A REVELAÇÃO DO PECADO
“Examina-me, ó Deus, e conhece o meu íntimo, sonda e conhece meus pensamentos. Vê se no caminho do mal eu estou andando, e guia-me por um caminho de eternidade” (Sl 139, 23-24).
Ao ler os versículos 19 a 22 do salmo, talvez sintamos mal-estar interior semelhante. Pedir ao Deus vivo que me examine, conheça meu coração e me mostre minha maldade, o salmista deve estar brincando! Em verdade, não dizemos essas palavras a sério, se não acreditamos em nosso íntimo que Deus está do nosso lado. Quem convidaria um Deus bisbilhoteiro e vingativo a sondar seu coração? Somente um masoquista ousaria fazer isso. Contudo, esses versículos revelam uma verdade teológica profunda, ou seja, não podemos conhecer nossa pecaminosidade sem a ajuda de Deus, sem a revelação. Só Deus pode mostrar-nos nossos pecados. Não podemos mostrá-los a nós mesmos. Esta reflexão tem a finalidade de pedir a graça de Deus para que Ele nos ajude a reconhecer nossas maldades.
Há alguns anos, encontrei uma mulher que não podia abrir a Bíblia sem sentir condenação. Não importava onde olhasse na Bíblia, Deus parecia estar zangado, acusando, ameaçando castigo. Por isso desistiu de ler a Bíblia, já que ficava tão deprimida. É óbvio que ela tinha que deixar de ver grandes trechos da Bíblia que descreviam Deus sendo compassivo, atencioso, clemente, amoroso. Presumi que a imagem que ela fazia de Deus a impedia de notar essas partes da Bíblia e concluí que ela precisava de uma outra experiência de Deus para mudar a imagem que fazia dele. No primeiro e segundo capítulos, examinamos meios para ter a experiência fundamental de ser aceito por Deus, de sentir que somos “a pupila de seus olhos” (Sebastian Moore). Em termos dos Exercícios Espirituais inacianos, falamos de um “Primeiro Princípio e Fundamento”, uma experiência de nossa identidade básica como pessoa, cuja existência foi desejada por Deus. Antes de termos essa experiência fundamental, Deus está distante, é temível, um bisbilhoteiro e as pessoas com freqüência tornam-se escrupulosas enquanto tentam aplacá-lo. Precisam de ajuda para ter uma outra experiência de Deus, não exortações nem tratados teológicos que só os farão sentir-se pior. Esta verdade foi o tema dos primeiro segundo capítulos.
Quando acreditamos e sentimos realmente que Deus formou a nossa existência mais íntima, ligou-nos no seio de nossas mães e o louvamos do fundo do coração (Sl 139, 13-14), podemos pedir-lhe que nos revele nossa maldade. Pois então saberemos por experiência que Deus deseja nosso bem.
Naturalmente, ainda faremos essa oração pela revelação de nossa pecaminosidade com medo e apreensão, da mesma forma que vacilaríamos em pedir a nosso melhor amigo para nos dizer com sinceridade quais são nossas faltas e falhas. Sentimos que não vamos gostar do que vamos ouvir. E, com razão, porque o pecado é exatamente uma cegueira para nossas falhas reais. Por isso, quando pedimos a alguém que amamos para revelar-nos nossas imperfeições, abrimo-nos a uma nova visão de nós mesmos. Quando a mulher que mencionei acima passa a acreditar, por experiência, na bondade divina para com ela, também percebe que sua pecaminosidade consistia na verdade em sua auto-imagem insatisfatória e sua imagem de Deus como um parasita e um tirano e não nos pecados de que costumava se acusar. Na verdade é da revelação que precisamos e que pedimos quando dizemos com sinceridade as últimas palavras do Salmo 139. Por isso, essas palavras precisam se basear na bondade e benevolência divina.
