O consagrado palotino: padres e irmãos
Konstancin-Jeziorna
– Polônia – 09 a 13/03/2013
Pe. Valdeci Antonio de Almeida, SAC
1.
Introdução
Para falarmos da consagração palotina, devemos, antes de tudo,
voltar às nossas origens para que possamos perceber o impulso original que nos
leva a confirmar-nos no presente e a projetar-nos no futuro com firmeza e
perseverança. Segundo as Leis da SAC, n. 19: “A nossa consagração tem suas
raízes na consagração batismal, da qual é uma expressão mais perfeita. Ela nos
associa, de forma nova e especial, à missão da Igreja para a difusão do Reino
de Deus sobre toda a terra”.
Para que um trabalho de evangelização tenha bom êxito, é necessário
que o evangelizador tenha consciência da missão que abraçou, por isso, o
Concílio Vaticano II procurou levar a Igreja à sua fonte original: Jesus
Cristo, o Enviado, o Apóstolo do Pai e Salvador do mundo. Com o Concílio a
Igreja interrogou-se à respeito da sua relação com o Pai, com o Filho e com o
Espírito Santo; procurou descobrir sua identidade, o que a alimenta e renova e
qual é sua relação com o mundo, como ‘sacramento universal da salvação’ (LG
48).
O Concílio Vaticano II quis promover também a renovação da vida religiosa
mediante a volta às fontes – Cristo, o Evangelho e os Fundadores – e a sua
adaptação aos tempos. A Família Palotina, também procurou fazer este trabalho
de renovação, buscando força e ânimo no carisma deixado por Pallotti cuja
renovação segundo o Evangelho é a missão na Igreja de hoje. Mas, esse retorno
às fontes não foi comunitário, visto que cada instituto palotino o fez por sua
própria conta. Mas estamos tentando, agora, voltar juntos às nossas fontes
comuns, e descobrir e acolher juntos o dom que o Espírito Santo deu a São
Vicente Pallotti e que nós, como seus seguidores, devemos oferecê-lo à Igreja.
Daí a importância de acolher esse dom, de apropriar-nos dele e de torná-lo
fecundo à toda a Igreja. Portanto, cada membro, seja padre ou irmão, no estado em
que se encontra, deve testemunhar sua fé em Cristo, por meio de obras
espirituais e materiais.
Que o Espírito Santo de Deus nos dê o dom da sabedoria e do
entendimento, para que juntos possamos encontrar a melhor forma de atualizar o
carisma de São Vicente Pallotti, o Apostolado Universal, de maneira nova e
criativa no mundo em que vivemos. Para que isso aconteça, todos os membros devem
empenhar-se de verdade, colocando seus dons a serviço, para assim continuar
levando Cristo a todos aqueles que ainda não o conhecem. Essa é a missão comum
que os filhos de São Vicente Pallotti devem abraçar, nesse novo milênio.
2.
As grandes necessidades do
mundo e da Igreja vistas e sentidas por São Vicente Pallotti
Todos os fundadores partiram de uma viva e forte percepção das
necessidades da humanidade e da Igreja. As suas iniciativas e trabalhos foram
orientados à superação de tais dificuldades. Pallotti percebeu e sentiu, de um
modo todo especial, as grandes necessidades do mundo e da Igreja. Fez isso
iluminado pela fé e pelo conhecimento que ele teve destes, graças aos seus
muitos contatos com a realidade do mundo missionário, principalmente, na
Propaganda Fide.
As grandes necessidades do mundo percebidas e sentidas por ele
situavam-se, sobretudo, no plano religioso. Via-o e o sentia com os olhos e com
o coração do Cristo Apóstolo, do Cristo Missionário, do Cristo Enviado do Pai:
um mundo a ser salvo e conduzido ao Pai celeste.
Pallotti constatava que a grande maioria da humanidade desconhecia
ainda Jesus Cristo e não cria nele. A maior parte dos homens não acreditava no
Cristo e por isso era “infiel”, isto é, sem a fé cristã. Este, segundo
Pallotti, necessita mais de ajuda[1].
Pallotti viu e sentiu as grandes necessidades da Igreja do seu
tempo, profundamente ferida pela Revolução Francesa que quis substituir Deus
pelo homem e criar uma sociedade humana sem Deus e sem Jesus Cristo. Tal
revolução desencadeou uma luta contra a Igreja em todos os campos e perseguiu e
matou também muitos cristãos. Procurou desmoralizá-la e tudo que se relacionava
com Deus. Como consequência, houve uma grande diminuição das forças
missionárias na Igreja e faltavam os operários evangélicos necessários para
evangelizar o mundo e também para conservar a fé cristã, onde ela se
encontrava. Pallotti escrevia:
Os
campos dourados aguardam, impacientes, a mão que venha segá-los. Mas,
infelizmente, quanto mais abundante e madura é a colheita mais escasso é o
número dos ceifeiros que devem recolhê-la. As vocações eclesiásticas se tornam
cada dia mais raras. Por causa dos acontecimentos passados as ordens
religiosas, que tinham suas vocações próprias, não têm hoje sequer o número
suficiente para manter a religião onde ela se encontra; muito menos ainda há
homens apostólicos suficientes para levar a religião onde ela não se encontra. Oh,
a lastimável escassez de operários evangélicos, tanto para cultivar a religião
de Jesus Cristo dos poucos católicos, quanto, e muito mais, para ocupar-se da
conversão dos hereges e infiéis! Regiões vastíssimas mal chegam a ver um padre
no espaço de anos. E a maior parte dos infiéis, milhões e milhões deles caem
sepultos nas trevas dos erros, sem que até eles chegue um pregoeiro do
evangelho[2].
