terça-feira, 17 de janeiro de 2012

50 anos de canonização de São Vicente Pallotti

O ano de 2012 será um ano de preparação para a celebração dos 50 anos de canonização de são Vicente Pallotti. Este tema terá continuidade. Apresentaremos vários artigos sobre sua formação sacedotal e a sua preocupação com a formação intelectual do clero romano.
A FORMAÇÃO SACERDOTAL DE PALLOTTI


 1. A formação do clero romano – Século XIX
São Vicente Pallotti pertencia ao clero de Roma. Para que possamos conhecer melhor o seu processo formativo, como sacerdote, é preciso saber como era a situação do clero romano naquela época e como acontecia a sua formação cultural, intelectual e espiritual.

Uma pesquisa histórica feita por Pietro Stella sobre o clero romano, no século XIX, revela que na primeira metade do século verifica-se um desenvolvimento no campo formativo, com a presença de novas tendências, ou seja, o clero começa a ter maior preocupação com os trabalhos pastorais e espirituais, do que com as coisas temporais.

No campo da formação espiritual aparece o modelo do sacerdote bom pastor, disposto a guiar e a defender as ovelhas perdidas, principalmente no que se refere ao enfraquecimento da prática religiosa. Dá-se maior ênfase também à questão intelectual, com boas bibliotecas, contendo obras que auxiliassem na pregação, na catequese, na apologética, vida dos santos para cada dia do ano, subsídios devocionais, história sagrada, tratados elementares e ecléticos de teologia, manual prático de moral.

A formação sacerdotal daquele período, do ponto de vista espiritual, era conforme o modelo jesuítico, nutrida pela meditação, exame de consciência, exercícios de piedade e da prática dos sacramentos. Em geral, pode-se afirmar que o clero romano, no tempo de Pallotti, tinha uma boa formação sacerdotal, e ele fazia parte deste elenco.


2. A formação de Pallotti, antes da ordenação sacerdotal
O jovem Vicente Pallotti iniciou os seus estudos por volta do ano 1804, frequentando a escola fundamental, na via dei Cappellari e depois no Colégio de São Pantaleão dos Escolápios. De 1809 até o verão de 1814, frequentou o Seminário Romano que, após a supressão dos jesuítas, em 1773, no difícil período de ocupação napoleônica, foi confiado a um grupo de sacerdotes diocesanos. No Seminário Romano, o adolescente Vicente fez os seus primeiros estudos humanísticos, onde se familiarizou com os clássicos latinos e gregos.
 
A última etapa da sua formação de filosofia e de teologia, que o conduziu ao sacerdócio, no dia 16 de maio de 1818, aconteceu na Universidade Romana da Sapienza. Naquele tempo, a Sapienza oferecia cursos de teologia, filosofia, medicina, direito e letras. A maioria dos professores pertencia ao clero regular e secular. O ambiente acadêmico e espiritual da Sapienza era muito bom. A vida universitária ajudava os estudantes a cultivar a vida espiritual. De segunda a sexta-feira, o estudante Pallotti, como todos, assistia às aulas dos vários mestres e a discussões de temas teológicos, organizados após os cursos obrigatórios. Na Igreja de Santo Ivo, celebravam-se as missas de abertura do ano letivo e das festas principais. Os sacerdotes professores se alternavam para celebrar as missas festivas e dominicais, como também ouviam as confissões.
 
Vicente Pallotti teve sua formação sacerdotal de forma diferente, como a concebemos hoje. Ele morava na casa paterna e estudava como aluno externo. Recebia uma sólida formação humana e religiosa de diversas pessoas, primeiramente dos pais, que eram muito piedosos, do seu diretor espiritual, Pe. Fazzini, os mestres Escolápios, Seminário Romano, Universidade Sapienza e, ocasionalmente, os diretores dos exercícios espirituais anuais e dos retiros. Tudo isto teve uma forte influência na sua formação sacerdotal.
 
O biógrafo do Papa Pio IX, Carlo Falconi, escreve também sobre Pallotti. Comenta sobre seus estudos acadêmicos e da sua escolha de seguir a vida eclesiástica, privilegiando assim laurear-se em filosofia e teologia. Era também um poliglota e de boa formação intelectual, com inclinação para a intelectualidade, mas fica para ele uma incógnita do porque mudou de rota e decidiu entrar no campo da ação pastoral.

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