CONHEÇA O CARISMA PALOTINO – PARTE VI
A
BEATA ELISABETA SANNA E SÃO VICENTE PALLOTTI
Pe. Valdeci Antonio de Almeida, SAC
Elisabetta Sanna nasceu
em Codrongianos (Sassari), uma das regiões da Sardenha (ilha Italiana), no dia
23 de abril de 1788. Três meses depois, ela perdeu a capacidade de levantar os
braços, por causa de uma doença. Casou-se e foi mãe de cinco filhos. Em 1825,
ela ficou viúva e fez o voto de castidade, tornando-se a mãe espiritual das
meninas e das mulheres de sua terra.
Em 1831, ela embarcou
para uma peregrinação à Terra Santa, a qual foi conduzida por seu diretor
espiritual, que a estimava tanto. Nesta viagem, ela acabou chegando em Roma, e
não pode retornar, devido à graves distúrbios físicos e muito menos prosseguir
rumo a terra Santa. Diante disso, quis a providência divina que o sacerdote
Vicente Pallotti tivesse contato com ela.
Padre Giuseppe Valle, seu
espiritual, com quem Elisabetta havia confiado para viajar com ela à terra
Santa, o qual a dirigia espiritualmente na Sardenha tinha começado a ser
acompanhado espiritualmente por Vicente Pallotti, padre Giuseppe havia
comentado com Elisabetta da santidade de Vicente, desde então Elisabetta queria
conhecê-lo devido a sua fama de santidade, porém, o próprio Giuseppe apontou as
dificuldades que ela encontraria para se comunicar com Pallotti por conta do
dialeto codrongiano. Mas, quis a providência divina que a beta fosse conduzida
até Pallotti, no dia 11 de junho de 1832, quando ela participava de uma
procissão, que saia da Basílica de São Pedro, e terminava na Igreja da Rotonda.
Como Elisabetta não conhecia bem as ruas de Roma e ao finalizá-la, ela se viu
perdida e sozinha na noite romana. Visto que ela só falava o dialeto sardo,
ninguém conseguia comunicar-se com ela, então, chorando, começou a andar sem
rumo. Em um determinado momento, ela parou em frente a uma das Igrejas romanas
e viu um sacerdote com um chapéu debaixo do braço, ao receber o olhar do santo
sentiu-se confiante e sem que se desse conta, ela já estava diante da basílica
de São Pedro.
No dia seguinte ao
ocorrido, padre Giuseppe, após conversar com Pallotti, confirmou a Elisabeta
que o padre que ela tinha encontrado era de fato o santo romano. Sabedora disso,
em seguida foi à missa na Igreja do Espírito Santo dos napolitanos e lá deparou-se
com o padre Vicente como celebrante. Após a missa, ela foi falar com o
sacristão a fim de se confessar com o referido padre. Ao receber a resposta
negativa do sacristão, Pallotti interveio e atendeu o seu pedido, e mesmo ela
falando em sardo, o santo a compreendeu não somente o que dizia, bem como
entendeu o estado de espírito no qual ela se encontrava. A partir de então, Pallotti
tornou-se seu diretor espiritual.
Pallotti via nela uma
mulher apostólica, mesmo sendo ela leiga, analfabeta, doente, estrangeira e
pobre. Ele via nela o apostolado do sofrimento, da oração, da caridade, da
pobreza e, sobretudo, da imitação de Cristo. Desta forma, Pallotti a
aconselhava a glorificar a Deus em seu próprio estado e condição, pois, era
eficaz e agradável a Deus. Com grande alegria, ela dedicava a sua vida a estes
campos de apostolado aos quais Pallotti a tinha indicado. Além disso, ela se
inscreveu imediatamente na fundação da União do Apostolado Católico, fundada
por seu diretor espiritual e da qual tornou-se uma fervorosa animadora.
De Pallotti, ela aprendeu
a amar ainda mais profundamente a Jesus Eucarístico e a melhor participar da
Santa missa. Assim como Pallotti, ela cresceu no amor a Jesus Eucarístico,
passando horas a fio em profunda adoração, diante do sacrário das Igrejas. Ela
seguia e ajudava em todas as obras de Pallotti, como a Pia Casa de Caridade, o
Conservatório Carolino, a Igreja de San Salvatore in onda e à comunidade que
ali morava. Ela demonstrava um profundo amor e dedicação à obra de Pallotti,
que parecia como que se ela mesma fosse a fundadora. Elisabetta fazia todo o
possível para ajudar a UAC desde costura a esmola, de suas orações aos seus
sacrifícios, de coisas simples a magníficos paramentos que fazia. Ela doou
inteiramente a sua vida a Cristo, por meio da União do Apostolado Católico.
Padre Rafael Mélia referia-se
a ela como uma mãe muito solícita da recém fundada comunidade de Pallotti. Ela
abria mão de seu próprio bem-estar, para ajudar aos que mais precisavam,
preferindo viver na penúria. Ela foi como que mãe dos membros da União e zelava
pela caridade e amor fraterno dentro da mesma. Quando ela dicou mais debilitada,
sempre algum irmão de san Salvatore in onda ia visitá-la, para ver se precisava
de algo, mas, sempre saia com uma boa quantidade de verduras e alimentos, pois,
ela mesma já não podia sair para dar aos pobres.
Com a morte de Pallotti,
surgiu certa discórdia entre seus filhos e ela teve medo que a congregação se
dissolvesse, mas, com o seu grande zelo e amor, conseguia conciliar sempre os
padres que estivesse em desacordo. Certa vez, ela pediu ao Padre Vaccari que se
demitisse do governo geral da Sociedade, pois o mesmo não se encontrava mais em
condições físicas para tal.
Por meio do padre Paolo
Scapaticci, sabemos de uma declaração que São Vicente Pallotti teria feito na
qual ele dizia que duas pessoas foram de fundamental importância para o
desenvolvimento da União do Apostolado Católico, essas duas pessoas são
Elisabetta Sanna e o Cardeal Lambruschini.
Portanto, podemos dizer
que a bondade de Deus fez com que duas pessoas com fama de santidade se
encontrassem e colaborassem mutuamente, para a santificação e edificação um do
outro e da União do Apostolado Católico. Peçamos a intercessão deles aos
membros da União, para que juntos também cumpramos a missão de evangelizar,
levando o amor e a esperança a todos que estão sedentos para ouvir a Palavra de
Deus.
“Deus em tudo e sempre”!
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