Via também um grande número de fiéis separados do verdadeiro rebanho
de Cristo: hereges e cismáticos. Se a vista dos pobres e doentes o entristecia
e o comovia, muito mais ainda sofria e comovia-se ao ver a maior parte da
humanidade privada da luz e da presença salvadora de Jesus Cristo.
Pallotti percebeu que o mundo precisava ser evangelizado para poder
ser salvo por Jesus Cristo e ter a vida eterna. Como não há evangelização sem
evangelizadores, e estes eram muito escassos, era preciso multiplicá-los e
qualificá-los, isto é, formá-los, habilitá-los e enchê-los do espírito de
Cristo. Além de poucos, os ministros ordenados estavam muitas vezes desunidos. Pallotti
lamentava a divisão entre o clero diocesano e o clero regular, a separação
entre os religiosos, os clérigos e os leigos. Os clérigos acreditavam que o
apostolado era privilégio próprio. O próprio ministério sacerdotal era muitas
vezes subordinado a interesses materiais, o que alimentava o carreirismo e a
competição entre os membros da hierarquia eclesiástica.
Além disso, o clericalismo fomentava o passivismo dos leigos. Paulo
VI disse, em Frascati, diante do corpo de Pallotti, que “o mundo dos leigos era
passivo, sonolento, tímido e incapaz de expressar-se”[3].
Este passivismo dos leigos era causado não só pelo clericalismo
dominante dos clérigos, mas também pela grande ignorância da vocação apostólica
ou evangelizadora própria de todos os cristãos, por uma falta de fé viva e de
uma caridade ardente. Para Pallotti, o apostolado cristão brotava de uma fé
viva e de uma caridade ardente e, sem elas, não há apostolado e nem interesse
em propagar a fé cristã no mundo.
3.
A resposta de São Vicente
Pallotti frente aos desafios
Quais foram os sentimentos e as reações de São Vicente Pallotti
diante das enormes necessidades do mundo e da Igreja? Nele aparecem os mesmos
sentimentos de Cristo, Apóstolo do Pai eterno. O Espírito Santo fez com que ele
penetrasse profundamente no coração do Cristo e fizesse seus os sentimentos do
próprio Cristo, Apóstolo e bom Pastor. A exemplo de Cristo, que era tomado de
compaixão à vista dos homens enfraquecidos e abatidos, como ovelhas sem pastor
e sujeitos a muitíssimas fraquezas (cf. Mt 9,35s), Vicente Pallotti era tomado
de grandíssima e profunda compaixão pelos que se encontravam mergulhados nas
trevas do erro e desconheciam totalmente Jesus Cristo Salvador. Sentia uma
enorme compaixão por aqueles que deixavam este mundo sem fé ou com uma fé
morta, porque não animada pela caridade e por isso mesmo expostos às terríveis consequências
que a própria fé ensina[4].
Ele era incapaz de olhar com indiferença para tantos irmãos ameaçados de perder-se
para sempre, mas era impelido pela caridade de Cristo a orar e a socorrer com
as obras o mundo necessitado de salvação[5].
Desejava ardentemente que todo o mundo fosse reconduzido a um só rebanho e a um
só pastor[6].
A exemplo de Cristo, queria dar-se por inteiro a todos a fim de reconduzir a
todos ao rebanho de Cristo. Queria evangelizar a todos, anunciar a eles a boa
nova, ajudá-los, especialmente os mais necessitados, como manda a caridade
cristã.
A exemplo de Cristo que ordenou pedir ao Pai a multiplicação dos
operários evangélicos, Pallotti desencadeou um movimento de oração na Igreja em
favor da multiplicação dos operários evangélicos e da sua formação e sustento[7].
Guiado pelo Espírito Santo, Pallotti compreendeu os sentimentos de Cristo e
penetrou no sentido mais profundo da palavra de Deus e entendeu que toda a
Igreja e todos os seus membros estão chamados a se empenhar na continuação do
apostolado de Jesus Cristo ou na prolongação da sua missão no mundo. Viu que o
empenho na salvação do mundo pertence a toda a Igreja e a cada um dos seus
membros. Pallotti compreendeu que Deus quer que o homem coopere ativamente na
salvação eterna do seu próximo. Não apenas os ministros ordenados, mas também
todos os cristãos são chamados a cooperar eficazmente na propagação da fé no
mundo inteiro e por isso a ajudar o próximo a conseguir a sua felicidade
eterna.
Para Pallotti, portanto, todos os homens pelo fato de serem imagem e
semelhança de Deus devem empenhar-se em ajudar o próximo a conseguir a vida
eterna, pois Deus em todas as suas ações voltadas para fora procura sempre o
bem do homem, até ao ponto de enviar o seu único Filho para redimir o gênero
humano com sua morte na cruz[8].
“Deus é perfeito no amar o homem. Desde toda a eternidade o amou, vendo-o na
sua infinita presciência e ama o homem por toda a eternidade. E pelo homem obra
sempre no tempo com a criação, conservação, redenção, e na eternidade com a
glorificação”[9].
