domingo, 2 de janeiro de 2011

OITAVÁRIO DA EPIFANIA DE SÃO VICENTE PALLOTTI



Dados históricos
São Vicente Pallotti nasceu em Roma, no dia 21 de abril de 1795, na rua Via del Pellegrino, perto do edifício da Chancelaria.
Se tivesse dependido só de si mesmo, ter-se-ia tomado Capuchinho, mas era muito frágil de saúde e foi-lhe aconselhado tornar-se padre diocesano.
Em 1816, para controlar sua fidelidade aos propósitos que fazia, começou a escrever as suas meditações e aspirações. Assim podemos conhecer as suas primeiras aspirações. Dentre elas, as mais expressivas eram as seguintes: “Ah, se me fora dado amar ao infinito, sofrer ao infinito e ser infinitamente desprezado por Ti, Senhor!” Duas eram as fundamentais certezas entre as quais se fazia a sua vida espiritual: “O nada e o pecado é toda a minha vida!” e: “Vicente, não creias nunca que tu não possas fazer aquilo que fizeram os maiores santos; pensa, ao contrário, que Deus tenha te dado já tal graça e, a todo instante, verifica o aumento dela em ti”.
Tomou-se padre a 16 de maio de 1818 e, apenas uma semana depois, escreveu a São Gaspar del Bufalo, que já fora ordenado havia dez anos: “Guerra, guerra ao pecado! Ao fogo, ao fogo com todas as figuras que possam ser de estímulo ao pecado!”
O trabalho com associações juvenis, a direção espiritual do Seminário Romano e da Academia de Teologia, ocuparam os anos da sua juventude e, em 1832, a grande Mãe de Misericórdia tomou-o como seu esposo e lhe trouxe como dote tudo que possuía e lhe ofereceu seu Menino Jesus Cristo, para que o reconhecesse como seu. Desde então, ele viveu com esta melodia na alma: A Mãe de Deus é minha Esposa e Jesus Cristo é o meu Menino!
Três anos após, em 1835, pediu que, à custa de sofrimentos sem tamanho e sem medida, lhe fosse concedida a graça de destruir todo pecado e de promover todo bem, em todo o mundo. Foi quando Deus lhe sugeriu a instituição de um APOSTOLADO UNIVERSAL DE TODOS OS CATÓLICOS, para reavivar a fé entre os Católicos e propagá-la em todo o mundo.
No ano seguinte, viu, na Estrela dos Magos, um convite a todos os homens a se tomarem mensageiros do grande acontecimento: “Deus se fez um de nós, Deus nasceu em Belém e nos espera a todos!”

A primeira celebração popular do sentido e significado da Epifania aconteceu na Igreja do Espírito Santo dos Napolitanos, na rua Via Giulia. Como a festa da Epifania tinha oitava litúrgica, isto é, durava oito dias, durante oito dias foi feita a solene celebração: foi o primeiro Oitavário da Epifania. O primeiro anúncio – cartaz impresso – tinha a data de 13 de dezembro de 1835, e levava o título de ‘Sagrado Oitavário para a Propagação da Fé’; ostentava o emblema do Apostolado Católico e era assinado pelo Cardeal Vigário. Fato especial foi que, durante o primeiro Oitavário, o prussiano Tiago Knarner resolveu renunciar ao protestantismo, para filiar-se à Igreja Católica.
A primeira celebração foi realizada na Igreja do Espírito Santo dos Napolitanos, da qual era Reitor o padre Vicente. No ano seguinte, entretanto, foi preciso recorrer à grande Igreja de San Carlo al Corso e, nela, pregou o Cardeal Vigário. Da mesma forma, no ano seguinte. Depois, as celebrações se transferiram para a Igreja de Sant’Andrea della Valle, mais ampla e mais central.
A tabela das celebrações de 1898 pode nos dar uma ideia da intensidade e amplitude das mesmas, no Oitavário. Abria-se a Igreja às 5h 30min com o Santo Rosário e a celebração da Santa Missa. Às 6h, havia a pregação em Italiano; às 8h30min, Missa cantada em Rito Latino; às 9h30min, Celebração em um Rito Oriental; às 15h, leitura de uma reflexão sobre a Epifania, Rosário, pregação e Bênção Eucarística presidida por um Cardeal; às 17h, novamente: leitura, pregação e Bênção presidida por um Bispo. A Missa das 8h 30min estava confiada, alternadamente, às várias famílias religiosas, e, por sua vez, seminários e colégios intervinham nas grandes celebrações da parte da tarde. Havia sempre grande disponibilidade de confessores e as ofertas que se recolhiam na igreja eram encaminhadas para as missões.
O Padre Gioacchino Ventura, Superior Geral dos Teatinos, redigiu preciosas leituras sobre a Epifania.
Recolhemos algum trecho delas, que se encontram distribuídos pelas leituras dos oito dias a seguir.