Pressupondo tal confiança, como fazemos para deixar que Deus nos revele nossa pecaminosidade? Primeiro, precisamos deixar que ele faça isso. Esse desejo só se torna real, quando já estamos um pouco conscientes de que algo vai mal em nosso relacionamento com ele ou com os outros. Tornamo-nos conscientes do afastamento entre Deus e nós e imaginamos se nós estamos provocando. Em um curso sobre a oração, uma representação de papéis revelou essa consciência. Uma mulher descreveu algumas experiências de Deus bastante cálidas e íntimas que tivera duas semanas antes, mas que deram lugar a períodos de grande aridez. Enquanto examinávamos com atenção suas experiências, ela tornou-se consciente de que se sentira amedrontada além de atraída pela intimidade com Deus e se afastara dele. Agora tinha um motivo para pedir a Deus que revelasse o que a deixara tão amedrontada de ter intimidade com ele. Nessas circunstâncias, pode-se recordar da última vez que se sentiu próxima a Deus e pedir-lhe para ajudá-la a ver o que a fez ter medo. Em sua oração, começa a reviver esses momentos de proximidade e talvez sinta mais uma vez o medo surgir, mas agora estará alerta para notar o que o provocou.
As pessoas tornam-se cônscias de muitas fontes de afastamento de um Deus, que, outrora, parecia tão próximo. Lembram-se de pecados passados e imaginam se Deus as perdoou de verdade. Talvez tenham escondido até de si mesmas uma realidade que as faz sentirem-se envergonhadas diante de Deus. Por exemplo, muitas pessoas preocupadas com a própria identidade sexual sentem vergonha e não gostam de lembrar o assunto. Da mesma forma ao lerem os evangelhos, talvez deparem com um texto que aborde um tópico que há muito tempo haviam reprimido. Por exemplo, uma mulher talvez leia: “Se estiveres para apresentar a tua oferta ao pé do altar, e ali lembrares de que teu irmão tem qualquer coisa contra ti, larga tua oferta diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão. Então voltarás, para apresentar a tua oferta” (Mt 5, 23-24). De repente, ela se recorda de alguma coisa que o irmão lhe fez anos atrás e que ela nunca perdoou e sente a raiva ressurgir. Ou um homem ouve este texto lido na missa dominical: “Se emprestares dinheiro a alguém dentre o meu povo, a um pobre que mora contigo, não te portarás para com ele como um usurário: não lhe imporás juros” (Ex 22,24) e se vê pensando em seus inquilinos no centro da cidade que pagam aluguéis altos por residências péssimas. Destas e de muitas outras maneiras, talvez, Deus revele-nos nossa pecaminosidade. Somos alertados dessa possibilidade, observando que a sensação de proximidade está mais uma vez ausente.
O último exemplo lembra-nos a história de Zaqueu (Lc 19, 1-10), um dos chefes dos cobradores de impostos e rico. Em certo sentido, ele cometeu um grande engano. Sua curiosidade o dominou e ele subiu a uma figueira para ver quem era Jesus. Jesus pede-lhe que desça da árvore: “Zaqueu, desce depressa, porque hoje devo ficar na tua casa”. Zaqueu fica encantado e recebe o Senhor em sua casa. Os circunstantes murmuravam que Jesus foi comer com um pecador, mas algo acontece a Zaqueu só por estar na presença de Jesus. Aparentemente sem uma palavra de censura de Jesus, Zaqueu fica de pé diante dele e diz: “Senhor, dou a metade dos meus bens aos pobres. E se extorqui alguma coisa de alguém, vou lhe restituir quatro vezes o seu preço”. Só estar na presença de Deus ou de Jesus faz-nos lembrar nossa falta de santidade, nossa necessidade de conversão.
Assim, se procurarmos ficar perto de Deus, ou se lemos ou ouvimos a Bíblia com atenção, podemos nos ver espontaneamente refletindo sobre como deixamos de tratar os outros como Deus nos trata. Então as palavras do Pai Nosso terão um significado novo: Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como perdoamos aos que nos têm ofendido.