Também o homem, na medida das suas possibilidades, deve imitar a Deus amando a
seu próximo com a eficácia das obras. E o próximo é todo ser humano, de
qualquer condição, clima, nação etc., capaz de conhecer a Deus[10].
São Vicente Pallotti afirmava que todos os fiéis são chamados a
imitar Jesus Cristo, que é o Apóstolo do Pai eterno. Por isso, todos são
chamados, conforme sua condição e estado, ao apostolado[11].
Mas, o que entende Vicente Pallotti por apostolado? Partindo da significação
etimológica da palavra apóstolo,
Pallotti dá também a significação de apostolado.
Ele escreve:
Nosso Senhor Jesus Cristo é o Apóstolo do eterno divino
eterno Pai, porque enviado por Ele para reparar a glória ultrajada da sua
majestade e para redimir o gênero humano, tornado massa de perdição pelo pecado
de Adão. O apostolado de Jesus Cristo é
a sua obediência ao preceito do Pai celeste, vale dizer, é a própria obra da
redenção. Os doze nomeados no capítulo 6 de S. Lucas são os apóstolos de Jesus
Cristo e tudo que eles, de acordo com o mandato de Jesus Cristo, fizeram pela
maior glória de Deus e pela salvação eterna das almas, é o apostolado deles[12].
Apostolado é, portanto, a própria obra da redenção ou da salvação, e
apóstolo é aquele que realiza a obra da salvação. Mas é também apóstolo aquele
que coopera para a realização da salvação, preparando-a ou colaborando para sua
realização, expansão e consumação. Assim, Maria é a Rainha dos Apóstolos porque
mais do que ninguém, depois de Jesus Cristo, “contribuiu na sua condição para a
propagação da fé e a dilatação do reino de Jesus Cristo. Por isso, cada um que,
conforme seu estado e suas forças e confiando na graça divina, se dedica quanto
pode à propagação da fé pode merecer o nome de apóstolo e tudo o que ele fizer
para tal fim será seu apostolado”[13].
Daí a conclusão de Pallotti: “Apostolado Católico é fazer o que cada um pode e
deve fazer para a maior glória de Deus e para a eterna salvação própria e dos
demais”[14].
Diante da situação em que se encontrava o mundo privado da luz da fé
cristã e também da situação lamentável em que se encontravam muitos cristãos,
nos quais estava amortecida a fé e apagada a caridade, e por isso mesmo sem
condições para praticar as obras da caridade salvífica, Vicente Pallotti viu a
necessidade de fazer uma campanha em favor do reavivamento da fé e do
reacendimento da caridade cristã entre os católicos, pois somente assim eles
seriam capazes de interessar-se pela salvação eterna própria e do próximo. Daí
o seu propósito inicial de jovem padre: reavivar na Itália e no mundo inteiro o
espírito dos primeiros cristãos.
Na sua mente e no seu coração foi amadurecendo a ideia de despertar
em todos os cristãos o espírito apostólico ou missionário de Jesus Cristo e de
motivar toda a comunidade cristã a engajar-se na propagação da fé no mundo
inteiro, pois a propagação da fé ou a evangelização de todos os povos ou a
reunião de todos os homens no mesmo rebanho de Cristo é a obra mais própria da
comunidade cristã, a mais necessária para a humanidade, a mais agradável a Deus
e a mais meritória para todos os fiéis.
Junto com seus companheiros – sacerdotes diocesanos, religiosos e
leigos – Vicente Pallotti deixou-se possuir, animar e impelir pelo espírito
apostólico de Jesus Cristo e procurou levar ajuda aos necessitados. Aos poucos foi
se formando no seu espírito a ideia de fundar a União do Apostolado Católico
para reavivar a fé e reacender a caridade entre os católicos e para instituir
um apostolado universal entre todos os católicos com o fim de propagar a fé e a
religião de Cristo entre todos os infiéis e não católicos e para oferecer a
todos uma obra na qual fosse possível praticar as obras de misericórdia
espiritual e corporal com o fim de por meio delas dar a conhecer Deus como
caridade infinita[15].
Guiado e também estimulado pelos pedidos de ajuda material e
espiritual, que continuamente chegavam a ele e aos seus companheiros, e também
pela resposta generosa de tantos cristãos em favor dos irmãos necessitados,
junto com seus companheiros, São Vicente Pallotti quis fundar uma associação de
fiéis que, unidos entre si pela caridade de Cristo e movidos por esta mesma
caridade, procurassem multiplicar todos os meios espirituais e materiais
necessários e oportunos para reavivar a fé e reacender a caridade entre os
católicos e para propagá-las no mundo inteiro, a fim de que quanto antes
houvesse um só rebanho e um só pastor. A fundação da União do Apostolado
Católico foi confirmada e recomendada pela bênção especial do Cardeal Vigário
de Roma, do seu substituto e do próprio Papa.
4.
O que São Vicente Pallotti,
realmente, queria com a sua fundação?