PRIMEIRO DIA

Profecia – Jesus, luz verdadeira

O profeta Isaías, com setecentos anos de antecedência, previu a chegada dos Magos, quando, no capítulo 60, dizia: “Levanta-te, Jerusalém, pois chegou a tua luz... Teus filhos vêm de longe ... Caravanas e mais caravanas de camelos te inundarão... trazendo ouro e incenso”. E, já antes, do Sl 72,10-11, o povo tinha cantado, no templo: “Os reis de Tarsis e das ilhas lhe enviem presentes, os reis de Sabá e Seba lhe paguem tributo, todos os reis se prostrem diante dele e o sirvam todas as nações!”.
O próprio Jesus afirmou: “Tudo me foi entregue pelo Pai” (Mt 11,27).
“Possuo ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. É preciso que as traga e elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor” (10 10,16). “Tal é a ordem que recebi do Pai”... “Eu sou a luz do mundo” (108,12).
Os samaritanos, desprezados pelos judeus, proclamaram Jesus Salvador do mundo e ele, feliz, revelou: “O Pai me ama porque dou minha vida... Ninguém a tira de mim. Sou eu mesmo que a dou” (Jo 10,17).
É esta a luz da Epifania. Deus queria dar-se, para a nossa salvação, e buscava oportunidade de poder fazê-lo e de nos dar conhecimento do fato. Pediu e obteve o consentimento da Virgem Mãe, apresentou-se na nudez de uma gruta de animais e os primeiros destinatários do extraordinário acontecimento foram pastores que vigiavam os rebanhos dos arredores. Quanto aos magos do Oriente, eles observam os céus, descobrem uma estrela e lhes é dado compreender sua linguagem.

Oração aos Reis Magos

Ó santos Reis do oriente, verdadeiros Magos, isto é, verdadeiros sábios, porque, deixando de lado a ciência profana, dedicáveis toda a vossa pesquisa em adquirir a ciência divina, que é Jesus Cristo e o esperáveis e o buscáveis nos livros e nas tradições, com a humildade do espírito, com a sinceridade do coração, com a retidão do afeto: nós vos agradecemos o belo exemplo que nos destes, quando tanto empenho pusestes na busca de Jesus Cristo, nosso Salvador. Alcançai-nos também a nós a graça de conhecer o relativo valor das realidades terrenas e a importância de viver a vida de Jesus Cristo, para alcançar, assim, a sua salvação. Assim desapegado o nosso coração das fugazes preocupações do tempo, não virá a esquecer a grande preocupação da eternidade. Amém. Pai nosso, Ave Maria e Glória.

Prática – Em agradecimento ao Filho de Deus por ter-se humilhado ao ponto de assumir a nossa pobre e enferma natureza, poderá visitar amanhã alguma pessoa pobre em sua casa ou no hospital e fazer um ato de humildade e de caridade.
Jaculatória – Não esqueçais, Senhor e Criador de todas as coisas, que, ao nascerdes do seio puríssimo de Maria, tomastes a forma do nosso corpo e socorrei-nos nas nossas indigências.
Rezemos – Ó Deus, que, neste dia, mediante misteriosa estrela, revelastes o vosso Filho às nações, guiando-as por sua luz até junto do Deus-Salvador pequenino, concedei aos vossos servos e servas, que já vos conhecem pela fé, contemplar-vos um dia face a face no céu.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.