Outra maneira de pedir perdão ao Senhor para nos revelar nossos pecados é sugerida por uma leitura contemplativa da cura de Bartimeu, o mendigo cego (Mc 10, 46-52). Como Bartimeu, nós também, muitas vezes nos sentimos pobres, cegos e necessitados. Como ele podemos gritar: “Filho de Davi, Jesus, tem piedade de mim!”. Os circunstantes repreendem Bartimeu dizendo-lhe para se calar. Ouvimos vozes interiores que nos mandam calar. “Jesus não teria tempo para alguém como eu”. “Eu devia conhecer meus pecados. Afinal de contas, conheço os mandamentos”. “É tolice pensar que Jesus vai falar comigo. É tudo imaginação”. Mas Bartimeu não dá nenhuma atenção às repreensões, gritando mais alto ainda: “Filho de Davi, tem piedade de mim!” Jesus o chama e Bartimeu joga fora o manto, dá um pulo e vai apresentar-se a Jesus. Jesus lhe pergunta: “Que queres que eu te faça?” Imagine o que passa pela cabeça de Bartimeu ao ouvir essas palavras. Ele fica esperançoso, encantado, ansioso. Mas tem dúvidas ou receios? Imagina se suas esperanças nascerão apenas para serem rechaçadas, quando Jesus disser que não pode ajudá-lo? Ao pensar em pedir para enxergar, teme as mudanças que advirão em sua vida e seu pedido lhe for concedido? Afinal de contas, o único meio de vida que conhece é mendigar e só sabe lidar com o mundo como cego. Assim também, quando ouvimos as palavras de Jesus dirigidas a nós, podemos vibrar com emoção e esperança e tremer de medo. O que veremos quando Jesus abrir os olhos para nossa pecaminosidade?
Sabemos o que Bartimeu responde: “Rabbuni, que eu veja de novo!” que grande ato de confiança, dizer com tanta coragem que quer mudar totalmente sua vida. E Jesus lhe diz: “Vai, tua fé te salvou”. A primeira visão que Bartimeu tem é da face de Jesus, olhando-o com amor e, creio eu, admiração. Pelo menos, esta é uma forma de ler as palavras de Jesus sobre a fé de Bartimeu. A experiência dos séculos que se passaram desde o tempo de Jesus nos diz que os que pedem a Jesus para lhes curar a cegueira, para que possam ver a própria pecaminosidade e se arrepender também, olham nos olhos de um Jesus amoroso, não inimigo.
Muitos cristãos olharam nos olhos de Jesus e, onde esperavam ver condenação, viram amor.
“Examina-me, ó Deus, e conhece o meu íntimo, sonda e conhece meus pensamentos. Vê se no caminho do mal eu estou andando, e guia-me por um caminho de eternidade” (Sl 139, 23-24).
Ao ler os versículos 19 a 22 do salmo, talvez sintamos mal-estar interior semelhante. Pedir ao Deus vivo que me examine, conheça meu coração e me mostre minha maldade, o salmista deve estar brincando! Em verdade, não dizemos essas palavras a sério, se não acreditamos em nosso íntimo que Deus está do nosso lado. Quem convidaria um Deus bisbilhoteiro e vingativo a sondar seu coração? Somente um masoquista ousaria fazer isso. Contudo, esses versículos revelam uma verdade teológica profunda, ou seja, não podemos conhecer nossa pecaminosidade sem a ajuda de Deus, sem a revelação. Só Deus pode mostrar-nos nossos pecados. Não podemos mostrá-los a nós mesmos. Esta reflexão tem a finalidade de pedir a graça de Deus para que Ele nos ajude a reconhecer nossas maldades.
Há alguns anos, encontrei uma mulher que não podia abrir a Bíblia sem sentir condenação. Não importava onde olhasse na Bíblia, Deus parecia estar zangado, acusando, ameaçando castigo. Por isso desistiu de ler a Bíblia, já que ficava tão deprimida. É óbvio que ela tinha que deixar de ver grandes trechos da Bíblia que descreviam Deus sendo compassivo, atencioso, clemente, amoroso. Presumi que a imagem que ela fazia de Deus a impedia de notar essas partes da Bíblia e concluí que ela precisava de uma outra experiência de Deus para mudar a imagem que fazia dele. No primeiro e segundo capítulos, examinamos meios para ter a experiência fundamental de ser aceito por Deus, de sentir que somos “a pupila de seus olhos” (Sebastian Moore). Em termos dos Exercícios Espirituais inacianos, falamos de um “Primeiro Princípio e Fundamento”, uma experiência de nossa identidade básica como pessoa, cuja existência foi desejada por Deus. Antes de termos essa experiência fundamental, Deus está distante, é temível, um bisbilhoteiro e as pessoas com freqüência tornam-se escrupulosas enquanto tentam aplacá-lo. Precisam de ajuda para ter uma outra experiência de Deus, não exortações nem tratados teológicos que só os farão sentir-se pior. Esta verdade foi o tema dos primeiro segundo capítulos.
