDICO DAS ALMAS
Fr. Jon Eslen Amorim da Silva, SAC
Se
considerarmos o trabalho de um sacerdote na Santa Igreja, constatamos quão
importante e edificante é sua ação para a salvação das almas. Assim como o
médico cuida do corpo e da saúde física de cada paciente, assim o sacerdote
como médico, cuida das almas e é reflexo do Sumo Sacerdote Jesus, o médico de
todos os médicos. É como nos diz Santo Afonso de Maria Ligório: “
Se Jesus Cristo descesse a uma
igreja, e se sentasse num confessionário para administrar o sacramento da
Penitência, ao mesmo tempo que um padre sentado no outro, o divino Redentor
diria: Ego te absolvo (Eu te absolvo) o padre
diria o mesmo: Ego te absolvo (Eu te absolvo); e os penitentes
ficariam igualmente absolvidos, tanto por um como pelo outro.”[1]
Desta
forma, com o mesmo olhar de São Vicente Pallotti, entendemos a dignidade do
serviço sacerdotal. Ele possuía uma clara compreensão do seu dever como
sacerdote na Santa Igreja, portanto, desde antes já na preparação de sua
ordenação sacerdotal, até depois, nas atividades e trabalhos apostólicos,
esteve bem consciente do que devia fazer, pois, o Deus inefável e imenso o
havia conferido tão grande grau de graça, que ele não podia permanecer inerte a
todos estes acontecimentos do amor desse mesmo Deus. [2] Pallotti então, era
sacerdote principalmente para cuidar das almas, pois ele também acrescenta:
“pretendo celebrar a Santa Missa, administrar os sacramentos, pregar a Palavra
de Deus e recitar a oração da Igreja”.[3]
Justamente
por obter tão grande graça de Deus, Pallotti sempre queria fazer mais por todos
e ainda lamentava por achar que não fez o suficiente. Tantos homens e mulheres
necessitados das bênçãos de Deus através dos sacramentos, e ele nem sempre
podia atender a todos como desejava. [4]
Um
dos aspectos mais importantes no sacerdócio de Pallotti, que nos mostra seu
ardor pela salvação das almas é o seu empenho na ministração do sacramento da
penitência. De modo que mais se reconhecia grande pecador, mais ainda aumentava
seu desejo de salvar às almas da morte eterna. Sempre fez o possível para
salvar a alma de cada filho do pecado, até mesmo no leito de morte, como o
exemplo daquele doente que teve suas palavras adocicadas até chegar a bendizer
a Deus, como também no atendimento a qualquer custo, quando o seu
confessionário foi colocado do lado de fora da Igreja dos Napolitanos, em Roma.
Celebrar
os duzentos anos da ordenação sacerdotal de Pallotti, é uma grande graça para a
família Palotina, pois, além de alimentar em nós o espírito de amor a Deus, à
Igreja e aos sacramentos, nos recorda o grande ardor apostólico de São Vicente
pelas ruas de Roma, em pleno século XIX. Também recorda a todos os sacerdotes
quão grande dom de Deus cada um possui. “És sacerdote? Recorda-te de que és
sacerdote para o povo (...). Recomendo-te sobretudo aquela porção do rebanho de
Jesus Cristo que mais facilmente é descuidada: os pobres, os doentes, os
moribundos e os pobres pecadores obstinados.”[5] Graça também é para nós
seus filhos, que caminhamos cada vez mais à perfeição com Deus nos passos de
nosso Pai Fundador. Que o misericordioso e eterno Deus nos ajude a ser
fervorosos apóstolos de Seu Reino, pela salvação das almas.
Referências:
PALLOTTI,
San Vincenzo. Opere Complete X e XIII.
A cura di Don Francesco Moccia SAC. Roma: Curia Generalizia dela Società dell’Apostolato
Católico, 1967 – 1997.
Província
Nossa Senhora Conquistadora. Rezamos em
Comunidade – Orações Palotinas. Gráfica e Editora Pallotti, 2007.
NAMPUDAKAM,
Jacob. Lo spirito sel sacerdozio secondo
San Vincenzo Pallotti. Società dell’Apostolato Catolico: Casa Generalizia,
2017.
[1] LIGÓRIO, Santo Afonso de. Apostolado Veritatis
Splendor: A
DIGNIDADE DO SACERDOTE
[2] OOCC X, p. 148
[3] OOCC X, pp. 148-149.
[4] OOCC X, pp. 264-265.
[5] OO
CC XIII, 479
Nenhum comentário:
Postar um comentário