SEGUNDO DIA

O chamado e a resposta dos Magos

- Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo (Mt 2,2), disseram os Magos. Feliz imediatismo!
Chegados a Jerusalém, entretanto, não viram mais a estrela. Talvez tenham pensado ter chegado ao término da viagem e que todos estivessem ao corrente do nascimento assinalado pela estrela. Passaram a perguntar:
- Onde está o Rei dos Judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela e viemos adorá-lo.
Que distância entre a conduta dos Magos e a do povo de Jerusalém! Os Magos, vista a estrela, puseram-se logo a caminho, sem sequer perguntar-se quando e onde teriam encontrado o recém-nascido Rei. Em vez, os Judeus de Jerusalém não se deram nenhum cuidado. Estava em seus livros que seu Rei teria nascido em Belém, mas ninguém ligava para o fato. Quando ouviram que ele tinha nascido e que os magos tinham vindo para adorá-lo, ninguém se mexeu para prestar-lhes homenagens. Só Herodes pediu para ser informado, no intuito de livrar-se dele.
Mas a estrela tornou a aparecer e os conduziu, felizes, até a soleira do lugar em que os esperava o nascido Rei.
A indiferença dos Judeus pelo nascimento do próprio Rei é desconcertante. Os Magos vinham de longe para prestar-lhe homenagem e eles, informados do seu nascimento por forasteiros, que tinham vindo pelo sinal de misteriosa estrela, apesar de certificados de que teria nascido em Belém, não se moveram por nada.
Contudo, porém, a indiferença deles, não deteve o curso da Misericórdia infinita! Deus não muda de projeto só porque as criaturas não lhe vêm ao encontro. A estrela voltou a iluminar o caminho dos Magos e parou precisamente lá onde estava o Menino e sua Mãe.
É justamente esta a maneira grande de Deus, quando vem de encontro à nossa irresponsabi-lidade. Tinha-se feito anunciar como Rei e Salvador e não faltou à hora marcada, mas não havia ninguém que o aguardas-se. Ele, entretanto não anulou o programa, mandou os anjos convidarem os pastores e estes acorreram para cumprimentar o novo Rei na manjedoura e conheceram aquela Mãe, que era vigiada pelo olhar de um homem em adoração chamado José.
Oração aos Reis Magos

Ó santos Reis Magos, que mal vistes resplandecer no Oriente a estrela milagrosa, sinal do nascimento do Salvador do mundo não admitistes a mais breve demora, para ir em busca do nascido Messias, que vos era indicado e para obedecer ao divino chamado, não ti vestes cuidados com os perigos e incômodos de longa e penosa estrada: nós vos agradecemos por este belo exemplo que nos destes de pronta correspondência à voz de Deus. Alcançai também para nós este espírito de docili-dade e de obediência às muitas inspirações, aos muitos convites amorosos com que a divina misericórdia nos chama à conversão, isto é, a uma posição mais cristã e mais perfeita, no sentido de que evitemos o tremendo castigo do divino silêncio e do divino abandono, ameaçado aos que se fazem surdos aos divinos apelos. Amém. Pai nosso. Ave Maria, Glória.
Prática – Examina bem o que Deus tem querido de ti no curso da tua vida e se ainda estás em tempo de executá-lo. Se não, faze o equivalente com o conselho de teu diretor espiritual.
Jaculatória – Senhor, falai sempre à minha mente e ao meu coração, porque eu, vosso servo fiel, quero sempre ouvir-vos e obedecer-vos.
Rezemos – Ó Deus, que, neste dia, mediante o sinal da estrela, revelaste aos gentios o teu único Filho, conduze benigno também a nós, que já tivemos oportunidade de conhecer-te pela fé, a contemplar a grandeza da tua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo teu Filho, que é Deus e vive e reina contigo, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.

TERCEIRO DIA

Inquietação em Jerusalém e inércia de sua gente

Os Magos dirigiram aos habitantes de Jerusalém uma pergunta muito precisa:
- Onde está o Rei que nasceu?
Para eles o fato era certo. A estrela os tinha informado e guiado para que pudessem homenagear o Rei e levar-lhe presentes.
A sinceridade dos Magos era transparente, a cidade se pôs em alvoroço. A notícia de um recém-nascido Rei fez o efeito de um raio inesperado. Herodes entrou em preocupação: o que se dizia significava uma ameaça ao seu trono! Toda a cidade participava da sua inquietação.
Os próprios Magos teriam podido temer uma reação à sua mensagem. A certeza deles, porém, era categórica, era tão clara que eles só perguntavam, com a maior espontaneidade, onde é que encontrariam o recém-nascido Rei, para poderem oferecer a ele a sua adoração e os seus presentes: ora, adoração e presentes!...
Pois foi isto que perturbou Herodes! Tanto que ele mandou reunir o Sinédrio e os sábios. Estes citaram a profecia de Miquéias: “E tu, Belém, terra de Judá, de forma alguma és o menor dos distritos de Judá, porque de ti sairá um chefe que apascentará meu povo de Israel” (Mt 2,6).
Parece quase impossível que, diante da evidência da profecia e diante dos Magos, que tinham feito viagem tão longa, à luz de uma estrela, para trazer os seus presentes ao recém-nascido Rei dos Judeus, os Judeus, por sua vez, não revelassem qualquer interesse por seu Rei e não sentissem nenhum constrangimento diante dos Magos que, de tão longe, tinham vindo trazer presentes ao Rei dos Judeus.
Contudo isto é quase nada, porque, dentro de trinta anos, em Jerusalém, Pilatos perguntaria àquele povo:
- Hei de crucificar o vosso rei? (10 19,15).
E eles a responder:
- Nós não temos outro rei senão César: crucifica-o (10 19,15)!
O que havia de mais extraordinário era que aquele rei, que vinha de nascer, já sabia agora do acolhimento que iria ter por parte do seu povo mais tarde, a despeito de seus espetaculares milagres. Não obstante, entretanto ele não modificou em nada agora a seu projeto divino: levou-o integralmente à realização.
Pois, contudo, também nós, Senhor, quantas vezes te rejeitamos. Tu és, entretanto, sempre o nosso rei, porque a tua realeza não depende de nós. Tu és o nosso rei porque nos criastes e não podemos ser senão teus, mesmo que rejeitemos a tua realeza.