Quando acreditamos e sentimos realmente que Deus formou a nossa existência mais íntima, ligou-nos no seio de nossas mães e o louvamos do fundo do coração (Sl 139, 13-14), podemos pedir-lhe que nos revele nossa maldade. Pois então saberemos por experiência que Deus deseja nosso bem.
Naturalmente, ainda faremos essa oração pela revelação de nossa pecaminosidade com medo e apreensão, da mesma forma que vacilaríamos em pedir a nosso melhor amigo para nos dizer com sinceridade quais são nossas faltas e falhas. Sentimos que não vamos gostar do que vamos ouvir. E, com razão, porque o pecado é exatamente uma cegueira para nossas falhas reais. Por isso, quando pedimos a alguém que amamos para revelar-nos nossas imperfeições, abrimo-nos a uma nova visão de nós mesmos. Quando a mulher que mencionei acima passa a acreditar, por experiência, na bondade divina para com ela, também percebe que sua pecaminosidade consistia na verdade em sua auto-imagem insatisfatória e sua imagem de Deus como um parasita e um tirano e não nos pecados de que costumava se acusar. Na verdade é da revelação que precisamos e que pedimos quando dizemos com sinceridade as últimas palavras do Salmo 139. Por isso, essas palavras precisam se basear na bondade e benevolência divina.
Pressupondo tal confiança, como fazemos para deixar que Deus nos revele nossa pecaminosidade? Primeiro, precisamos deixar que ele faça isso. Esse desejo só se torna real, quando já estamos um pouco conscientes de que algo vai mal em nosso relacionamento com ele ou com os outros. Tornamo-nos conscientes do afastamento entre Deus e nós e imaginamos se nós estamos provocando. Em um curso sobre a oração, uma representação de papéis revelou essa consciência. Uma mulher descreveu algumas experiências de Deus bastante cálidas e íntimas que tivera duas semanas antes, mas que deram lugar a períodos de grande aridez. Enquanto examinávamos com atenção suas experiências, ela tornou-se consciente de que se sentira amedrontada além de atraída pela intimidade com Deus e se afastara dele. Agora tinha um motivo para pedir a Deus que revelasse o que a deixara tão amedrontada de ter intimidade com ele. Nessas circunstâncias, pode-se recordar da última vez que se sentiu próxima a Deus e pedir-lhe para ajudá-la a ver o que a fez ter medo. Em sua oração, começa a reviver esses momentos de proximidade e talvez sinta mais uma vez o medo surgir, mas agora estará alerta para notar o que o provocou.
As pessoas tornam-se cônscias de muitas fontes de afastamento de um Deus, que, outrora, parecia tão próximo. Lembram-se de pecados passados e imaginam se Deus as perdoou de verdade. Talvez tenham escondido até de si mesmas uma realidade que as faz sentirem-se envergonhadas diante de Deus. Por exemplo, muitas pessoas preocupadas com a própria identidade sexual sentem vergonha e não gostam de lembrar o assunto. Da mesma forma ao lerem os evangelhos, talvez deparem com um texto que aborde um tópico que há muito tempo haviam reprimido. Por exemplo, uma mulher talvez leia: “Se estiveres para apresentar a tua oferta ao pé do altar, e ali lembrares de que teu irmão tem qualquer coisa contra ti, larga tua oferta diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão. Então voltarás, para apresentar a tua oferta” (Mt 5, 23-24). De repente, ela se recorda de alguma coisa que o irmão lhe fez anos atrás e que ela nunca perdoou e sente a raiva ressurgir. Ou um homem ouve este texto lido na missa dominical: “Se emprestares dinheiro a alguém dentre o meu povo, a um pobre que mora contigo, não te portarás para com ele como um usurário: não lhe imporás juros” (Ex 22,24) e se vê pensando em seus inquilinos no centro da cidade que pagam aluguéis altos por residências péssimas. Destas e de muitas outras maneiras, talvez, Deus revele-nos nossa pecaminosidade. Somos alertados dessa possibilidade, observando que a sensação de proximidade está mais uma vez ausente.
