sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Os Salmos


O povo reza a sua vida

Introdução:

O ser humano sempre sentiu necessidade de rezar. Todos os povos, de acordo com sua religião e cultura, desenvolveram diversos modos de rezar.
Os Salmos foram um modo encontrado pelos Judeus para louvarem a Deus. Mas, também os vizinhos dos Judeus rezavam: Cananeus, Egípcios, etc...
A tradução da palavra “Salmo” significa “Louvor”.
E são vários os tipos de Salmo que nós temos, no total são 150. Neles nós encontramos Lamentações, Cântico de Penitência, Súplica, Pedidos de Socorro, Hinos de alegria e felicidade, Ação de Graças, Louvores, Orações fortes e intensas...

Como os Judeus rezavam os Salmos?

Na liturgia do Templo de Jerusalém. E entre o pessoal do Templo haviam cantores. Nas festas principais eles cantavam e dançavam.

Quem foram os autores dos Salmos?

Os títulos atribuem 73 Salmos a Davi, 12 a Asaf, 11 aos filhos de Coré e a outros autores isolados. Mas isso não quer dizer que foram realmente Davi, Asaf, Coré que fizeram os Salmos. Na verdade, a Bíblia sempre gostou de relacionar o conteúdo de um Salmo com a vida de um personagem importante. Assim, Davi era quem reunia as qualidades mais perfeitas de um orante. No entanto, nós sabemos que foram os cantores do Templo que compuseram quase todos os Salmos.

Quando foram escritos os Salmos ?

A atividade poética durou vários séculos. Os principais períodos são: 800 a.C. época dos reis; 550 a.C. no Exílio; 500 a.C. retornou do Exílio e reconstrução do Templo.

Como se formou a Coleção dos Salmos?

Os Salmos não nasceram prontos numa coleção. Foram feitos em épocas diferentes. Passou-se muito tempo até que se concluísse toda a obra. Mas existe uma diferença importante: Na numeração dos Salmos existe uma divergência entre o texto hebráico e a versão em Latim. Esta divergência vem do texto hebráico que dividiu o Salmo 9.

O que os Salmos expressam, o que manifestam?

Os Salmos são o reflexo da vida de um povo, de sua caminhada, de suas alegrias e tristezas. Um poeta escreveu um dia: “Os Salmos são um pequenino livro, 150 espelhos de nossas revoltas e de nossas felicidades, de nossas agonias e de nossas ressurreições. Mais do que um livro, é um ser que vive e que fala, que sofre, que geme e que morre, que ressuscita e que canta”.
Assim, ao rezarmos os Salmos, todos os nossos gritos de homens, a admiração diante da natureza e do amor, a angústia diante do sofrimento e da morte, o esmagamento na sociedade, a revolta diante do absurdo do mundo, todos esses gritos da humanidade que são nossos gritos – nós os encontramos nos Salmos, oferecidos à nossa luz com palavras de Deus. Eles nos ensinam que mesmo nas horas mais sombrias de nossa vida, Deus está presente e grita conosco.
Mas é preciso que não esqueçamos de ver nos Salmos uma verdadeira oração. Quando a gente deixa de orar, de rezar, de confiar em Deus com toda a força de nosso coração, a fé vai se atrofiando e as atividades do dia à dia vão atrapalhando nossa necessidade de rezar.
O povo Judeu sobreviveu na fé porque rezava, porque via a presença de Deus no seu dia a dia, nos acontecimentos. Aí vem a pergunta:

Será que estamos procurando perceber Deus no nosso cotidiano ?
Conclusão disso tudo: - Os Salmos são a flor e o fruto de um longo romance mantido entre Deus e o homem. O homem busca Deus e Deus busca o homem. É como o encontro de dois rios, só que se trata de um encontro de vida, de uma vida à dois.
De repente, surgem entre os dois desavenças, incompreensões, lamentações, queixas, reconciliações, como na convivência normal de duas pessoas humanas.
Não raro, na Bíblia, Deus acaba se aborrecendo com o homem, e também o homem se cansa de Deus, fica desnorteado com a ausência e o silêncio de Deus. Muitas vezes o homem cai na tentação de deixar o verdadeiro Deus e correr atrás de outros mais gratificantes.
Mas, apesar de tudo, os dois voltam a se encontrar para continuarem juntos a percorrer, um ao lado do outro, o entinerário da vida e da história. Dessa convivência na fé nasce a amizade entre os dois.

Quais são as atitudes do Salmista em oração?

Às vezes, o salmista sobe ao templo para chorar suas enfermidades, com palavras vivas e expressivas: Sl 38 ou 39.
Outras vezes, o salmista é acusado injustamente. Os acusadores o cercam implacavelmente com uma matilha de lobos.

Nota importante: Faltava ainda no tempo em que os Salmos foram feitos a noção de prêmio, de recompensa, de ressurreição pessoal após a morte. A recompensa era a vida do povo. Por isso, existe tanto nos Salmos a ideia de que o ímpio e o injusto devem receber, imediatamente, o castigo de Deus.
Mas nem tudo é desgraça na vida. O salmista também sobe com um ramalhete de louvores e de glória, recordando os feitos gloriosos do Senhor em favor de seu povo, ou porque recebeu, pessoalmente, a benção do Senhor no campo da saúde, da lavoura, da prosperidade. É o caso do Sl 134.

Outras vezes o salmista não busca nada, nem pedir, nem agradecer, mas simplesmente adorar, e isso também faz parte da vida.

O Salmo 138 resume a experiência mais profunda de Deus:

- (1 a 6) Não podemos escapar de Deus
- (7 a 12) Não há para onde ir. Deus está em todo lugar, até mesmo no “abismo” (xeol). Deus me procura com amor (10).
- (13 a 18) Nada em mim escapa à Deus. Ele ama tudo em mim.
- (19 a 24) O inimigo de Deus é a impiedade.

A bondade amorosa de Deus para conosco é tão grande que ele está sempre protegendo o homem fiel. Deus é nosso Pastor. Por isso agora nós vamos cantar o Salmo 22. O pastor é a imagem perfeita de um Deus que nos ama e nos protege. O banquete é preparado para nós pelo próprio Deus. O óleo de ungir a cabeça era o gesto mais cortez que se poderia dar a um hóspede que chega em casa.
Muitos Salmos falam de felicidade, expressam a alegria de viver junto a Deus, como por exemplo o Salmo 1.
Reze todos os dias um salmo que mais lhe agrada e veja como descobrirá o amor que Deus tem por você.

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