Oração aos Reis Magos

Ó Santos Reis Magos! Chegados a Jerusalém e, desaparecida a estrela que até então vos tinha acompanhado, vos pusestes a perguntar aos moradores onde teria nascido o seu Rei, não recebestes qualquer informação. Só depois, com o retomo da estrela tivestes a sorte de encontrá-lo. Nós vos agradecemos este belo exemplo que nos destes de humilde submissão e de perfeita confiança nas palavras nos sagrados Ministros por Deus estabelecidos Alcançai-nos também a nós estes espírito de submissão e confiança na Providência divina que nos guia através da Sagrada Escritura e do Magistério da Igreja. Amém. Pai nosso, Ave Maria, Glória.

Prática – Escolhe um Diretor espiritual, douto e prudente, revela-lhe todo o teu íntimo e promete-lhe obediência no que se refira à tua alma.
Jaculatória – Senhor, mostra-me os caminhos por onde queres que eu ande e, por meio dos teus ministros, faz-me conhecer a tua vontade.
Rezemos – Ó Deus, que neste dia, pela luz da estrela, revelaste aos gentios o teu único Filho, conduze a nós também, que já te conhecemos pela fé, a contemplar a majestade da tua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo teu Filho que é Deus, e vive e reina contigo na unidade do Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém.


QUARTO DIA

Os magos adoram o Menino

Herodes confiou aos Magos a tarefa de encontrar o recém-nascido Rei e recomendou-lhes que o informassem, porque ele também queria prestar-lhe homenagens. Quem acendera a estrela para os Magos, porém, sabia dos pensamentos de Herodes, antes mesmo que ele os tivesse concebido.
Os magos se puseram novamente a caminho. A estrela voltou a cintilar diante deles e a felicidade deles se tomou incontida, Cantavam, corriam, porque tinham certeza de que aquela era a estrela do Rei, que os teria conduzido, sem erro, até ele e que a meta já estaria perto. O evangelista Mateus, de feito, escreveu: “Ao enxergarem a estrela foram tomados de uma alegria muito grande” (Mt 2,10).
Que em Jerusalém ninguém soubesse nada a respeito do recém-nascido novo Rei e que ninguém se tivesse preocupado em procurá-lo juntamente com eles, podia abalar a sua segurança. A estrela, porém, voltou a brilhar para eles. Então, o Rei tinha nascido realmente: lá estava a estrela, a guia era segura. Era só segui-la. Eles decidiram fazê-lo, até o fim, não importa até
onde. Tinham estremecido. Veio-lhes o pensamento de terem, talvez, dado curso a um jogo da própria fantasia. Entretanto, lá estava, porém, novamente, a estrela a indicar o caminho, a dar coragem. Tomada ainda mais cintilante, ela estacou!
Olharam em tomo... Não havia ninguém. Não havia porta. Era uma gruta. Entraram. Viram um Menino e Maria, sua Mãe. Não havia mais nada: a manjedoura era berço e trono do Rei.
Mas não faltava nada. Aquela era a casa do infinito, da plenitude, da alegria, da virgindade que dava à luz um filho, que, por sua vez, era o Eterno. Uma gruta que via a mais impensável maravilha: uma Virgem que dava à luz um Filho, cujo reino jamais teria fim.
Os Magos caíram de joelhos e adoraram aquele menino que não falava, que estava na manjedoura...
Eles, entretanto, como se quisessem despojar-se de tudo, para vesti-lo a ele, esvaziam as suas sacolas e lhe oferecem ouro, incenso e mirra.
Depois, correm os olhos em tomo: era mesmo uma gruta. Não havia nem haverá jamais um palácio real, uma casa mais venerável e mais feliz, mais solene, mais celebrada e amada que essa gruta que foi testemunha do estupor da Virgem Mãe, que, ao mundo, deu o Filho Homem-Deus, nutriu-o, estreitou-o ao coração: era o Filho dela!
Ela acolheu os reis do oriente, que tinham vindo prestar homenagem ao Rei dos Judeus e encontraram o Rei do Universo, cujo reinado jamais terá término.

Oração aos Reis Magos

Ó santos Reis Magos! Na estrela milagrosa, que vos conduziu a Belém, reconhecestes também o símbolo da mediação de Maria, na concessão da graça da Fé e que, chegados à gruta, com verdadeira humildade de espírito e fervor do coração, recebestes dos lábios dela as revelações divinas e, das suas mãos, Jesus Menino, nós vos agradecemos por este primeiro exemplo de devoção e de amor para com Maria, que destes à verdadeira Igreja, da qual fostes as felizes primícias.
Alcançai, também a nós, este espírito de humilde devoção e de temo amor para com a grande Mãe de Deus, a fim de que, também nós, depois de ter recebido, por sua mediação, as graças de Jesus Cristo, durante a vida, venhamos a obter ainda a visão dele e a sua eterna posse, depois da morte. Amém. Pai nosso, Ave Maria, Glória.

Prática – Visita uma igreja dedicada a Nossa Senhora, agradece-lhe todas as graças divinas, que, por sua intercessão, recebeste e oferece-te a ela, como servo e filho, para o resto da vida.
Jaculatória – Ó Maria, mostra-me na pátria celeste a Jesus Cristo, fruto bendito do teu seio, que, neste exílio terrestre, tenho conhecido pela fé.
Rezemos – Ó Deus, que, neste dia, com a guia da estrela, revelaste aos gentios o teu único Filho, conduze, benigno, também a nós, que já te viemos a conhecer pela fé, a contemplar a grandeza da tua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, teu Filho, que é Deus e vive e reina contigo na unidade do Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém.


QUINTO DIA

O que teria conversado Maria com os Magos

O evangelista Mateus, único a narrar a vinda dos Magos, escreveu: “E, entrando na casa, viram o menino com Maria sua Mãe” (Mt 2,11).
Os Magos sabem que o nome da Mãe é Maria e o evangelista parece estar a nos convidar a contemplar a surpresa deles, à vista daquele ambiente: o Rei, naquela solidão e pobreza; a Mãe, que dera ao mundo a luz e a vida – precisamente ela! - a aleitar o Criador do mundo!
Os Magos oferecem ao Menino ouro, incenso e mirra. Ante o amor deles, que, orientados, no deserto, por uma estrela, aí estavam junto da manjedoura, Maria não pôde não referir o modo como ela se tomara Mãe e o que foi que o anjo lhe tinha dito daquele filho: eles, após tão longo caminho andado, à luz de uma estrela, atiram-se de joelhos diante do menino, a despeito de se encontrar ele numa manjedoura. A mãe achou que seria justo pô-los ao par de quanto o anjo Gabriel, enviado por Deus, lhe tinha dito a respeito daquela sua maternidade e relembrou: o parto, acontecido por obra
do Espírito Santo ... o Menino seria o ‘Filho do Altíssimo’ ... ele seria grande ... seu reino não teria fim ...
Os Magos escutam petrificados... Beijam os pés daquela Mãe de Deus e lhe pedem licença para acariciar com seus dedos o rosto daquele filho, tão pequenino e tão imensamente grande ...
Começam a entender por que uma estrela fora convocada para anunciar o nascimento daquele Rei, mas não chegam a dar-se conta por que, justamente eles, estavam diante daquela mulher, que, por obra do Espírito Santo, tinha dado ao mundo o Salvador e que justamente eles podiam enxergar com os próprios olhos aquele Rei de um Reino sem fim, naquela manjedoura e aquela Mãe tão excelsa, a conversar com eles na simplicidade da mulher mais humilde que tivesse dado à luz um seu bebê.
Uma estrela, de brilho raro, tinha orientado a caminhada deles. Estão podendo contemplar o rosto daquela que, por obra do Espírito Santo, tinha gerado o Salvador e, na manjedoura, estão podendo enxergar o Rei cujo Reino teria superado todos os limites do tempo e do espaço.

Oração aos Reis Magos

Ó Santos Reis Magos, que, ao entrardes em Jerusalém, íeis conversando sobre o nascimento do verdadeiro Messias e sobre a firme resolução vossa de reconhecê-lo e adorá-lo, nós vos agradecemos este belo exemplo, exemplo de coragem e de constância na busca de Jesus Cristo. Alcançai-nos, também para nós, este espírito de perseverança e de coragem em professar a santa fé que temos no coração, mesmo à custa de incorrer em ódio e em ofensas dos ímpios. Assim, pode-
remos receber como vós, a recompensa prometida aos que confessam Jesus Cristo, isto é, ser por ele também reconhecidos quais discípulos e filhos do Pai celeste. Amém. Pai nosso, Ave Maria e Glória.