Podemos dizer que Pallotti queria resgatar e promover o apostolado
católico na Igreja, isto é, conclamar a todos para que assumissem o seu
compromisso de cristãos. Ele foi o grande batalhador do apostolado universal, o
qual ele colocou a União do Apostolado Católico a seu serviço e promoção. Com sua
fundação, colocou-se por inteiro a serviço do Apostolado Católico e de cada um,
instituído pelo próprio Cristo na sua Igreja para a salvação do mundo. Ele
fundou uma comunidade eclesial apostólica a serviço do apostolado universal.
O carisma de São Vicente Pallotti envolve muitos elementos
relacionados com Deus, com a humanidade, com a Igreja e com a história. Ele
envolve uma profunda compreensão de Deus como amor infinito e misericórdia
infinita. Por amor, Deus criou o mundo e colocou nele o homem feito à sua
imagem e semelhança. Por amor, feito misericórdia, Deus quis salvar o homem
perdido e reconduzi-lo por meio do seu Filho Jesus Cristo à comunhão com Ele.
Por amor, Jesus Cristo realizou a vontade salvífica do Pai e quer a salvação de
todos os homens.
Pallotti compreendeu que Deus não só quer a salvação de todos os
homens, mas também que o homem, salvo por Jesus Cristo e enriquecido com o seu
Espírito, coopere para a salvação do seu próximo. Pallotti compreendeu também
que o homem, quando coopera para a salvação do seu próximo, presta o maior e
melhor serviço a este e se torna mais semelhante a Deus, que é caridade por
essência, e em todas as suas ações tem em vista o bem do homem, sua salvação e
glorificação.
Entendeu, ainda, que assim como a ação salvadora de Deus é motivada
pelo seu amor infinitamente misericordioso, da mesma forma todo apostolado
nasce, é animado e acontece a partir da caridade de Cristo, derramada nos
corações pelo Espírito Santo (cf. Rm 5,5). Compreendeu que o sentido de todo
apostolado é cooperar para salvação do mundo em Cristo, para a salvação própria
e do próximo.
Pallotti sentiu que toda a humanidade não só necessita da salvação,
como é chamada a ser salva, pela infinita misericórdia de Deus. Viu-a como o
alvo do amor de Cristo, vivo e atuante em cada coração cristão. Diante da
imensa maioria que ainda desconhece o Cristo, todo o fiel deve empenhar-se pela
salvação da humanidade por meio da oração, da pregação do evangelho e do
exercício da caridade cristã. Ele entendeu, também, que a comunidade cristã
inteira deve continuar e prolongar, no espaço e no tempo, a salvação realizada
por Jesus Cristo mediante a sua morte, ressurreição e comunicação do seu Espírito.
Pallotti viu também que o cumprimento do mandamento de amar o
próximo como a si próprio, estabelecido por Deus, já no Antigo Testamento e
reconfirmado pelo Cristo, implica empenhar-se ativamente na salvação eterna do
próximo, pois é impossível amar de verdade o próximo sem querer e ajudar que
ele se salve. Pallotti também entendeu que todo ser humano está chamado a imitar
nosso Senhor Jesus Cristo: Apóstolo do eterno Pai. Entendeu também que toda a
vida de Cristo foi seu apostolado, pois foi toda consagrada à salvação.
Entendeu que o apostolado é a realização da salvação e que tudo o que de um
modo ou de outro contribui para a salvação do mundo em Cristo é apostolado. Por
isso, todos são chamados a imitar o Cristo Apóstolo, devendo, portanto, como Ele,
empenhar-se na salvação eterna do próximo. Para Pallotti, o trabalho de
evangelização e de salvação não deve ser feito de modo isolado, mas de modo
ordenado, isto é, em conjunto. A sua fecundidade depende da sua unidade. É necessário,
portanto, unir forças no trabalho em favor do evangelho.
“São Vicente Pallotti foi, portanto, o grande incentivador do
apostolado universal. Ele procurou despertar o espírito missionário,
evangelizador em toda a Igreja. De modo particular, ele procurou redescobrir e
promover o engajamento apostólico ou missionário de todo cristão leigo. Podemos
dizer que ele contribuiu bastante para a redescoberta e a revalorização do
espírito e do empenho missionário de toda a Igreja, especialmente dos leigos
que, no seu tempo, eram passivos e inexpressivos em termos de missão e de
apostolado. Pallotti intuiu, viveu, proclamou e promoveu a missionariedade ou a
apostolicidade de todo cristão. Mostrou com a palavra e a vida que ser cristão
é cooperar eficaz e generosamente para a salvação eterna do próximo e para a
glorificação infinita de Deus”[16].
5.
A consagração na Sociedade
do Apostolado Católico
Segundo o parecer da XVI Assembleia Geral Palotina, todos os membros
da SAC participam da mesma consagração e, no seu plano fundamental, todos os
membros são irmãos e os papéis exercidos por cada um deles têm importância
secundária. A distinção entre ordenado e não ordenado faz parte daquele
conceito de corpo no qual existem “muitos serviços e um só espírito” (1Cor 12).
O que faz uma pessoa ser denominada palotina é a sua consagração e não o
sacerdócio ministerial.
