terça-feira, 2 de abril de 2013

IGREJA ESPÍRITO SANTO DOS NAPOLITANOS




Vicente Pallotti recebeu a missão de reitor da Igreja do “Espírito Santo dos Napolitanos” em Dezembro de 1835 e exerceu esse ofício até 1846. Neste lugar Pallotti viveu momentos de alegria, mas também de sofrimento.

 

 
A origem da Igreja remonta à primeira metade do século XIV. Temos notícias que em 1320 existia na Via Giulia a Igreja de “Sant'Aurea” e o mosteiro das Irmãs dominicanas.
 
 
Reduzida em más condições e fechado o convento, a Igreja foi comprada em 1572 pela Companhia dos Napolitanos que estabeleceu a sede da “Irmandade do Espírito Santo” e decidiu construir uma nova Igreja no lugar daquela antiga. Em 1799, durante a invasão de Roma pelos franceses, a Irmandade se dissolveu e a Igreja passou sob o domínio do Reino de Nápoles. Com o passar do tempo se manifestou a degradação da Igreja de modo que parecia inevitável a necessidade de fechá-la. No tempo de Pallotti, o templo era muito pobre, negligenciado, as celebrações sem vida e o número de fiéis era muito reduzido. As autoridades eclesiásticas propuseram entregar a Igreja aos cuidados de Pallotti. Não foi uma Igreja paroquial e, portanto, não tinha vínculos. Mesmo sem ser devidamente cuidada e em estado de abandono, o Pe. Pallotti aceitou a nomeação com grande entusiasmo. O rei Fernando II deu o consentimento e Vicente Pallotti recebeu o cargo de reitor da Igreja em Dezembro de 1835. Temos um Documento de 20 de Janeiro de 1836 no qual Pallotti, como reitor da Igreja, assinou um recibo por uma esmola (OOCC V, p. 771-772). 
 
 
Naquele tempo a Igreja estava sob o patrocínio do rei das Duas Sicílias (união dos Reinos da Sicília e de Nápoles de 1816-1860). A casa do reitor era ocupada por quatro padres e um diácono de Nápoles. Pallotti mandou limpar a Igreja, comprou novos paramentos e toalhas para o altar, mas, sobretudo renovou as celebrações litúrgicas. Iniciou a ação pastoral organizando homelias para os sábados e dias festivos, vários tríduos, novenas, os meses de maio e de agosto. Ele também começou a atender confissões e com o tempo a Igreja estava repleta de fiéis. Em Setembro de 1837, depois da morte de seu pai, mudou-se da casa da família (via del Pellegrino, no. 130) para a Reitoria, mas não ocupou o quarto de reitor, preferindo um quarto contíguo à Igreja onde tinha, ou talvez fez abrir ele mesmo, uma janela para ter a possibilidade de contemplar o tabernáculo e adorar Cristo no SS. Sacramento.



Deste lugar, Pallotti dirigiu e desenvolveu suas mais importantes iniciativas apostólicas: a celebração do primeiro Solene Oitavario da Epifania (1836); a instituição da sede da primeira comunidade do Apostolado Católico e do Colégio das Missões Exteriores (1837); a ajuda aos fiéis durante a epidemia da cólera (1837); a inauguração da Casa de Caridade de Borgo S. Agata (Junho de 1838); o Mês de Maio para o clero e a conferência semanal do clero (1839); o Oitavário pela segunda vez nesta Igreja (Janeiro de 1840); assistência ao hospital militar (1843); os exercícios espirituais aos militares (1844); a missão de Londres (1844).


Muitos esclesiásticos napolitanos não aceitaram um sacerdote romano como reitor da sua Igreja. Eles criaram grandes contrariedades e dificuldades para Pallotti que teve que deixar a casa ao lado da Igreja do “Espírito Santo” e no dia 01 de Janeiro de 1846 transferiu-se com a sua comunidade para a Igreja de “SS. Salvatore in Onda”.
 

Em 1852, depois da morte de Pallotti, iniciaram-se os trabalhos de restauração da Igreja. Em 1860, Pietro Gagliardi realizou na fachada da Igreja o afresco representando os "Anjos adorando a pomba mística", enquanto entre 1852 e 1868 fez o afresco da "descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos". Em 1863, a Igreja foi reaberta ao culto até o século sucessivo, mas foi novamente fechada por quase 30 anos. 
 
O atual aspecto da Igreja deve-se ao trabalho árduo de Mons. Natalino Zagotto que orientou os trabalhos de consolidação e restauração, abrindo às celebrações para o Natal de 1986. No dia 17 de Outubro de 2004, foi concedido ao Conselho Geral da Sociedade do Apostolado Católico de colocar um busto de S. Vicente Pallotti na Igreja com uma placa de mármore recordando a presença e as principais iniciativas apostólicas de Pallotti: Nesta Igreja do “Espírito Santo dos Napolitanos” / reitor de 1835 à 1846 / São Vicente Pallotti / sacerdote romano / fundou a União do Apostolado Católico / e o Colégio das Missões Estrangeiras / celebrou o primeiro Oitavário da Epifania / o Mês Mariano para os clérigos e Leigos / animou a Conferência Espiritual do Clero / o povo romano / durante a epidemia do cólera de 1837 / nele reconheceu / o sacerdote santo e apóstolo da caridade.
 
 

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