Prática – Procura reencontrar algum companheiro dos teus descaminhos de espírito e de coração e, para compensar o escândalo que lhe tens dado, confessa-lhe, sem respeito humano, que decidiste mudar de vida e exorta-o a imitar-te.
Jaculatória – Senhor, quero, com palavras e bons exemplos, edificar os maus e os ímpios, e fazer o possível por que se convertam a ti.
Rezemos – Ó Deus, que, neste dia, com a guia da estrela, revelaste aos gentios o teu único Filho, conduze, benigno, também a nós, que já te viemos a conhecer pela fé, a contemplar a grandeza da tua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, teu Filho, que é Deus e vive e reina contigo na unidade do Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém.


SEXTO DIA

Os presentes dos Magos

Os Magos tinham partido de suas terras para ir prestar homenagem ao Rei dos Judeus e levavam consigo os presentes que queriam oferecer-lhe.
Provavelmente, tanto a estranha reação de Jerusalém à pergunta deles sobre o lugar em que encontrariam o Rei dos Judeus recém-nascido, como a vista da gruta e a narração daquela Mãe devem ter suscitado neles um senso de incerteza, quando chegou a hora de oferecer os presentes: que é que iriam dar àquele ‘Filho do Altíssimo’, cujo reino não teria jamais fim, mas cujo trono e berço eram apenas uma manjedoura? Que sentido poderiam ter para ele o ouro, o incenso e a mirra que tinham trazido? Entretanto, aquele metal e aqueles perfumes eram o que de maior valor podiam dispor...
Estes presentes, entretanto, possuíam um valor muito maior do que podiam sugerir sua qualidade e quantidade. Estes dons, na verdade, eram algo de si mesmos, que os Magos queriam deixar naquela gruta.
Eles, afinal, teriam voltado às suas terras, mas o seu coração iria permanecer naquela gruta, com aquele Menino, com aquela indescritível Mãe, que, ao Pequenino, proporcionava o seu leite e, com a intensidade do seu olhar e do seu carinho, o nutria. Aqueles presentes eram a expressão do vivíssimo desejo dos doadores de que aquela Mãe e aquela criança lembrassem o grande amor de quem os tinham trazido! Eles mesmos, os Magos, teriam querido dar-se e consumir-se em homenagem a este Menino e a esta Mãe.
A visita dos Magos não pôde durar quanto eles mesmos teriam querido. Um anjo os advertiu de não voltarem a se encontrar com Herodes. Eles tomaram outro caminho de volta.
Mas Herodes os esperava. Ele não podia tolerar que outro rei lhe disputasse o reino e, vendo que os Magos não voltavam, ordenou que se matassem todos os menininhos nascidos em Belém, naqueles dois últimos anos. José, avisado por um anjo, tomou o Menino e sua Mãe e fugiu para o Egito. Assim, a visita dos Magos marcou o início da luta contra o Filho de Deus na terra (Mt 2,13ss).

Oração aos Reis Magos

Ó Santos Reis Magos, ao entrardes na bendita gruta de Belém, não vos escandalizastes ao reconhecer, numa pobre criancinha, mal envolvida em pobres panos, nos braços de Mãe pobre, o Messias, de quem andáveis em busca. O interior da gruta era o de uma pobre espelunca. O Pequenino, homenageado apenas por pobres pastores. Colocastes, entretanto, vossa inteligência a serviço da fé, reconhecestes, neste aparato da miséria, da humilhação e da fraqueza do homem, o Rei da Glória, o Salvador do mundo, o verdadeiro Filho de Deus! nós vos agradecemos este belo exemplo que nos tendes dado, sobre o modo como se deve o humano entendimento submeter aos mistérios incompreensíveis de Deus. A1cançai, também para nós, este vigor de espírito e esta firmeza de coração, a fim de que nem os artifícios do erro, nem a desordem das paixões, nem tentação alguma interna ou externa, nos faça jamais vacilar na santa Fé. Amém. Pai nosso, Ave Maria, Glória.

Prática - Em ação de graças porque Deus te levou a conhecer a verdadeira fé, inscreve-te e leva outros a inscreverem-se na pia obra da Propagação da Fé.
Jaculatória – Digna-te, Senhor, derramar em maior abundância o teu Santo Espírito sobre a face da terra e destruir, assim, os erros e os vícios.
Rezemos – Ó Deus, que neste dia, revelaste, com a guia da estrela, aos gentios, o teu único Filho, conduze, bondoso, também a nós, que já te conhecemos pela fé, a contemplar a grandeza da tua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo teu Filho, que é Deus e vive e reina contigo, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.


SÉTIMO DIA

José, esposo de Maria e pai da Casa de Nazaré

Precisamente Mateus, que é o único dos evangelistas que narra a vinda dos Magos, neste episódio, não refere a presença de José. Entretanto é justamente ele, Mateus, que traz a mensagem do anjo: “José, filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria tua esposa”. E é José, esposo de Maria, que confere a Jesus Cristo o título de ‘Filho de Davi’ (Mt 1,20).
É verdade, José não ocupa um grande espaço na narração evangélica, mas o seu papel fica especificado: “José, toma contigo o Menino e sua Mãe e foge para o Egito!” (cf. Mt 2,13).
E foi precisamente em Nazaré, que os moradores, admirados das palavras de graça que saíam da boca de Jesus, diziam: “Não é este o filho de José?” (Lc 4,22).
Os evangelistas, preocupados em esclarecer a divindade de Jesus e a virgindade da Mãe de Jesus, não se demoraram em destacar a importância que teve José na história do Filho de Deus. Entretanto, era José que, para Jesus e sua Mãe, providenciava casa, alimento e
vestuário. A Mãe e o Filho de Deus viviam do trabalho de José. E foi ele que situou Jesus na genealogia de Davi, na qual ele, o Messias, viria a nascer (Mt 1,1ss.).
E não teria sido José a dirigir a oração daquela sua família, à qual os anjos se uniam, enquanto o Pai e o Espírito Santo lhe enriqueciam o amor e a segurança?
José adestrou para o trabalho as mãos de Jesus Cristo, que era Deus e, até, alguma vez, de certo, se terá ele machucado, dando oportunidade a José de fazer-lhe curativo.
Uma vez, juntamente com Maria, José teve que procurar o filho por três dias, e, encontrado no templo, a Mãe, com infinita doçura, interpela o rapazinho: “Filho, por que agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu, aflitos, te procurávamos!” (Lc 2,48).
A honra, sem comparação de José foi precisamente esta: educou o Filho de Deus e assumiu-lhe a Mãe como esposa. Ele viveu, entretanto, de tal maneira como se nem se tivesse dado conta de existir também ele naquela casa.
Por uma vintena de anos dedicou-se, ignorado, à função de pai do Filho de Davi e de garantia da honra da Mãe. Viveu, porém, como se não existisse. Oportunamente saiu de cena na ponta dos pés. Mateus deu-lhe o título de ‘homem justo’, talvez para notar que era ele a pessoa adequada para exercer o papel de pai de Jesus Cristo e de esposo da Mãe de Deus.

Oração aos Reis Magos

Ó santos Reis Magos, instruídos pela meiguíssima Nossa Senhora, sobre os mistérios de seu
Filho divino Jesus Cristo, não só acreditastes nele, mas, prostrados com a rosto ao solo, vos humilhastes aos pés de Jesus e, com os sinais do maior recolhimento e fervor, profundamente, o adorastes como Deus verdadeiro, nós vos agradecemos por este primeiro ato de verdadeira adoração, que, em nome de todos os Gentios e, em nosso nome, prestastes ao Salvador do mundo. Agradecemos-vos também pelo belo exemplo, que, nesta oportunidade, como primeiros pais na fé, nos quisestes dar; exemplo de humildade, de recolhimento e do fervor interno com que se deve honrar o Senhor.
Alcançai, também para nós, este espírito de respeito para com a suprema Majestade de Deus. Alcançai que, na prática de todos os atos de religião que fazemos, evitar toda dissipação e toda negligência nas ações do culto ao Senhor, a fim de tomar-nos seus verdadeiros adoradores em espírito e verdade. Amém. Pai nosso, Ave Maria, Glória.

Prática – Visita a Jesus exposto no Santíssimo Sacramento, adora-o profundamente, prostrando-te possivelmente com a fronte até o chão, com a humildade e a devoção dos Magos e toma a resolução de ter-te sempre modesto e recolhido nos sagrados templos.
Jaculatória – Que seja sempre uma honra para mim adorar-te profundamente no teu templo e mostrar a todos que sou Cristão.
Rezemos – Ó Deus, que, neste dia, sob a guia da estrela, revelaste aos gentios o teu único Filho, conduze, bondoso, também a nós, que já te conhecemos pela fé, a contemplar a grandeza da tua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo teu Filho que é Deus, e vive e reina contigo na unidade do Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém.


OITAVO DIA

A Mensagem de São Vicente Pallotti

Deus tornou-se um de nós e quis, a todo o custo, no-la dar a conhecer. Um anjo, dentro da noite, acordou os pastores, dizendo: “Nasceu-vos hoje um Salvador, que é Cristo Senhor... Encontrareis o recém-nascido envolto em panos e deitado numa manjedoura” (Lc 2,11-12).
O Salvador ‘em panos’, em manjedoura?
Os pastores correram para a gruta e encontraram Maria, José e o Menino, este, um recém-nascido pobrezinho, sobre o feno que os animais iam comer.
Eles contavam tudo que tinham visto e ouvido e todos ficavam atônitos. O anjo falara de um Salvador, mas eles só tinham visto, naquela manjedoura, um lindo bebê, muito pobre!
No oriente, os Magos tinham visto a estrela dele e, sem atrasos, se tinham posto na estrada, seguindo o traçado que lhes fazia a estrela. Em Jerusalém, a luz da estrela empanou-se e os Magos, então, dirigiram-se a Herodes, para saber dele onde nascera o rei. Herodes reuniu sacerdotes e escribas, para ouvir o que é que as Escrituras diziam a respeito e eles verificaram que Belém, cidade do nascimento de Davi, teria visto acontecer o natal do novo rei.
Sacerdotes e escribas colheram a notícia, mas ninguém se moveu. Herodes recomendou aos Magos que procurassem cuidadosamente e lhe referissem onde o tivessem encontrado. Pois, maios sábios caminheiros saíram de Jerusalém, a estrela voltou a brilhar diante deles e guiou-os até o lugar em que o menino estava.
Encontraram-no com a Mãe. Adoraram-no e lhe ofereceram ouro, incenso e mirra.
Os Magos não se perturbaram com a pobreza do novo rei. Havia neles uma certeza: ele era o dono das estrelas, e elas eram seus brinquedos de criança.
A Epifania descobre-nos o amor que Deus tem por nós e faz por nos tornar sabedores deste amor e de quanto este amor de Deus por nós seja grande. Os anjos anunciaram, cantando, a chegada do Salvador e convidaram os pastores a tomarem parte na festa. Os pastores, ouvido o abençoado recado, apressaram-se em difundir a felicidade por esta venturosa mensagem.
Os Magos vinham de muito longe. A confusão de Jerusalém não os desanimou. Os escribas tinham lido as profecias e não se mexeram. Os peregrinos do oriente, porém, confirmaram sua confiança na estrela.
E a estrela, com sua luz, voltou e os levou aos pés da Mãe e do Menino e eles o adoraram!
A Epifania, assim, é a revelação da invencibilidade do amor de Deus, que afirma a própria
presença!
“Aqui estou por vocês!” grita o Filho de Deus.
São Vicente Pallotti recolhe a mensagem e, por oito dias, em todas as línguas, com todas as vozes da liturgia e, com todos os corações dos fiéis da Igreja, faz proclamar em coro a gratidão do oriente e do ocidente, dos pastores e dos anjos, ao Filho de Deus e ao filho de Maria, que se fez igual a nós, para a salvação do mundo.
O Oitavário da Epifania, entretanto, era o eco de algo ainda mais importante. No ano anterior, em 1835, o padre Vicente lançara as bases da Sociedade ou União do Apostolado Católico, que pede a todos os católicos de se unirem todos juntos, clero e leigos, homens e mulheres, e de colocarem à disposição da fé e da caridade os próprios dons e a própria vida.

Oração aos Reis magos

Ó santos Reis Magos, não satisfeitos de ter podido homenagear o Salvador com vossas humildes e fervorosas adorações, quisestes ainda manifestar-lhe a vossa fé com sinais exteriores e visíveis. Oferecestes ao Rei-menino o ouro, como a verdadeiro Rei, a mirra como a verdadeiro homem e o incenso como a verdadeiro Deus. Nós vos agradecemos por esta santa lição que nos destes sobre a necessidade de manifestar a Deus e aos homens a verdade da Fé com a santidade das obras.
Alcançai também para nós a graça de compreender que a verdadeira fé sem as obras é morta e nada vale para a salvação. Alcançai-nos que tenhamos a graça de agir bem, como, por divina misericórdia, temos a ventura de crer bem. Que tenhamos a coragem e a força oportunas, no nosso modo de agir. Demonstrar-nos-emos verdadeiros cristãos, não só com as palavras, mas também com os fatos: poderemos alcançar aquela recompensa eterna de Deus, reservada somente àqueles que, não só crêem nos santos mistérios, mas que, além disso, observam fielmente os santos mandamentos. Amém.

Prática - Faze uma cuidadosa busca na tua caixa de livros e objetos contrários à religião; livra-te desta funesta bagagem do diabo, a fim de que ela não se torne motivo de escândalo para ti e para outros.
Jaculatória – Meu Senhor Jesus Cristo, só tu hás de reinar em minha pessoa e em minha casa e manter afastado todo pecado e toda desgraça.
Rezemos – Ó Deus, que, neste dia, com a guia da estrela, revelaste aos gentios o teu único Filho, conduze, bondoso, também a nós, que já te conhecemos pela fé, a contemplar a magnitude da tua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, teu Filho, que é Deus, e vive e reina contigo na unidade do Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém.

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