5.1. O irmão palotino
O papel do irmão palotino é o de dar testemunho da prioridade e da
radicalidade evangélica da consagração ao apostolado. O primado da vida
consagrada, como valor em si, é o primado do amor, e a consagração não tem
menos valor que o ministério ordenado. O irmão faz entender que a Igreja Koinonia
não é separável da Igreja Diakonia. O testemunho que o consagrado palotino procura
dar no seu dia a dia, olhando para Cristo que viveu como um irmão entre os
irmãos, é por meio das obras de misericórdia e de caridade, como bem lembrou o
Papa Bento XVI, na sua mensagem enviada por ocasião dos cinquenta anos da
canonização do nosso Santo Fundador:
“A fé viva e a caridade operosa foram os dois pilares sobre e
os quais S. Vicente Pallotti apoiou firmemente a sua luminosa vida e a sua obra
generosa; duas forças interiores que impulsionaram e sustentaram tantas
iniciativas apostólicas de que estava cheia a sua vida. “Caritas Christi urget
nos” (2Cor 5,14), era o lema que motivava também os seus seguidores. O fruto
maduro de seu zelo foi a fundação da União do Apostolado Católico que, já
naquele tempo, valorizava a colaboração de todas as categorias de fiéis na
Igreja – leigos, sacerdotes, consagrados – vivificando a fé de cada um, para
que se tornasse apóstolo, portador do fogo do amor de Deus”.
São Vicente Palloti ao meditar os Evangelhos descobriu que Cristo é
o enviado do Eterno Pai, um irmão entre os irmãos, ou seja, viveu inserido no
meio do seu povo, tomando contato com as suas realidades humanas de alegrias e
de sofrimentos, por isso colocou-se sempre ao lado daqueles mais necessitados.
Cristo ao assumir a nossa humanidade procurou atrair-nos de todos os modos para
Deus. Ele mostrou o amor infinito de Deus Pai para conosco, acolhendo a todos
indistintamente: “Eu não vos chamo servos, mas amigos...”; Amigo é aquele que
faz parte da nossa vida, aquele que partilha a mesma mesa e o mesmo pão. Essa
imagem do Cristo irmão entre os irmãos pode ser percebida de maneira muito
clara no encontro de Jesus com Madalena, com a Samaritana, na visita da casa de
Zaqueu, do compadecer-se do povo que caminhava como ovelhas sem pastor, etc.
Toda a vida de Jesus foi um contínuo doar-se em favor da salvação da
humanidade.
São Vicente Pallotti, na sua profunda experiência de Deus como misericórdia
infinita, entendeu que Jesus realiza plenamente a obra de Deus junto à
humanidade, como o Apóstolo do Eterno Pai, que veio a esse mundo somente para
fazer o bem (cf. At 10, 38). A exemplo dele, todos os batizados também podem
fazer o bem, podem aliviar as dores físicas e espirituais de muitos com suas
orações e obras de misericórdia. Por isso, é urgente que todos nos
responsabilizemos pela salvação da humanidade. Para aqueles que são consagrados
cabe adquirir sempre mais esse zelo apostólico, consumindo assim suas forças
para que o mais rápido possível, todos possam conhecer a salvação que vem de
Deus. E quanto mais e melhor esse trabalho for coordenado, muito mais poderemos
fazer pela salvação das almas. Portanto, o irmão palotino porta consigo uma
grande herança, deixada pelo Santo Fundador. Basta apenas descobrir suas
habilidades e carismas para colocar-se, plenamente, no apostolado da Igreja.
5.2. Identidade do irmão
O Irmão é um homem que vive a radicalidade do evangelho conforme o
carisma de São Vicente Pallotti. Ele serve à Igreja e ao mundo, participando
das obras apostólicas da SAC com seus ofícios, serviços e ministérios que não
requerem a ordenação. É chamado por Deus ao seguimento de Cristo na realização
das tarefas da UAC. Vive o testemunho profético do Cristo Apóstolo do Eterno Pai,
no estilo de vida segundo a Lei da SAC.
Vicente Pallotti, nos escritos compostos em Camaldoli, em 1839,
apresentou o trabalho apostólico de maneira bastante ampla, levando em conta a
presença de inúmeras comunidades, cada uma delas com ministérios diferentes. Nas
Regras para tais comunidades, ele previu trabalhos específicos também para os
irmãos leigos. Segundo ele, nas casas dos Sagrados Retiros, não deviam e não
podiam faltar as obras manuais da Casa de Nazaré, isto é, os trabalhos de marceneiro,
ferreiro, sapateiro, alfaiate e outras funções”[17] (Ratio, Cap. VIII sobre os
irmãos, n. 322).
Nas “Regras dos Santos Retiros, Colégios, Seminários e Monastérios”
de 1839, Pallotti usa o termo “Irmãos Leigos”[18]. Para ele, o Irmão existe
não para ser apenas um colaborador dos sacerdotes, mas, sim, um “colaborador do
Apostolado Católico”, através do trabalho prestado à Congregação (Ratio, Cap.
VIII sobre os irmãos, n. 323).
Pallotti não via os irmãos ocupados somente com os trabalhos
manuais, mas também atuando em serviços apostólicos. Escreve: “No fazer a
doutrina aos irmãos se tenha como alvo torná-los todos capazes de poder ensinar
aos jovens nas paróquias, hospitais, cárceres e nas ocasiões das Santas
Missões; e aos mais idôneos, segundo suas disposições, poderão ainda ser
catequistas dos missionários que vão às partes dos infiéis; nenhum, porém, seja
enviado sem que tenha sido plenamente instruído segundo as necessidades das
respectivas regiões, onde estará a missão”[19] (Ratio, Cap. VIII sobre os
irmãos, n. 325).