O último exemplo lembra-nos a história de Zaqueu (Lc 19, 1-10), um dos chefes dos cobradores de impostos e rico. Em certo sentido, ele cometeu um grande engano. Sua curiosidade o dominou e ele subiu a uma figueira para ver quem era Jesus. Jesus pede-lhe que desça da árvore: “Zaqueu, desce depressa, porque hoje devo ficar na tua casa”. Zaqueu fica encantado e recebe o Senhor em sua casa. Os circunstantes murmuravam que Jesus foi comer com um pecador, mas algo acontece a Zaqueu só por estar na presença de Jesus. Aparentemente sem uma palavra de censura de Jesus, Zaqueu fica de pé diante dele e diz: “Senhor, dou a metade dos meus bens aos pobres. E se extorqui alguma coisa de alguém, vou lhe restituir quatro vezes o seu preço”. Só estar na presença de Deus ou de Jesus faz-nos lembrar nossa falta de santidade, nossa necessidade de conversão.
Assim, se procurarmos ficar perto de Deus, ou se lemos ou ouvimos a Bíblia com atenção, podemos nos ver espontaneamente refletindo sobre como deixamos de tratar os outros como Deus nos trata. Então as palavras do Pai Nosso terão um significado novo: Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como perdoamos aos que nos têm ofendido.
Outra maneira de pedir perdão ao Senhor para nos revelar nossos pecados é sugerida por uma leitura contemplativa da cura de Bartimeu, o mendigo cego (Mc 10, 46-52). Como Bartimeu, nós também, muitas vezes nos sentimos pobres, cegos e necessitados. Como ele podemos gritar: “Filho de Davi, Jesus, tem piedade de mim!”. Os circunstantes repreendem Bartimeu dizendo-lhe para se calar. Ouvimos vozes interiores que nos mandam calar. “Jesus não teria tempo para alguém como eu”. “Eu devia conhecer meus pecados. Afinal de contas, conheço os mandamentos”. “É tolice pensar que Jesus vai falar comigo. É tudo imaginação”. Mas Bartimeu não dá nenhuma atenção às repreensões, gritando mais alto ainda: “Filho de Davi, tem piedade de mim!” Jesus o chama e Bartimeu joga fora o manto, dá um pulo e vai apresentar-se a Jesus. Jesus lhe pergunta: “Que queres que eu te faça?” Imagine o que passa pela cabeça de Bartimeu ao ouvir essas palavras. Ele fica esperançoso, encantado, ansioso. Mas tem dúvidas ou receios? Imagina se suas esperanças nascerão apenas para serem rechaçadas, quando Jesus disser que não pode ajudá-lo? Ao pensar em pedir para enxergar, teme as mudanças que advirão em sua vida e seu pedido lhe for concedido? Afinal de contas, o único meio de vida que conhece é mendigar e só sabe lidar com o mundo como cego. Assim também, quando ouvimos as palavras de Jesus dirigidas a nós, podemos vibrar com emoção e esperança e tremer de medo. O que veremos quando Jesus abrir os olhos para nossa pecaminosidade?
Sabemos o que Bartimeu responde: “Rabbuni, que eu veja de novo!” que grande ato de confiança, dizer com tanta coragem que quer mudar totalmente sua vida. E Jesus lhe diz: “Vai, tua fé te salvou”. A primeira visão que Bartimeu tem é da face de Jesus, olhando-o com amor e, creio eu, admiração. Pelo menos, esta é uma forma de ler as palavras de Jesus sobre a fé de Bartimeu. A experiência dos séculos que se passaram desde o tempo de Jesus nos diz que os que pedem a Jesus para lhes curar a cegueira, para que possam ver a própria pecaminosidade e se arrepender também, olham nos olhos de um Jesus amoroso, não inimigo.
Muitos cristãos olharam nos olhos de Jesus e, onde esperavam ver condenação, viram amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário