Vicente Pallotti recebeu a
missão de reitor da Igreja do “Espírito Santo dos Napolitanos” em Dezembro de
1835 e exerceu esse ofício até 1846. Neste lugar Pallotti viveu momentos de
alegria, mas também de sofrimento.
A origem da Igreja remonta à
primeira metade do século XIV. Temos notícias que em 1320 existia na Via Giulia a Igreja de “Sant'Aurea” e o mosteiro das Irmãs dominicanas.
Reduzida em
más condições e fechado o convento, a Igreja foi comprada em 1572 pela
Companhia dos Napolitanos que estabeleceu a sede da “Irmandade do Espírito
Santo” e decidiu construir uma nova Igreja no lugar daquela antiga. Em 1799,
durante a invasão de Roma pelos franceses, a Irmandade se dissolveu e a Igreja
passou sob o domínio do Reino de Nápoles. Com o passar do tempo se manifestou a
degradação da Igreja de modo que parecia inevitável a necessidade de fechá-la. No
tempo de Pallotti, o templo era muito pobre, negligenciado, as celebrações sem
vida e o número de fiéis era muito reduzido. As autoridades eclesiásticas propuseram
entregar a Igreja aos cuidados de Pallotti. Não foi uma Igreja paroquial e,
portanto, não tinha vínculos. Mesmo sem ser devidamente cuidada e em estado de
abandono, o Pe. Pallotti aceitou a nomeação com grande entusiasmo. O rei
Fernando II deu o consentimento e Vicente Pallotti recebeu o cargo de reitor da
Igreja em Dezembro de 1835. Temos um Documento de 20 de Janeiro de 1836 no qual
Pallotti, como reitor da Igreja, assinou um recibo por uma esmola (OOCC V, p.
771-772).
Deste lugar, Pallotti dirigiu e desenvolveu suas mais importantes iniciativas apostólicas: a celebração do primeiro Solene Oitavario da Epifania (1836); a instituição da sede da primeira comunidade do Apostolado Católico e do Colégio das Missões Exteriores (1837); a ajuda aos fiéis durante a epidemia da cólera (1837); a inauguração da Casa de Caridade de Borgo S. Agata (Junho de 1838); o Mês de Maio para o clero e a conferência semanal do clero (1839); o Oitavário pela segunda vez nesta Igreja (Janeiro de 1840); assistência ao hospital militar (1843); os exercícios espirituais aos militares (1844); a missão de Londres (1844).
Muitos esclesiásticos napolitanos não aceitaram um sacerdote romano como reitor da sua Igreja. Eles criaram grandes contrariedades e dificuldades para Pallotti que teve que deixar a casa ao lado da Igreja do “Espírito Santo” e no dia 01 de Janeiro de 1846 transferiu-se com a sua comunidade para a Igreja de “SS. Salvatore in Onda”.
Em 1852, depois da morte de
Pallotti, iniciaram-se os trabalhos de restauração da Igreja. Em 1860, Pietro
Gagliardi realizou na fachada da Igreja o afresco representando os "Anjos adorando a pomba mística",
enquanto entre 1852 e 1868 fez o afresco da "descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos". Em 1863, a Igreja
foi reaberta ao culto até o século sucessivo, mas foi novamente fechada por
quase 30 anos.
O atual aspecto da Igreja deve-se
ao trabalho árduo de Mons. Natalino Zagotto que orientou os trabalhos de
consolidação e restauração, abrindo às celebrações para o Natal de 1986. No dia
17 de Outubro de 2004, foi concedido ao Conselho Geral da Sociedade do Apostolado
Católico de colocar um busto de S. Vicente Pallotti na Igreja com uma placa de
mármore recordando a presença e as principais iniciativas apostólicas de
Pallotti: Nesta Igreja do “Espírito Santo
dos Napolitanos” / reitor de 1835 à 1846 / São Vicente Pallotti / sacerdote romano
/ fundou a União do Apostolado Católico / e o Colégio das Missões Estrangeiras
/ celebrou o primeiro Oitavário da Epifania / o Mês Mariano para os clérigos e
Leigos / animou a Conferência Espiritual do Clero / o povo romano / durante a
epidemia do cólera de 1837 / nele reconheceu / o sacerdote santo e apóstolo da
caridade.
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