Ele escreve ainda sobre outras profissões, tais como: tipografia,
padeiro e qualquer
outra profissão. Isso deve influir positivamente na economia da Congregação[20].
Os irmãos devem ter como modelo, Jesus “operário”, que por cerca de trinta anos
escolheu o trabalho, “seja de madeira e de ferro”[21], e o “grande Patriarca S.
José”[22];
enquanto os sacerdotes têm a sua raiz espiritual e o seu exemplo em Jesus,
“Apóstolo do Eterno Pai” (Ratio, Cap. VIII sobre os irmãos, n. 331).
Mas Pallotti não se limita somente a isso. Ele deseja que os irmãos
se preparem para desenvolver o apostolado dos enfermos[23], como catequistas, mesmo
que sejam somente para as missões “ad gentes”. Os que tiverem mais condições
sejam instruídos, primeiro na língua, nos costumes locais e nas “necessidades
das respectivas regiões”. Poderão ter e desenvolver a função de catequistas nas
Missões externas[24]
(Ratio, Cap. VIII sobre os irmãos, n. 332).
5.3
Igualdade de direitos entre
padres e irmãos
Os Irmãos Palotinos, reconhecendo e aceitando
a urgência de “reavivar a fé e reacender a caridade”, segundo os ideais
apostólicos de Pallotti, doam-se à vida do Apostolado Católico, em uma
experiência de vida consagrada, ou seja: em castidade, pobreza, obediência,
como condição antecipada do reino de Deus, declarado em promessas, associando a
elas aquelas características palotinas de perseverança, vida comum perfeita e
recusa das dignidades eclesiásticas. Por isso, em uma espiritualidade idêntica
para eles e para os sacerdotes, colaborando diretamente para o progresso da
União do Apostolado Católico, através da Congregação, hoje Sociedade, mas de
maneira diferente. Os sacerdotes, com seu ministério, e os irmãos, com seu
trabalho ou com sua profissão. A Congregação Palotina, filha do seu tempo e de um
preciso contexto cultural eclesial, nasceu clerical, ou seja, Pallotti confiou
sua direção e responsabilidades, somente, aos seus sacerdotes (Ratio, Cap. VIII
sobre os irmãos, n. 334).
5.4
Os irmãos: promotores do
apostolado católico
Segundo o nosso Santo Fundador, os Irmãos são cooperadores e
promotores do Apostolado Católico e não dos sacerdotes[25]. Neste, os irmãos, os
sacerdotes e os leigos gozam da mesma igualdade nas obras do Apostolado
Católico. Os trabalhos apostólicos específicos podem diferenciar, mas eles são
parceiros e cooperadores, com igual paridade, no Apostolado Católico (RI n.
337).
O “Irmão” terá maior apreço pelo seu ministério e seu papel, quando
ver o seu apostolado ou o seu trabalho bem “definido” na Igreja, digno de uma
dedicação por toda a vida. O irmão Palotino, na procura de se tornar um
autêntico “apóstolo de Jesus Cristo”, descobriu o valor do seu particular
ministério, tornando-se “sinal” para toda a União do Apostolado Católico (RI n.
340).
A consagração apostólica é que dá o significado e a identidade à
vocação e à vida cristã dos Irmãos[26]. Os Irmãos Palotinos são
cristãos leigos, que se consagram publicamente, por meio das promessas a Deus e
ao ministério da Igreja. Vivem em comunidade para o recíproco sustento e
companhia, e vivem juntos a mesma fé católica e o patrimônio da Sociedade. A
sua vocação não é nem superior e nem inferior ao matrimônio, nem ao sacerdócio,
nem a um “solteiro”. É diferente. A escolha deste estado de vida não é por
falta de capacidade de se chegar ao sacerdócio, mas por ter recebido um chamado
especial de Deus, para viver a consagração Palotina em si mesma, sem o
acréscimo da vida sacerdotal. A consagração Palotina, tanto para os candidatos
ao sacerdócio, como para os irmãos é a mesma. Isso compreende a pessoa do
Fundador, a sua espiritualidade, o seu carisma, a história da nossa fundação e
as promessas de castidade, pobreza obediência, perseverança, comunhão de bens e
espírito de serviço (Ratio, Cap. VIII sobre os irmãos, n. 345).
5.5
Uma espiritualidade única
São Vicente Pallotti estava profundamente convencido de que cada
cristão é chamado a ser apóstolo e a colaborar no apostolado da Igreja como
continuação da obra redentora de Cristo. Por isso, tanto os padres como os
irmãos da SAC participam de uma mesma e única espiritualidade, a do Cristo
apóstolo do Eterno Pai.
Visto que ser enviado é a característica essencial de Cristo, então,
todo aquele que se lhe aproxima, é inserido na sua missão de salvador do mundo.
Por isso, a espiritualidade palotina é essencialmente apostólica, porque o seu
único interesse é a maior glória de Deus e a salvação do próximo. O palotino,
imbuído por esse sentimento, está empenhado em promover a obra da redenção de
Cristo e de espalhar a fé e a caridade e a realizar a salvação entre os homens.
A espiritualidade palotina é dinâmica e olha sempre para o futuro, não fica
centrada em si mesma, mas requer engajamento e atividade apostólica.
Outra característica de nossa espiritualidade é a universalidade,
enquanto se identifica com a espiritualidade cristã. Ela é universal enquanto
penetra na vida e no agir do cristão. “O apostolado católico, isto é, o
apostolado universal, como é comum a todas as classes de pessoas, consiste em
que cada um faça o que pode e deve para a maior glória de Deus, para a salvação
da sua própria alma e a do seu próximo”. A Sociedade também está fundada no
amor. Ela tem como fim promover em todos os fieis as obras de caridade e de misericórdia
para a maior glória de Deus e da Imaculada Mãe de Deus e para a maior santificação
dos homens. Por isso, deve ser sempre motivada pelo espírito da perfeita
caridade. O amor, como descreve São Paulo, é a parte essencial e constitutivo
da nossa Sociedade. Se o faltar, não mais existirá o apostolado católico. Esse
amor deve ser de emulação, desinteressado e exercitado, pois ele é o motivo
último do nosso engajamento apostólico.
Uma característica típica da espiritualidade palotina é a especial
relação entre apostolado e imitação de Cristo. Segundo Pallotti, o apostolado
de Cristo é a sua obediência ao preceito do Pai celeste. Por este motivo,
Pallotti fez da vida de Cristo a regra fundamental de todas as comunidades por
ele fundadas. Sendo assim, a espiritualidade palotina não pode ser
individualista, mas deve ter um caráter social e comunitário. Ela exige dos
membros um especial amor à Igreja, que tem por missão continuar a obra
redentora de Cristo.
A União do Apostolado Católico, por sua vez, atinge todas as
vocações da Igreja: sacerdotal, religiosa e leiga. Mas, o sacerdócio na
comunidade palotina tem o mérito de servir, na Igreja, como ponto de união
entre o clero secular e regular, apta para animar um e outro, numa ligação
sagrada capaz de gerar em ambos, maior caridade e maior zelo apostólico (OOCC
III, 3-4, 83, 90; VII, 4; IX 25).
Outro aspecto importante da espiritualidade palotina é a devoção à
Maria, Rainha dos Apóstolos, isto porque ela significa o mais luminoso exemplo
de um apóstolo leigo e a melhor justificação para a existência do apostolado
leigo. O espírito mariano da nossa comunidade exige, pois, de nós não somente
um cultivo pessoal da devoção à Maria, mas, sobretudo, que a imitemos na sua
maneira de exercer o apostolado: através de uma fé inabalável, de uma vida de
perfeita imitação de Jesus Cristo, de uma prontidão em servir ao Senhor e à
Igreja, por meio da oração e do sacrifício.
Diante desse cenário, Pallotti teve sempre em mente a imagem do
Cenáculo de Jerusalém, local onde o Espírito Santo se manifestou e encorajou a
todos para que dessem testemunho de Cristo ressuscitado em todas as nações. Inspirado
por essa realidade, Pallotti desejou que as nossas casas vivessem sempre no
Cenáculo com Maria, Rainha dos Apóstolos. Pois, foi lá que a comunidade
nascente buscou, por meio da oração incessante e a convivência fraterna,
conhecer a vontade de Deus. Assim, também, as nossas comunidades devem
enfrentar os desafios apostólicos do nosso tempo, em um clima de oração, de
humildade e de unidade.
Portanto, essa é a espiritualidade vivenciada pelos sacerdotes e
irmãos palotinos, e cabe a cada um dos membros fazer do ambiente onde se vive
um verdadeiro Cenáculo, ou seja, um local de oração, de encontro fraterno e de
decisões conjuntas, pois, só assim, poderemos responder aos desafios do nosso
tempo, com o mesmo vigor enfrentado pelo nosso Santo Fundador, no contexto
eclesial de sua época.
Com esse espírito, a
comunidade palotina deve conduzir os batizados a viver a sua mais profunda
entrega nas mãos do Deus Amor Infinito. Essa missão não é exclusiva, somente,
do ministro ordenado, mas de cada consagrado. Por isso, todos devem utilizar os
meios necessários e disponíveis, para que, o mais breve possível, a humanidade
inteira chegue ao pleno conhecimento de Deus e assim encontrem a salvação
eterna.
6. Conclusão
Ao concluir essa breve reflexão sobre o que é comum na realização do
trabalho apostólico entre os sacerdotes e os irmãos da SAC, podemos dizer que
temos muitas coisas que nos igualam no apostolado. Antes de tudo, somos filhos
do mesmo Pai, recebemos um mesmo batismo e por fim, herdamos um mesmo carisma e
recebemos uma mesma consagração. Todos aqueles que se apaixonaram por este
carisma possuem uma única preocupação, o apostolado universal, ou seja,
conduzir todos ao conhecimento de Deus e à salvação da sua alma. Essa missão
não é exclusiva do ministério ordenado. Aqueles que optaram pela ordenação
sacerdotal estão submetidos não somente às Leis da SAC, mas também às
diretrizes das suas respectivas Dioceses, porém, o espírito palotino deve
permanecer. Ele deve apresentar o seu modo de ser palotino, fazendo com que
todos os fiéis possam descobrir a sua vocação e o zelo pelo apostolado
universal.
O palotino, seja ele padre ou irmão, deve ter sempre uma única
preocupação, fazer tudo para a maior glória de Deus, e conduzir a todos à
salvação. Deve ainda fomentar o dever missionário em cada cristão, fazendo com
que as pessoas saiam da inércia e não se preocupem apenas com o seu bem estar
espiritual, mas de todos. Esse é um árduo serviço que não tem fim, mas o
palotino deve ter plena consciência de que é esta a sua missão junto ao povo de
Deus. Se os padres e os irmãos trabalharem unidos com este mesmo objetivo,
certamente, poderemos ter uma Igreja mais viva e atuante. Esse é também o
desejo de toda a Igreja, principalmente quando o Papa Bento XVI conclama a
todos para a vivência do Ano da Fé. Que possamos aproveitar mais esta
oportunidade para melhor desenvolvermos o nosso carisma, juntamente com as
Igrejas particulares, oferecendo aquilo que sabemos fazer. Se esse é o grande
desafio para a Igreja universal, em um mundo que se distancia cada vez mais de
Deus, por que não apresentarmos um novo projeto de evangelização que possa
atingir não somente as paróquias bem como todas as Igrejas particulares? Creio que
com o empenho e a criatividade de cada um, poderemos fazer com que a obra de
Deus atinja os seus objetivos, salvar almas e conduzi-las para mais perto de
Deus.
O sacerdote palotino, mesmo tendo suas obrigações junto às dioceses,
no que diz respeito aos trabalhos pastorais e administração dos sacramentos,
ele tem um diferencial que é o de fazer tudo para a maior glória de Deus e a
salvação das almas e, para isso, usa de todos os meios possíveis e disponíveis.
A sua preocupação deveria estar voltada também para a formação e
conscientização de todos os fiéis da sua verdadeira missão, recebida no batismo.
Uma paróquia com a presença de padres e irmãos palotinos deve imprimir nela as
características do nosso carisma, onde todos possam se sentir corresponsáveis
pelo anúncio do evangelho, na condição em que se encontram. Para isso é
necessário que se crie escolas de formação permanente e campos de missão
popular, onde o leigo possa se sentir corresponsável pela sua formação e pela
formação do próximo, não sendo mero espectador. O tempo é favorável e os leigos
estão sedentos de uma espiritualidade mais concreta e profunda.
Esse trabalho jamais deveria ser isolado e sem a colaboração do
irmão. Por isso, os trabalhos apostólicos deveriam ser desenvolvidos sempre em
sintonia com as respectivas dioceses, onde for possível, sem perder aquilo que
é próprio do nosso carisma, reavivar a fé e reacender a caridade cristã entre
os católicos e levar a todos ao reconhecimento do amor misericordioso de Deus,
por meio de obras espirituais e materiais.
[1] Vicente PALLOTTI. Escritos
seleccionados. Edit. por Bruno BAYER - Josef ZWEIFEL. Trad. de Ángel F. de
Aránguiz SAC. Zamora: Ed. Monte Casino, 1988, pp. 34, 35, 96; Edição
brasileira: Documentos da Fundação.
Trad. do Pe. Dorvalino Rubin (textos de Pallotti) e Pe. João B. Quaini
(introduções), Santa Maria: Pallotti, 1996, pp. 42, 44, 117-118.
[2] Escritos seleccionados,
p. 102; Documentos da Fundação, p.
124.
[3] Cf. Informações Palotinas,
Santa Maria, dez. (1994), p. 98.
[4] Escritos seleccionados,
pp. 74, 92-93; Documentos da Fundação,
pp. 90, 113-114.
[5] Cf. Escritos seleccionados,
p. 74; Documentos da Fundação, p. 90.
[6] Cf. Escritos seleccionados,
p. 93; Documentos da Fundação, p.
114.
[7] Cf. Escritos seleccionados,
pp. 44, 85; Documentos da Fundação,
pp. 56, 101.
[8] Cf. Escritos seleccionados,
p. 75; Documentos da Fundação, p. 91.
[9] Escritos seleccionados,
p. 94; Documentos da Fundação, p.
116.
[10] Cf. Escritos seleccionados,
p. 75; Documentos da Fundação, p. 92.
[11] Cf. Escritos seleccionados,
pp. 26-27; Documentos da Fundação, p.
33.
[12] Escritos seleccionados,
p. 25; Documentos da Fundação, p. 31.
[13] Escritos seleccionados,
p. 26; Documentos da Fundação, p. 32.
[14] Escritos seleccionados,
p. 27; Documentos da Fundação, p. 34.
[15] Cf. Escritos seleccionados,
p. 29; Documentos da Fundação, pp.
36-37.
[16] Leis da Sociedade do
Apostolado Católico. Porto Alegre: Pallotti, 1984, cf. Preâmbulo, a. b. c.
[17] Cfr. OOCC II, p. 146.
[18] Cfr. ivi, pp. 145-147.
[19] Ivi, p. 91.
[20] Ivi, pp. 154-155.
[21] Cfr. ivi, p. 154.
[22] Cfr. ivi, p. 156.
[23] Cfr. ivi, p. 90.
[24] Ibidem.
[25] Vedi il titolo di OOCC VII.
[26] Cfr. Hubert Socha, La natura fondamentale e le caratteristiche di
una Società di Vita Apostólica con particolare riferimento ai suoi tre tipi,
ACTA SAC, Volume XVIII, pp. 579-580.
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